segunda-feira, 24 de março de 2014

Time fechado

Na última sexta-feira, antes de eliminar o Cruzeiro-RS e carimbar o passaporte à semifinal do Gauchão, Abel Braga elogiou a mecânica de jogo do arquirrival Grêmio. Pois neste domingo, depois de vencer o Juventude por 3 a 0 na Arena e também se classificar, foi a vez de Enderson Moreira retribuir a gentileza: "Por onde o Abel passou, conquistou. Monta times qualificados, que jogam para vencer os jogos. Fico feliz com os elogios, mas falo também que a equipe do Inter tem jogado em ótimo nível. A gente sabe que, no Campeonato Brasieliro, é um dos grandes concorrentes". Pois eu me atrevo a dizer o que os treinadores não disseram e o que os diferencia. Abel já tem o time do Inter pronto, fechado. Enderson e o Grêmio, não.

A cada rodada (seja da Libertadores ou Gauchão), Enderson namora com a possibilidade de tirar Edinho do meio-campo. Foi assim com Dudu, até que a lesão de Zé Roberto abrisse brecha para tal. Agora é a vez de Alan Ruiz encantar o treinador tricolor. Desde a pré-temporada, o time mudou muito! Para quem não lembra, quando 2014 começou, Riveros era reserva - Maxi Rodríguez acabou perdendo lugar. E no ataque, o jovem Luan soube aproveitar com sobras a chance que teve após a lesão de Kleber Gladiador. Este é o Grêmio de Enderson Moreira, em constante mutação. Embora esteja vencendo nas duas competições, o técnico não cansa de repetir que trabalha com uma equipe ainda em formação.

Do lado colorado, Abel Braga chegou em Porto Alegre e anunciou: "Meu centroavante titular é Rafael Moura". E assim, mesmo que Wellington Paulista aproveite cada segundo enquanto He-Man se recupera de uma lesão no joelho, passa a impressão que jamais conseguirá se firmar na mente do técnico. E o companheiro de ataque? Por que não Otávio, Sasha, Aylon ou Murilo no lugar de Jorge Henrique? No meio-campo, Alan Patrick se destaca a cada vez que é chamado para compor o time, mas é Alex o dono da vaga (mesmo depois de retornar de um pequeno desconforto que o tirou de algumas rodadas do Estadual). Na zaga, muitos entendem que Ernando merece estar no lugar de Paulão - menos o treinador. Tudo isso porque Abel já desenhou o time do Inter em sua prancheta e não está disposto a mudar. É possível escalar seus titulares, do 1 ao 11, de olhos fechados: Dida; Gilberto, Paulão, Juan e Fabrício; Willians, Aránguiz, Alex, D'Alessandro, Jorge Henrique e Rafael Moura. E, curiosamente, estes 11 nunca atuaram juntos. Enfim, o Inter está fechado! E eu não disse que isso é bom.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Abel falou o que não havia dito no ar

Existem alguns pactos no jornalismo que se faz necessário respeitar. Na última semana, quando a coletiva de Abel Braga já havia encerrado, um dos repórteres perguntou o que o técnico colorado pensava sobre a possibilidade do time ter de jogar quartas de final e semifinal do Gauchão fora de Porto Alegre, por um pedido da produtora que organiza a festa de reinauguração do Beira-Rio. A resposta veio com Abel já saindo da sala de entrevistas, em tom irônico: "Por mim, essa festa nem aconteceria". Todos riram. Mesmo assim, ninguém noticiou. Por questão de respeito e ética, o que se fala fora dos microfones, não pode ser tornado público sem o consentimento da fonte. Agora, enfim, pode vir à tona.

Isso porque nesta sexta-feira, noutra entrevista, Abel não conseguiu esconder a irritação: "O Inter continua como no ano passado: sem casa, sem destino. Eu não falo mais, é cansativo. É chato, é chato demais. Esse negócio de jogo não acontecer por causa de festa, de alpinista não existe. Isto é conversa para boi dormir. Festa é time em campo, com o torcedor", disparou ele. Enfim, quem conversa com o treinador (mesmo quem com pouca frequência), sabe que ele não disse nem a metade do que pensa sobre a ausência do Beira-Rio: "A minha festa é o meu time jogar no Beira-Rio. A festa do torcedor é ver o time no seu estádio. Não quero saber desse negócio de festa", encerrou.

Por enquanto, até segundo aviso, Abel Braga e seu time só voltarão ao Beira-Rio após a festa de inauguração - ou seja, em caso de finalíssima do Gauchão. Depois, só após o término da Copa do Mundo: "O Inter continua como no ano passado: sem casa, sem destino".

