domingo, 31 de março de 2013

No meio do caminho


Foto: Edu Andrade (Fato Press/Terra)

Finalmente Fábio Aurélio fez a sua estreia com a camisa do Grêmio. O resultado não foi dos melhores - um empate em 1 a 1 diante do Passo Fundo. Porém, nem mesmo a posição de origem foi a utilizada. Quando entrou em campo, já na reta final do segundo tempo, o lateral-esquerdo acabou entrando no meio-campo, na vaga de Guilherme Biteco. Enfim, esta é a maior necessidade de Vanderlei Luxemburgo: provar que existe vida sem Zé Roberto e Elano.

Há algumas rodadas do Gauchão, Luxemburgo vem tentando desenhar o time que ele imagina o melhor, para encarar o Fluminense no dia 10. Sem poder contar com Elano, que recebeu o terceiro cartão amarelo, o mais óbvio seria postar Marco Antônio por ali. Mas não! O treinador já mudou o esquema para acomodar três atacantes (com a entrada de Kleber), neste domingo observou o jovem Biteco e até a improvisação de Fábio Aurélio. Para que tudo isso? Simples: Luxemburgo não confia em Marco Antônio.

Na entrevista coletiva, o comandante nega veementemente. Diz que já sabe como irá atuar Marco Antônio, e agora quer testar outras possibilidades. Que nada! Pois bem, o empate no Vermelhão da Serra escancarou a dificuldade que o Grêmio tem em encontrar um substituto imediato, tanto para Zé Roberto como para Elano. Esta seria a contratação ideal para a próxima fase da Libertadores. Ou, do contrário, o negócio é rezar para que os dois meias titulares jamais fiquem de fora.

Preleção: Esportivo 1979

A partir de agora, o 'Preleção' irá se deter sobre equipes que marcaram época. Neste dia 31, o tema é o Esportivo de Bento Gonçalves de 1979, ano em que foi vice-campeão gaúcho - quebrando a dobradinha da dupla Gre-Nal. Além do mais, a equipe alviazul revelou o treinador Valdir Espinosa e um jovem atacante chamado Renato Portaluppi - protagonistas, anos depois, dos títulos da Libertadores e Mundial com o Grêmio.

O 'Preleção' da RÁDIO GUAÍBA vai ao ar todos os domingos, às 13h, no AM 720 / FM 101.3 e no www.radioguaiba.com.br.

O barato sai caro

Após vencer o Esportivo por 2 a 0 e classificar-se à próxima fase da Taça Farroupilha, o Internacional está autorizado a somente pensar na Copa do Brasil. Porém, um outro problema vai tirar o sono dos dirigentes: as contratações. Em entrevista coletiva neste sábado, o diretor de futebol Luis César Souto de Moura confessou que o clube pretende trazer três jogadores - um meia, um atacante (de velocidade) e uma outra posição que "vai depender de discussão interna e de situações de mercado" (zagueiro ou lateral-direito). Mas, antes do torcedor sonhar com grandes nomes do futebol europeu, o dirigente antecipa: "Estávamos visando o mercado internacional, mas com a não evolução das tratativas que se diligenciou, acabamos vendo chegar o fim da janela no dia 5 e iremos reorientar nossa visada para o mercado nacional", comentou. 

Na mesma entrevista, surgiu na pauta o nome do meio-campista Douglas, ex-Grêmio e atualmente no Corinthians (e que está lesionado). Souto de Moura não confirma este, nem tantos outros nomes levantados. Porém, se não é ele, será do mesmo nível de contratação. Ou seja, um atleta que esteja em condições de brigar por titularidade, mas que não traga grandes despesas ao clube. Vale lembrar, Douglas não é titular em São Paulo. A exemplo dele, Wagner, do Fluminense, também chegou a ser pensado há algumas semanas. Resta saber se eles topariam trocar de ares.

O que não pode é trazer qualquer um, somente para dar satisfação à torcida. O próprio Luis César sabe disso. Ao mesmo tempo que concorda sobre a necessidade de contratações, revela preocupação com a relação custo-benefício. Ele, que foi autor da frase do "fazer mais, com menos" no início da temporada, reforça a tese. Quer ver o grupo principal com 36 jogadores, mas antecipa que pode envolver garotos da base em futuros negócios: "Cara é a contratação que você faz e não dá resultado", disparou ele, logo depois de citar as dispensas de Bolívar e Dagoberto.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Trio é parada dura

Foto: Mauro Schaefer (Correio do Povo)

Não pude assistir à derrota do Grêmio para o Cruzeiro nesta quinta-feira, pois estava na apresentação do programa 'Cadeira Cativa' da Ulbra TV. Olhei apenas os melhores momentos depois, confesso. Porém, pude acompanhar as entrevistas no vestiário da Rádio GUAÍBA. Ouvi que Vanderlei Luxemburgo insistiu em tirar a causa da derrota do esquema tático com três atacantes. Este é um sistema que ele vem tentando implementar no time, até mesmo pela ausência de Elano para a partida contra o Fluminense. Mas, sinceramente, não convenceu.

Prefiro ficar com a explanação de Barcos, reafirmando o que já havia dito no programa 'Jogo Aberto' da TV Bandeirantes: ele não consegue atuar entre dois atacantes. "A gente vai para um lado, para o outro e sempre tem alguém", descreveu o argentino ainda na Arena. Pois então, se o atleta barra a utilização de um esquema tático, como insistir com ele?

