sábado, 31 de março de 2012

Tudo bom?

Seja no Beira-Rio ou no Olímpico, aonde estiver, Celso Roth costumeiramente era recebido com um “bom dia” dos repórteres. Com o sarcasmo que já lhe é característico, certa vez respondeu: “Vamos ver se será um bom dia!”. Os mais exaltados da imprensa encararam a resposta como um sintoma de mau humor, mas é uma pura manifestação de sinceridade.

Veja Dorival Júnior. Nesta sexta-feira, na abertura da coletiva de imprensa, um colega ao vê-lo adentrando a sala de entrevistas dirigiu-lhe um “tudo bom”. A resposta veio imediatamente: “Tudo bom? Eu estou com 6 no DM e tu me pergunta se está tudo bom?”. A sala inteira riu. Mesmo que o cálculo do técnico considere Oscar no Departamento Médico, revela a preocupação colorada de acordo com as lesões de Dátolo, D’Alessandro, Guiñazu e Kleber. Tudo isso às vésperas de encarar o Santos. O Canoas, neste domingo, nem é dos piores adversários.

A ‘miudinha’ que bate no Inter é ainda pior no Grêmio - ou, digamos que é mais grave. Além de Kleber e Gilberto Silva, que deixaram os campos de futebol nas duas últimas rodadas com lesões sérias na perna e nariz, respectivamente, um novo atleta teve diagnosticada uma fratura. A bola da vez são as costelas do zagueiro Werley. É menos um para os confrontos contra Pelotas e Ipatinga. A bruxa está solta por Porto Alegre! Já tem gente dizendo, por mais maldade que exista no comentário, que tudo isso é 'vudu' do uruguaio Sorondo, o primeiro a tombar no início da temporada. Mesmo que não seja, é melhor não dar mole. Chama o batuqueiro de uma vez!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Fraturas acontecem

Foto: Neco Varella (UOL)

Quem sabe o Grêmio contrata um batuqueiro para visitar o Estádio Olímpico? Não há explicação para tantas fraturas na equipe gremista. Parece hospital de guerra: a cada batalha, há um paciente ferido na mão dos médicos. Contra o Cruzeiro-PA, Kleber quebrou a fíbula da perna direita. Nesta quinta-feira, foi a vez de Gilberto Silva deixar o gramado com o nariz sangrando, diante do Avenida. Nem viu os 4 a 0 serem finalizados. Será só zica?

Basta analisar os dois lances friamente e sem paixão clubística (seja do lado que for) para ver que não há intenção de lesionar os jogadores gremistas. Mesmo assim, sei que vai ter uma voz a se levantar e acusar o Gauchão de violento. Só não posso crer que desta vez tenhamos coletiva do presidente Paulo Odone ameaçando tirar o time principal do certame. Faça-me o favor!

Quando se critica o campeonato estadual, é como se tivéssemos estupendos torneios sendo organizados por aí. Se o Gauchão é violento, vou lembrar de lesões que aconteceram durante o Brasileirão. Se alguém acusar os campos do interior de serem “pelados”, vou recordar que as condições sintéticas e acima do nível do mar da Libertadores também não são das melhores. E, se mesmo assim, ainda quiserem colocar o Grêmio reserva no restante das rodadas, que o façam de uma vez. Só tenho a lamentar pelos inúmeros sócios que não moram em Porto Alegre e adorariam ver seu time do coração visitando o município. Ah, e cancelem o batuqueiro!

Com que roupa Naldo vai?

Não chega a ser uma festa. Talvez só de despedida, mas esta vai acontecer na Alemanha. Mais precisamente em Bremen, onde Naldo é ídolo do torcedor do Werder. O zagueiro, ao que parece, está realmente de malas prontas para voltar ao futebol brasileiro. Agora só resta saber qual será a cor da roupa que ele vestirá por aqui: o azul do Grêmio ou o vermelho do Inter?

Os dirigentes colorados juram que não fizeram nenhum contato e sequer pensam em trazê-lo neste momento. Mas, vale lembrar, foi o clube do Beira-Rio que esteve mais próximo de anunciá-lo no início da temporada. Os torcedores chegaram a sonhar com a zaga Índio e Naldo. Desta vez é o Tricolor quem entra forte no páreo. Segundo o diretor executivo Paulo Pelaipe, faltariam apenas garantias bancárias para que o defensor desembarcasse no Olímpico. Porém, o tempo hábil para a inscrição, antes do cerramento da janela de transferências, é o principal empecilho no caso. E agora?

Antes que colorados e gremistas saiam às ruas para discutir qual o melhor clube receberia Naldo, vou lembrar outros fatos. Antes do ex-juventudista, a dupla Gre-Nal sonhou com Alex Silva e Rafael Tolói. Mas, zagueiro de grife parece um artigo raro em Porto Alegre. O Inter decidiu apostar nos seus garotos da base, enquanto o Grêmio trouxe Grolli, Werley e até mesmo um Naldo genérico. Enquanto se costura a nova roupa do verdadeiro Naldo, o torcedor segue sonhando com a dupla de zaga perfeita.

terça-feira, 27 de março de 2012

Quero ser Getúlio Vargas!

Ednaldo Rodrigues, presidente da Federação Baiana de Futebol aventou nesta terça-feira a possibilidade da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) estar utilizando a briga judicial de Oscar com o São Paulo para atingir a Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Francisco Novelletto não pestanejou ao assinar embaixo da denúncia. O dirigente gaúcho é um dos “rebeldes” que não aceitaram a imposição de José Maria Marin após a renúncia de Ricardo Teixeira. “A CBF virou a Federação Paulista”, disse Noveletto à Rádio Grenal (AM 780/ 101.9 FM).

