Fotos: Fábio Castro (Folhapress/CP) e Ricardo Giusti (Correio do Povo)
Passei cinco dias no Rio de Janeiro, cobrindo pela Rádio GUAÍBA os jogos da dupla Gre-Nal na capital carioca. Em um dos deslocamentos pela cidade, o taxista que me transportava, torcedor do Botafogo, perguntou: "Você acha que o meu Fogão vai sair campeão brasileiro?". Eu hesitei um instante, mas resolvi ser sincero: "Sinceramente, acho que não. Talvez falte elenco." Ele então me olhou pelo espelho retrovisor e insistiu, querendo saber em quem eu apostava: "Acho que o Corinthians leva." Ele freou bruscamente o automóvel e virou o rosto para trás: "Porr*, mano! Corinthians?! Vai tomar no c*!" Pois é. Sempre quer se ouvir a opinião de todo mundo, mas nem sempre se está preparado para ouvir e (mais do que isso) respeitar o que o outro pensa.
Pois aqui no Rio Grande do Sul se vive um momento parecido. Quando o presidente gremista Fábio Koff disse não aceitar outro resultado que não o título nacional, muitos saltaram da cadeira - incluindo o técnico Renato Portaluppi. Eis que veio a vitória neste sábado, por 3 a 2, em São Januário, contra o Vasco da Gama. A partir de então, não há como impedir que o torcedor sonhe alto. Por mais que queira negar esta possibilidade por motivos de prudência, Renato faz o torcedor acreditar em algo maior. Ao alcançar a terceira vitória consecutiva - apesar dos desfalques de Elano, Zé Roberto e Vargas -, o Tricolor leva a crer que o troféu é uma possibilidade sim.
Por outro lado, o Internacional voltou a tropeçar nas próprias pernas. Desta vez, é verdade, não sofreu gol. Entretanto, também não marcou: 0 a 0 contra o Atlético-MG em Novo Hamburgo. O Colorado tem um jogo a menos, é verdade, mas não consegue provocar na sua torcida a confiança de que no fim tudo vá dar certo. Apesar dos pesares, ninguém vai atirar a toalha - e com razão: "O Internacional é sim candidato ao título brasileiro", definiu o diretor Luis César Souto de Moura ao final da partida deste domingo. Assim como Renato, Souto de Moura tem as suas razões para dar tal garantia. Porém, os fatos não justificam tudo isso até agora. E não adianta frear o carro!
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