quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A bola nunca está parada

Fotos: Jefferson Bottega e Marcelo Ferrelli

Poderíamos dizer que os gols de bola parada foram tendência na rodada da dupla Gre-Nal. Porém, o termo está errado. A bola nunca está parada! E os goleiros Renan e Rogério Ceni que o digam. Ambos sofreram em uma noite nem tão iluminada para eles, mas estupenda para Grêmio e Palmeiras, que venceram por 4 a 2 e 2 a 0 respectivamente.

No Olímpico, os gremistas estavam dispostos a retomar o caminho das vitórias dentro de casa. Por isso, André Lima fez logo dois gols de cara - um após cobrança de escanteio e outro desviando cruzamento de falta. No entanto, a bola voltaria a parar - e desta vez no cal da área gaúcha. Marlos foi derrubado na área e Ceni converteu o pênalti. Depois, o próprio Marlos resolveu empatar o placar. Mas ele estava por fora das regras: a lei era marcar apenas com a bola parada. Foi aí que Jonas, artilheiro do Brasileirão, apareceu para estufar as redes através de penalidade. Fechando a conta, o goleiro são-paulino decidiu presentear os gaúchos novamente. Em lance muito semelhante ao de Oliver Kahn na Copa de 2002, Rogério "bateu roupa" em chute de Lúcio. Sorte do estreante Diego Clementino, que estava no lugar certo e na hora certa para conferir o quarto tento gremista.

A bola parecia estar queimando nas mãos dos goleiros. Renan, do Inter, sofreu do mesmo mal. Aliás, os colorados estão questionando - e muito! - a continuidade do arqueiro. Depois de algumas rodadas perfeitas, o camisa 1 voltou a falhar. No primeiro gol, ele pediu apenas um homem na barreira. Subestimou o exímio cobrador de faltas Marcos Assunção, que de longe acertou o canto da goleira vermelha. No segundo, o mesmo Assunção fez a bola quicar antes de chegar a Renan, deixando o goleiro ajoelhado enquanto o Palmeiras comemorava a confirmação da vitória. E desta maneira, pelo terceiro jogo consecutivo, o Inter viu uma cobrança de falta decidir o placar. Foi assim contra o Atlético-PR de Paulo Baier, e contra o Corinthians, quando a sorte foi de Andrezinho. Definitivamente, fatos como este comprovam que a bola nunca está parada!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

As pessoas só dão valor quando perdem

Fotos: Aquivo ClicRBS

Quem já não escutou a frase: "as pessoas só dão valor quando perdem"? Pois ela é verídica e ajuda a descrever as escalações que a dupla Gre-Nal terá de mandar a campo nesta quarta-feira. No último comentário, chamávamos a atenção para o quebra-cabeças que os treinadores teriam de montar para suprir os desfalques nas suas equipes. E eles levaram a missão a sério demais! Ambos vão fazer improvisações, que envolvem, curiosamente, as laterais do campo.

O torcedor do Grêmio não se cansa de vaiar Fábio Santos. E, ainda por cima, houve quem comemorasse quando o lateral-esquerdo recebeu o terceiro cartão amarelo "Finalmente, seria a chance de Lúcio (foto) assumir a titularidade!". Que nada... Renato Portaluppi perdeu Fábio Rochemback de última hora, e como não tem outro volante, irá improvisar Lúcio na segunda função. Desta maneira, quem assume a camisa número seis é Gilson. Poderia ser o inverso, porém as desastrosas atuações de Gilson como volante (diante de Atlético-PR e Botafogo) fizeram o comandante repensar a formação. E o que garante que Lúcio dará certo? Nada. Exatamente nada. Aliás, é uma escolha deveras arriscada. Ainda mais se considerarmos o adversário - o São Paulo -, que não é nenhum bicho-papão, mas também não serve para gato morto.

No Internacional, Celso Roth terá que improvisar também - mas por pura convicção. Sem poder contar com Nei, expulso contra o Corinthians, o técnico escalará o volante Glaydson na lateral-direita. Naturalmente, seria a chance de Daniel ou Bruno Silva reconquistarem espaço. Mas os dois não contam com a confiança do treinador. Já Glaydson, desfruta de prestígio por ser coringa. Bom, mas nesta quarta, diante do Palmeiras, as improvisações se estendem até a casamata. O próprio Roth estará ausente no confronto, pois foi punido pelo STJD com um jogo pela expulsão ainda contra o Avaí. Desta maneira, o auxiliar Humberto Ferreira estará à frente da equipe, concedendo até mesmo a entrevista coletiva após a partida. E, pode apostar, que alguns torcedores vão lamentar o desfalque do comandante à beira do campo. Tudo isso porque "as pessoas só dão valor quando perdem".