Acontece que, indignado com o ‘caso Oscar’, Novelletto promete reuniões no Rio de Janeiro para debater a influência paulista nas decisões nacionais. Para isso, teria como aliados os presidentes baiano, carioca e mineiro. É quase uma segunda Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas tentava quebrar a política do café-com-leite existente na presidência da República. À época, os demais governantes duvidavam do poderio político de Vargas. Pois o gaúcho de São Borja não só levou suas tropas militares à Capital Federal, como mandou atar os cavalos no obelisco em frente ao Palácio do Catete.

Não sei se Chico Novelleto tem tanta influência para repetir Getúlio Vargas e ambicionar sua própria revolução. Talvez a briga por Oscar não seja um fato tão relevante a ponto de levantar todo o Estado. Vargas, por exemplo, no período como governante do Rio Grande do Sul, conseguiu unir chimangos e maragatos em uma só voz. Novelletto está longe disso – ainda mais depois das críticas recebidas pela direção do Grêmio quando da lesão de Kleber. Acho que desta vez os cavalos vão ficar laçados aqui mesmo, em Porto Alegre.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Gladiador combalido

Uma lástima! Assim pode se classificar a fratura no pé direito de Kleber, atacante do Grêmio. Ainda mais depois do prognóstico para retorno do atleta aos gramados: no mínimo, 5 meses. É uma pena, mas a lesão do Gladiador pode colocar em risco o projeto Arena. Sim, o camisa 30 era a grande aposta da diretoria tricolor na busca pelo título nacional, capaz de colocar o clube em condições de brigar pela Libertadores já no primeiro ano do novo estádio. Kleber era o nome maior do elenco gremista. E assim, aquilo que era para se transformar em um filme de ação com final feliz - com gladiadores e arena -, se desenha para mais uma película de terror.

Por isso, entendo a indignação de Pelaipe e Odone nos microfones. Ambos estão com sede de justiça, querem punir os possíveis causadores, não só da lesão do jogador como, da grande rachadura no planejamento anual. Agora, nem por isso, posso defender as atitudes dos dirigentes. Não concordo com a caça às bruxas que está se fazendo no Olímpico. Leandro Vuaden não é o imperador romano que atira os leões para cima do herói do filme! Nas entrevistas vindas do Grêmio, sobrou até para o Gauchão.

Ora, se o campeonato é tão ruim como desenham, que não se dispute mais. Ponto! Não consigo enxergar este certame violento e desorganizado como alguns descrevem. Ou vai me dizer que na Libertadores não há entradas ríspidas? E na Copa do Brasil não existem lesões sérias? Por favor, menos discurso! Lembro aqui da fratura do zagueiro Rodolfo, logo na estreia do Brasileirão do ano passado. Ninguém sugeriu a prisão ou enforcamento do jogador do Corinthians naquela ocasião. Então, por que fazer isso com Léo Carioca, do Cruzeiro-PA? A resposta é fácil. No filme de ação, sempre tem o bandido e o mocinho, para que no final se diga: vencemos, contra tudo e contra todos.

Não proteste, Damião!

Encerrado o jogo do Grêmio neste domingo, colocamos ao vivo na Rádio Grenal o presidente do Cruzeiro-PA, Décio Castro. O dirigente estava indignado com o modo como seu clube foi derrotado no Estádio do Vale. O segundo gol tricolor, da vitória por 2 a 1, causou muita indignação entre os cruzeiristas. A marcação de uma penalidade aos 49 do segundo tempo sempre gera muita polêmica. Mas, entre as declarações do mandatário, uma me chamou a atenção: “Parecia que o árbitro (Leandro Vuaden) deu acréscimos como se fosse até o Grêmio fazer um gol. Quando fez, acabou o jogo”, disse.

A revolta, na verdade, foi pelos seis minutos acrescentados após os 90 disputados. Foi inevitável não lembrar daquela final de Taça Piratini, em 2011, quando Márcio Chagas colocou 8 minutos a mais e o Tricolor alcançou o empate, conquistando o troféu nas penalidades posteriormente. Naquela oportunidade, quem se sentiu lesado foi o Caxias, agora o Cruzeiro. O Grêmio tem culpa no cartório? Claro que não! Os árbitros erraram e vêm errando em demasia, seja para o lado que for – azul, vermelho, roxo, amarelo ou lilás.

Daquela vez, aliás, passados alguns dias da vitória gremista sobre o Caxias, o centroavante do Internacional, Leandro Damião, resolveu protestar. Ao anotar três gols sobre o mesmo time, no Centenário, “levantou” uma placa imaginária, sinalizando o tempo extra que teria beneficiado os rivais. Foi uma polêmica e tanto! Carlos Alberto, então meia do Grêmio, surtou pelo Twitter. Desta vez, uso deste blog para fazer um pedido encarecido: Damião, não proteste! Deixe para Décio Castro e os outros as reclamações. Aos atacantes cabem os gols, como os dois que ele anotou na vitória sobre o São José, na vitória por 3 a 0.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Abóboras da Argentina

Nas últimas entrevistas, o técnico Vanderlei Luxemburgo vem tratando Facundo Bertoglio muito mais como atacante do que meio-campista. Aliás, foi assim que o argentino atuou na maioria das vezes que foi mandado a campo. Ora, mas não foi para isso que o Grêmio o trouxe do Dínamo de Kiev. Mas o ditado já anunciava: “é no andar da carruagem que as abóboras se acomodam”.