Desde o primeiro jogo do 'Pirata', Luxemburgo vem comparando seu comportamento ao de Evair, daquele Palmeiras vencedor da década de 90. Naquele time, Evair atuava com dois ponteiros, e se saia bem. Barcos não consegue o mesmo. Ou seja, não é Evair - e nem tem o dever de ser. A derrota para o Cruzeiro, assim como é inaceitável da ótica do torcedor gremista, serviu como uma grande lição. No dia 10 de abril, diante do Fluminense, a melhor saída é manter aquilo que vinha dando certo: Barcos e Vargas à frente, e um meio-campista na vaga de Elano. Que seja Marco Antônio! Insistir no trio de atacantes é que vai ser parada dura.

quinta-feira, 28 de março de 2013

A dança dos centroavantes

Até agora foi só especulação. Agora, as notícias que chegam da Itália através do setorista de Nápoles, Antonio Gaito, é de que o Napoli apresentará proposta superior a € 20 milhões no meio deste ano por Leandro Damião. A saída de Edinson Cavani é dada como praticamente certa e o camisa 9 colorado é a bola da vez. E os dirigentes vermelhos sabem disso. Nesta quarta-feira, após o empate em 0 a 0 com o São José, todos os cartolas admitiram a possibilidade de perder o goleador.

O diretor de futebol Luis César Souto de Moura adotou um discurso mais cauteloso: “Há 4 temporadas o Damião tem possibilidade de sair. Mas sabemos que ele é o ficha um do nosso elenco”, avaliou. Já o diretor-executivo, Newton Drummond, em entrevista exclusiva à RÁDIO GUAÍBA, comentou que o clube está atento no mercado para buscar um novo centroavante – apesar de já possuir Rafael Moura no banco de reservas. E ele não será uma aposta (mesmo que o Inter observe revelações do Nordeste e interior paulista). “Tem que ser um jogador à altura do Damião”, decretou Chumbinho.

É a dança dos centroavantes. O Napoli espera uma oferta espanhola, ou até mesmo francesa, por Cavani. Especula que receberá € 63 milhões e, destes, utilizará de 22 a 25 para buscar Leandro Damião em Porto Alegre. Com 70% desta quantia (30% dos direitos pertencem ao Atlético Ibirama), o Colorado, por sua vez, partirá atrás da sua reposição. E vale ressaltar, nem só os italianos falam em Damião. Tottenham – há dois anos – e Borussia Dortmund também sonham com ele. Com quem sonha o Inter?

terça-feira, 26 de março de 2013

Cessar fogo nas periferias

Depois de lavar roupa suja publicamente, Paulo Odone está mais calmo. É bem verdade que ele ficou um bom tempo somente ouvindo críticas e mais críticas ao seu contrato com a OAS. Porém, quando veio se defender, atirou para todos os lados. Na coletiva anunciada em pleno estádio Olímpico falou sobre a folha salarial, o adiantamento de contas da atual gestão e chamou os dirigentes que cercam Fábio Koff de periferia. Um dos nomes citados foi o assessor de futebol Marcos Chitolina: "Não sei quem é este rapaz, este Chitolina, que falou que a pré-temporada foi atrapalhada pelo estado do campo", disparou. Mas os cartolas gremistas entraram numa nova fase, guiada por Raul Régis de Freitas Lima.

Ao meio-dia, foram chamados Koff e Odone, além do também ex-presidente Duda Kroeff. A ordem é discutir o contrato a portas fechadas e não mais falar mal da Arena publicamente. Na reunião que aprovou as contas da gestão de 2012, já se via faces mais descontraídas e nenhum bate-boca entre 'periferias'. No dia 15, quem sabe, quando o Conselho volta a se reunir para falar sobre o contrato com a OAS, os nervos podem ferver. Do contrário, é tudo paz e amor.

Até mesmo Chitolina, citado como 'periferia', adotou uma postura de tranquilidade. Questionado sobre as declarações de Odone, argumentou: "Ser periferia do doutor Fábio Koff muito me orgulha, porque trabalhar com ele é um aprendizado. Não vou me manifestar, pois quero ser reconhecido pela torcida do Grêmio com as conquistas e não com meu discurso." E esta deve ter sido a última manifestação mais enérgica envolvendo política no clube. A ordem é cessar fogo.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Preleção com Emerson

Neste domingo, dia 24 de março, o personagem do 'Preleção' foi o ex-meia Emerson, atual auxiliar técnico de Vanderlei Luxemburgo no Grêmio. Natural de Pelotas, Emerson relembra o início de carreira no estádio Olímpico, as passagens pelo futebol alemão (onde defendeu o Bayern Leverkusen), italiano (Roma, Juventus e Milan) e espanhol (Real Madrid). O ex-jogador ainda revela as mágoas com as lesões que o alijaram dos títulos da Copa do Mundo de 2002, pela Seleção Brasileira, e da Libertadores da América de 1995, com o Grêmio.

O 'Preleção' vai ao ar todos domingos, às 13h na Rádio GUAÍBA, através do AM 720 / FM 101.3 e no www.radioguaiba.com.br.

domingo, 24 de março de 2013

Contatos imediatos com Barcos

Foto: Lucas Uebel (Grêmio)

As informações preliminares sobre Eduardo Vargas assustavam um pouco. Substituído na derrota da seleção chilena contra o Peru, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, o atacante tinha uma suspeita de contratura muscular de grau 1. E foi com esta informação que chegou à Arena o diretor médico do Grêmio, Saul Berdichevski. Porém, Hernán Barcos tratou de acalmar tudo. Bastou um contato para que a lesão fosse desmentida.

Através de uma mensagem no celular, o centroavante argentino pediu o estado de saúde ao amigo chileno (que está em Santiago, se concentrando para o duelo com o Uruguai, de terça-feira). A resposta foi tranquilizadora. Apenas uma leve dor no joelho, mas que não deve o tirar do próximo compromisso do Chile. Ou seja, quando voltar a Porto Alegre, Vargas não deve preocupar o Departamento Médico para a decisão diante do Fluminense, no dia 10. Foi a melhor notícia do sábado – maior até do que a vitória diante do Caxias, por 2 a 0.

