
Mais ou menos o que acontece com o Grêmio de hoje. Na verdade, a dívida do Tricolor não é exatamente referente a um espetáculo de som e luz. Provém de uma parceria mal sucedida. Em 2000, Grêmio e International Sport Leisure, mais conhecida pela sigla ISL, firmaram um acordo para explorar o marketing gremista. Em contrapartida, o clube gaúcho receberia uma prestação destinada à aquisição de jogadores, pagamento de despesas, de infraestrutura e custeio. A intenção era perdurar por 15 anos esta parceria.
Era o time dos sonhos sendo montado. Começaram a desembarcar no estádio Olímpico jogadores do quilate dos argentinos Amato e Astrada, Paulo Nunes, que voltava do Palmeiras, e Nenê (foto), recentemente campeão brasileiro com o Corinthians. No entanto, a empresa acabou pulando fora da jogada, deixando a conta bancária ao clube gaúcho. Naquele ano o Tricolor ainda emperraria diante do Caxias, na final do Gauchão. Quem pagaria a conta?
Bom, na teoria, o Grêmio pagaria. Na prática, as despesas virariam uma bola de neve sem fim e tamanho. Prova disso são as grandes vendas que o Tricolor tem feito nos últimos tempos. Em 2006, o Imortal trouxe do Ipatinga, campeão mineiro daquele ano, o zagueiro William. Depois de duas temporadas estupendas com a camisa azul, William foi doado ao Corinthians. Tudo por conta da dívida ainda pendente do período ISL, quando Nenê foi contratado. Agora, a mais nova perda que o Grêmio será submetido é a do também zagueiro Léo. Revelado pelo clube em 2008, o defensor era dado com uma das grandes promessas do Olímpico. E a notícia que recebemos é que será simplesmente trocado pelo brigão Maurício, ex Palmeiras.
Para quem não lembra, Maurício foi o atleta que trocou tapas com Obina, no jogo contra o Grêmio, neste Brasileirão. E por que o próprio Grêmio o contrataria agora?! Bom, na verdade o clube gaúcho não está interessado em se desfazer de Léo ou adquirir Maurício. Simplesmente quer abater a dívida de quase R$ 8 milhões, também dos tempos de ISL. O valor é referente à compra de Paulo Nunes, repatriado do Palmeiras naquela época. Então, o zagueiro gremista seria uma moeda de troca na negociação.
Veja bem, são duas pérolas que poderiam estar indo para a Europa e enchendo os cofres do Grêmio. Bolívar, do Inter, por exemplo - que não chega a ser um zagueiro clássico - foi vendido por R$ 11 milhões ao Monaco, da França, em 2006. Realmente, quando José Alberto Guerreiro, então presidente gremista, mandou estender uma faixa "Não vendemos craques", ele sabia o que dizia. O Grêmio não vende, doa seus craques.
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