quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Aquela dívida

Foto: Fernando Santos


Aquela dívida - A Lupa no Gramado
A derrota do Palmeiras ontem, diante do modesto Santo André, deflagrou que o Brasileirão ainda está em aberto. Para alguns, mais críticos, demonstra que o Palmeiras não é tudo isso. Para outros quer dizer que o Palmeiras não está a fim de ganhar o caneco. Para mim, um simples observador, revela uma antiga dívida.
No ano passado, quando o Grêmio liderava o Brasileirão sob o comando de Celso Roth, tudo levava a crer que o Tricolor Gaúcho iria ser o campeão absoluto. Virou o primeiro turno com a maior diferença de todos os campeonatos de pontos corridos até agora. Obteve o melhor aproveitamento de todos os campeões de primeiro turno. Portanto, tudo levava a crer que seria a taça mais fácil de todas. Até mais fácil que o título do Cruzeiro em 2003. Mas para o espanto de todos, o primeiro lugar se esvaiu pelo ralo. O Grêmio empacou feito mula. Freiou na fase decisiva do certame. Ainda tentou se levantar do tombo, esboçou alguma reação, mas já era tarde demais. O São Paulo ultrapassou em uma sequência de vitórias estupendas e garantiu o tetracampeonato. Aliás, para alguns, o campeonato de 2008 provou de uma vez por
todas que Celso Roth era um cavalo paraguaio e que Muricy Ramalho era o Mister Brasileirão.
Pois eu tenho outra percepção da história. Esqueça as equipes que disputavam o título, elas servem apenas para nos enganar. Observe apenas os treinadores. No ano passado, Roth liderou boa parte do segundo turno, até que na 33ª rodada Muricy passou encilhado rumo ao título. Pois este ano, a fábula poderá ser contada do avesso. Abrimos ontem a 31ª rodada e o Palmeiras, de Muricy, não venceu o Santo André. Logo quatro pontos atrás, vem o Atlético-MG de Celso
Roth, que se passar pelo Vitória, dentro de casa, no sábado, vê a distância cair para apenas um ponto. Ou seja, até a 33ª rodada, Roth pode assumir a ponta.

Isso não me parece outra coisa senão um acordo de camaradas. "Eu te dou o campeonato deste ano, mas tu me entrega no ano que vem!". É perfeito demais! As coincidências deixam na cara que até mesmo um contrato pode ter sido assinado. É a dívida de 2008 que está sendo paga em 2009, sem juros ou correção monetária.

Com o perdão da brincadeira, o fato é curioso demais. A semelhança da história, trocando os personagens de lugar, atira no ventilador a verdade de uma vez por todas. Ou o Roth comprova que não é um cavalo paraguaio, ou Muricy se convence que não é o Mister Brasileirão. Enquanto isso, a dupla Gre-Nal se digladia no domingo.

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