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Montando um quebra-cabeça

Foto: Jefferson Bottega (Zero Hora)
Nesta quarta-feira, Celso Roth e Renato Portaluppi (foto) vão voltar à infância. Os treinadores da dupla Gre-Nal terão de brincar de quebra-cabeça para escalar as equipes que entrarão em campo pela 26ª rodada do Brasileirão. Ao todo, são sete novos desfalques - fora os que já incomodavam antes. A principal causa são os acúmulos de cartões, mas há expulsões e lesões na lista também.

No Internacional, por exemplo, Índio e D'Alessandro receberam o terceiro amarelo. Desta maneira, Sorondo deve ser mantido na equipe (já que Bolívar retorna de suspensão) e Edu ingressa na vaga do argentino. Há o caso do lateral Nei, que protagonizou uma exuberante defesa com a mão na partida contra o Corinthians e acabou recebendo o vermelho. O volante Glaydson é o mais cotado para assumir a função de maneira improvisada. Já Andrezinho, salvador da pátria vermelha no domingo, ganha a titularidade graças a uma lesão na coxa esquerda de Tinga - que, aliás, deixará o atleta afastado dos gramados por quase um mês. Até mesmo o garoto Oscar, que poderia ser opção no banco de reservas, apresentou uma luxação no tornozelo e fica de fora. E todos estes problemas chegam na hora em que o Inter encara o Palmeiras, em Barueri. E se o time palmeirense não é dos melhores, a lembrança de Felipão na década de 90 basta para assustar os colorados. Está chegando a hora do Internacional comprovar que tem elenco forte para resistir no Brasileirão!

Pois no Olímpico, não dá para amarelar. Mesmo que Gabriel, Fábio Santos e Fernando estejam suspensos por ocorrência dos cartões, a vitória dentro de casa tem que amadurecer. O time parece ter esquecido como se soma três pontos diante do próprio torcedor. Agora, só conquista bons resultados longe de Porto Alegre. Mas o torcedor espera futuro melhor para esta quarta-feira, diante do São Paulo. E as novidades de Renato nem são tão novas assim: Edílson, Lúcio e Roberson (ou até mesmo Maylson) serão os substitutos escolhidos para o confronto. Tudo para manter o esquema tático que vem dando certo. Não há porque inventar. É realmente como se estivesse brincando de quebra-cabeça: só encaixar a peça que mais se assemelha com as demais.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ligados do início ao fim

Fotos: Alexandre Lops e Gil Leonardi

A palavra de ordem deste domingo era vitória - tanto para Grêmio, quanto para Inter. O primeiro para se distanciar da zona do rebaixamento cada vez mais; o segundo para não sair da briga pelo título brasileiro. Pois foi exatamente isso que fizeram. Do início ao fim de suas partidas, a dupla resolveu mostrar serviço. No entremeio, alguns percalços. Mas no fim, tudo saiu dentro dos conformes.

No Beira-Rio, um jogo eletrizante - o melhor do ano, segundo o vice de futebol Fernando Carvalho. Falar em Inter e Corinthians já arrepia o torcedor colorado. Ainda mais se lembrarem de 2005. E as lembranças ficaram mais evidentes quando Tinga resolveu abrir o placar. As coisas pareciam conspirar contra quando o próprio Tinga tombou no gramado logo após balançar as redes e Jorge Henrique igualar o marcador no início do segundo tempo. Foi então que brilhou a estrela de Alecsandro, retornando após um mês de molho já de forma decisiva. Aos 45, Bruno César deixou tudo igual através de penalidade, depois do lateral Nei executar uma grande defesa dentro da área, culminando na própria expulsão. Porém, o que os corinthianos não apostavam, era na cobrança de falta de Andrezinho. Ela não foi perfeita como contra o Flamengo, pela Copa do Brasil do ano passado. Desta vez desviou na barreira e acertou a trave do goleiro Júlio César. Mas foi decisiva o bastante para recolocar o clube gaúcho de volta na briga pela liderança.

Se a vitória vermelha só saiu no último minuto, em Minas Gerais, o Tricolor começou a construir seus três pontos logo de saída. O incansável artilheiro Jonas marcou mais um para sua coleção; sendo seguido de perto pelo lateral Gabriel, que resolveu marcar pela primeira vez com a camisa gremista. Diego Tardelli tentou incendiar a partida, mostrando serviço ao novo treinador do Atlético-MG, Dorival Júnior. No entanto, todos os esforços paravam nas mãos do goleiro Victor. Porém, no futebol, a vida é de cobranças constantes. Apesar das grandes vitórias do domingo (e até mesmo por elas), o torcedor vai exigir constância na próxima rodada. Apesar dos diversos desfalques de ambos, a dupla terá de provar novamente as qualidades. A meta do Grêmio será reaprender o caminho das vitórias dentro de casa contra o São Paulo; enquanto o Inter encara o Palmeiras de Felipão. Novas emoções à vista.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Guerra dos opostos

Foto: Agência Lance
Neste próximo domingo, Inter e Grêmio vão mirar o mesmo objetivo: a vitória, é claro. No entanto, terão de correr para lados opostos para encontrar seus adversários. Dos confins do inferno ao reino dos céus, do sudeste ao sul do Brasil, das Sete Lagoas à beira do Rio Guaíba. Enquanto o Grêmio vai a Minas Gerais encontrar o emergente Atlético-MG, o Inter recebe o líder Corinthians.

