segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Mudanças


Vamos fazer uma retrospectiva. Você lembra como o Internacional e o Grêmio iniciaram 2009? Os colorados começaram o ano com uma constelação: Alex, Nilmar, D'Alessandro, Magrão... Era tido como um dos principais elencos do país. No entanto, ocorreram mudanças. A diretoria achou por bem vender alguns jogadores. Edinho foi o primeiro a sair, porque surgia das categorias de base um primeiro volante melhor que ele. Alex também foi enviado à Europa com apenas uma passagem de ida. Tudo porque o momento de Taison era melhor. Nilmar e Magrão foram os últimos a deixar o Beira-Rio, correspondendo à mesma desculpa de sempre: temos que vender um por ano. Chegou-se, inclusive, a cogitar que o argentino D'Alessandro também pudesse estar de malas prontas para outro clube. Quase uma operação desmanche.

E veja aonde foi parar o ano do centenário! Um clube que chegou a se comparar ao Boca Juniors, ao Barcelona, ao Chelsea, mas que, na verdade, se esqueceu das suas origens. E agora, com Taison, Sandro e Alecsandro no elenco, os colorados tentam sobreviver em meio ao Brasileirão. Enquanto todos os concorrentes a título patinam na parte de cima da tabela, o Inter poderia estar passeando rumo ao tetracampeonato. Mas não. Prefere se esconder atrás da máscara de "Campeão de Tudo". E ai de quem discorde das decisões!

Com o Grêmio a história se repete, mas com menor intensidade. O Brasileirão de 2008 já deveria ter provado que a soberba roubou o título do estádio Olímpico. Pois veio a Libertadores da América como consolo. Era a chance de provar que o Tricolor era o campeão brasileiro e sul-americano por direito. Mas o planejamento de nada adiantou. Veio a demissão de Celso Roth e a contratação de Paulo Autuori. E aquele time, que mesmo contestado sob o comando de Roth, vinha sendo o grande destaque da competição continental, passou a sofrer alterações.

As críticas levavam em consideração a fragilidade dos adversários. Boyacá Chicó, Aurora e Caracas. Apenas Autuori salvaria o ano. Pois ele veio, e um dos primeiros passos foi mudar tudo de lugar. Mandou embora o lateral Ruy, promoveu William Thiego à titularidade e modificou o esquema tático 4-4-2. Bastou para que o time gremista desandasse. Mexeu na estrutura do que, mal ou bem, vinha dando certo. Por pura convicção do treinador.

Pois quem disse que o 3-5-2 não poderia ser o esquema certo para o Grêmio na Libertadores? Pois quem inventou que o Colorado era o melhor time do Brasil? As mudanças de planos e de estrategia, sendo elas por autoritarismo ou soberba, acabaram levando a dupla Gre-Nal para um mesmo fim. O Grêmio, mesmo batendo o Coritiba, não apresentou nada mais do que um futebol medícore. E o Inter, com esquemas táticos escalados de última hora, de postulante a título já se encontra pendurado no rodapé do G-4.

Agora, domingo que vem, eles se cruzam. Quem restará deste embate? Mais uma vez o Gre-Nal se faz decisivo. Tanto podemos ter festa para um dos lados, como poderemos ter terra arrasada por todo o Rio Grande. Depois disso, o planejamento poderá mudar de novo.

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