quarta-feira, 24 de março de 2010

Uma segunda chance

Foto: Alexandre Lops (S.C. Internacional)

Dizem, todos merecem uma segunda chance na vida. Afinal de contas, quem não erra? O técnico do Inter, por exemplo, demonstrou clemência nesta quarta-feira. Depois de ser criticado publicamente pelo garoto Walter e ver um de seus comandados abandonar a barca, Jorge Fossati recolocou o diamante bruto do clube debaixo de sua asa novamente. Walter voltou a ser relacionado para o enfrentamento contra o São José, pelo Gauchão. Isso é bom. Assim, todos ganham! O time, a torcida, o próprio Walter e principalmente Fossati. Mas o retorno do atacante será fruto da piedade mesmo? Há quem guarde desconfiança da figura do bom samaritano. Eu sou um!

O Inter teve três jogos pela Libertadores da América. No primeiro, decepcionava o seu torcedor até metade do segundo tempo, quando Walter adentrou o campo e deu um passe magnífico para o gol salvador de Alecsandro. Depois disso, ocorreram os problemas psicológicos de Walter e ele sumiu. Desfalcou o Colorado contra Deportivo Quito e Cerro, onde dois empates deixaram a diretoria preocupada com o futuro do time. Foi aí que, menos de 24 horas depois do 0 a 0 contra o Cerro, Walter foi chamado de volta. Às pressas! Taison, Alecsandro, Edu, Kleber Pereira e Leandro Damião são cinco, mas não valem por um. Não conseguem dar potência ao ataque vermelho. E me aparecem com este papo de planejamento ainda por cima.

Walter, pelo que vimos, parece ser o melhor destes todos realmente. Porém, tem de ser lapidado ainda. É como papagaio que não cortam as asas: fala o que não sabe e voa assim que puder. E, mesmo assim, pode ser o porto seguro do Inter neste ano de 2010. Se não for ele, não será mais ninguém. E o clube sabe disso. A torcida sabe disso. E, principalmente, o próprio Walter sabe disso. Então, não adianta me vir com discursos de piedade. Walter está de volta para dar poder ofensivo ao Internacional!

Mas, se ainda assim, eu estiver errado, se realmente Walter está tendo a sua segunda chance, então podemos oferecer a mão a outros desafortunados. Paremos agora de criticar o uruguaio Jorge Fossati. Vamos acreditar que ele se arrependeu de tudo o que fez até agora. Que nunca mais escalará Bruno Silva como titular, que sacará Edu do ataque, que jamais escolherá D'Alessandro para deixar o campo no segundo tempo, e tantos outros erros que ele cometeu. Afinal, todos merecem uma segunda chance.

terça-feira, 23 de março de 2010

Sandro repete Falcão

Foto: Blog Terceiro Tempo

A venda do volante Sandro, do Internacional, de certa maneira repete o que se fez com Falcão trinta anos atrás. Claro, guardadas as proporções. São duas crias das categorias de base do clube, que assumiram a titularidade com pouca idade. Atuavam em posições defensivas do meio-campo, mas nem por isso deixavam de apoiar no ataque. E, o mais alarmante de tudo, foram vendidos em meio a uma Libertadores da América. E, pior do que serem vendidos, estas negociações foram anunciadas! Na verdade, ao divulgar o acerto com o Tottenham, da Inglaterra, claramente, a atual diretoria colorada repete o erro cometido há três décadas pelo então presidente José Asmuz.

No dia 21 de julho de 1980, o Conselho Deliberativo do Internacional se reunia para anunciar a oferta de 3 milhões de dólares da Roma, da Itália, por Falcão. A maioria dos conselheiros presentes na reunião concordou com a venda do craque. Quatro dias depois, a venda era concretizada e estampava a capa dos principais jornais do Estado. No dia 30, o Inter entrava em campo contra o Nacional, do Uruguai, para decidir a final da Libertadores. Resultado final: 0 a 0, no Beira-Rio. No segundo jogo da finalíssima, em Montevidéu, os uruguaios bateram o Colorado por 1 a 0 e se sagraram campeões da América. Há quem diga que a transação não influiu em nada. Que o grande problema foram as lesões de alguns jogadores importantes para o elenco, como Mário Sérgio e Batista, que atuaram no sacrifício. Mas nada tira do imaginário do torcedor que a venda de Falcão foi determinante para a perda do título.

Em 2010, o Inter não está na final do torneio sul-americano e nem o valor da negociação é parecido (são 10 milhões de euros por Sandro), mas a manchete é idêntica: "Meia do Inter é vendido durante a Libertadores". O destino também dos jogadores não será o mesmo. Falcão foi para a Itália, se tornar o Rei de Roma. Enquanto Sandro rumará para a Inglaterra, para que o Tottenham sirva de vitrine em um futuro próximo. Até a idade dos atletas é outra. Em 1980, Falcão tinha 27 anos quando deixou o Beira-Rio, já Sandro tem apenas 21. Talvez por isso se explique uma maior quantidade de títulos para o primeiro. Talvez não.