Primeiro, às 16h, é a vez dos colorados entrarem em campo. O jogo contra os paulistas é quase um ultimato. Se perder, o Inter pode dar adeus ao sonho do título, pois ficará 12 pontos atrás dos próprios corintianos. Uma vitória mantém os aparelhos de respiração ligados, mesmo que as chances ainda sejam remotas. Para isso, Celso Roth terá no banco de reservas o atacante Alecsandro, que ficou de fora por causa de lesão desde o primeiro jogo contra o Chivas. E mesmo que não vença seu inimigo, o Inter já pode ir consolidando a formação que mandará para Abu Dhabi no final do ano.

Já o Grêmio se viu alijado da disputa por uma vaga na Libertadores de 2011. A escolha da Conmebol por um G-3 complicou as coisas para o Tricolor. Contudo, não quer dizer que os gremistas apenas cumprirão tabela daqui por diante. O compromisso deste final de semana é muito complicado. O Atlético-MG vive uma crise profunda. Com a goleada sofrida diante do Fluminense nesta quinta-feira, o Galo perdeu seu treinador Wanderley Luxembrugo, demitido do cargo (foto). Réver, Daniel Carvalho e cia. estão sedentos por mostrar serviço ao torcedor atleticano. E uma vitória dos mineiros reaproxima o Grêmio da zona de rebaixamento. Por isso, todo cuidado é pouco. Tudo é guerra no final de semana, seja na parte de cima ou de baixo na classificação.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Rubros e negros

Foto: Valdir Friolin e Alexandre Lops

A dupla Gre-Nal amanheceu esta quinta-feira vestindo vermelho e preto. Não em homenagem aos seus rivais, que transformaram a 24ª rodada em pesadelo para os clubes gaúchos, mas por duas ocasiões: ficaram rubros de vergonha por não conquistarem vitórias, e negros de luto por verem suas metas cada vez mais longe do alcance. Já Flamengo e Atlético-PR alcançaram os objetivos a que se propuseram.

No estádio Olímpico, o escurraçado Silas arrancou um empate contra o Grêmio. O maestro Douglas e o artiheiro Jonas insistiam em fazer a festa do torcedor Tricolor. Porém, o pentacampeão Kléberson e o experiente Petkovic não deixaram o Flamengo retornar para o Rio de Janeiro com uma derrota na bagagem. Pelas diversas oportunidades que criaram os gremistas, talvez uma vitória não seria uma injustiça completa. Contudo, a verdade é uma só: se com Renato Portaluppi o Grêmio reaprendeu a vencer como visitante, esqueceu como se ganha dentro de casa.

Enquanto isso, os colorados experimentaram o veneno do provérbio mais conhecido do futebol: "quem não faz, leva". O Inter teve o domínio do jogo no primeiro tempo, acertou a trave do Atlético-PR, mas não conseguiu chegar às redes. Pois bastou um chute para que Paulo Baier decretasse a felicidade dos rubro-negros curitibanos. A partir dos resultados, só resta um conselho a dar aos torcedores gaúchos: esqueçam a vaga no G-3 e o título do Brasileirão. Se a diferença de pontos já é enorme para os que estão em cima, a convocação de Mano Menezes transforma as tarefas em verdadeiras odisseias. Victor, Giuliano e até mesmo D'Alessandro estarão de fora nas rodadas de outubro. Será mais um campeonato para paulistas, cariocas e mineiros.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Personas non gratas

Foto: Mauro Vieira (Zero Hora)

O termo "persona non grata" vem do latim e desde os primórdios qualifica (ou desqualifica) a pessoa em questão como sendo não bem-vinda no local onde ela se encontra. Atualmente, apesar de cair em desuso pelas nações a classificação de um visitante como não grato, algumas autoridades insistem em relembrar o termo. De modo geral, ele surge quando um fato incomoda alguém. Pois um cidadão pode receber tal título no estádio Olímpico.

Silas tem uma curta carreira como treinador. Iniciou em 2007, no Fortaleza, sendo efetivado no cargo após a demissão de Zetti, de quem era auxiliar técnico. Porém, já teve a oportunidade de experimentar o Céu e o Inferno na profissão. No Avaí, foi considerado ídolo ao devolver o clube catarinense à elite do futebol brasileiro. Com este status, chegou ao Grêmio, em dezembro do ano passado. Contudo, sua passagem por Porto Alegre não foi revestida de flores. Definitivamente não caiu nas graças da torcida, apesar da conquista do Gauchão e da boa campanha na Copa do Brasil. Até que no dia 8 de agosto, após perder para o Fluminense dentro de casa, o comandante perdeu o chapéu. Curiosamente, ele retorna nesta noite ao Olímpico. E, antes mesmo da bola rolar, o presidente Duda Kroeff pediu ao torcedor gremista para que Silas não seja vaiado. É pedir demais?