Quais outras qualidades revelará Barcos com a camisa do Grêmio? Além de ótimo centroavante, sabe armar e lançar como um bom meio-campista – fato que surpreendeu o próprio treinador Vanderlei Luxemburgo. Agora, deu uma de médico oficial do clube. Sem falar na atitude com a ‘piratinha’ Gabrieli, de Santa Maria, a qual ele foi visitar no hospital. Eis a grande contratação da temporada gremista!

sexta-feira, 22 de março de 2013

Entre Caxias e Novo Hamburgo

Foto: Alexandre Lops (Internacional)

Tão logo encerrou o jogo em que o Internacional venceu o São Luiz por 2 a 1 nesta quinta-feira, uma reunião improvisada iniciou no meio-campo. Nela estavam representantes colorados e do Novo Hamburgo - entre eles o diretor executivo Maurício Andrade. A pauta era uma: a possibilidade de mandar jogos (considerados de menor proporção) do Campeonato Brasileiro no Estádio do Vale. Com alguns depoimentos colhidos naquele momento, trouxe a notícia à tona na Rádio GUAÍBA. Pois nesta sexta, o repórter Cristiano Silva conversou com o presidente Giovanni Luigi, que tratou de desmentir a situação. Para o mandatário colorado, só há uma casa em 2013: estádio Centenário, em Caxias do Sul. Feito o impasse!

Acontece que a direção do Inter, apesar de estudar (ainda de maneira prematura) a possibilidade de jogar como mandante em Novo Hamburgo, não quer desmerecer a casa nem a cidade de Caxias do Sul. Porém, não é segredo para ninguém, o departamento de futebol se preocupa com o cansaço que causaria viajar à Serra semanalmente. Ocorre que a comissão técnica, com os dirigentes, só foram empossados após a assinatura da parceria entre Inter e SER Caxias. Ou seja, tentam mudar algo que já foi sacramentado.

Sendo assim, Luigi continuará negando o Estádio do Vale. Em contrapartida, reuniões entre Inter e Novo Hamburgo continuarão sendo feitas (desta vez, com menos improvisos). Mas o caxienses não precisam lamentar. A intenção é manter os jogos maiores para o Centenário. Então: Flamengo, Corinthians, Fluminense, São Paulo e até o Grêmio visitariam Caxias do Sul.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Por um negócio melhor

Marcelo Moreno está na Colômbia, onde a seleção boliviana tem compromisso pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo. Porém, se procurou assistir ao menos os melhores momentos da vitória gremista sobre o Pelotas por 3 a 1, daria totais razões ao técnico Vanderlei Luxemburgo por preferir Barcos como comandante do ataque. Aliás, pelo jeito, já se deu conta disso há horas. O que ele não entende (e metade da população mundial) é porque foi preterido até mesmo do banco de reservas: "Acredito que com o professor Luxemburgo não vou jogar mais no Grêmio. Enquanto ele estiver no Grêmio, não vou jogar mais. Isso está claro para mim", declarou Moreno ao jornal boliviano ‘El Deber’.

O interessante é que a declaração chega acompanhada da notícia, vinda de Minas Gerais, que o camisa 9 poderia ser envolvido em uma troca com Anselmo Ramón, do Cruzeiro. Em contato com o repórter Cristiano Silva, da Rádio GUAÍBA, o assessor de futebol gremista Marcos Chitolina negou qualquer conversa. Disse que até aprecia o futebol do cruzeirense, mas espera por um “negócio melhor” que possa envolver Moreno. Ao final da partida em Pelotas, o próprio Luxemburgo ainda tentou colocar panos quentes no assunto, dizendo que a história de Marcelo não acabou, e que as portas estão abertas caso ele queira dar a volta por cima. E agora?

Bom, em Belo Horizonte, o presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares, confessou que foi procurado pelo Grêmio há alguns meses. Na mesa, foi apresentada uma troca envolvendo o também atacante Wellington Paulista (que hoje está no West Ham-ING). O mandatário cruzeirense não entendeu porque não foi mais procurado. Eu respondo: certamente porque Barcos apareceu no caminho gremista. Mas e se as conversas fossem reatadas agora? A cada dia que passa, a cada declaração mal dada, Marcelo Moreno fica cada vez mais sem clima com o torcedor gremista. Em Minas, ele é ídolo. Mas concordo com Chitolina: pode ser um negócio melhor para o Grêmio. Não tem nenhum meia ou zagueiro de qualidade sobrando na Toca da Raposa?

quarta-feira, 20 de março de 2013

Nem para um, nem para outro

Foi publicado nesta quarta-feira pelo site italiano Tuttomercato que o meia Marquinho, da Roma, estaria nos planos do Internacional para o segundo semestre. Conforme a publicação, ele poderia ser emprestado no meio do ano, para chamar a atenção do técnico Luiz Felipe Scolari por uma vaga na Seleção Brasileira que disputará a Copa do Mundo de 2014. Além do Inter, o Santos também é citado na matéria. Seria este então o meio-campista que a direção colorada busca para brigar por posição com Dátolo, Fred e D'Alessandro? Se era, se foi.

Conversei à tarde com o empresário do jogador, Márcio Rivelino, que garantiu a permanência do meio-campista na Itália. Segundo o agente, Marquinho passou por um mau momento com o antigo treinador, Zdeněk Zeman. Mas agora, com  Aurelio Andreazzolli, o relacionamento é um conto de fadas. “Ele vem sendo titular e até foi escolhido o melhor em campo no último jogo (2 a 0 contra Parma)”, comenta Rivelino.

Questionei o procurador também sobre o negócio com o Grêmio, que no início do ano por pouco não foi fechado. “Não fechou e nem vai fechar mais. Ele está muito bem lá”, sentenciou o empresário. Marquinho tem 26 anos e é natural de Passo Fundo. Certa vez, quando jogava pelo Fluminense, revelou aos repórteres na chegada ao Aeroporto Salgado Filho que, na infância, era torcedor do Internacional. Mas, pelo jeito, vai ficar só na torcida mesmo.