Pois Marco Antônio, armador titular do Tricolor, com dores na panturrilha, pode ficar de fora da partida contra o Cruzeiro-PA neste domingo. É o momento perfeito para que Bertoglio mostre o seu valor e convença Luxa, de uma vez por todas, que pode ser o meia cerebral.

Situação semelhante vive outro argentino. No Beira-Rio, Dátolo é o único que pode comemorar o imbróglio jurídico que proíbe Oscar de vestir a camisa colorada. Com o retorno de D’Alessandro, mais adiante, Jesús poderá permanecer tranquilamente no time titular. Porém, até lá – como no confronto com o São José, neste final de semana -, Oscar continuará fazendo falta. Muita falta ao Internacional!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Salomão dividiria Oscar ao meio

Qual será o destino de Oscar? Esta é a pergunta que aparece nos jornais do Brasil – e até do mundo. Todos estão de olho no imbróglio jurídico em que se enfiou o camisa 16 do Internacional. Com mais uma vitória são-paulina nos tribunais, o meia deveria retornar imediatamente ao Morumbi. Porém, ele não quer e, convenhamos, ninguém pode obrigar um cidadão a trabalhar numa empresa que não deseja. Por outro lado, o clube paulista precisa ser ressarcido financeiramente. E agora?

Os cálculos do São Paulo dizem que Oscar vale de R$ 30 a  40 milhões. Obviamente, os colorados nem têm toda esta grana e argumentam que o valor é inferior, de “apenas” R$ 4 milhões. E, se de uma vez por todas, o Inter desistir de ter o meio-campista em seu plantel, igualmente precisa reaver uma quantia investida, quando comprou 50% dos direitos do jogador. Vivesse nos tempos atuais, o Rei Salomão decidiria pela divisão ao meio desta quantia. Ou de Oscar.

Quem não conhece a famosa história de Salomão? Foi um rei que, certo dia, recebeu à beira de seu trono duas mulheres reclamando pela maternidade de uma criança. Acontece que ambas criavam seus filhos juntos, até que um deles viesse a morrer. A mãe, vendo que seu progênito havia falecido, resolveu pegar para si o filho da outra. A confusão então foi parar nas mãos do rei. Salomão, imediatamente, mandou um soldado cortar a criança ao meio e entregar um pedaço a cada mulher. Uma delas sorriu. A outra, desesperada, desistiu da ideia de ter o filho. Preferia ver a criança noutro colo ao vê-la morta. Eis que Salomão descobriu qual era a mãe verdadeira. No caso Oscar, Salomão faria o quê? Faça o seguinte: venda o meio-campista para o primeiro europeu que descer no Brasil. O clube que chorar mais, é o verdadeiro dono!

quarta-feira, 21 de março de 2012

A noite dos predestinados

Fotos: Gaston Brito (Reuters) e Lucas Uebel (Grêmio)

Pode se discutir se Deus existe ou não, agora é inegável alguém querer argumentar que os deuses do futebol são frutos da imaginação. Ou algo explica a entrada de Gilberto no time do Internacional na noite desta quarta-feira? Os colorados já se preparavam para formular as desculpas sobre altitude, capazes de explicar uma derrota para o The Strongest. Eis que o atacante, trazido do Santa Cruz-PE no ano passado, empatou o jogo em 1 a 1 aos 43 do segundo tempo.

O curioso é que Gilberto não deveria entrar em campo. Mas Jô (que entraria em seu lugar) resolveu ficar de fora da viagem, se envolvendo inclusive em uma festa encerrada pela Brigada Militar em Porto Alegre. Ainda por cima, Oscar, que iniciaria como titular, perdeu mais uma instância jurídica contra o São Paulo e foi impedido de atuar. Assim, João Paulo, que seria possível alternativa de Dorival, iniciou entre os 11. Foi a providência do além para que Gilberto, mesmo com um gol para lá de feio, pudesse trazer o Inter com um ponto precioso da Bolívia. Talvez o ponto que carimba a passagem de fase na Libertadores.


Um caso semelhante ocorreu no Olímpico. O Grêmio venceu mais uma vez o River Plate-SE – agora por 3 a 1 – e passou adiante na Copa do Brasil. E Werley, que no dia seguinte sequer treinou entre os titulares por conta de uma suspensão ainda dos tempos de Atlético-MG, conseguiu reverter a pena em cestas básicas e, assim, pode estar em campo. Aliás, não só isso. O zagueiro marcou o gol que decretou a virada tricolor diante dos sergipanos. Foi a noite dos predestinados, quem sabe, de outras que ainda podem vir.

La Paz de Díos

No próximo dia 1º de abril é feriado nacional na Bolívia – ou pelo menos deveria ser. Completa-se três anos da maior goleada da história daquele país sobre a Argentina: inacreditáveis 6 a 1. Numa tarde inspirada de Botero e Marcelo Moreno, os bolivianos fizeram Maradona e Messi cair feio pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Não houve “mano de díos” que salvasse.

E, curiosamente, para quem não lembra, aquela partida que castigou os ‘hermanos’ ocorreu neste mesmo estádio onde nesta quarta-feira o Internacional entra em campo. No Hernando Siles, em La Paz, os comandados de Dorival Júnior terão pela frente o The Strongest. “Mas este não é o mesmo time que o Colorado goleou por 5 a 0 no Beira-Rio?”, poderás me perguntar. É verdade. O grande problema é que, desta vez, eles terão a favor de si o maior craque da seleção boliviana: a altitude.