Bom, não se quer dizer com tudo isso que o problema é vender jogadores durante uma Libertadores - até porque a saúde financeira do clube muitas vezes depende disso. A questão é não divulgar esta venda. Em 2006, por exemplo, quando o Colorado levou o caneco para a casa, Tinga, Bolívar e Rafael Sóbis foram negociados antes mesmo da final contra o São Paulo, mas tudo não passava de especulação na mídia. Somente após guardar a taça no armário, o clube revelou as tratativas. Agora, entrega de bandeja a informação, deixando o torcedor frustrado e o jogador dividido. Cada vez menos acredito em um título do Inter nesta Libertadores.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Sequência é tudo

Foto: Edson Castro (Jornal Zero Hora)

Na vida da dupla Gre-Nal, a palavra do momento é sequência. Ela, que serve tantas vezes como desculpa para um mau momento de jogadores, serve como parâmetro para analisarmos a atual situação. Do lado vermelho, são quatro empates, enquanto o Grêmio não para de vencer. E, no entanto, as críticas são semelhantes. Como isso? Como pode uma equipe que vence há onze jogos ser criticada? Da mesma maneira que Fossati, com um elenco fortíssimo, não dá sequência a uma escalação, a um estilo de jogo.

Depois de ficar no 2 a 2 com o Pelotas, neste domingo, o Colorado teve mais um empate na sua biografia - o quarto consecutivo. Foi da mesma maneira contra Deportivo Quito, Veranópolis e Cerro. E, veja, em todos saiu perdendo (com exceção dos uruguaios, quando o placar terminou zerado). Dizem que de grão em grão a galinha enche o papo, mas no futebol esta história não dá certo. Se seguir assim, o Inter não vai longe nem no Gauchão ou Libertadores da América. E, o grande porém, é que o técnico colorado não consegue repetir uma escalação. Ou melhor, não repete porque não quer. Variou o esquema tático, mudou o lateral-direito, o meio-campo, a defesa, o goleiro, tudo! Aonde estão as convicções de Jorge Fossati?

No estádio Olímpico, um criticado Silas mantém o Grêmio nos trilhos. Repete a escalação continuamente, exceto quando atrapalhado por lesões. Tem nas mãos uma equipe, de certa maneira, limitada, e ainda escolhe por jogadores nem tão confiantes assim. O torcedor vai à loucura! Mas, apesar dos pesares, Silas encarrilhou uma sequência de onze vitórias consecutivas. Depois de iniciar a temporada aos tropeções, o Tricolor achou o caminho da felicidade, alcançando o último bom resultado contra o Ypiranga, neste domingo, de virada, por 3 a 1 (foto). Aliás, o Grêmio é a cara de Jonas. Limitado, desacreditado e atabalhoado, no entanto, eficiente. E isso é o que vale.

Se daqui a algum tempo, contra adversários mais fortes, o Grêmio vai empacar, aí é outra conversa. Eu, por exemplo, acho isso muito possível. Mas quem dirá que desta maneira, de viradas estupendas e vitórias contestadas, a equipe não chegará aos seus objetivos? Do mesmo jeito que podemos ver o Inter acertar o passo a qualquer hora. Porém, a maior das verdades, pelo menos neste momento, é que a sequência é tudo! Seja ela de vitórias, de empates ou de escalações. Ela descreve o que está acontecendo com o time.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Apenas coincidências não dão taça

Foto: Fernando Gomes

Antes mesmo da bola rolar pela Libertadores da América, o Inter vem se apoiando em coincidências. Ainda em dezembro do ano passado, logo após a confirmação do vice-campeonato do Brasileirão, o presidente Vitório Piffero relembrou que o clube voltava à competição continental novamente na condição de vice-campeão nacional e em ano de Copa do Mundo. As lembranças sobre 2006 (o ano dourado) começavam a vir à tona. E bastou a bola rolar para que outras tantas fossem desenterradas. A última delas nesta quinta-feira.

Pela transmissão de ontem, na rádio Viva News, do empate contra o Cerro fora de casa, tratei de relembrar a campanha colorada na conquista de quatro anos atrás. Veja bem, em 2006, na primeira fase, O Inter empatou dois jogos. Na altitude venezuelana, empatou em 1 a 1 com o Maracaibo. Já em território uruguaio, empatou em 0 a 0 contra o Nacional. Pois neste ano, empatou justamente em condições parecidas: 1 a 1 na altitude do Equador e 0 a 0 no Uruguai. Para os mais aficcionados, isso significa que as coincidências levarão o Colorado a uma nova conquista da América. Mas, convenhamos, os quadros são totalmente diferentes. Não é somente apostando nas semelhanças que o clube chegará ao título. Falta muita coisa ainda, principalmente o futebol apresentado naquela época.

Por exemplo, analisemos como o Inter de Fernandão e Cia encerrava o primeiro turno da Libertadores (que é exatamente o estágio onde nos encontramos hoje). Em 2006, os colorados largaram com um empate fora de casa, contra o Maracaibo, como já dissemos. Na segunda rodada, recebeu o Nacional do Uruguai no Beira-Rio e venceu por 3 a 0. Depois, foi ao México bater o Pumas por 2 a 1. Ou seja, há quatro anos, os comandados de Abel Braga somavam sete pontos, liderando a sua chave - diferente dos subordinados à Jorge Fossati.

Não queremos dizer com isso que o futuro deste ano será diferente do que já foi outrora. O grande porém é que não se pode apenas apoiar-se nas coincidências, sem esquecer que o principal não está acontecendo. O Inter dentro de campo não lembra nem de longe aquele de outros tempos. Começando pelo próprio esquema tático. Se Fossati permanecer com o 4-4-2 utilizado em Rivera, pode ser que algo maior apareça no horizonte vermelho. No entanto, ele não dá indícios de que esteja disposto a baixar a cabeça para o senso comum. Prova disso foram as substituições feitas contra o Cerro. Sacou D'Alessandro e Giuliano da partida, morrendo abraçado com Edu (foto) e Alecsandro. Resta saber até quando essa situação vai sobreviver.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Turismo em Porto Alegre

Foto: Marcos Bezerra (Futura Press)

O Grêmio bem que tentou. Insistiu em matar o duelo contra o Votoraty já na partida de ida. Mas não deu. E não pelas qualidades do adversário. O resultado simples, de 1 a 0, só aconteceu graças ao péssimo estado do gramado. Estádio Domenico Paolo! Confesso que esquecerei este nome amanhã, mas lembrarei para o resto da vida o campo careca em que o Grêmio foi obrigado a jogar hoje.

