Ex-escanteado

Gabriel nunca foi um Pelé. Muito menos um Cafu ou Carlos Alberto Torres – para ficar em jogadores da sua própria posição. Mas também passa longe de ser esta desgraça que foi desenhada nos últimos meses. Vale lembrar: no mesmo período do ano passado, o lateral arrebentava após entrar no segundo tempo da partida contra o Canoas e o torcedor pedia seu reaproveitamento no Grêmio. Acabou não vingando, e agora é questão de tempo para ser oficializado como novo jogador do rival. O Internacional não gastaria com a compra e o atleta pode ter aceito redução de salário.

A opinião do torcedor gremista eu já conheço há bastante tempo. A interatividade da Rádio GRENAL (AM 780 / FM 101.9) me permite este feedback rapidamente. Porém, a impressão das pessoas próximas a ele, descobri melhor ainda hoje. Em contato com o pai do atleta, o ex-corintiano Wladimir, a situação foi para lá de constrangedora: “Falava com o Paulo Pelaipe (antigo diretor) e sempre me elogiou o Gabriel. Quando ele teve proposta da China para sair, Pelaipe não deixou. Mas quando chegou o Luxemburgo e indicou dois laterais, soubemos o que iria acontecer. O que me causa espanto é o Grêmio rescindir contrato por vontade de um treinador.”

Para piorar a história, outra pessoa ligada ao lateral (que prefere não se identificar) revelou que Gabriel era obrigado a utilizar o vestiário antes dos demais atletas e, quando o grupo principal chegava para o treinamento, ele tinha de abandonar o local. Treinava separado: “Ele foi tratado como um animal. Não merecia passar pelo que passou”, comentou. Aliás, todos comentam que a vontade do jogador em mostrar seu valor e dar a volta por cima é gigantesca. Se para ser considerado um bom jogador, ele precisava de motivação. Eis que ela apareceu. "Onde as portas se abrirem, ele vai. É profissional e quer mostrar seu trabalho", finaliza o pai Wladimir. E para abrir a porta no Inter, Gabriel teria inclusive o aval do preparador físico Paulo Paixão, que trabalhou com ele no Olímpico.