O gol de Rhodolfo fez Heinze pedir a aposentadoria

O título deste post obviamente é uma brincadeira. Ninguém disse isso e nem vai dizer, mas é o que a torcida do Grêmio pode repetir até se transformar em verdade. Com o gol de empate anotado por Rhodolfo, já nos acréscimos, o zagueiro Gabriel Heinze era o mais irritado dos jogadores do Newell's Old Boys. Enquanto os jogadores tricolores se abraçam na lateral do campo, Heinze se agacha, xinga o ar e caminha sem rumo. Segundos antes, era ele quem estava na marcação, estático, vendo Rhodolfo cabecear para o fundo da meta de Guzmán. Pois nesta sexta-feira, o histórico defensor argentino divulgou através de nota no site do clube que se aposentará ao final da temporada.

No comunicado, a explicação apresentada por Heinze é que foi vencido pelas dores lombares: "Quero contar-lhes que ao final desta temporada no serei mais jogador do clube. Esta vez, lamentavelmente, não posso ir contra a realidade de meu corpo, que me apresenta um jogo que não encontro forma de ganhar." Algumas linhas depois, pede à diretoria que destine o dinheiro que hoje lhe é depositado para as categorias de base, "de onde sinto que está o futuro de tudo o que queremos para o Newell's".

Heinze é daqueles casos inexplicáveis do futebol. Nunca foi um zagueiro habilidoso. Mesmo assim, de cintura dura e tudo mais, jogou duas Copas do Mundo com a Seleção Argentina (2006 e 2010). Ainda, defendeu clubes gigantescos da Europa, como Sporting Lisboa-POR, Paris Saint-Germain-FRA, Manchester United-ING, Real Madrid-ESP e Roma-ITA. Agora, aos 35 anos, já não consegue mais aguentar as dores. Já de 'saco cheio' disso tudo, no duelo contra o Grêmio em Porto Alegre, protagonizou uma cena lamentável. Quando deixava o vestiário da Arena, foi interpelado pelo repórter Diogo Rossi, da Rádio GRENAL: "¿Puede hablar, Heinze?" Ele mal olhou para o 'periodista' e seguiu seu caminho: "No". "¿No puede?", insistiu Diogo. "Puedo. No quiero!", e seguiu seu rumo até o ônibus. Enfim, este foi Gabriel Heinze, que pediu aposentadoria após o gol de Rhodolfo.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Inter vai pagar Vale mais uma vez

Foto: Vinicius Costa/Agência Preview

O departamento de futebol não se intromete neste assunto. Quando é para falar sobre o local das partidas do Internacional, é preciso conversar com o vice-presidente de administração José Alfredo Amarante. O problema é que seu otimismo nem sempre condiz com a realidade. Na última sexta-feira, o repórter da Rádio GUAÍBA, Cristiano Silva, trouxe a notícia que a produtora que organiza a festa de reinauguração do Beira-Rio exigia que as quartas de final e semifinal do Gauchão fossem disputadas fora de Porto Alegre. Uma semana depois, o clube oficializa a informação. Porém, neste meio-tempo, o Beira-Rio foi oficializado como local do jogo do próximo sábado e até o horário de uma vistoria foi divulgado. Vistoria esta que nunca sequer foi agendada com o Corpo de Bombeiros.

No início da noite desta quarta-feira, pude conversar ao telefone com o tenente-coronel Adriano Krukoski. Com um certo ar de irritação, o comandante do Corpo de Bombeiros da capital disse-me que ninguém do Inter o havia procurado e, inclusive, voltava naquele momento de uma reunião com a direção colorada. Nesta, ficou estabelecido que EPTC, Brigada Militar e Ministério Público deviam concordar com um horário em comum para, todos juntos, vistoriar a remodelada casa vermelha. E o resultado: nada disso vai acontecer.

Enfim, o Inter pagou vale mais uma vez. Ou melhor, pagará o Estádio do Vale mais uma vez. Gostaria de saber qual a resposta do técnico Abel Braga ao ser avisado que teria de mandar sua equipe a Novo Hamburgo novamente no próximo sábado. "Espero que isso não aconteça mais", disse ele em sua última entrevista coletiva no CT Parque Gigante. Pois vai acontecer! Abel, neste momento, deve ter o mesmo semblante que apresentava quando os refletores do Vale apagaram no duelo contra o Juventude, pela 9ª rodada. Sentado no banco de reservas, com os braços recostados para trás, mascava rapidamente o chiclete, olhando firmemente para o nada. Logo depois disparou no microfone: "Não dá para entender. Temos um estádio lá em Porto Alegre, bonito, mas temos que jogar aqui".