Arena e a Ford

Foto: Lucas Uebel (Grêmio)

O fato aconteceu há dois dias, mas achei importante voltar a ele, depois de ver a Arena estagnar no noticiário esportivo. Na noite da última segunda-feira, Vanderlei Luxemburgo convidou personagens do futebol gaúcho para acompanhar o lançamento de seu novo investimento: na área de vinhos. Um dos presentes foi o ex-mandatário tricolor Paulo Odone, homem que trouxe Luxa a Porto Alegre. Acontece que Odone anda afastado da área futebolística, não quer comentar os problemas que a Arena gremista vem apresentando (comentou que só se manifestaria após o dia 26, quando será feita a apreciação das contas de sua gestão como presidente do Grêmio). Mas o silêncio não durou até lá.

Ao adentrar no salão onde acontecia o evento, Odone foi abordado pelo repórter da Rádio GUAÍBA, Flávio Dal Pizzol. Habilmente, o jornalista indagou primeiramente sobre o trabalho de Luxemburgo. "Está indo bem, espero que continue bem. Com a ajuda de todo mundo, dos gremistas principalmente, e da Arena, a gente chega lá." Em seguida, veio a pergunta crucial: “Como o senhor está recebendo as críticas à Arena?”. E a resposta veio bordada de ironia: "A Arena só não está na Bahia, não foi mandada embora, porque está cravada no chão."

A frase pode não ter muito sentido, mas faz referência a um episódio político muito importante do Estado do Rio Grande do Sul. Uma clara comparação ao ‘caso Ford’. Para quem não lembra, explico rapidamente (superficialmente, até porque não é a minha área): a construtora de automóveis iria instalar uma fábrica em Guaíba em 1998, e vinha negociando com o então governador Antônio Britto. Eis que, após vencer as eleições, Olívio Dutra barrou o negócio. Virou uma briga ideológica entre os partidos PMDB (direita) e PT (então esquerda). Trazendo para o nosso assado, a Ford é a Arena, Britto é Odone, e Olívio seria Koff. Ou estou errado?

terça-feira, 19 de março de 2013

Preleção com Paulo Paixão

Em minha estreia na apresentação do programa 'Preleção' da RÁDIO GUAÍBA, no dia 17 de março, escolhi como entrevistado o atual preparador físico do Internacional e Seleção Brasileira: Paulo Paixão. Multicampeão, o profissional lembrou seu início no Rio de Janeiro, a vinda para o Grêmio na década de 90 e os títulos ao lado de Felipão. Falou sobre os momentos ruins - como a morte do filho em 2002 -, e sobre Carnaval (sua reconhecida 'paixão'). Enfim, abriu tanto o coração que revelou até mesmo o clube que torce.

O 'Preleção' vai ao ar todos os domingos, às 13h, pelo AM 720 / FM 101,3 e www.radioguaiba.com.br

Campeão do Nordeste em Porto Alegre


Foto: Kid Júnior (Agência Diário)

Em busca de um meio-campista, o Internacional pode deixar para mais tarde a contratação de peso. O reforço, para este momento, pode ser um pouco mais modesto. Porém, garantem os paraibanos, de bastante qualidade. Trata-se do jovem Bismarck, de 22 anos, campeão no último final de semana da Copa do Nordeste com o Campinense. Quem confirmou foi o próprio presidente do clube, em entrevista à Rádio GUAÍBA: “O Dorinho (observador) entrou em contato com o empresário do Bismarck, que nos passou toda a situação. Acreditamos que a negociação dará certo, porque será importante para o jogador e para a instituição. Existe um bom início de conversa”, declarou William Simões.

O único entrave é o desejo do Campinense, que espera fazer com que o meia cumpra seu contrato que encerra no dia 5 de junho – até para que dispute Copa do Brasil e Campeonato Paraibano. Na primeira competição, o time de Campina Grande encara o Sampaio Corrêa e, se passar de fase, enfrentaria o vencedor do confronto entre Flamengo e Remo. Já o Estadual só chegaria ao final no dia 12 de maio. Se o interesse colorado é procedente, penso que a direção gaúcha não esperaria tanto.

Apesar da pouca idade, Bismarck já rodou por alguns clubes, entre eles Guarany de Sobral-CE (foi campeão da Série D em 2010), Santa Cruz-PE e Fortaleza-CE. Com este último, inclusive, pisou em solo porto-alegrense. Foi no ano passado, quando o Fortaleza foi eliminado nas oitavas de final pelo Grêmio. No jogo de volta, no estádio Olímpico, o meia esteve em campo na derrota por 2 a 0, com gols de Léo Gago e Bertoglio.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Josimar, o elemento surpresa

Foto: Mauro Vieira (Zero Hora)

Aqui no Rio Grande do Sul somos afeitos ao volante brucutu. Aquele que distribui pontapés e, vez por outra, acerta uma cacetada de fora da área. Quando ele consegue distribuir passes e marca gols com tabelamento, ficamos boquiabertos. Josimar está longe de ser um Falcão, mas se distancia cada vez mais na briga pela titularidade do Inter. Neste domingo, ao abrir o placar da vitória de 3 a 1 sobre o Canoas, chamou a atenção novamente – o que já havia sido feito em Ijuí, na final da Taça Piratini.

Além de defender muito bem no meio-campo (o que faz todo bom volante), Josimar consegue chegar à frente e mostrar perigo ao time adversário. No depoimento do gol, pela Rádio GUAÍBA, o chamei de elemento surpresa. Ele o é! Não só dentro de campo, mas para todos outros que acompanham seu trabalho. A evolução é gritante. Deve ter grande parcela de Dunga, mas também de quem insistiu em vê-lo com a camisa colorada. Na sua entrevista, Josimar agradeceu ao presidente Giovanni Luigi por chamá-lo de volta ao Beira-Rio.

O camisa 27 é o grande exemplo de persistência. Renegado durante muito tempo, o volante foi emprestado à Ponte Preta, e ganhou maturidade. Hoje, ao contrário do que acontecia em outros tempos, pode peitar qualquer nova contratação da diretoria. Ygor e Willians, a dupla que seria titular, já começa a ser repensada. E não me venham os dirigentes cantar vitória sobre o sucesso de Josimar. Fosse assim, por que trouxeram Aírton, do Flamengo? Ninguém acreditava em Josimar! Ele é o grande elemento surpresa desta largada de 2013.

