Foto: Ricardo Rímoli (Lance)
Confesso que quando Elano marcou o gol do Grêmio contra a LDU, pensei no pior. E agora não falo do futebol. A cena das pessoas jorrando mureta afora, me fez realmente pensar no pior. Talvez seja reflexo da tragédia de Santa Maria, ocorrida no último final de semana. Algo muito ruim poderia ter acontecido, bem mais grave do que luxações, torções e arranhões. A queda dos torcedores que protagonizaram a ‘avalanche’ nos faz refletir no futuro. E antes que este debate se resuma ao grenalismo, vou relatar uma conversa que tive no último sábado – antes de todo susto na Arena.
Encontrei casualmente com um ex-integrante da Geral do Grêmio, um dos formadores daquela que hoje merece o destaque de ‘A melhor torcida do Brasil’ no banner instalado no novo estádio. Não darei seu nome, porque talvez isso possa lhe trazer problemas, mas sua declaração dava conta ainda da proibição da entrada de trapos, bandeiras e instrumentos musicais na Arena. O cidadão me contava que lá nos primórdios da torcida, em 2004 e 2005, a festa era feita tranquilamente, sem nenhum dos artefatos. “Éramos doze malucos pulando e cantando o jogo inteiro. Os outros nos olhavam diferente, mas nós só queríamos empurrar o time. Nossa inspiração era da Argentina, mesmo que hoje o pessoal não goste de falar nisso. Cantávamos em espanhol. Agora isso acabou. Pode ser que com esses impedimentos, a Geral vai voltar às suas origens. Os verdadeiros torcedores vão aparecer”, contou.
Não sei qual é a opinião dele sobre o banimento da ‘avalanche’, mas vou adaptar a sua ideia para transmitir a minha: não é isso que vai fazer da torcida do Grêmio melhor ou pior. A festa vai continuar, como ocorria em 1981, 1983, 1995, 1996 e 2001. Naquela época, ninguém imaginava descer correndo pelas arquibancadas do Olímpico. E, mesmo assim, os jogadores não deixaram de ter um caldeirão em campo. Então se, pelo bem da imagem do clube, for necessário acabar com este comportamento, que se faça. Quem sabe a Geral do Grêmio não volte às suas origens?
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