O grupo segue sendo da morte

Foto: (Olé.com.ar)

O gol de empate de Rhodolfo pode enganar. Sim, pode enganar alguém e fazer com que se pense que o Grupo 6 da Libertadores da América não era o 'Grupo da Morte'. Era sim! Nenhum outro na edição deste ano tinha tantas grifes aglomeradas - afinal de contas, são seis troféus do torneio divididos entre os quatro clubes. Se o Grêmio está praticamente classificado para a próxima fase, o mérito é total deste elenco e principalmente do treinador Enderson Moreira. E, mesmo assim, se a vaga está tão próxima, não quer dizer que foi fácil. Ou você não viu a expressão de alívio dos jogadores tricolores após o empate aos 47 do segundo tempo, no Coloso del Parque, em Rosario? O 1 a 1 contra o Newell's Old Boys permite ao Grêmio sonhar com algo mais longe. O grupo segue sendo da morte, mas morte para os outros.

"O trabalho da comissão técnica é muito bom. Se passarmos desta fase, somos candidatos a ir muito longe", decretou o presidente Fábio Koff após a partida desta quarta-feira. E quem sou eu para dizer que não? O time gremista está sendo forjado a ferro e fogo. E, sobretudo, está se saindo muito bem. Basta um empate na Colômbia na próxima rodada, contra o Atlético Nacional de Medellín, que a vaga está praticamente sacramentada - somente uma goleada de 5 a 0 a favor do Nacional de Montevidéu, dentro da Arena na última partida, tiraria a classificação. Contudo, alguém duvida que uma simples vitória vai deixar de vir nestes dois jogos restantes? Que os outros morram! O Grêmio já deixou a fase de grupos para trás.

Acontece que a segunda fase da competição é outro nível de disputa. Em mata-mata não se brinca. "És difícil de ganar 'La Copa'. Muchos buenos equipos se fueron sin ganar", declarou ao repórter Ígor Póvoa, da Rádio GUAÍBA, o estrangeiro que mais marcou gols com a camisa tricolor, Alfredo Oberti - ex-jogador do Newell's, antes do empate desta noite. E ele tem razão. Agora a competição é outra. Esqueça o 'Grupo da Morte'. Que venha a Copa!

quarta-feira, 19 de março de 2014

Experiência em Newell's

Talvez Enderson Moreira tenha razão se escolher Dudu como substituto de Zé Roberto. Eu apostava em Alán Ruiz, até pelo fato do jogador ter vindo do futebol argentino e poder passar esta experiência ao restante do elenco na hora de enfrentar o Newell's Old Boys. Acontece que o jovem meio-campista não teria tanto a agregar ao elenco gremista neste quesito: experiência. Fiz um levantamento de quantas vezes Ruiz esteve no Estádio Marcelo Bielsa, para duelos pelo Campeonato Argentino. E, para minha surpresa, Ruiz nunca pisou profissionalmente no gramado do Coloso del Parque. Apesar de ter defendido clubes como Gimnasia y Esgrima, Arsenal de Sarandí e San Lorenzo, só compareceu em apenas uma rodada. E, mesmo assim, sequer entrou em campo - ficou no banco de reservas no empate em 1 a 1, no dia 9 de setembro de 2013. Antes disso, no dia 31 de março, em casa, permaneceu em campo até os 8 minutos do segundo tempo, na derrota de 1 a 0.

Quando o assunto é experiência em Newell's, o nome a ser citado é Hernán Barcos. O centroavante já ajudou a eliminar os 'leprosos' de uma Copa Sul-Americana. O fato ocorreu em 2010. No jogo de ida, em Rosário, o 'Pirata' atuou todo o tempo no empate em 0 a 0, apesar do bafo de 35 mil argentinos gritando nas arquibancadas. Na volta, em Quito, foi sacado aos 32 do segundo tempo e viu, do banco, Calderón (que entrou em seu lugar) marcar o gol da vitória e da classificação para a semifinal da competição. Ainda, em 2008 pelo Huracán, atuou no 1 a 1 pelo Campeonato Argentino - porém, a partida não aconteceu no estádio Marcelo Bielsa. Antes disso, de 2003 a 2005, Barcos ainda defendeu o Racing. Busquei informações com relação a este período em sites argentinos, mas não encontrei fichas técnicas dos campeonatos relacionados.

Entretanto, tudo isso é apenas uma curiosidade. A experiência, embora contribua, não ganha jogo. Tampouco a ausência dela faz perder. O próprio diretor-executivo Rui Costa, em entrevista à Rádio GUAÍBA na noite desta terça-feira, após o reconhecimento do gramado, fez questão de ressaltar: "Eu não conhecia este estádio. Esperamos que a nossa primeira experiência seja positiva".