Zé na Seleção?

Gostei muito da entrevista de Vanderlei Luxemburgo após a vitória sobre o Lajeandense por 2 a 0. Nem tanto pelas explicações sobre o jogo ou qualquer outra coisa. Aprovo o discurso quanto à utilização de Zé Roberto e o sonho de voltar a Seleção Brasileira: “O atual treinador da seleção já não o convocou em 2002, quando o era mais jovem. Por que convocaria agora?” Faz sentido. Ao esperar um chamado, que pode não chegar, somente o Grêmio perderia, com um mais entristecido dentro de campo. Agora, se fosse por merecimento, o camisa 10 tricolor poderia tranquilamente aparecer nos próximos amistosos.

Depois de compactuar com Luxa, quero deixar um breve recado ao Felipão. No dia 6 de abril, o Brasil enfrentará a Bolívia, em um amistoso que só serão chamados atletas que atuam em território nacional. Que outro meia está jogando mais que Zé Roberto no país? Ronaldinho Gaúcho, talvez. Mas o que o impede de chamar os dois?! Aliás, ambos estiveram na Copa da Alemanha, em 2006. É bem verdade que o gremista atuava mais recuado, tendo o quadrado mágico à sua frente – Kaká, Ronaldinho, Adriano e Ronaldo. E, diga-se de passagem, Zé Roberto foi um dos poucos absolvidos por aquela eliminação diante da França.

Além de tudo isso, Zé Roberto já atuou em diversas posições pela Seleção Brasileira. Foi lateral-esquerdo (reserva de Roberto Carlos), terceiro homem do meio-campo e até segundo volante. Será que chegou a hora do “Zé da 10” ser ‘o cara’ da seleção?! Bom, se chegou ou não, sigo com o pensamento de Luxemburgo: é melhor não pensar em nada, a não ser no Grêmio.

sábado, 16 de março de 2013

Vai à Roma?

Foto: Lucas Uebel (Grêmio)

Dia 5 de março: Werley marcava o segundo gol do Grêmio contra o Caracas, daquela que seria uma goleada por 4 a 1. Em algum lugar da Arena, um observador italiano anotava (ou simplesmente guardava na retina) mais uma virtude do jovem zagueiro que está na mira da Roma. Quem revela o interesse é o site 'vocegiallorossa'.

A contratação do defensor gremista serviria para suprir a possível saída de Marquinhos, ex-Corinthians, que vem sendo sondado por Real Madrid e Barcelona. Atenção: não confundir com o meia Marquinho (sem o S), que chegou a negociar com o próprio Grêmio no início deste ano. O investimento romano tem o aval do agente FIFA Gianfranco Cicchetti, que descreveu Werley como um jogador “forte de cabeça, muito rápido, que tem o hábito de marcar gols.

Enfim, Werley deixará Porto Alegre agora? Não, até porque nenhuma proposta foi feita. Porém, uma oferta de € 4 milhões está sendo preparada para chegar ao Brasil por volta de julho. O zagueiro foi adquirido pelo Grêmio no ano passado, quando o Atlético-MG o ofereceu (acompanhado de R$ 9 milhões) em troca do goleiro Victor - e tem contrato com o Tricolor até 2015.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Fio do cabelo

Foto: Rosiron Rodrigues (Goiás)

Veio de Goiânia, do programa de TV Mais Esporte, através do jornalista André Isac, a informação de que o Grêmio estaria brigando com o Corinthians para contratar o zagueiro Ernando, do Goiás. Com vínculo a encerrar no fim de 2013, o defensor poderia assinar pré-contrato no meio do ano com qualquer outro clube, uma vez que o Goiás não alcançou o salário almejado pelo atleta. Assim como veio a Porto Alegre, a notícia voltou.

Em treino na Arena, na tarde desta sexta-feira, o diretor executivo Rui Costa foi cercado por repórteres, todos indagando sobre este interesse. A resposta foi espontânea: “Não sei quem é, não sei nem a cor do cabelo dele.” Depois, com mais calma, se manifestou no microfone da Rádio GUAÍBA, ao repórter Ciro Götz: “Grêmio não está negociando com nenhum clube. O grupo do Grêmio está fechado e é este”.

Apesar disso tudo, existe ainda quem afirme que o Tricolor fará a proposta, apesar da negativa pública. Na direção goiana, a resposta é a mesma: não houve conversa com o Grêmio. Fico com a manifestação destes. Ainda sou do tempo em que a palavra do homem era o fio do bigode – ou neste caso, o fio do cabelo. Portranto, Ernando não interessa ao Grêmio.

Vida cigana

Foto: Ricardo Rímoli (Lance)

O Internacional vai fazer as malas mais uma vez. A direção conseguiu mudar o local da partida contra o São Luiz, na próxima quinta-feira, para Novo Hamburgo. O jogo estava marcado para Caxias do Sul inicialmente. O pedido partiu da comissão técnica, que vem tendo cuidados com o desgaste físico e psicológico que os jogadores vêm tendo a cada viagem. Além disso, havia um temor por mais uma bilheteria baixa no estádio Centenário. Por isso a escolha pelo Estádio do Vale. Aliás, esta deve ser a tendência em boa parte do segundo turno do Gauchão.

Caxias voltará a ser a casa colorada, no mínimo, no dia 30 de março, contra o Esportivo. E olhe lá! Quem sabe no dia 14 de abril, diante do Juventude. A verdade é que, se dependesse da comissão técnica, Novo Hamburgo, Gravataí ou Canoas seriam efetivadas como a 'moradia' do Inter. Porém, para o Campeonato Brasileiro e fase decisiva da Copa do Brasil, a CBF exige estádios com capacidade superior a 15 mil pessoas. Sendo assim, não há outra saída que não o Centenário.