Seria como pedir para a torcida atleticana não vaie o time Colorado quando ele entrar em campo nesta noite. Aliás, a rivalidade do Atlético-PR, no Rio Grande do Sul, é até maior com o Grêmio. Porém, a visita do Internacional à Curitiba não é vista com bons olhos. Na história dos Campeonatos Brasileiros, os vermelhos visitaram a Arena da Baixada 10 vezes, tendo conquistado 5 vitórias, contra 4 derrotas. Portanto, é mais adequado dizer que o Inter é a "persona non grata" desta quarta-feira. Mas, dentro das quatro linhas, todos são adversários. Não interessa se jogador, treinador ou membro da comissão técnica. Então, se for vaiado, Silas não deve reclamar.

Palpites da 24ª rodada

Prudente 1x1 Palmeiras (0x1)
São Paulo 2x1 Guarani (2x1)
Goiás 2x2 Atlético-GO (1x3)
Cruzeiro 2x0 Ceará (2x0)
Vasco 1x1 Botafogo (2x2)
Santos 0x1 Corinthians (2x3)
Grêmio 2x0 Flamengo (2x2)
Atlético-PR 1x1 Inter (1x0)

Vitória 2x2 Avaí
Fluminense 3x2 Atlético-MG

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Transportando o amor


Foto: Tatiana Lopes (Clicesportes)
Há 40 anos, o estádio dos Eucaliptos recebia seu último jogo profissional do Inter. Com o término da construção do Beira-Rio, depois de longo período de ridicularização e questionamentos, o velho campo estava fora de contexto. Até os dias de hoje, os Eucaliptos deixam suas viúvas. Os antigos jogadores olham as fotos e as lembranças vem à tona. E assim será com os atuais atletas do Grêmio. O estádio Olímpico está com os dias contados.

Não podia ter dia melhor: 20 de setembro. Na data em que o gaúcho sai para a rua mostrar seu orgulho, o Grêmio decidiu fazer o lançamento da pedra fundamental da Arena. Vários torcedores foram ao bairro Humaitá comemorar o início oficial das obras - contrariando outra parte da torcida que lamenta profundamente a perda do velho estádio. Para estes, a lembrança das conquistas está totalmente ligada ao antigo palco. Lembram dos títulos gaúchos, do gol de Aílton contra a Portuguesa, das cabeçadas fulminantes de Jardel na Libertadores, de Nildo "Bigode" matando o Ceará, dos Grenais com gols de Renato, da volta olímpica de Hugo de León em 1983.

Pois o símbolo desta nova Era na vida tricolor aconteceu justamente no lançamento da Arena. Foi exatamente o capitão da conquista mundial quem plantou a primeira muda de grama da casa (foto). E, como não poderia deixar de ser, a grama havia sido retirada do estádio Olímpico. Lá, onde todos os heróis pisaram. Agora, não há motivos para reclamações. E é isso que o verdadeiro gremista deve fazer: transportar o amor que sentia pela Azenha para o bairro Humaitá. Aos construtores e autoridades do clube, cabe trabalhar para que a construção seja concluída o quanto antes.

domingo, 19 de setembro de 2010

Só de gols vive o homem

Fotos: Alexandre Lops e Giuliano Gomes

São dez gols de diferença de um para o outro. No entanto, ambos tiveram o domingo dos sonhos. Jonas, do Grêmio, e Edu, do Inter, alcançaram suas metas e, de quebra, ajudaram suas equipes. Talvez, nem eles tivessem tanta crença de que chegariam lá tão cedo. Pois chegaram. Resta manter o padrão a partir de agora.

Há alguns dias, Edu concedeu uma entrevista onde quase foi às lágrimas. Pedia por mais chances entre os titulares do Inter, mais chances para mostrar seu verdadeiro futebol. Foi preterido por Walter, Taison e Sóbis. Aos poucos, com as vendas e lesão, chegou a vez do atacante mostrar que não estava brincando. A atuação não foi de luxo, mas bastou para pôr em prática o seu descurso. Foi ele o autor do único gol que decretou a vitória colorada sobre o Vasco da Gama. A abstinência já incomodava o torcedor. Agora, já existe quem enxerga nele potencial para entrar em campo no Mundial Interclubes. Tudo depende do próprio atleta.