Aliás, tudo foi horripilante nesta quarta-feira. O horário da partida, a qualidade e até mesmo o nome do clube. Nunca fui fã dos clubes de futebol com nome de empresa. Mas, fazer o quê? O Grêmio não matou o seu inimigo e eles compraram a passagem para visitar Porto Alegre no dia 31.

Mas também não se pode lamentar. Pelo menos o Tricolor venceu. Tivesse perdido, a situação era de lamentações. Veja o caso do Inter no ano passado, por exemplo, quando foi derrotado pelo União Rondonópolis e sofreu para despachá-lo no Beira-Rio. Caso semelhante ao do próprio Grêmio, que perdeu para o Atlético Goianiense em Goiás e acabou sendo eliminado nos penaltis em pleno estádio Olímpico. A Copa do Brasil é assim mesmo, ao mesmo tempo que é democrática, é traiçoeira. É o torneio certo para que os Davis apareçam diante dos Golias. Daí saem as revelações do novo futebol brasileiro, que conquistam seus 15 minutos de fama. Mas agora o Votoraty não assusta. Não será ele o clube que interromperá a sequência de vitórias no caldeirão do Olímpico. Não há de ser. Se times do quilate de Flamengo, Corinthians e Cruzeiro não o fizeram, o Votoraty não levará. Arrisco-me a dizer que o Grêmio já está na próxima fase do certame.

Agora sim, passando é outro patamar. Se por um lado o time do técnico Silas não precisará por seus pés em gramados que mais parecem campo de batalha do Afeganistão, terão de duelar com equipes melhores. Haja vista o próximo cruzamento: Avaí ou Coritiba. Nesta quarta, eles fazem o jogo de ida, em Florianópolis. E aí, mesmo que sejam equipes de segunda linha do futebol nacional, podem assustar o torcedor gremista. Até porque, apesar dos pesares, o time tricolor está longe de encher os olhos. Convenhamos!

Portanto, no próximo dia 31, o Votoraty vem fazer turismo em Porto Alegre. Tirar fotos diante da estátua do Laçador, visitar o brique da Redenção e passear no estádio Olímpico. Os possíveis verdadeiros rivais saem da partida de logo mais, às 21h50min: Avaí e Coritiba. Essa sim, torcedor gremista, assista!

terça-feira, 16 de março de 2010

O porquê da existência do 3-5-2

Foto: Alexandre Lops (S.C. Internacional)

Desde que existe a palavra "sistema tático", se discute de que maneira as equipes devem atuar. São diversos estilos, como o WM da Hungria, futebol total da Holanda e diversas outras denominações. O interessante é que mais importante que dispor os homens em campo, é explicar o porquê por tal escolha. Até mesmo para jogar botão, tem de se saber por que está se deslocando um atacante para o lado ou se recuando um meio-campista. Portanto, não deveria ser diferente na vida real. E é justamente por este dilema que passa o técnico colorado Jorge Fossati.

O uruguaio quer escalar de qualquer maneira o 3-5-2, sem conseguir justificar o porquê disso. Aliás, as últimas atuações do Inter já demonstraram para todos os críticos que o time está jogando de maneira errada. Giuliano, Andrezinho e D'Alessandro brigam por uma vaga só. Enquanto Bolívar, Sorondo, Índio, Fabiano Eller e até mesmo Juan vêm atuando de forma sequencial. No São Paulo campeão do mundo, por exemplo, o grande trunfo do 3-5-2 eram os alas que subiam para apoiar no ataque. E se Bruno Silva e Kléber não têm liberdade para subir à linha de fundo, não há porque utilizar este esquema tático no Beira-Rio. Outro grande exemplo é o Grêmio de Celso Roth, vice-campeão brasileiro em 2008, onde os volantes subiam para o ataque e se transformavam em elemento surpresa. No Inter, Sandro e Guiñazu têm a missão de resguardar o trio defensivo colorado. Ou seja, não tem porquê!

Agora, o esquema 4-4-2, muito pelo contrário, tem mil e um motivos para ser utilizado pelo Internacional. E o mais forte deles é o poder do meio-campo. Se não conseguir conquistar o setor intermediário, o Colorado não domina o adversário. Por essas e outras, em Rivera, na próxima quinta, Fossati será obrigado a utilizar quatro homens no meio contra o Cerro. Se mantiver o medo de perder, será amassado pelos castelhanos, assim como já aconteceu contra o Deportivo Quito. E o pior de tudo é que o goleiro Abbondanzieri, que salvou tudo no Equador, é dúvida para esta rodada. Até quando o Inter vai confiar na sorte?

