sábado, 28 de fevereiro de 2009

As cabeças pensantes do Gre-Nal 375


Acima do Gre-Nal de domingo encontram-se dois homens. Dois profissionais que já vestiram o manto do lado oposto. Dois gaúchos. Celso Roth e Tite farão seu sétimo duelo em Grenais. O primeiro confronto entre os dois técnicos ocorreu quando Tite ainda treinava o Grêmio, e Roth o Internacional, em 2002. Válido pelo Campeonato Brasileiro daquele ano, o tricolor venceu em pleno Beira-Rio, com gol de Rodrigo Mendes. Depois disso, soberania total para Tite: já são três vitórias (duas pelo Inter e uma pelo Grêmio) e três empates (todas no comando Colorado).

Vai ser uma boa final? Não sei. Mas, que põe frente a frente as equipes mais qualificadas do campeonato; isso não resta dúvida. Vale lembrar que os dois times já se enfrentaram na primeira fase, com vitória para o lado vermelho (2 a 1). Pois, exatamente o que ocorreu no Gre-Nal de Erechim, espelha a atual situação da dupla. O Inter chega com maior aproveitamento - até mesmo, por esta razão, a decisão será no Beira-Rio -, entretanto, o Grêmio vem apresentando maior volume de jogo. Equilibrando mais ainda a balança, colorados e gremistas possuem o melhor ataque do certame, ambos com 23 gols. Já na defesa menos vazada, o Internacional leva vantagem - são cinco gols contra oito do Grêmio.


Do lado azul, a reclamação gira em torno do desgaste de seus atletas, que terão de jogar 3 partidas em 5 dias. No entanto, o Grêmio irá com força máxima para a finalíssima - o que não se repete do lado inimigo. Os vermelhos enfrentam problemas para sintonizar seu plantel, e ainda por cima, não contarão com o astro da equipe: D'Alessandro. O argentino, que marcou gols nos dois clássicos dos quais participou, deverá ter como substituto Andrezinho. Mesmo assim, a partida de domingo promete. Ainda mais porque Roth quer o troco, e Tite não venderá sua invencibilidade tão facilmente.


"And the Fernando Carvalho Cup goes to..."

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Avante, gurizada!

Na semifinal das muitas cores, o Tricolor porto-alegrense derrotou o pentacolor da Serra por 1 a 0. O principal destaque da noite, foi a gurizada gremista. Dos 11 jogadores que iniciaram a partida, seis foram criados nas categorias de base do Grêmio: Marcelo Grohe, Saimon, Léo, Heverton, Maylson e Douglas Costa - e justamente eles é quem conduziram a boa apresentação da equipe da capital. O próprio gol - de autoria do centroavante Reinaldo - teve construção de Maylson. Outra agradável surpresa veio dos pés de Saimon, que atuou como lateral-direito e não decepcionou. Entretanto, Douglas Costa roubou a noite. Armou a maior parte das jogadas ofensivas, inclusive arriscando arremates de fora da área. É, sem dúvidas alguma, a grande promessa do ano.

Desta forma, se consolida a superioridade dos grandes clubes gaúchos - Inter e Grêmio - que chegam, com as melhores campanhas, à final da Taça Fernando Carvalho. Isso se traduz ao analisar o fato de que, mesmo utilizando 10 reservas, o Grêmio dominou o Veranópolis nos dois tempos e saiu vitorioso do estádio Olímpico. Resta agora aos "Imortais" - agora descansados - vingar a derrota que tiveram para o rival ainda na primeira fase do certame.

A dor de cabeça, que segue martelando a torcida tricolor, é com relação ao aproveitamento de gols - é bem verdade que desta vez o centroavante gremista acertou o alvo. Porém, comparado ao número de chances criadas pelo time, a falta de gols preocupa. E, para domingo, a massa azul quer desjejuar - seja com Alex Mineiro, Jonas, Reinaldo ou Herrera.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Cartão amarelo para o senhor, juíz.


O Inter está na final da Taça Fernando Carvalho. Esta é a manchete principal que os jornais gaúchos estamparão. Entretanto, ao analisar a partida desta noite entre Internacional e Novo Hamburgo, fica evidente a má fase que se encontra o árbitro FIFA Carlos Eugênio Simon. O "homem de preto" perdeu as rédeas da partida e foi vendo o clima esquentar entre os jogadores. D'Alessandro, surrado pelos jogadores do Nóia no primeiro tempo, foi à loucura com Simon. Após reclamar de forma acintosa, o argentino acabou sendo castigado com um cartão amarelo - seu terceiro. Desta forma, o meio-campista está fora da finalíssima deste domingo.