Veja o caso de Jonas, por exemplo. Há alguns anos, o camisa 7 gremista era emprestado à Portuguesa. Não fardava nem para correr em volta do gramado do Olímpico. Pois de um tempo para cá, Jonas ganhou a alcunha de "Mestre" e não para de empilhar gols. Foi assim no Gauchão, Copa do Brasil e , agora, no Brasileirão. Nos 3 a 0 diante do Avaí, na Ressacada, marcou dois e chegou à artilharia isolada do certame com onze gols - exatamente o que vinha discursando como meta durante a semana. Vida de atacante é assim: não precisa nem ser o melhor em campo, desde que estufe as redes quando se fizer oportuno.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Crise de fidelidade


Foto: Mauro Vieira (Clicesportes)
No recesso da Copa do Mundo, o Internacional estava sem treinador. Com Fossati demitido, a diretoria corria atrás de um bom nome - e tudo levava a crer que Luiz Felipe Scolari seria o novo comandante colorado. Pois Felipão veio aos holofotes dizer que a identificação com o Grêmio era tanta, que ele jamais treinaria o rival. Comportamento aplaudido por uns, criticado por outros. Pois bem, nesta última quarta-feira, o "gremismo" de Felipão foi posto à prova. Em pleno aniversário de 107 anos do Tricolor, o técnico do Palmeiras veio a Porto Alegre, armou uma arapuca de volantes e levou três pontos para a casa. É o sinal dos novos tempos do futebol: é a crise de fidelidade.

Por mais que se digam apaixonados, os profissionais da bola são pagos (e muito bem pagos) para defender seu clube. Não há torcedores dentro das quatro linhas. No duelo entre Grêmio e Palmeiras, por exemplo, não houve Renato que salvasse a pele. O cidadão que deu as maiores alegrias para a massa azul na década de 90, agora veste verde (foto). E, assim, esquece o azul celeste dos pampas. Caso passível de críticas? Talvez. Porém, não se resume apenas a jogadores e técnicos. Há vezes em que o clube se revolta contra o ídolo.

Grande exemplo disso foi o Inter que, nesta quinta-feira, matou Fernandão de novo. O homem que mudou os rumos do Colorado nos anos 2000 sofreu sua terceira derrota diante do clube que tanto amou. Primeiro veio a expulsão, ainda nos tempos de Goiás. Depois, a eliminação na semifinal da Libertadores. E agora, os vermelhos decidiram patrolar o São Paulo em pleno Morumbi. Evidenciaram mais do que nunca o desfecho da carreira de Fernando Lúcio da Costa - ou o Capitão Planeta, do Beira-Rio. Futebol mercenário? Não, futebol emocionante. Apaixonante. É por isso que clubes ultrapassam os 100 anos de história, que jogadores alcançam status de mitos e estádio viram palco de espetáculos. Que siga assim para sempre.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Palpites para a 22ª rodada:

Santos 2x0 Atlético-GO (4x2)
Goiás 1x0 Botafogo (4x1)
Grêmio 2x0 Palmeiras (1x2)
Cruzeiro 3x0 Guarani (4x2)
Atlético-PR 1x1 Atlético-MG (2x1)
Fluminense 2x0 Corinthians (1x2)
Vitória 1x0 Ceará (0x0)
Prudente 0x1 Flamengo (1x2)

São Paulo 1x1 Inter (1x3)
Vasco 3x1 Avaí (1x1)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Reinventando o campeão

Foto: Arquivo Globoesporte.com

Quem não sabe escalar um time campeão? Os verdadeiros torcedores sabem de cor e salteado o seu time do coração. Qual gremista não escala os onze titulares de Felipão. De Danrlei a Jardel, com perfeição! Ou então, qual saudosista não lembra da Seleção Brasileira de 1970? Pois os colorados passam pelo mesmo processo, ao relembrar o time recentemente campeão da Libertadores. Foram tantas modificações, mudança de treinador, mas o time ideal é um consenso: Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kléber; Sandro, Guiñazu, Tinga, D'Alessandro e Taison; Alecsandro. No entanto, isso já faz parte do passado. O esquema montado por Celso Roth e todos os acertos conquistados até agora terão de ser repensados. Enfim, o Inter vai ter que se reinventar.

Isso aconteceu em 2006, ano da primeira conquista vermelha. Logo após o título da América, Bolívar, Tinga, Sóbis e Jorge Wagner deixaram o Beira-Rio. Abel Braga penou para achar a equipe certa, que viria a vencer o Barcelona em Yokohama (foto). Dizem alguns que o sistema tático campeão do mundo foi moldado por Fernandão, um dia antes da decisão, no quarto da concentração. Boato ou não, Roth vai ter de se espelhar naquele período para enfrentar a Internazionale em Abu Dhabi.

Há quatro anos, Abel sacou da cartola Alexandre Pato, redescobriu Iarley e transformou Índio em titular. Pois a situação será semelhante. Alguém virá da base para substituir Taison? Sasha e Marquinhos ainda parecem tão verdes. Wilson Mathias vai substituir Sandro? E se o esquema 4-2-3-1 for desmanchado? Quem sabe montar o tradicional 4-4-2? Estas respostas serão descobertas a partir de agora, na disputa do Brasileirão. Por isso, o torcedor não pode cobrar o título nacional em 2010. A prioridade passa a ser a montagem da nova equipe para dezembro. Até lá, muitas coisas vão acontecer. Nesta quinta, por exemplo, contra o São Paulo, Edu pode voltar à titularidade. Esse é o caminho árduo do Colorado rumo ao bi-Mundial.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O que vem de baixo atinge, sim!

