quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A morte ou a ressurreição

Foto: Alexandre Lops (Inter)

Dunga foi questionado nesta semana se não temia pela demissão, em caso de insucesso nesta quinta-feira, diante do Atlético-PR, pelo jogo de ida das quartas-de-final da Copa do Brasil. A resposta veio no melhor estilo do treinador: "Eu só temo a morte. Todo o resto se resolve." Não é de seu perfil abaixar a cabeça nas horas de dificuldade. Pode até morrer, abraçado ao Internacional, mas morrerá honrando suas convicções (ou à procura delas). Se bem que, assim com pode decretar o fim, a partida desta noite pode também representar a ressurreição.

Ouvir o Estádio do Vale entoar 'Adeus Dunga' na última rodada do Brasileirão, não foi novidade para Dunga. Ele já teve contra si, por exemplo, o Mineirão inteiro. O fato aconteceu em junho de 2008, depois da Seleção Brasileira empatar em 0 a 0, mas tomar um banho de bola da Argentina, pelas Eliminatórias Sul-Americanas. E, mesmo naquele momento, pressionado, o técnico respondeu: "A torcida paga o ingresso e tem o direito de reclamar. Eles vieram com a expectativa de ver o time ganhar. O que a gente gostaria é que no momento mais difícil e mais complicado, tivesse apoio." Ele pode não ter apoio da torcida, mas tem dos jogadores.

Assim como na época da Seleção, Dunga conseguiu fechar o vestiário ao seu redor. No CT Parque Gigante, os atletas falam em jogar por ele - o último foi o lateral Gabriel. No Mineirão, Gilberto Silva externou quase o mesmo: "Ele provou ser um grande técnico desde a chegada. Fomos campeões no ano passado e a cobrança é exagerada. A torcida e a imprensa precisam de paciência. A não-aceitação dele não é de agora". Assim, ancorado no vestiário, Dunga, quem sabe, até não morra como também ressuscite.

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