Disso tudo, os comandados de Dunga poderão tirar duas lições: ou o time colorado vira um saco de pancadas até como mandante, ou perde o medo de jogar fora de casa. Na primeira hipótese, sem o Beira-Rio, o Inter seria presa fácil para os grandes do futebol brasileiro, como Corinthians, São Paulo e outros, que viriam a Caxias do Sul e ignorariam a casa vermelha. Por outro lado, jogando sempre longe dos seus domínios, o elenco pode criar uma carcaça que o fará esquecer quando tem ou não o mando de campo, sem se retrancar quando joga fora, por exemplo. Até agora, os colorados mandaram jogos em 4 estádios: Complexo Esportivo da Ulbra, em Canoas; Vieirão, em Gravataí; Estádio do Vale, em Novo Hamburgo; e Centenário, em Caxias do Sul.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Procura-se um Andrezinho

Algumas contratações feitas no início da temporada seguem sem explicação no Beira-Rio. Por exemplo: por que Gilberto foi trazido de volta do Sport Recife? Outra: e por que Vitor Júnior, dispensado das categorias de base, foi contratado como profissional? Ele evoluiu tanto assim? Pois, se evoluiu, gostaria de saber porque ele apareceu apenas no segundo tempo do jogo-treino contra o Cerâmica, onde os reservas foram observados. Agora, ao que tudo indica, será ele o titular do Inter na estreia pela Taça Farroupilha, contra o Canoas. Isso porque Fred, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, não poderá acompanhar D’Alessandro no meio-campo. É a prova viva de que os colorados precisam desesperadamente de um meia reserva. Um meia capaz de entrar para suprir a ausência do titular - mas com a mesma (ou semelhante a) qualidade dele. Um jogador ao estilo Andrezinho.

Por muito tempo, Andrezinho ocupou a camisa 17 do Inter. Substituiu Fernandão, Tinga, Guiñazu, D’Alessandro, Oscar e brigou por posição com Giuliano. Nunca foi um titular absoluto, nem por isso deixou de ser louvado pelo torcedor. Agora, quando precisa mexer no meio-campo, Dunga testa Vitor Júnior e Otávio. João Paulo, que não conseguiu abandonar o status de promessa, acabou sendo repassado ao Atlético-GO. Ouço que não é necessário contratar um meia, pois Dátolo voltará de lesão. Mas e quando o argentino conseguiu ter sequência?

Por isso, a direção colorada vai atrás de um meia de perna direita. A lembrança de Andrezinho retumba nos corredores do Parque Gigante. Alguns nomes já foram especulados: Júlio Baptista, Diego, Douglas, Wagner, entre outros. Entretanto, nenhum deles está disposto a abandonar o seu clube neste momento – ou pelo menos o dinheiro que o Inter dispõe não faria isso. Alguém lembra de onde veio Andrezinho? Coreia do Sul! Ou seja, está na hora dos cartolas do Inter utilizarem a criatividade se quiserem reforçar o banco de reservas.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Dinamitou qualquer conversa por Dedé

Foto: Lucas Uebel (Grêmio)

Desde o início da semana se fala em uma possível troca entre Grêmio e Vasco da Gama, envolvendo Marcelo Moreno e Dedé. Em Caracas, o repórter Ernani Campelo, da Rádio GUAÍBA, ouviu o diretor executivo do Tricolor, Rui Costa, que negou qualquer conversa neste sentido: “Não estamos fazendo nenhuma negociação com nenhum zagueiro, especialmente com o Dedé.” Poderia ser despiste? Talvez. Se do outro lado da linha não viesse nova negativa.

Nesta tarde, pude conversar com o presidente do Vasco, Roberto Dinamite. Expliquei-lhe a situação e pedi para gravar. A resposta foi curta e grossa: “Eu nem vou falar sobre isso. Não existe essa possibilidade!” O mesmo disseram o diretor executivo Renê Simões e o treinador Gaúcho – que foi além, decretando que o zagueiro só deixa São Januário rumo à Europa.

A verdade é que o Grêmio procura um defensor no mercado. Com a lesão de Saimon e as atuações nem tão convincentes de Cris, o Tricolor deve reforçar sua zaga. Porém, como este atleta só poderia ser inscrito caso o time passe às oitavas de final da Libertadores, não há pressa alguma. O único apressado em toda a história é Marcelo Moreno. Em entrevista ao site boliviano 'El Deber', o camisa 9 decretou que pretende resolver sua pendência em Porto Alegre até junho. Do outro lado da cidade, um clube rival acompanha com atenção estas tratativas.

Faltou experiência ou sobrou confiança?

Foto: Luis Acosta (AFP/Correio do Povo)

Quando Elano abriu o placar, aos 16 minutos de partida, parecia que o Grêmio teria caminho aberto rumo à vitória em plena Venezuela e a classificação fácil no Grupo 8 da Libertadores. Mas aí, algo aconteceu. Apagão? Gramado péssimo? Os jogadores e o treinador Vanderlei Luxemburgo, como se tivessem combinado o discurso no vestiário, decretaram que faltou experiência de disputar uma Libertadores: “Tentamos jogar como se não estivéssemos numa Libertadores”, analisou o comandante. Será só isso?

Como iria faltar experiência a um grupo que tem como média de idade 28,8 anos?! Inexperiência em um time que começa a ser escalado por Dida, passa por Cris, Elano, Zé Roberto e termina em Barcos? Se algo faltou, não foi experiência. Faltou mesmo foi humildade. Ou melhor, sobrou confiança. Após os 3 a 0 no Fluminense e os 4 a 1 no próprio Caracas, em Porto Alegre, alguns (muitos) viram no Grêmio um Barcelona dos pampas. "Pensamos que iríamos ganhar fácil", admitiu o zagueiro Cris.