Fotos: Sites Grêmio e Inter

Já nos acostumamos a conviver com a gangorra da dupla Gre-Nal. Porém, ela parece ter influenciado toda a rodada do Brasileirão no final de semana. A mesa virou completamente. Quem estava acostumado a ganhar, perdeu. E vice-versa. Os postulantes a título patinaram e os preocupados com rebaixamento pontuaram mais um pouco. Fluminense perdeu para o Atlético-GO, o Santos para o Ceará e, claro, os gaúchos entraram no clima.
Ainda no sábado, o Grêmio alcançou a maior façanha. Há um ano não sabia o que era ganhar fora de casa. Pois conquistou três pontos justamente em cima do Corinthians, que tinha 100% de aproveitamento no Pacaembu. Aliás, de uma maneira brilhante. O torcedor gremista teve que passar por cima de penalidade, cartão vermelho e todos os tipos de marcações questionáveis para o adversário. Algo comparável a histórica Batalha dos Aflitos. Parece que, enfim, o Grêmio decolou no campeonato.

Quem resolveu cochilar de vez foi o Colorado. Dormiu no ponto neste domingo, contra o Goiás, dentro de casa. Primou pela posse de bole e toque refinado e pecou na falta de conclusões a gol. É bem verdade que a estrela do goleiro Harlei contribuiu para as vaias no final do jogo. A soneira foi tanta no Beira-Rio, que a principal notícia foi o surgimento do garoto Eduardo Sasha (foto) - que nem animou tanto o torcedor colorado. Para concluir, só para não dizer que não avisei antes, o Cruzeiro vem vindo aí. Isso se o Centenário do Corinthians permitir.

sábado, 11 de setembro de 2010

Palpites da 21ª rodada

Corinthians 2x0 Grêmio (0x1)
Flamengo 1x0 Vitória (2x2)
Atlético-GO 1x1 Fluminense (2x1)

Atlético-MG 2x0 Prudente (1x0)
Botafogo 1x1 São Paulo (2x0)
Palmeiras 2x1 Vasco (0x0)
Avaí 0x0 Cruzeiro (1x2)
Inter 2x0 Goiás (0x0)
Guarani 0x1 Atlético-PR (1x0)
Ceará 0x1 Santos (2x1)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Reencontro saudoso

Foto: Arquivo S.C.Inter

Neste final de semana, Inter e Grêmio seguem com suas batalhas individuais no Campeonato Brasileiro. Os colorados recebem no Beira-Rio o lanterna Goiás, tentando retomar o caminho das vitórias para permanecer nas cabeças. Para isso, vão ter que ignorar os possíveis desfalques. Já os tricolores, vão a São Paulo tentar a primeira vitória fora de casa. O problema é o adversário: o Corinthians venceu todos os jogos disputados no Pacaembu. Portanto, parada duríssima! Mesmo assim, dois jogadores terão motivos de sobra para sorrir - ou melhor, de onde tirarem inspiração para uma boa atuação.

O primeiro deles é o meio-campista Douglas, do Grêmio, que irá reencontrar antigos fãs no sábado. Há um ano, com a camisa 10 corintiana, o jogador era chamado de "maestro" pelos torcedores paulistas, chegando a conquistar a Copa do Brasil por aquele clube. Uma imagem muito longe da que o torcedor gremista vem tendo do atleta. Contudo, o golaço de falta contra o Atlético-GO pode devolver a confiança que faltava ao meia. Quem sabe não é no antigo palco onde foi maestro - no Pacaembu - onde Douglas irá conquistar o lado azul do Rio Grande?

No dia seguinte, aqui em Porto Alegre, será a vez de Marquinhos adentrar o gramado sorrindo. Há muito tempo ele não mostra o bom futebol que a torcida colorada espera. Tanto é que contra o Cruzeiro, no meio da semana, o jogador foi substituído aos 30 minutos do segundo tempo, depois de ter entrado no intervalo de partida. Mas se Marquinhos quiser relembrar sua melhor atuação, a melhor oportunidade é este domingo. O adversário da vez, o Goiás, foi o mesmo que o atleta fez sua estreia como titular do Inter. Em 2009, em um time totalmente desfalcado, o jovem surgiu numa goleada de 4 a 0 sobre os goianos. Chegou a abrir o placar, com um golaço em cima do goleiro Harlei. Se conseguir repetir o feito, será mais uma esperança para o bi-Mundial. Se falhar, todos vão lembrar que Rafael Sóbis está lesionado e esquecer do jogaço do ano passado.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tirando distância

Foto: Lucas Uebel (Terra)

Tem um ditado popular que descreve o diabo fugindo da cruz. Não há provérbio melhor para descrever o pavor de alguém em tomar distância de alguma coisa. É assim que a dupla Gre-Nal age nesta abertura de returno do Brasileirão. Querem mais é distância de tudo! O Grêmio, do rebaixamento; o Inter, da liderança. Quanto mais o tempo passa, mais eles fogem. Ambos entraram em campo ao mesmo tempo e tomaram posições opostas em seus jogos. Não me espantaria se no final do campeonato eles se encontrassem na tabela de classificação.