Foi com este camisa 10 que a Bolívia bateu na Argentina. É com ela que eles se defendem há uma penca de décadas da fama de saco de pancadas em Libertadores. Se, por um lado, sofrem a nível do mar, fazem os adversários passar por apuros nos 3,6 mil metros de La Paz. Em 2000, por exemplo, o meia Mabília, do Juventude, sequer conseguiu entrar em campo, com o nariz sangrando pela falta de ar já no aquecimento. Bom, e se foi neste estádio que Messi foi pulverizado em 2009, é melhor Oscar, Dátolo, Leandro Damião e os outros tomarem muito cuidado. Que Deus esteja convosco, mas que não seja o Deus de Maradona!

terça-feira, 20 de março de 2012

Um pé quente contra o River

Ao que parece, Facundo Bertoglio finalmente fará sua primeira partida no Grêmio como titular desde o início. No treinamento desta terça-feira, o técnico Vanderlei Luxemburgo projetou uma equipe bem ofensiva para encarar o River Plate-SE. O argentino, que caiu nas graças do torcedor gremista, poderá ser visto com mais atenção. Aliás, o guri da camisa 7 parece levar sorte contra o River. Foi contra os sergipanos que ele anotou seu primeiro gol com a camisa gremista, na virada por 3 a 2, fora de casa, pelo jogo de ida. E, já nos tempos de Colón Santa Fé, o sucesso era grande contra os “Millionarios” de verdade.

Enquanto defendeu o clube argentino, Bertoglio teve a oportunidade de enfrentar apenas duas vezes o River, pelo Campeonato Argentino. No primeiro duelo, do Torneo Apertura de 2009, um empate em 0 a 0 no Monumental de Nuñez. Mas foi no Clausura de 2010, no Cemitério dos Elefantes, que “La Joya” brilhou. Em um jogo truncado, quando se encaminhava para o final do primeiro tempo, o meia foi derrubado dentro da área por Quiroga. O atacante ‘Bichi’ Fuertes foi o responsável por decretar a vitória mínima do Colón, mas os festejos foram para o ímpeto de Bertoglio.

Nesta quarta, contra o River falsificado, Facundo não precisará nem sofrer penalidades, sequer marcar. Com o zero no placar, o Grêmio já passa adiante na Copa do Brasil. Pode até perder por 1 a 0 ou 2 a 1. Enfim, a zebra não deve aparecer pelo Estádio Olímpico. Até porque o Tricolor contará com Bertoglio como seu amuleto.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Copa Grande do Sul

Confesso que às vezes a “grenalização” de tudo (absolutamente tudo!) me aborrece. Nesta segunda-feira, quando todos os gaúchos deveriam estar comemorando a oficialização de Porto Alegre como sede da Copa do Mundo em 2014, estamos divididos, querendo descobrir qual a cor dos tijolos será mais bonita: a azul ou vermelha. Não se cobrava pelo acerto entre Internacional e Andrade Gutierrez? Pois é, ele aconteceu. Com muita demora e uma certa apreensão desnecessária, é verdade, mas veio. Então, entendo perfeitamente os fogos que pipocaram no Beira-Rio e embargaram a voz de Giovanni Luigi.

Mas, se venho a público elogiar a assinatura do contrato da reforma do estádio colorado, sou taxado como jornalista parcial por parte da torcida adversária. Se tento me defender e elogio a evolução na construção da Arena do Grêmio, rapidamente passo a vestir a camisa tricolor no imaginário da torcida do Inter. Afinal de contas, posso ter um pensamento além dos clubes? Como disse antes, o maior evento do futebol não se resume à dupla Gre-Nal. Chega a ser estúpido ficar prendendo tudo à rivalidade!

Se um clube vai vender a alma pro diabo pelos próximos 20 anos, ou se o outro terá de treinar no quinto dos infernos enquanto não arruma sua casa, pouco me importa agora. Amanhã eu acordo, abro a janela e xingo o mundo. Prometo! Agora, me deixe absorver a felicidade de poder acompanhar de perto, aqui na cidade onde moro, uma partida de Copa do Mundo. E que venham as suecas: a Cidade Baixa lhes espera!

O coelho na cartola

Uma mágica nada mais é do que um movimento tão rápido, que apesar de repetido por vários anos, jamais é descoberto. Aí mora o tal do ilusionismo. Mas você lembra do grande Mister “M”. Aquele senhor mascarado, todo trajado de preto, passou a desmistificar todas as magias que transformaram homens em deuses. As cartas nas mangas, as passagens secretas. Tudo foi desvendado!

No futebol é igual: não há mágica! Aliás, nem sou o primeiro a dizer isso. Mesmo que a dupla Gre-Nal venha exercitando nesta última semana o milagre da multiplicação dos gols, é preciso ter cuidado, ou alguém pode revelar os segredos mais obscuros. O Inter, mesmo com os 7 a 0 sobre o Veranópolis, deve sofrer daqui a pouco quando os coelhos insistirem em pular das cartolas mesmo sem serem chamados. Jajá, Dátolo, D’Alessandro, Oscar, Dagoberto... Aonde Dorival Júnior irá colocar todo mundo? Vai ter gente saltando para fora, mais ou menos como Sandro Silva fez. Se Jajá Coelho ousar em repetir a atuação de luxo, como deixá-lo sentado no banco de reservas?

O Grêmio não vai muito longe. As peças não são tão variadas, mas mesmo assim Vanderlei Luxemburgo pode se atrapalhar. O comandante já anunciou que irá repetir a escalação em mais uma partida, com os três volantes. E se Facundo Bertoglio resolver aprontar? Não há torcedor que não pedirá para que o argentino seja instaurado como lei no time titular. Aliás, imagine se Mário Fernandes voltar a jogar bola como antes. Será que Gabriel vai retornar para a casamata? São os problemas da magia, meus caros.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Pelo bem da Arena, Grêmio torce por Brandão

Brandão teve uma passagem rápida pelo Estádio Olímpico. Chegado em agosto a Porto Alegre, o centroavante disputou apenas 14 partidas, enfrentou uma lesão, teve de ir à França responder por acusações de estupro e marcou míseros quatro gols. Deixou uma boa impressão para alguns, entre eles Paulo Pelaipe, que tentou mantê-lo para esta temporada. Não deu. O jogador voltou ao Olympique de Marselha e, mesmo lá, segue sendo alvo da torcida de alguns dirigentes tricolores. Eu explico...