Está mais do que na hora de Fossati amolecer as suas convicções errôneas, ou pode nem retornar à Porto Alegre. Ficará em Rivera mesmo, com passagens compradas de volta para Montevidéu, para a sua casa.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Respingos do Gauchão

Foto: Mauro Vieira (Jornal Zero Hora)

Quem disse que o Gauchão não vale nada? Por que se desfaz tanto do Campeonato Estadual do Rio Grande do Sul? Já está mais do que comprovado que, mesmo que não seja levado tão a sério, o resultado obtido no certame pode influir na vida da dupla Gre-Nal. Tire o Gauchão do ano passado como exemplo. O então treinador gremista Celso Roth dizia aos quatro cantos que a prioridade era a Libertadores da América. Acabou perdendo três clássicos, sendo eliminado precocemente da competição e, pior que isso, viu seu rival ser bicampeão. Por consequência, se afundou em depressão e caiu também no torneio sul-americano. E, neste ano, parece, estamos vendo a história se repetir - no entanto, de maneira inversa.

O Internacional, sob o comando de Jorge Fossati, definitivamente não convence o seu torcedor. Até agora as atuações do Colorado não dão amostras de que o futuro pode ser recompensador. Alguns dizem que a culpa disso tudo está no esquema tático adotado pelo comandante uruguaio. Pode ser que seja. Afinal de contas, o clube possui três dos melhores meio-campistas que o Brasil possui atualmente - D'Alessandro, Giuliano e Andrezinho. E, mesmo assim, utiliza apenas um deles em cada jogo. Tudo por conta do tal esquema 3-5-2 (ou 3-4-1-2, como Fossati insiste em chamar). Pois o enfrentamento contra o Veranópolis, neste domingo, deixou uma verdade escancarada: D'Alessandro deve ser titular do meio-campo. Graças a ele, e tão somente por causa dele, o Inter arrancou o empate com o VEC. Cavou e cobrou o penalti que somou mais um ponto à tabela colorada. Agora, não se pode querer que o argentino entre e Giuliano saia. Ele deve ser agregado à equipe! Mas quem poderá sair? Eu dou duas opções e o torcedor escolhe. Ou sai o atacante Edu, ou deixa o time um dos três zagueiros. Meu voto é na defesa. Aliás, a meu ver, Edu também já não merece a titularidade. Mas isso são outros 500.

Enquanto um retorna à equipe, outro pede passagem, mas do lado oposto. No Grêmio, a atuação de Maylson diante do Inter-SM é de convencimento. Em uma vitória de 3 a 0, o jogador foi autor de dois gols. Poderia se argumentar que ele teve apenas sorte, porém, é nosso dever lembrar que ele vem se destacando todas as vezes que ingressa em campo. Quem não lembra do Gre-Nal de Erechim, quando o meia soltou um petardo no travessão colorado no último minuto de jogo? Por isso, ele merece a titularidade! Que se aproveite a maré de azar que vem afastando os craques por lesões, e se dê a merecida chance a Maylson. Ele tanto pode jogar como volante, como terceiro homem do meio. Aliás, é nesta vaga que eu o encaixaria. Maylson seria a surpresa vinda de trás, que hoje o Grêmio não tem em seu time titular.

Pois bem, sigamos dizendo que o Gauchão não vale nada. Pode até não dar tanta visibilidade aos clubes da capital, ou tanto dinheiro aos campeões. Porém, é indiscutível os respingos que caem dele e que afetam as percepções sobre o futuro. Ou você ainda acha que, pelo pouco que vem mostrando, o Inter tem chance de ser campeão da Libertadores? Ou ainda, com tanta irregularidade, o Grêmio poderá vencer a Copa do Brasil? O Gauchão é o termômetro da dupla Gre-Nal.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Pato sabe como ganhar, o resto não

Foto: Agência EFE

O empate do Inter contra o Deportivo Quito no início da madrugada desta quinta para sexta, escancarou a realidade da equipe colorada. Pato Abbondanzieri sabe como se ganha Libertadores. Já o resto do elenco, nem tanto. Antes da partida, muito se alegou sobre a altitude e a crise do oponente. No entanto, pelos próprios erros do Colorado, os mil e tantos metros acima do nível do mar passaram imperceptíveis. Aliás, quem quer erguer a taça das Américas tem de se sobrepor a essas dificuldades. E o Inter não conseguiu. Foi um gatinho em meio aos leões. Todos os quatorze jogadores que entraram em campo, menos o arqueiro argentino.

Não é à toa que Abbondanzieri tem três títulos deste torneio em seu armário particular. Contra o Deportivo, Pato carregou o time nas costas pelas montanhas de Quito. Catimbou quando era necessário, fez milagres exuberantes como há tempos não se via, e foi a liderança que se fazia ausente. Por exemplo, no momento em que o aspirante a árbitro assinalou uma penalidade inexistente, Pato não ficou batendo boca com o juíz, como a maioria. Correu até o assistente e pediu clemência às autoridades que ainda enxergavam. Por causa dele o Inter não retornou à Porto Alegre com uma derrota na bagagem. E não só por este lance. Cabem aqui também referências aos voos que fecharam a meta colorada nos momentos oportunos. Abbondanzieri, sem dúvida nenhuma, sabe como se ganha uma Libertadores. E poderá levar o Inter ao bi da América.

No entanto, quem não sabe são os outros. Pelo menos aqueles que estiveram em campo contra os equatorianos. Bruno Silva acreditou na lorota de que é lateral-direito, quando não passa de um volante limitado. Juan tremeu nas bases do início ao fim da partida. E Fossati... bom, esse vai morrer enforcado no esquema 3-5-2 e o atacante Edu ainda será seu carrasco. É de irritar o modo como o treinador uruguaio elogia a atuação da sua equipe quando, visivelmente, o Inter está se safando por obras do acaso. E não é de hoje! Foi assim contra o Grêmio e contra o Emelec. Mas o castelhano age como burro quando empaca. Não move um dedo.