No Olímpico, tudo parecia indicar o caos. O trânsito truculento, a baixa procura por ingressos e o uniforme negro do Grêmio pareciam descrever mais um capítulo de terror. Mas tudo não passou de má impressão. Com sete minutos, Douglas já estufava as redes do Atlético-GO, de falta. É bem verdade que o futebol apresentado não foi dos melhores. Algumas chances desperdiçadas pelo Tricolor e outros sustos na torcida. Até que Borges surgiria aos 40 do segundo tempo, em disparada, para decretar a morte do adversário. De empates fora de casa e vitórias dentro, os comandados de Renato já figuram no rodapé da Sul-Americana (abrindo seis pontos do rebaixamento).

E da mesma maneira, o Colorado decidiu tirar distância da liderança. Nesta quarta, em um duelo direto contra o Cruzeiro, o Inter foi derrotado por 1 a 0. Certamente, foi a pior apresentação desde a chegada de Celso Roth. Um time muito diferente daquele armado no decorrer da Libertadores, é verdade. Mas foi uma noite em que as coisas não deram muito certo. Mais um cartão para Matias, Renan voltando a errar muito e Sóbis deixando o gramado com dúvida de lesão. Assim, o Internacional estaciona na tabela, assistindo o Fluminense disparar rumo ao título - seguido de perto pelo Corinthians. Acho que os colorados vão ter de se contentar "apenas" com o título da América e, quem sabe, do Mundo. Alguém ousa reclamar?

Palpites da 20ª rodada

Fluminense 2x1 Ceará (3a1)
Goiás 1x0 Guarani (3a1)
Cruzeiro 2x2 Inter (1x0)
Grêmio 2x0 Atlético-GO (2x0)
Atlético-PR 1x1 Corinthians (1x1)
Vitória 3x1 Palmeiras (1x1)
São Paulo 1x0 Flamengo (2x0)

Vasco 2x1 Atlético-MG (1x1)
Santos 2x0 Botafogo (0x1)
Prudente 1x1 Avaí (1x1)

domingo, 5 de setembro de 2010

Uma mão lava a outra

Fotos: Jefferson Bernardes e Gilvan de Souza

Inter e Grêmio são, conhecidamente, adversários históricos. A rivalidade ultrapassa os 100 anos de história, com contos e fábulas que ultrapassam a sobrenaturalidade. No entanto, neste final de semana, a dupla decidiu agir em companhia. Claro, cada qual pela sua própria ambição, porém acabaram se ajudando ao atingirem suas metas.

Primeiro, tudo começou no sábado. Depois de estar perdendo por 2 a 0 e apresentar um futebol de péssima qualidade no primeiro tempo (muito por ocorrência das escolhas do treinador), o Grêmio conseguiu um empate heróico na segunda etapa. Mais uma vez Jonas - que já tinha marcado contra o Guarani - igualou o marcador diante do Botafogo no Rio de Janeiro. O empate salvou a pele tricolor, que pôde amanhecer no domingo fora da zona do rebaixamento. E, de quebra, contribuiu com o Internacional, pois estancou o clube carioca.

Desta maneira, o Colorado, como um verdadeiro gentleman, devolveu a gentileza. Recebeu o Prudente e aplicou 2 a 0, com dois gols no segundo tempo. Contudo, o maior agradecimento de todos deve ir ao lateral Kléber, que renovou o contrato com o Inter e deu os passes para que Sóbis e Damião pudessem estampar o placar favorável tanto para vermelhos quanto para azuis. E, para encerrar o período de gratidões, o Grêmio, por fim, deve enviar uma carta de agradecimento ao ex-colorado Fernandão, que decretou a virada do São Paulo sobre o Atlético-MG, permitindo ao Grêmio permanecer na elite do futebol brasileiro.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Tele-entrega

A diretoria do Inter diz que exige dos jogadores o título nacional. Apesar de recém ter conquistado a América, e projetar o bi-Mundial no final do ano, o Colorado quer quebrar o jejum de 31 anos sem Brasileirão. Mas será mesmo que o time vai manter o pé no acelerador estando a poucos dias de viajar para Abu Dhabi? Sinceramente, duvido muito. Portanto, não vai ser este ano que o clube vai ser tetracampeão. No entanto, já ouvi torcedores pedindo um outro favor ao Inter: rebaixar o arquirrival.