Evaeverson, ou simplesmente Brandão, anotou o gol de classificação dos franceses para as quartas de final da Liga dos Campeões, eliminando a Internazionale de Milão. Agora, terá como adversário o Bayern de Munique – e aí mora o problema. O time de Robben, Schweinsteiger e Lahm será o rival do Grêmio na inauguração da Arena, em dezembro de 2012. A informação foi divulgada pelo repórter Henrique Pereira, da Rádio O Sul.

Pois o presidente da Grêmio Empreendimentos, Eduardo Antonini, nunca escondeu que a pretensão do clube era convidar uma equipe da Europa. O único empecilho na confirmação do nome seria a “possível participação do time no Mundial de Clubes”, o que impossibilitaria a presença no bairro Humaitá, em Porto Alegre, no final do ano. Faz todo o sentido! O Grêmio foi fundado por alemães, nada mais especial do que convocá-los para este momento. Seria mais legal ainda ver o Hamburgo (rival do título mundial de 1983), mas também bato o martelo se for o Bayern. Acho que os gremistas também.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Vai acabar vendo miragens

Na terça-feira, os reservas do Grêmio realizaram um jogo-treino contra o Sindicato dos Atletas – aquele típico amistoso que pouco importa o resultado, mas as atuações. E, neste quesito, o atacente Miralles esteve entre os destaques. Ao final da atividade, chegou a conversar separado com o técnico Vanderlei Luxemburgo, que ao conversar com um jornalista comentou: “Lembra do estrago que ele me fez aqui no ano passado?”, recordando o golaço contra o Flamengo, em 2011.

Assim, tudo levava a crer que o argentino poderia reaparecer na viagem para Veranópolis. Eis que, na tarde desta quarta, chega a informação que o atleta pediu uma semana de dispensa para resolver problemas particulares em Buenos Aires. Ou seja, não vestirá a camisa tricolor tão cedo. E aí, o que faço, o critico ou dou a mão? Ezequiel Miralles chegou a Porto Alegre em junho com pompas de salvador da pátria. Buscado no Aeroporto Salgado Filho por inúmeros torcedores, o avante custou cerca de R$ 4 milhões aos cofres gremistas e, até então, não correspondeu. E aí eu pegunto: não é melhor repassá-lo adiante?

Olha, eu garanto que se algum clube tivesse chegado com uma proposta beirando a quantia paga pelo clube, Miralles iria embora. Acontece que o argentino já tem seus 28 anos, não é mais um gurizinho, e a cada volta que dá ao redor do gramado do Olímpico (enquanto os companheiros treinam com bola), é um centavo mal gasto do Grêmio. A direção, aliás, sabe disso e, pelo visto, já teme ficar vendo miragens com o castelhano em seu grupo. Certo fez o Colo-Colo mesmo.

The Weakest

A história da Libertadores comprova a que este time, que enfrentou o Internacional nesta terça-feira, se resume:  a um saco de pancadas longe da altitude de La Paz. As habilidades dos bolivianos e a organização tática beiravam o amadorismo. Para o inglês ou americano mais desavisado, que desembarcasse no Beira-Rio, o The Strongest (“o mais forte”) era o time de vermelho. Ao descobrir que era exatamente o contrário, passou a chamar a equipe de amarelo e preto por The Weakest – “o mais fraco”.

Mas é contra adversários desta estirpe que o dono da casa tem de se fazer amplamente superior. Foi exatamente o que fizeram os colorados. O resultado foi 5 a 0, mas poderia ter sido 8 ou 9, tamanho o abismo entre uma e outra agremiação. Olha, sinceramente, se Dorival Júnior comandasse um treinamento coletivo contra os reservas, o placar não seria tão elástico. Mas, ninguém mandou eles entrarem no caminho do Rolo Compressor chamado Leandro Damião. Por pior que seja o adversário, convenhamos, três gols não é pouca coisa para um centroavante!

Não à toa, o camisa 9 dispara no posto de maior artilheiro do Inter em Libertadores, com 10 gols, superando Fernandão e Giuliano. Ou será que serve como parâmetro o tal The Strongest? Bom, para encerrar a questão, deixo uma pergunta no ar. Quem é melhor: o Novo Hamburgo que levou cinco do Grêmio ou os bolivianos? Ah, se o Nóia jogasse na altitude...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Forte? Só se for em casa

Quem olha o cenário gaúcho, às vezes esquece que o futebol do Interior também se faz potente. Não se vive só de Grêmio e Inter por aqui! Em 1999, por exemplo, o Juventude surpreendeu o país e conquistou a Copa do Brasil – título que lhe deu o direito de disputar a Libertadores no ano seguinte. Um fato inédito! E mesmo que não tenha sequer passado da primeira fase, o time caxiense deixou um ensinamento aos colorados.

Este The Strongest que pisa no Beira-Rio nesta terça-feira já aterrissou em solo gaúcho. Aliás, subiu a Serra para encarar o Ju, de Lauro, Mabília, Flávio e Cia. Em uma chave que ainda era complementada por El Nacional, do Equador, e Palmeiras, atual campeão da América, os dois protagonizaram dois duelos interessantes. Na altitude de La Paz, os bolivianos enfiaram dolorosos 5 a 1 na equipe gaúcha. A resposta alviverde veio em Caxias do Sul, com uma goleada por 4 a 0. Apesar das emoções nos confrontos, ambos pararam na etapa inicial da disputa.