Agora, o que parecia fácil, se tornou complicado. Mesmo assim, o Tricolor segue vice-líder – mas embolado com o Caracas e a dois pontos do Huachipato. Cabe somente ao Grêmio desembolar tudo isso. A derrota fará a confiança voltar ao nível necessário, sem excessos. E aí, vencer Fluminense na Arena e, no mínimo, empatar no Chile na última rodada, é quase lei. Só não venha me dizer que o gramado atrapalhou, faltou experiência, o juiz foi mal...

segunda-feira, 11 de março de 2013

No peito do presidente

Foto: Alexandre Lops (Inter)

A conquista da Taça Piratini pelo Internacional passa muito pelo técnico Dunga. A entrega e a responsabilidade tática com que a equipe vem atuando têm muito da cara do capitão do Tetra. Porém, o último episódio tem méritos de um outro personagem. E não foi D’Alessandro, Damião, Forlán ou qualquer outro jogador. Passou pelo gabinete do presidente Giovanni Luigi. Vítima de críticas atrozes em muitas vezes, o mandatário colorado soube driblar duas crises que chegaram a apresentar faíscas durante a semana.

A primeira com relação ao diretor de futebol Luis César Souto de Moura, que criticou publicamente uma escolha política, ainda na segunda-feira. Depois disso, o segundo ato envolvia o departamento jurídico. Preocupados com o cenário que receberia o Colorado em Ijuí - além da previsão de chuva e um gramado para lá de embarrado -, os advogados do Inter (a pedido de alguém do futebol, certamente) começaram a organizar o processo que levaria a finalíssima para Caxias do Sul. O argumento seria uma brecha no regulamento do Gauchão, que faz referência à capacidade do estádio (superior a 10 mil pessoas) para receber decisões. Mesmo sabendo que este parêntese envolvia apenas a grande final do certame, a defesa estava pronta. Mas morreu na casca.

Tudo porque, questionado, Luigi disse: “Não, deixa assim. Vamos jogar em Ijuí. Eu mato no peito essa responsabilidade. Confio no nosso time!”. Imagina se, ao invés dos 5 a 0, viesse uma derrota contra o modesto São Luiz? Quantas toneladas cairiam sobre os ombros de Giovanni? Por isso, antes mesmo de elogiar um gol ou um belo passe do time de Dunga, vou direcionar elogios ao presidente. Mais uma vez, apesar da calma, não faltou coragem e sobriedade para Luigi tomar sua decisão.

sábado, 9 de março de 2013

Kroeff no lugar de Koff

Foto: Ricardo Chaves (Zero Hora)

Na delegação gremista que embarcou para a Venezuela neste sábado, uma novidade. Não é nenhum jogador novo, tampouco as ausências de Moreno e Kleber. Trata-se de uma presença ilustre: Duda Kroeff. À convite de Fábio Koff, que não poderá acompanhar o grupo em Caracas, o ex-presidente chefiará a delegação tricolor. Os mais chegados juram que não é nenhuma indicação sobre uma possível sucessão presidencial no clube. Apenas uma indicação, de um amigo. E sobre tudo isso, uma grande curiosidade.

Na última vez em que o Grêmio esteve em Caracas, o presidente era Kroeff. Era Libertadores de 2009, quartas-de-final, e as mesmas equipes se enfrentavam pelo jogo de ida. Atônito com o que via – torcedores com lança-chamas e pontos de irrigação sendo ligados em meio à partida -, o mandatário prometia a classificação. Em campo, empate em 1 a 1, com gol do lateral Fábio Santos. Depois, em Porto Alegre, um 0 a 0 deu o passaporte para a semifinal (onde o time comandado por Paulo Autuori cairia para o Cruzeiro). “Foi um jogo atípico. Tivemos dificuldades. Foi um jogo bem catimbado. Saímos atrás e conseguimos empatar”, lembrou Duda, em entrevista à Rádio GUAÍBA.

Aliás, com relação à última visita, o ex-presidente projeta uma melhor estadia, sem tantos sofrimentos. “Muda bastante. Na minha época, eu estava sentado em um barril de pólvora. Agora é mais prazer e menos responsabilidade.” Até porque, como destaca o próprio Kroeff, o time montado por Koff neste ano é superior àquele de 2009. “A equipe de hoje é melhor e está em um melhor momento e o grande segredo é fazer este bom momento durar”, completa.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Lamento boliviano

Assistir aos treinos do Grêmio e ver Marcelo Moreno isolado dos demais jogadores já virou rotina. Fosse música, teria nome e sobrenome: 'Lamento boliviano', dos Enanitos Verdes - “És mi situación, una desolación. Soy como un lamento, lamento boliviano”. Fosse dramalhão mexicano, ganharia um novo capítulo. E ganhou na tarde desta quinta-feira.

Enquanto os reservas atuavam em jogo-treino contra o Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio Grande do Sul, no Olímpico, o camisa 9 assistia a tudo sentado no banco de reservas. Bertoglio, Biteco e Fábio Aurélio, que não estão inscritos na Libertadores, chegaram a entrar em campo. Moreno não. Mas, em determinado momento, o boliviano foi requisitado. Das arquibancadas, gritou um torcedor: “Luxa, põe o Moreno neste time aí!”.

De primeira, Vanderlei Luxemburgo levou na brincadeira, olhou para os repórteres e respondeu aos sorrisos: “Vou dar metade do meu salário para você”. Então, o torcedor voltou a berrar a mesma frase e, desta vez, a resposta não foi tão bem humorada. O comandante se voltou para trás da casamata e apontou para o cidadão: “Se você não se comportar, vou mandar tirar você daí!”. Por essas e outras, imagino que Moreno não estará na lista de concentrados, que viajam à Venezuela no sábado. Kleber Gladiador muito provavelmente sim. Marcelo foi escanteado, como uma antiga música de sucesso.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Uma nova versão dos mandarins

Semana decisiva, que pode terminar com taça no armário para o Internacional. Treinamentos tranquilos, sem muita notícia, com Dunga repetindo a mesma escalação das últimas duas rodadas. Eis que, de onde menos se espera, vem a dinamite da crise: de dentro da direção. Em entrevista à Rádio GUAÍBA na manhã desta quarta-feira, o diretor de futebol Luis César Souto de Moura escancarou sua insatisfação com a escolha por Ibsen Pinheiro para presidir o Conselho Deliberativo do clube. Acontece que Ibsen foi um apoiador de Luis Antônio Lopes e Vitório Piffero nas últimas eleições presidenciais - ou seja, oposição ao presidente Giovanni Luigi. Uma crise política que, se não contornada, poderia respingar dentro de campo.

