segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Falem bem ou mal, mas falem de Renato

Foto: Rafael Neddermeyer (UOL)

Renato Portaluppi é ídolo do Grêmio. É ídolo pelo que fez dentro de campo, sem caneleiras, mais precisamente em Tóquio. Mesmo assim, as atitudes do passado o colocam numa condição de semideus. E, independente do que faça como treinador, sob a casamata tricolor, continuará sendo ídolo do Grêmio. Por isso, depois de empatar em 0 a 0 coma Portuguesa e finalizar o Brasileirão 2013 em segundo lugar, se sente à vontade para dizer: "Não quero falar em renovação agora. Esta pergunta deve ser feita para o presidente. A minha parte eu fiz. Agora cabe a ele. Não quero pensar nisso. Vou curtir o segundo lugar, a partir de agora estou de férias. Qualquer coisa o presidente tem meu telefone", disparou.

Você imagina Celso Roth, em 2008, dizendo o mesmo para o presidente Duda Kroeff, depois de encerrar o certame no mesmo 2º lugar? Lógico que não! E olha que Renato declarou o que declarou para Fábio Koff - simplesmente o maior dirigente da história do Grêmio. O treinador deve saber que alguns o olham como a vaca em cima da árvore. Ou seja, ele está lá, no alto da tabela de classificação. Agora, como chegou lá, ninguém sabe. O Portaluppi treinador fez coisas inimagináveis para qualquer catedrático do futebol. Ousou escalar três volantes e três zagueiros ao mesmo tempo - sem ninguém na criação. E, algumas rodadas depois, tirou um zagueiro e postou um trio de atacantes. Declarou revolução contra os meias e posteriormente, como se nada tivesse acontecido, voltou atrás e chamou Zé Roberto ao time de novo. Incrível!

Ganhou o quê? - alguém perguntará. Desculpe-me, mas não há como esquecer que Renato pegou um Grêmio desacreditado, na 8ª colocação, e entregou um vice-campeão brasileiro. Certamente, para ficar e disputar a Libertadores, o treinador (que é profissional) espera uma recompensação financeira em seu próximo salário. Se a direção não aceitar suas condições, que busque outro. Cristóvão Borges, do Bahia, tem a admiração de membros do Conselho de Administração. Gilmar Dal Pozzo, que renovou seu contrato com a 'recém-subida' Chapecoense, colocou uma cláusula em que pode pular fora do barco catarinense assim que for chamado por outro clube de Série A. E aí, qual vai ser?

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