Mesmo assim, a amostragem é muito boa para o Internacional. Não interessa que o lesionado D’Alessandro não estará em campo, ou que o Santos de Neymar foi derrotado por eles na estreia. Quando se trata de enfrentar este time em casa, é necessário massacrar. Como bom boliviano, o The Strongest só assusta acima do nível do mar. Nem mesmo a camisa jalde-negra, que lembra o histórico Peñarol, deve amedrontar os comandados de Dorival. A força dos bolivianos, pasme, está só no nome (strongest, em inglês, quer dizer “o mais forte”). Portanto, siga o exemplo do Juventude e, dentro de seus domínios, goleie.

domingo, 11 de março de 2012

Sem argentinos no banco, por favor!

Este final de semana foi o ponto final para mim. Para mim e para milhares de torcedores da dupla Gre-Nal. Chega! Não dá mais para olhar o banco de reservas de Grêmio e Inter, e lá ver um argentino sentado ao lado do treinador. É demais para minha paciência! Dátolo e Bertoglio devem receber um lugar entre os titulares para ontem. É isso ou se vão embora! Voltem para a Europa!

A goleada do Tricolor sobre o Novo Hamburgo neste domingo só foi construída após a entrada do garotinho trazido do Dínamo de Kiev. O guri endiabrado - que por obra do destino veste a camisa 7 do Grêmio - se movimentou como sempre, deu assistência para gol e deixou o seu nas redes. São mais alguns itens para o currículo de Facundo, que já havia decretado o vira-vira sobre o River Plate do Sergipe, na Copa do Brasil. E ainda tenho que ouvir de Luxemburgo que ele tem de mostrar mais ainda? Por favor, me poupe!

Já o seu compatriota colorado tem que erguer as mãos aos céus. A titularidade vai cair no colo de Jesús. Com a lesão de D’Alessandro, o meia não só orquestrou a fraca vitória vermelha sobre o Santa Cruz, como abriu o placar. Enfim, ele dá ao Inter o que há tempo não se vê no Beira-Rio: finalização de fora da área. Depois, quando D’Ale voltar, Dorival Júnior terá de arranjar um lugar para ambos no time. Será uma injustiça devolvê-lo ao banco. Aliás, eu diria que hoje é um sacrilégio manter tanto Bertoglio como Dátolo entre os suplentes.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Convicção de João Sem-Medo

Gaúcho do Alegrete, João Saldanha foi um jornalista que exerceu a profissão no Rio de Janeiro, antes de assumir o Botafogo e a Seleção Brasileira como treinador. No comando do escrete, recebeu a alcunha de “João Sem-Medo”. Tudo porque, às vésperas da Copa do Mundo de 1970, recebeu o ‘pedido’ do presidente da república Emílio Garrastazu Médici para convocar Dadá Maravilha. E, com isso, apenas respondeu: “Ele escala o Ministério, eu a Seleção”. E isso aconteceu no auge da ditadura militar no Brasil.

Como resultado (direto ou indireto), João acabou demitido do cargo e para seu lugar foi chamado o ex-jogador Zagallo. O “velho Lobo” enfim convocaria Dadá e venceria a Copa no México. Não me arrisco a dizer que Saldanha teria o mesmo destino vencedor, porém admiro-o pela convicção. Felipão e Dunga viriam a fazer o mesmo anos depois, um em 2002 o outro em 2010, com Romário e Neymar, respectivamente. Independente do sucesso – ou não – de seus trabalhos, parece que a convicção é um dom rio-grandense.

Nesta quinta-feira, o que mais se ouve são críticas ao técnico colorado Dorival Júnior. Os mais ferozes o chamam de medroso por ter modificado o time do Inter, armando um esquema mais defensivo para encarar o Santos. O resultado foi desastroso. Mas, conhecendo os antigos trabalhos de Dorival, arrisco-me a perguntar: será que o time com três volantes foi mesmo uma ideia do treinador? Ao final do jogo, ele limitou-se a explicar que a escolha passou por “um problema interno” com Dagoberto – o atacante sacado. Teria Júnior passado pelo mesmo problema de Saldanha? Se realmente passou, não soube sair-se dele com a mesma habilidade do “João Sem-Medo”. Deixou o presidente escalar o Ministério e a Seleção.

quarta-feira, 7 de março de 2012

O Barcelona e o Mazembe

A noite desta quarta-feira não foi feita para os colorados sorrirem. Quando os heroicos torcedores do Inter, que foram ao litoral paulista, entraram na Vila Belmiro, sentindo-se minoria em frente à quantidade de santistas no estádio, trataram de gritar “Barcelona”. Era uma provocação para o clube que, no final do ano passado, perdeu para os espanhóis o título do Mundial. Mas os donos da casa não deixaram por menos e trataram de berrar “Mazembe” nos ouvidos vermelhos – uma lembrança da dolorida eliminação na semifinal do Mundial de 2010 pelos gaúchos.

Enfim, os santistas não precisavam ter ido tão baixo para atacar o Internacional. Poderiam simplesmente exaltar o nome de seu próprio clube. Ou melhor, seu atacante. Neymar foi simplesmente o dono do jogo. Não só marcou os três gols da vitória por 3 a 1, como brincou com a defesa colorada. Deixou o estapafúrdio esquema de Dorival Júnior em segundo plano. Enfim, a lembrança do Barça prejudicou ao próprio Inter. Não se deve tirar sarro de quem perde para os catalães. Eles simplesmente não são deste planeta! Coincidentemente, aquele tal de Messi, justamente hoje em que o Santos assombrou o Inter, simplesmente fez cinco na goleada por 7 a 1 sobre o Bayern Leverkusen.