Souto de Moura não consegue entender como, de oposição, Ibsen virou situação. Porém, a explicação parte das cedências que o mandatário colorado terá de fazer para aglutinar todos os movimentos colorados ao seu redor. Depois de um verdadeiro racha, por conta das obras do estádio Beira-Rio, Luigi viu a oposição crescer assustadoramente e, de quebra, aliados virarem as costas. Habilmente, Giovanni vai costurando o tripé que construiu as grandes conquistas dos anos 2000: Fernando Carvalho, Vitório Piffero e Giovanni Luigi.

O mais interessante é que Ibsen Pinheiro participou de um movimento político da década de 70 que ficou conhecido como 'Os Mandarins'. Naquele período, os líderes se revezavam no trono da presidência – fato que pode se repetir com o triunvirato citado acima. Curioso é que o presente encontra o passado quase sem querer.

Um novo ou velho Grêmio?

Foto: Mauro Schaefer (Correio do Povo)

Que Grêmio foi este que goleou o Caracas na Arena nesta terça-feira por 4 a 1? Certamente não foi aquele que perdeu de maneira apática para o Huachipato. Também não chegou a assemelhar-se ao que bateu o Fluminense no Rio de Janeiro – letal nos contra-ataques. No intervalo, cheguei a ouvir um torcedor no microfone da Rádio GUAÍBA que disse: “Há tempos não via o Grêmio com um time que levasse tanto perigo ao adversário nas cobranças de escanteio.” Seria este então um novo Grêmio? Longe disso!

Os 'com mais idade' vão lembrar de quão letal era a bola aérea tricolor na Libertadores de 1995. Ou então, quão agressiva era a equipe de 1983. E, como descreveu o diretor Rui Costa (com um sorriso de satisfação estampado no rosto): “Coincidentemente, é o mesmo presidente das outras conquistas, mas não é prudente fazer comparações.

Pode até ser cedo demais, mas este Grêmio devolveu ao torcedor um time competitivo, capaz de fazer acreditar piamente no tricampeonato da América. E isso, coincidentemente (ou não),  pelas mãos de Fábio Koff, que soube tirar o projeto do papel para colocá-lo habilmente na prática. Discutir quem foi melhor – Jardel ou Barcos? Renato ou Vargas? - talvez não seja necessário mesmo. Este é o Grêmio de Zé Roberto e Cia, mas com as velhas características históricas de outros Grêmios vencedores. “O Grêmio está no caminho certo e vai conquistar títulos importantes. Posso afirmar com experiência que tenho”, sentenciou o técnico Vanderlei Luxemburgo.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Só na Venezuela

Ao visualizar a lista de concentrados do Grêmio para o duelo contra o Caracas, duas ausências marcantes. A primeira, já esperada, é a de Marcelo Moreno. O boliviano está fora dos planos do técnico Vanderlei Luxemburgo e isso não é mistério para ninguém. Mas e Kleber Gladiador? A explicação veio rapidamente: o atacante está sendo preparado para viajar à Venezuela, na semana que vem.

Para isso, o Grêmio agenda para quinta-feira um novo jogo-treino no estádio Olímpico – ainda sem adversário definido. O camisa 30, que se recupera de uma cirurgia em tendão do tornozelo, já foi destaque nos últimos testes realizados. Contra o Aimoré chegou a marcar gol de calcanhar. Nos treinos, inclusive, foi aplaudido depois de aplicar um 'chapéu' no zagueiro Werley.

Se tudo der certo, como imagina o departamento médico, o Gladiador poderá reforçar o banco de reservas gremista na capital venezuelana, contra o mesmo Caracas, no dia 12. Aí, no decorrer da partida, ele poderá ingressar em campo, forçando uma briga boa entre os atacantes. Ou será que Vanderlei Luxemburgo seria capaz de escalar um trio de avantes, com Kleber, Vargas e Barcos? Não duvide!

Dunga não sabe aproveitar suas conquistas

Nesta segunda-feira, (com toda a razão) a classificação do Inter à final da Taça Piratini ficará em segundo plano. Não é para menos. Adoraria falar dos dois golaços de Diego Forlán e da volta do bom futebol do uruguaio. Da organização tática que o time vem apresentando, da série invicta nesta largada de Gauchão, enfim. Mas, farei como o próprio Dunga. Vou esquecer que o Inter bateu o Esportivo por 2 a 0 e falar da arbitragem.

Não consigo entender porque Dunga é assim. Se ele sabia que os árbitros foram orientados a serem mais severos com ele (o que não duvido), por que provocou a expulsão? Ele preferiu bater boca com o bandeirinha! Mas isso não é novidade na carreira de Dunga. Até mesmo como jogador, no momento mais alto de sua carreira, o capitão do Tetra não esqueceu daqueles que o criticaram na Copa de 90. Assim, quatro anos depois, nos Estados Unidos, quando levantou a taça, gritou “É nossa, porra!”, para instantes depois se voltar para os fotógrafos e jornalistas presentes e berrar: “É pra vocês, seus traíras!”. Nem todos foram injustos como ele imagina.

Em 2010, já como treinador da Seleção Brasileira, repetiu a hostilidade depois de vencer a Costa do Marfim e classificar-se à próxima fase da Copa. Na coletiva, implicou com o repórter da TV Globo, Alex Escobar. Agora no Inter, insinuou há algumas semanas que jornalistas criticam ou elogiam determinado atleta por “receberem presentes”. Até onde vai a raiva de Dunga? E aqui fala um admirador do seu trabalho – seja como jogador, como treinador. Mais uma vez ele faz um belo trabalho, porém compra brigas desnecessárias. Quem sabe esta final de primeiro turno em Ijuí (sua cidade natal) seja capaz de fazer o capitão lembrar dos velhos tempos de infância e ensinar a brindar melhor suas conquistas.