Por isso, o atual momento do Inter pode ser resumido na velha frase: "quando um não quer, dois não fazem". Contudo, a situação colorada é mais grave. Pois enquanto Abbondanzieri está a fim de colocar mais uma faixa no peito, uma comissão inteira não quer. Alguém aposta que o time ainda vai longe na competição? Se tudo continuar como está, é questão de tempo para o Beira-Rio cair em desgraça.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Um clássico para os equatorianos

Foto: Leandro Behs (Clicesportes)

Apesar do frio sentido na altitude da capital do Equador (perto dos 10ºC), o Inter tem de entrar fervendo na partida desta noite. Apesar de ser Libertadores, o Colorado não estará com o sangue fervendo, como o próprio Deportivo Quito estará. E digo isso por dois motivos. O primeiro deles é que os equatorianos vem de derrota. Na primeira rodada, o Deportivo foi à Montevidéu e sofreu derrota de 2 a 0 para o Cerro, do Uruguai. O Inter, por sua vez, já tem três pontos na tabela de classificação, pois ganhou do Emelec no Beira-Rio. Portanto, os equatorianos chegarão bufando ao estádio Atahualpa nesta quinta. Agora, o segundo motivo é o mais preocupante de todos.


Algum colorado conhece um dos onze titulares do Deportivo Quito? Sabia que o nome do goleiro é Ibarra? Que existe um meio-campista chamado Saritama? Quem é o centroavante chamado Borghello? Aliás, a figura mais conhecida da equipe é o treinador, que é o argentino Insúa, ex-jogador. E só. Por essas e outras podemos avaliar que o Colorado irá voltar para Porto Alegre com uma vitória fácil na bagagem. Porém, ao contrário do Inter, os torcedores do Deportivo Quito conhecem o time brasileiro. Sabem quem é o goleiro Abbondanzieri, o zagueiro Sorondo, o meia D'Alessandro e, principalmente, conhecem o técnico Jorge Fossati. Não só conhecem, como já jogaram contra e são inimigos, rivais. Há bem pouco tempo, Fossati dirigia a LDU - que para quem não sabe é de Quito e, portanto, rival do Deportivo.


Imagine você, um colorado, cruzar por uma equipe na Libertadores treinada por Luiz Felipe Scolari. Ou seja, simplesmente o cara que deu os maiores títulos ao clube rival. Não iria exigir que seus jogadores dessem o sangue para derrubar o adversário histórico? Ou gostaria de ver o antigo inimigo comemorar vitória em sua casa? Então, inflamada pela torcida, os equatorianos entrarão espumando no gramado. Ibarra, Saritama e Borghello se desdobrarão em cinco para quebrar o time de Jorge Fossati. E nem se importarão quais os jogadores estarão do outro lado do campo.


Caberá ao Inter se manter de fora dessa briga. Duelar para somente voltar ao Brasil com seis pontos na tabela e liderando o grupo 5. E mesmo sem Bolívar, o general, dentro de campo, o Colorado saiba jogar com estrategias inteligentes. Que se matem Emelec, Deportivo Quito e Cerro!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Gripe A tiraria o Inter da Libertadores

Foto: Juliano Schüler (Clicesportes)

O Inter desembarcou na noite de ontem em Guayaquil, no Equador. Está se preparando para subir a altitude de Quito na quinta-feira, quando enfrentará o Deportivo Quito pela segunda rodada da Libertadores. Reafirmo, estamos somente na segunda rodada do certame. Porém, terminasse hoje a primeira fase, o Colorado estaria desclassificado. Isso mesmo, estaria fora da fase seguinte, consequentemente findando o sonho do bi da América. E eu explico.

Em 2009, quando o Inter não participava, a Libertadores sofreu um duro golpe. Estávamos no auge da preocupação com a gripe A (H1N1) - a famosa "gripe suína". Sendo assim, alguns clubes se negaram a viajar até o México, marco zero da epidemia. E, assim, os mexicanos San Luís e Chivas Guadalajara se sentiram no direito de se retirar do torneio. Porém, para compensar o prejuízo, a Conmebol proporcionou aos dois clubes a participação direta na competição deste ano. Desta maneira, eles não precisam jogar a fase classificatória e entram direto na segunda etapa. Por isso, na edição deste ano, se classificam os oito melhores colocados, mais os seis melhores segundo lugares de cada chave. Em anos anteriores, eram 16 equipes que passavam adiante. Em 2010, serão 14.

Ao bater o Emelec no Beira-Rio, na primeira rodada, o Internacional assumiu o sexto posto, ou seja, a última vaga entre os classificados. No entanto, na abertura da nova rodada, ainda ontem, o clássico entre as Universidades do Chile e Católica tirou do Colorado a condição de classificado. Os chilenos ficaram empatados em 2 a 2 e, com isso, o Universidad do Chile passou a quatro pontos, assumindo a liderança do grupo 8. Terminasse hoje o torneio, o Inter teria a sétima melhor campanha entre os segundos colocados. Universitário, Estudiantes, Nacional, Flamengo, Cruzeiro e São Paulo passariam adiante. Inter e Racing, do Uruguai, ficariam pelo caminho por causa do número de gols marcados (critério de desempate).