Mas, assim como é injusto citar o Barcelona como corneta, igual é falar em Mazembe. Os santistas não tinham este direito em judiar tanto dos colorados. Há um dia na vida em que o “menor” consegue se sobrepor. Veja o River Plate do Sergipe! Quem em sã consciência diria que ele iria impor tanta dificuldade ao Grêmio, na estreia pela Copa do Brasil? Pois foi o que aconteceu na vitória suada, de virada, por 3 a 2. Porém, antes das lágrimas escorrerem pelo Rio Grande, já antecipo: chega de lamúria! A Copa do Brasil ainda não terminou para o Tricolor, assim como a Libertadores continua para o Colorado. Os únicos que podem chorar são os alemães do Leverkusen. Esses sim, podem se esconder em casa por alguns dias.

terça-feira, 6 de março de 2012

O mandamento do volante


Certa vez, no Olímpico, estava assistindo ao treino do Grêmio, quando Celso Roth esbravejou com Adílson: “Qual é o mandamento do volante?”. O alemão balbuciou algo e a bola voltou a rolar. Não me aguentei e, ao final da atividade, na entrevista do treinador, tive de perguntar: “Roth, qual é o mandamento do volante?”. Ele riu e me respondeu: “Qual é a função do volante? O volante de um carro dirige, não é? Então, o jogador desta posição tem de fazer o mesmo, dirigir o time”. A imagem de Celso é quase um sinônimo de volante. Com ele, Giuliano foi reserva de Wilson Mathias, e Ronaldinho Gaúcho suplente de Itaqui. E o pior é que ele, quando atleta no Juventude, curiosamente, era lateral.

Acontece. Alguns treinadores de futebol são fãs dos volantes – quanto mais brucutu, melhor! O Santos de 2010, por exemplo, fez exatamente o contrário. Abriu mão de todos os marcadores para mandar a campo um 4-3-3. Arouca e Wesley eram os jogadores mais defensivos do meio-campo. Quase um disparate para nós, gaúchos! Os santistas levavam gol em todos os jogos (às vezes até mais de um). Mas nunca, eu disse nunca, deixavam de marcar gols. Foi o ano em que o país se encantou com o futebol de Paulo Henrique Ganso, Neymar e André – campeões da Copa do Brasil.

E, à frente daquele time, estava Dorival Júnior. Sim, o atual comandante do Internacional, foi responsável pelo “abominável” ato de exterminar os primeiros volantes da equipe. Pois nesta quarta-feira, quando tem de retornar à Vila Belmiro, para enfrentar este Santos, agora no comando colorado, Dorival rasga sua própria cartilha. Retira Dagoberto do time, um atacante, e posiciona três volantes atrás: Bolatti, Elton e Guiñazu. Enfim, ele foi capaz de sacar os “lenhadores” de campo, porque trazê-los de volta? Será que os gaúchos não estão preparados para este tratamento de choque? Eu diria mais, Júnior sabe o que lhe espera no litoral paulista, por isso arma uma retranca das brabas. Se fez certo, só saberemos na quinta. O mandamento, desta vez, falou mais alto.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Foi um River que passou

A delegação gremista iniciou na noite desta segunda-feira a viagem para Sergipe, onde, na próxima quarta, estreia na Copa do Brasil. O adversário será o River Plate. Não o argentino, pois aí não seria uma competição brasileira, mas o de Carmópolis. Sim, uma cidade a 30km de Aracaju. É uma prova viva da queda do clube porto-alegrense nesta última década.

Há exatos 11 anos, o Grêmio, então treinado por Tite, tratava de vergar o verdadeiro River, o de Buenos Aires, no Monumental de Nuñez, pela Copa Mercosul, por 4 a 2. No ano seguinte, pela Libertadores, a vitória foi por 2 a 1 na Argentina, mas no Olímpico foram impiedosos 4 a 0. E o River, mesmo não sendo aquele velho River de Francescoli, não era dos piores. Vestiam a camisa dos “millionários”, por exemplo, jogadores do calibre de Ortega, Cavenaghi, Máxi López, Cambiasso e um tal Andrés D’Alessandro – então com 20 anos de idade.

Em um destes confrontos, o “Cabezón” deixou o campo inteiramente chateado por não poder repetir os grandes feitos dos anos 80 e 90 de seu time. Trocou a camisa com algum atleta gremista e saiu de campo trajando o número 24 do Tricolor. Foi a última vez que os dois clubes se enfrentaram. Quem sabe o sentimento da derrota tenha ficado gravado na memória daquele jovem argentino, que mais tarde se transferiria para o maior rival (Inter), disposto a infernizar a vida de seus antigos algozes. O que interessa é que este River de agora, do Sergipe, nem de longe é aquele clube do Rio da Prata. Ou será que eles guardam um D’Alessandro em Aracaju?

sexta-feira, 2 de março de 2012

Construção atrasada

Nesta sexta-feira, recebemos uma mensagem bem humorada e criativa na Rádio O Sul. Um ouvinte disse que não suportava mais ouvir falar de obras do Beira-Rio, que chegava a sair pó de cimento das caixas de som. Embora o fato jornalístico se imponha, o rapaz não deixa de ter razão.  Nem eu aguento mais falar em tijolo! Nosso assunto é futebol, né?!

