Foto: Alexandre Lops (Divulgação Inter)
Aos olhos do Brasil, o futebol carioca sempre se caracterizou pela malemolência, toque de bola e até mesmo malandragem. Já o nosso, do Sul, sempre foi classificado como mais pegado, de força e marcação. Pois nesta quinta-feira, no Maracanã, pela ótica colorada, os papeis foram invertidos. Após os 3 a 3 entre Botafogo e Inter, o diretor Luis César Souto de Moura e o técnico Dunga coincidiram nos discursos, de que o árbitro foi condizente com as faltas do lado alvinegro. Tal percepção fez o dirigente inclusive revelar que disse ao Dunga: "Tem que mandar bater". Logo depois ainda acrescentou que admirava este estilo de jogo, que lembra a Libertadores da América. Ótimo!
Por outro lado, com o sarcasmo que lhe pertence, o treinador, quando questionado pelos inúmeros gols sofridos pelo Colorado neste Brasileirão, disparou: "Mas eu ouço vocês dizerem que futebol bonito é o ofensivo, de muitos gols. Está aí, temos muitos gols. Este é o Campeonato Brasileiro. (...) Me dá até vontade de rir, porque me chamavam de retranqueiro." Dunga, certamente, não fala isso de coração. Deve estar muito irritado com sua defesa que voltou a sofrer três gols fora de casa. Talvez até mais irritado do que com o gandula ou com o torcedor carioca que gritava em seus ouvidos atrás da casamata.
Mas então, o que está acontecendo com o Inter? É crise de identidade. Aos poucos, o torcedor e a imprensa se acostumam com este novo Inter. Que marca muitos gols (cada vez mais), e agora com Scocco. Mas também é preciso se assumir de ver. O futebol colorado foi 'encariocado'?
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