Convenhamos que a fase do Grêmio até melhorou após a vitória sobre o Guarani, e além do mais o time treinado por Renato Portaluppi pode reunir suas próprias forças para escapar do descenso. Porém, um fator ainda está entalado na garganta dos colorados: o campeonato do ano passado. O Inter poderia ter sido campeão em 2009 se, na última rodada, o Tricolor tivesse ao menos empatado com o Flamengo, no Maracanã. Muito pelo contrário, os gremistas fizeram campanha para que os jogadores entregassem o jogo (foto) e a comissão técnica enviou uma equipe de garotos ao Rio de Janeiro. Não deu outra! Adriano Imperador e companhia levantaram a taça.

Neste domingo, o Inter terá a chance de dar o troco. Não é tão decisivo quanto 2009, mas vai ajudar o colorado a se sentir melhor. Se o Prudente vencer no Beira-Rio, o Grêmio é ultrapassado e encerra o primeiro turno no Z-4. E Celso Roth não precisaria nem fazer muita força para enfraquecer o seu time. Bastaria chamar Everton, Daniel Balloy, Juan e Ronaldo (basicamente os jogadores que atuavam duas semanas atrás). Será que os jogadores seriam capazes de satisfazer o desejo de vingança do torcedor? No entanto, toda esta discussão cairá por terra se os gremistas não perderem para o Botafogo no sábado. Vamos ver o que acontece.

Botaram fogo na dupla

Joel Santana (foto) é carismático. Por onde passou, deixou amigos e fez piadas. Até mesmo na África do Sul, no período em que treinou a Seleção daquele país, foi motivo de riso quando tentava falar inglês durante as entrevistas. Pois nesta reta final de primeiro turno do Brasileirão, Janjã e seus comandados decidiram botar fogo na vida da dupla Gre-Nal - com a licença do trocadilho.

Mesmo sem jogar contra Grêmio ou Inter, o Botafogo consegue se fazer presente na vida dos gaúchos. Nesta quarta-feira, o clube carioca foi ao interior paulista e venceu o Prudente por 1 a 0. O resultado, claro, ajudou primeiramente a própria classificação na tabela, mas também influenciou a alegria dos torcedores do Rio Grande do Sul. Graças à vitória da Estrela Solitária do Rio, o Grêmio conseguiu deixar a zona do rebaixamento, conquistando três pontos em cima do Guarani, no Olímpico. Já os colorados, que não saíram do zero no placar contra o Vitória da Bahia, foram ultrapassados pelo time de Joel. E, ainda, podem perder mais uma posição se o Santos vencer o Avaí nesta quinta-feira.

O Botafogo já havia feito o Colorado suar a camisa no sábado passado, no Beira-Rio. No próximo sábado, será a vez dos comandados de Renato Portaluppi confrontar o time alvinegro - agora no Engenhão. Enfim, a dupla Gre-Nal nunca falou tanto o nome do clube carioca como nestas últimas três rodadas do primeiro turno do Brasileirão. Nem as presenças de Danny Morais, Cordeiro, Herrera ou Loco Abreu deixaram o Botafogo tão evidente no Estado. Realmente, o destino do futebol gaúcho parece estar nas mãos do "tio Janjão".

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tite contra-ataca

O técnico Adenor Bacchi, o Tite, definitivamente não pode ver Celso Roth feliz. Depois de, indiretamente, causar a demissão de Celso do Grêmio no ano passado, quando venceu os três Grenais do Gauchão comandando o Inter, Tite voltará aos campos: ele foi contratado para treinar o Al-Wahda, dos Emirados Árabes, no Mundial Interclubes, em dezembro. É bem verdade que Roth vive a melhor fase de sua carreira neste momento, ostentando um título de Libertadores da América. Porém, ninguém melhor do que os colorados para atestar a superioridade de Tite nos confrontos entre os dois treinadores. E se o Inter cruzar com o Al-Wahda em Abu Dhabi, o que vai acontecer?

O retrospecto negativo de Roth é muito grande contra Tite. Além da experiência vivida em 2009, já citada anteriormente, eles foram adversários também no Brasileirão de 2002. Tite comandava o Grêmio, que venceu por 1 a 0 o Internacional, com gol de Luis Mário. Houve, inclusive, dois confrontos quando Roth defendia as cores do Atlético-MG. E não é nem preciso dizer que foram duas derrotas do atual treinador colorado. Enfim, Celso Roth nunca venceu Tite.

Agora, imagine o seguinte cenário: o Inter vai estrear no Mundial contra o Al-Wahda, já pensando na finalíssima contra a Internazionale de Milão. Pois Tite novamente armará uma arapuca para Roth, e o Colorado será o primeiro clube campeão da América a não disputar a decisão do Mundial. Voltaria tudo! A fama de cavalo paraguaio, os gritos irônicos de "Fica Celso Roth" e o pressentimento de que Tite é gremista. Ou, quem sabe, não é a hora de Celso dar o troco? Enfim, até lá, muita coisa ainda vai acontecer (os dois podem nem se cruzar), mas o retrospecto assusta a torcida colorada.