Pois bem, dentro de campo, as reformas não deixam de estar atrasadas também. Veja o caso do próprio Inter, em que o reserva de Nei segue sem aparecer. Nos coletivos, enquanto o ‘carequinha’ não se recupera totalmente da cirurgia no joelho, Elton treina entre os titulares e Fransérgio nos reservas. Dois volantes! E Índio, quando se machuca, é substituído por Bolívar. Não há novidades. Naldo, Alex Silva e Rafael Tolói não chegaram ao Beira-Rio, então Dorival trabalha com o que tem. E, desta vez, não adianta culpar a Andrade Gutierrez!

No Grêmio, muito pelo contrário, as contratações não param de chegar. A etapa de inscrições para o Gauchão se encerra e continua se falando em busca por reforços. Depois de ver desembarcar os jogadores Pará e Werley no Olímpico, o torcedor ouve boatos sobre Alex ‘Cabeção’ e vê a situação de Cristian Rodríguez esfriar. Outras indicações de Luxa ainda aparecem na pauta, como Madson, Martinez e Jorge Wagner. Realmente, Porto Alegre está transformada em um canteiro de obras sem fim.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A maldição dos 23 anos

No ano passado, a cantora britânica Amy Winehouse faleceu por overdose de álcool e drogas. Aos 27 anos, encerrava uma das carreiras mais promissoras do mundo musical. Ao mesmo tempo que se lamenta, trata-se com espanto: ela faz parte de um seleto “grupo” que possui outros astros mortos com a mesma idade. Entre eles, Brian Jones, Janis Joplin, Jim Morrison, Jimi Hendrix e Kurt Cobain. É a famosa maldição dos 27.

Por que isso acontece? Seria um caso de estudo científico? Quem sabe há uma explicação, algo como vida útil, depois de alguns anos misturando palco, drogas e fama. Sei lá! Só sei que nesta quinta-feira o Grêmio inaugurou um novo “grupo” no Estádio Olímpico: o dos 23. Ao apresentar Werley, emprestado pelo Atlético-MG, o clube cria um rol de zagueiros com 23 anos. Juntam-se ao novo reforço, Vilson e Naldo – os mais ‘experientes’ do elenco. Atrás, ainda aparecem Douglas Grolli (22), Saimon (21) e Pablo (20). É quase uma creche - isso excluindo a improvisação do volante Gilberto Silva na zaga.

Não quero dizer com isso que é necessário ter zagueiros velhos no elenco. Índio, no Beira-Rio, por exemplo, é um caso raro, aliando força e técnica no auge de seus 37 anos. Mas, sinceramente, o que espera o Grêmio ao trazer Werley. Para aqueles que enxovalharam Rafael Marques em Porto Alegre, este novo atleta tricolor era seu reserva em Minas Gerais. Então é ele a salvação? Com todo o respeito, mas se a vida dos rockeiros foi marcada para acabar aos 27, a dos zagueiros gremistas, invariavelmente, será encerrada aos 23. Todos juntos.

Seleção da Taça Piratini 2012

Em um primeiro turno de Gauchão onde a dupla Gre-Nal foi mera figurante, os clubes do Interior mostraram suas armas – principalmente o Caxias, campeão.

Goleiro: Paulo Sérgio (Caxias) – Ganhou a vaga quando, na semifinal, contra o Grêmio, defendeu a penalidade de Marco Antônio e, depois, converteu a cobrança que colocou o time grená na final. Depois, ainda brilhou contra o Nóia.

Lateral-direito: Rafael Mineiro (Juventude) – Vinha bem no campeonato e, infelizmente, acabou se lesionando na reta final. Coincidentemente ou não, quando virou desfalque, o time caiu diante do Novo Hamburgo, na semifinal.

Zagueiro: Lacerda (Caxias) – Capitão do time da Serra, comandou a defesa grená, a menos vazada do primeiro turno.

Zagueiro: Índio (Inter) – Do alto de seus 37 anos, o defensor parece estar vivendo a melhor fase da carreira. Com físico em plena forma, não teve culpas na eliminação no Gre-Nal.

Lateral-esquerdo: Fabinho (Caxias) – É um dos grandes nomes da equipe campeã, sem dúvidas. Alia velocidade e técnica.

Volante: Umberto (Caxias) – É a força e pegada no meio-campo grená. Merece destaque entre os meias do certame.

Volante: Fernando (Grêmio) – O guri se firmou de vez no time gremista, empurrando Gilberto Silva para a zaga. Ainda se notabilizou por cobranças de falta que se transformaram em gols nesta temporada.

Meia: Oscar (Inter) – Antes da eliminação no Gre-Nal, a equipe colorada encantou a crítica e muito disso se deve ao bom futebol do jovem meio-campista, que não se abalou diante do imbróglio judicial com o São Paulo.

Meia: Clayton (Novo Hamburgo) – Não fosse a lesão que sofreu durante o campeonato, e alguns problemas de comportamento (pelo que se diz), poderia ter se destacado ainda mais. Mesmo assim, deixou ótima impressão.

Atacante: Kleber (Grêmio) – Enquanto o Tricolor tropeçava em campo, muito por conta das indefinições do técnico Caio Júnior, o atacante acabou se destacando. No Gre-Nal das quartas de final, foi a figura principal.

Centroavante: Vanderlei (Caxias) – Rápido, o jogador deixou sua marca nas redes em quatro oportunidades. Na última, decretou o título para os caxienses.




Técnico: Paulo Porto (Caxias) – Conseguiu repetir os trabalhos de Lisca e Julinho Camargo, fazendo o time grená brilhar no certame. Porém, foi ainda mais longe, erguendo o troféu.