Claro, reafirmo, estamos no início do torneio. Tanto é que amanhã o Inter fará recém sua segunda partida. Porém, veja a gravidade do problema, a seriedade com que o Colorado deve encarar esta competição. Um mínimo escorregão, pequenos detalhes, podem desclassificar um clube. O Inter poderia repetir o ano de 2007! Se fizer a sua parte, óbviamente, o clube gaúcho não precisará se preocupar com a situação dos demais. No entanto, fosse o dia 10 de março a data para o final da primeira fase, o Inter estaria fora da Libertadores. E por culpa da Gripe A, ainda por cima. Quem diria!

terça-feira, 9 de março de 2010

Segue o calvário de lesões

Foto: Rodrigo Berbigier (Clicesportes)

Mais uma lesão desfalca o Grêmio. Depois de ficar sem Souza, Lúcio, Leandro e Borges, chegou a vez de Hugo tombar no gramado do estádio Olímpico. O meia deixou o treino desta manhã com dores na coxa direita e ficará por fora durante três semanas. Até lá, o técnico Silas terá de se contentar com Maylson e Mithyuê para a função. Veja bem, dos onze titulares escalados no primeiro amistoso da temporada, contra o São Paulo do Borgo, em Bento Gonçalves, cinco estão fora de combate. Os quatro são-paulinos do meio, por exemplo, estão fora. Justamente eles que eram o grande trunfo do Grêmio nesta temporada. E agora, onde está a grande virtude do Tricolor? Embaixo das traves de novo?

É quase inadmissível discutir o trabalho do preparador físico Paulo Paixão. Multicampeão com Grêmio, Palmeiras, Inter e até mesmo com o CSKA Moscou, Paixão está acima de toda e qualquer suspeita. Fosse um mau profissional, não estaria na Seleção Brasileira. Mas aí está todo o porém. Paulo Paixão está na Seleção Brasileira, focado totalmente na preparação de Kaká, Luís Fabiano e Robinho, que vão à África do Sul. Enquanto isso, no estádio Olímpico está Anderson Paixão, filho do ícone, e que (para mim) é um eterno aprendiz. Vale lembrar, Anderson passou por quase todos os clubes em que o pai trabalhou. E, quando teve a chance de desligar o cordão umbilical, nunca provou nada. Tomamos como maior exemplo o Bahia e o Caxias.

Mas, afinal de contas, o que está acontecendo com o Grêmio? Será falta de feijão? Será uma carga pesada de exercícios que estoura joelhos e músculos no estádio Olímpico? Ou, simplesmente, é tudo uma grande coincidência? Por mais que os médicos do clube, Alarico Endres e Márcio Bolzoni, tentem diminuir a gravidade do problema, dizendo que está tudo dentro dos conformes, o torcedor não consegue se acalmar. Não se pode acreditar que três lesões musculares e dois rompimentos ligamentares de joelho façam parte do trabalho futebolístico. E nisso deixamos as outras pequenas lesões e cansaços musculares de lado. Apenas seguramos os problemas maiores, com períodos de desfalques preocupantes. Está tudo dentro dos conformes então?

Bom, posso estar errado, mas quando um time não consegue repetir escalações, tendo como causa principal a sequência de lesões, a culpa é do preparador físico.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Final de semana dos goleiros


Foto: Alexandre Lops (www.internacional.com.br)


Quem estava com medo das atuações de Abbondanzieri (foto), pode respirar tranquilo. Neste domingo, na vitória de 1 a 0 do Inter sobre o São Luiz, o argentino levou o time nas costas e segurou o empate até os 41 minutos do segundo tempo - e a vitória nos quatro minutos finais. No sábado, a estrela de Victor também já havia brilhado quando o Grêmio bateu o Porto Alegre, também pelo placar mínimo. Foram partidas exuberantes dos arqueiros da dupla Gre-Nal, fazendo valer a velha sentença: um bom time começa pelo goleiro.

O porém é que a recíproca não tem sido verdadeira. Tanto Inter quanto Grêmio têm tido atuações sofríveis. Estão vencendo, o Tricolor ainda é o campeão do primeiro turno, mas nada disso convence o torcedor de que as equipes terão vida sossegada pelos certames. Do lado azul, a verdade que resta, desde a finalíssima contra o Novo Hamburgo, é que fosse o adversário um pouco mais forte, o resultado poderia ter sido outro. Já para os vermelhos, a Libertadores da América, que é o maior sonho da temporada, fica cada vez mais distante ao analisar as atuações do time escalado por Jorge Fossati. Nada convincente!

Vale ressaltar que as duas equipes entraram em campo neste final de semana com suas equipes reservas - mistas, no máximo. O Grêmio segue experimentando Mário Fernandes na zaga, enquanto o Inter observa um ataque formado nas categorias de base que é simplesmente nulo. Outras boas percepções foram os gols que deram a vitória. O centroavante William e o ala-esquerdo Eltinho, ambos marcaram pela primeira vez com as camisas de seus clubes. Mas foi só! Nem isso chega a empolgar a torcida.

E aí se chega à conclusão de que ser goleiro é realmente comer o pão que o diabo amassou. Todas as verdades sobre a posição maldita, de que até mesmo o lugar onde se pisa não nasce grama, foram comprovadas neste final de semana. Abbondanzieri e Victor tiveram atuações de luxo e foram os principais nomes de suas equipes. Mesmo assim, as críticas choveram. Claro, não para os arqueiros, mas para o time inteiro. E, convenhamos, quando os guardadores de metas aparecem demais, algo está errado. E existem coisas erradas na dupla Gre-Nal.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Alguém pague as minhas dívidas

Foto: Reprodução TV COM

Walter finalmente apareceu. Mais uma vez não quis gravar entrevistas, mas apareceu. Foi visto ontem, durante a partida entre São José e São Luiz, no estádio Passo D'Areia. Justamente no lugar onde foi revelado para o futebol. Sim, pois para quem não sabe, antes de vestir a camisa colorada, o atacante era jogador do Zequinha, de Porto Alegre. E lá ele foi visto, como se fosse um "qualquer". Um simples torcedor, como todos nós.