Apesar da fraca atuação do juíz gaúcho, o Internacional não fez por merecer os 2 a 0 que selaram o placar. Os gols de Nilmar e D'Ale (de pênalti) deram a vitória ao Colorado, mas não devolveram a tranquilidade às arquibancadas. O problema das laterais segue presente, o que afunila as jogadas do Inter pelo meio. Os três volantes seguiram batendo cabeça, abandonando "El Cabezón" na armação das jogadas. E agora, para piorar a situação, Álvaro não repetiu a serenidade de outros jogos. Pois bem, nem todo saldo foi negativo. Nilmar e Lauro foram a salvação da noite (o último, por exemplo, com uma defesa digna de comemoração).

Enfim, voltando à frase que iniciou este texto, "o Inter está na final da Taça Fernando Carvalho". Agora resta assistir à outra semi-final que decidirá o adversário - Veranópolis e Grêmio são os candidatos. E seja qual for o finalista, há de se temer pelo pior. Não apenas pelas virtudes das outras equipes, mas pelos pontos fracos, ainda visíveis, do time de Tite.

Um goleiro à chilena


Nem Souza, nem Cuevas. Desta vez sequer Ruy deu o ar da graça nas redes do Olímpico. O nome do jogo foi Miguel Pinto. Sim, um mero desconhecido roubou o espetáculo. Com defesas malabares (foto) e até kamikazes, salvou a pele dos chilenos em Porto Alegre. Tudo indicava que iria ser fácil. O Grêmio esmagou a equipe do Universidad del Chile, pressionando durante os 90 minutos. Chances de dentro da área, chutes à distância, cabeçadas, carrinhos... Nada fez com que o placar saísse do zero a zero. La "U" - como é chamado o time chileno por seus torcedores - defendeu-se o tempo todo, demonstrando raça e persistência. Entretanto, um fato chamou a atenção. A equipe tricolor atuou de forma estupenda: atacando pelas laterais, tabelando pelo meio e criando diversas oportunidades. No mínimo, quinze oportunidades para o lado brasileiro e sequer uma para os adversários. Se a partida terminasse com um escore elástico não seria anormal. É bem verdade que a zaga do Universidad não se entregou até o apito final, mas era evidente a soberania do ataque gaúcho.
Lembremos que já é o segundo jogo que o "Imortal" se faz superior, mas não traduz isso em gols (vide o Gre-Nal de Erechim). Ao fim de tudo, resta para Celso Roth uma dor de cabeça: Jonas e Alex Mineiro são a dupla de frente ideal? Com as inúmeras chances desperdiçadas, Maxi Lopez e Herrera estão vindo aí com sede ao pote, prontos para provar o contrário.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Para lavar a alma (castelhana)


Hoje o Grêmio retorna ao certame mais disputado das Américas, dando início à busca pelo tri continental. O slogan
utilizado pelo marketing do clube porto-alegrense em 2007 ressurge entre a massa tricolor: "Libertadores é a nossa
cara". Sim, e realmente é. Dos clubes brasileiros classificados, o Grêmio com certeza é o que mais se assemelha a
este tipo de competição, que exige raça, persistência e nervos de aço. Não há imposição física ou geográfica que o assuste nestes momentos. Há quem diga: "Ah, mas o São Paulo tem mais títulos". Da mesma maneira, trato de lembrar o retrospecto são-paulino nos últimos anos, enfrentando clubes gaúchos. Derrota para Internacional em 2006 e Grêmio em 2007. Ou seja, nestes campos sulistas poucos adentram e saem ilesos.
Dentre os possíveis adversários, nenhum representa tanto temor quanto o Boca Juniors. Vale rememorar que na última participação gremista (nos mesmos 2007), a equipe argentina impôs dois resultados incomuns para uma final de Libertadores - 3x0 na Bombonera e 2x0 no Olímpico. Entretanto, é justamente este fator que mais motiva o clube gaúcho. E o time deste ano é, de longe, melhor que aquele sacrificado impiedosamente pelos hermanos.
Outro item que apimenta a atual participação tricolor é a grande quantidade de jogadores experientes no elenco. Sabe-se que experiência não levanta caneco, mas contribui consideravelmente. Orteman, campeão pelo Olimpia do Paraguai em 2002; Alex Mineiro, campeão pelo Cruzeiro em 1997; e Souza, pelo São Paulo em 2005, podem repassar a
fórmula do bom campeão a Celso Roth. Sim, Celso Roth - o eterno aprendiz - este, com certeza, é o ponto fraco da equipe gremista. Se, por um lado, a equipe deste ano é mais qualificada que a de dois anos atrás, o quesito treinador não apresenta o mesmo nível. Mano Menezes deixou saudades para o lado azul de Porto Alegre. Cabe à torcida tricolor, como de costume, fazer a sua
parte e empurrar o "Imortal". E isso, sem dúvidas, não será necessário pedir duas vezes. A Alma Castelhana aflora nestas horas.