A história de Walter se confronta com a de Adriano, no ano passado. Ninguém sabia o que fez o Imperador sumir de Milão. Tratado com regalias de astro, o jogador preferia frequentar boates do que jogar futebol. Tinha períodos de depressão e desaparecia do mapa. Alguns diziam que era por causa da morte do pai, ocorrida meses atrás; outros, mais maliciosos, apontavam até envolvimento com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Pois ele voltou à casa, ao Brasil, e foi jogar no Flamengo. Hoje, campeão brasileiro e artilheiro do último campeonato nacional, Adriano começa a dizer que está pronto para retornar à Europa. É mais ou menos assim que Walter está agindo. Ele quer ser um Adriano Imperador.

Acontece que o Inter de Porto Alegre não é azul e não fica na Itália. Acontece que antes de se isolar do mundo, Adriano mostrou seu potencial, inclusive, com a camisa da Seleção Brasileira. Walter não. Há poucos dias era só mais um no time B do Internacional. Aos poucos, quando estava se encaminhando para roubar a titularidade no time principal, fez beicinho e resolveu não aparecer no estádio Beira-Rio. Mas por quê? Assim como na história do Imperador, surgem diversas hipóteses, como falta de dinheiro, problemas de saúde da mãe, briga com o técnico Jorge Fossati e pura indisciplina mesmo! Na realidade, é um conjunto de tudo isso.

O que mais me espanta é ler a seguinte manchete: "Empresário paga as dívidas de Walter e família". Poxa vida, quanto ganha Walter? Ele não é um pobre bicho que não tem dinheiro nem para pagar a conta da luz! Talvez tivesse em tempos atrás. Mas isso passou. E, aliás, os velhos tempos podem retornar se ele continuar com este comportamento. Mas alguns milhares de reais eu tenho certeza, a conta bancária dele deve receber mensalmente. E como não sobra dinheiro para a família?! Com o que ele gasta?! Sei, isso é uma questão da vida particular do atleta, mas se atrapalha no âmbito profissional, que, por sua vez, interfere na vida de sócios e torcedores do clube, Fossati estava certo. Está faltando profissionalismo a Walter. Do contrário, eu quero que paguem as minhas contas também!

quinta-feira, 4 de março de 2010

O pagador de promessas

Foto: Gremio.net
A dupla Gre-Nal cumpriu com seus compromissos na primeira rodada da Taça Fábio Koff. O Inter, jogando em casa, não poderia ter outro resultado senão uma goleada sobre o seu adversário - o Santa Cruz do novo técnico Mazaropi. Já do Grêmio não se esperava algo diferente. Mesmo jogando fora de casa, o adversário Avenida (último colocado na classificação geral) não podia oferecer perigo à equipe gremista. Por ora, até chegou a assustar o torcedor, que via dentro de campo uma equipe mista. Mas nada para se alarmar. Agora, dentre todos, o maior cumpridor de promessas foi o lateral-direito Edílson, estreante gremista.

Quando apresentado no estádio Olímpico, o ex-jogador da Ponte Preta disse que costuma estrear e marcar gols. Se disse também um ótimo cobrador de faltas. Mas, bastou a primeira promessa para que a torcida tricolor ficasse com uma pulga atrás da orelha. Como que um atleta ousa firmar compromissos antes mesmo de entrar em campo? Pois ele adentrou e foi um dos melhores, senão o melhor, no estádio dos Eucaliptos. O segundo gol foi dele e no terceiro, de Jonas, 80% também está sob o nome de Edílson - já que coube ao atacante apenas escorar para o fundo das redes um cruzamento primoroso. Pois agora existe um lateral-direito no Olímpico. Não será mais preciso improvisar Ferdinando, Maylson, Henrique e, principalmente, Mário Fernandes. Com a chegada de Edílson, o jovem garoto Mário está com a passagem comprada para atuar na zaga.

Agora, não podemos nos exaltar demais. O Grêmio enfrentou ontem o Avenida, e não o Chelsea, da Inglaterra. O time de Santa Cruz do Sul é lanterna do Gauchão! Portanto, a atuação de qualquer jogador gremista deve ser analisada com descontos. Até porque, quem não lembra de Paulo sérgio e Ruy? Os últimos laterais-direitos que passaram por ali iniciaram muito bem, mas desapontaram o torcedor ao longo do tempo. O primeiro, Paulo Sérgio, iniciou 2008 a todo vapor. Fazia gols de falta, ia à linha de fundo e cruzava. Pois bastou o Grêmio cruzar com adversários um pouco mais fortes, como o Juventude de Mendes e Lauro, para que sumisse o ala direito. Já Ruy, o famoso "Cabeção", fez gol logo na estreia também. No empate em 1 a 1, contra o Inter-SM no estádio Presidente Vargas, foi do ex-camisa 2 o primeiro tento no Gauchão de 2009. Depois, em plena Libertadores da América, acabou sendo "expulso" a chibatadas do estádio Olímpico.

Mas assim é a vida de um jogador de futebol. Ídolos, geralmente, se tornam após a aposentadoria. Durante a carreira, matam um leão por dia. E assim será com Edílson. Depois de pagar a primeira promessa, terá de cumprir com a expectativa depositada pela torcida tricolor.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Festa na Avenida

Foto: Gremio.net
Geralmente, quando se ganha um título de expressão, se desfila em cima do caminhão de bombeiros pela avenida principal da cidade. Foi assim com as Seleções Brasileiras campeãs do mundo, com o Inter campeão mundial e o Grêmio em suas conquistas continentais e mundial. Porém, nesta quarta-feira, três dias após conquistar o primeiro turno do Gauchão, o Tricolor Porto-Alegrense tentará passar por uma avenida. Não uma asfaltada, com sinalizações ao longo do caminho. Será o Avenida, de Santa Cruz do Sul, último colocado na classificação geral.

E, para infelicidade do Periquito (carinhosamente apelidado), enfrentará de cara o grande campeão da Taça Fernando Carvalho. É um duelo de Davi e Golias. Ou pelo menos deveria ser. Digo isso porque nem o Avenida é uma galinha morta, assim como o Grêmio não é tão imbatível assim. Aliás, para alguns, nem merecia o título estadual. E, para piorar a situação, o técnico Silas deve mandar um time a campo totalmente novato. O lateral Edílson e o zagueiro Rodrigo devem estrear com a camisa gremista. Adílson retornará de lesão na vaga do agora herói Ferdinando. Maylson e William ganham as camisas de Douglas e Borges - poupado e lesionado, respectivamente. Será um carnaval na Avenida!

Do outro lado, o time da capital encontrará uma delegação desesperada. Em oito jogos, o Avenida perdeu sete, conquistando o único ponto na última rodada ao empatar com o Caxias dentro de casa. Por essas e outras, o clube está com um pé e meio na Segundona Gaúcha. Mas, o Grêmio não tem nada a ver com isso, e passará por Santa Cruz do Sul descompromissado. Com o alívio de ter se garantido na decisão do campeonato. Resta saber se Mário Fernandes tomou o seu café da manhã nesta quarta-feira, pois muito provavelmente ele atuará na zaga ao lado de Rodrigo. Na verdade, quem parece que não toma café, e sim outras bebidas no desjejum, é o técnico Silas, que perde uma chance incrível de estabelecer de uma vez por todas o time titular. Enquanto isso, o Grêmio segue passeando na Avenida Gauchão.

terça-feira, 2 de março de 2010

O Inter precisa contratar um exorcista

Foto: Arquivo S.C. Internacional



Walter segue sumido do estádio Beira-Rio. Desde sexta-feira ele não dá a cara nos treinamentos do Internacional. Segundo informações de amigos, ele está trancafiado em seu apartamento e só recebe a namorada. Empresários, dirigentes e imprensa (todos!) foram ao prédio, localizado no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, e acabaram sendo barrados pelo porteiro. Mas afinal de contas, o que está acontecendo com Walter? Uns dizem que ele estaria assediado por empresários, outros que problemas financeiros com a sua mãe estão lhe preocupando e, a mais convincente de todas as opiniões, se refere às críticas feitas ao garoto pelo técnico Jorge Fossati.

Acontece que veio à tona uma história de bastidores do clube. Contam os cupins do Beira-Rio que, na véspera do enfrentamento contra o Emelec, Walter teria se ausentado após o jantar na concentração, desrespeitando as normas coloradas. Assim, estaria errado Fossati em cobrar mais profissionalismo do garoto? Há quem pense que a cobrança não deveria ser feita através dos microfones. Mas, imagine a cabeça do comandante uruguaio, onde pipocam perguntas sobre o porquê da permanência de Walter no banco de reservas. Chega o momento que a paciência escorre pelo ralo e o treinador revela: ele não está sendo profissional! A partir de então, outras histórias vêm à tona. Walter estaria cinco quilos acima do peso, vivendo de lanches de esquina e não do cardápio elaborado pela nutricionista colorada. Também, o clube chegou a contratar uma professora particular para adiantar os estudos do jovem atleta. Pois ele foi a apenas uma aula e nunca mais apareceu.

Em meio a todo este contexto, o vice de futebol Fernando Carvalho perdeu a paciência. Walter será punido com uma multa salarial, afastado do grupo principal e, ainda por cima, tirado da lista da Libertadores a partir da segunda fase. Tudo isso é boataria, mas, convenhamos, não seria exagero se verdade. Claro, o Inter perde um grande jogador. Mas o que vale mais: um grande jogador ou uma má personalidade? E isso é tão importante porque Walter era a grande aposta do clube para 2010 e, quem sabe, para o futuro dos cofres vermelhos. Ainda em março de 2009 - ou seja, um ano atrás - o clube recebeu uma proposta pelo jovem atacante. O Manchester United teria oferecido 5,5 milhões de euros para levá-lo à Inglaterra. O Inter achou muito baixo o valor, pensando que ao esperar mais algum tempo ele seria valorizado. E assim, com a teimosia do atacante, está perdendo um bom dinheiro, além de um jogador com potencial estupendo. Portanto, Walter, que chegou a ser comparado a Claudiomiro "Bigorna", não passará de um novo Chiquinho ou uma eterna promessa.

Aliás, Walter precisa é de um exorcista. Quem não lembra do filme de terror, quando o padre entra no quarto onde a menina Regan MacNeil está deitada? Walter não vira a cabeça para trás nem sacode a cama. Mas, sinceramente, assusta com estas atitudes.