- Retrospecto dos jogadores:
Alan Ruiz
9/11/2013 - Newell's 1x1 San Lorenzo - Campeonato Argentino (ficou no banco)
Barcos
2/11/2010 - Newell's 0x0 LDU, em Rosário - Copa Sul-Americana

terça-feira, 18 de março de 2014

Passo Fundo no Beira-Rio

Na noite desta terça-feira, fui o responsável por trazer aos microfones da Rádio GUAÍBA a notícia de que o Inter havia sido absolvido em julgamento realizado no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). Além disso, que o lateral Fabrício recebeu apenas uma advertência. Tudo isso por fatos ocorridos na partida contra o Juventude, pela 9ª rodada do Gauchão. Depois, li diversas opiniões de que a pena foi branda, levando em consideração que o jogador podia levar um gancho de 3 jogos e o clube perder até 10 mandos de campo por brigas entre torcedores. Porém, é fácil argumentar desta maneira quando não se assistiu à audiência ocorrida na sede da Federação Gaúcha de Futebol. Eu pude fazê-lo, amigos. E, digo de todo coração: votaria como a maioria dos auditores. Pelas provas e defesa apresentadas por Rogério Pastl, a mesa julgadora fez o mais coerente. Enfim, pude conhecer 'in loco' a tão falada competência do advogado colorado. E atesto a vocês: se depender dele, teremos Inter x Passo Fundo, no próximo sábado, às 16h, pelas quartas-de-final do Gauchão.

Digo isso porque é Pastl quem advogará na causa passo-fundense, no mesmo local, na próxima quinta. E, depois de absolver o Inter, para utilizar tranquilamente o Estádio Beira-Rio, resta definir o adversário colorado de maneira indireta. Caso consiga devolver ao clube do noroeste do Estado os 8 pontos tirados pela escalação 'irregular' do meia Paulo Josué, estará reconfigurada a tabela de classificação do certame. O Esportivo, que recentemente escapou de levar uma punição severa pelo caso de racismo, cairá para a zona do rebaixamento. E o Passo Fundo, que hoje figura em 14º lugar, computará 19 pontos e será um dos classificados à próxima fase - na vaga que atualmente é do Cruzeiro. Ou seja, Pastl pode colocar indiretamente Inter e Passo Fundo, frente a frente, no Beira-Rio.

E pensar que o Passo Fundo só tem alguma chance nos tribunais graças ao técnico Luís Carlos Winck e principalmente ao assessor de imprensa Luciano Silveira. Foi o jornalista (de passagem recente pela imprensa de Porto Alegre) quem apresentou ao presidente do Passo Fundo, Selvino Ferrão, o telefone do advogado colorado. Com o apoio do treinador da equipe, conseguiu convencer o mandatário que a única escapatória do clube do Interior era investir pesado em um dos melhores advogados do Rio Grande do Sul na área desportiva. Ferrão, apesar dos parcos recursos financeiros, concordou. Pois é, meus amigos, assim é a justiça. Não adianta ser inocente, é preciso parecer inocente. E esta será a missão de Rogério Pastl para com o Passo Fundo.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Werley está nas mãos do homem que barrou Pico

Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

Nem Maxi Rodríguez ou Dudu. Tudo leva a crer que Alán Ruiz será o substituto de Zé Roberto em Rosário, na Argentina, contra o Newell's Old Boys. Apesar de jovem, a experiência do ex-meia do San Lorenzo em ter atuado outras vezes no Estádio Marcelo Bielsa pesa a seu favor. E, talvez, não se sinta tanto a ausência do camisa 10. Mas e se o Grêmio tiver mais um desfalque para esta partida? Werley.

O zagueiro tem condições de jogo - prova disso é que treinou normalmente nesta segunda-feira, antes de viajar rumo ao país vizinho. No entanto, o temor do departamento médico tricolor está quanto à avaliação do árbitro: "Embora nós tenhamos feito uma proteção que não é rígida e não represente risco para o adversário, tivemos um episódio há dois anos na Colômbia, quando o nosso lateral (Anderson) Pico tinha uma fratura e usou proteção na mão. O quarto árbitro foi ao vestiário e autorizou, mas quando o jogador entrou em campo  o árbitro principal disse que só poderia atuar sem aquela proteção. Nós tivemos que improvisar à beira do campo, já com o jogo em andamento. Mas acreditamos que esta tala que fizemos para o Werley esteja absolutamente dentro daquilo que é possível e que o árbitro permita que ele jogue com a tala", avaliou o doutor Márcio Bolzoni em entrevista ao programa CONCENTRAÇÃO da Rádio GUAÍBA.

E o temor tem total sentido. O árbitro que barrou Anderson Pico antes da partida contra o Millonarios, que culminou com a eliminação da Copa Sul-Americana em 2012, é o mesmo que apita quarta-feira em Rosário, pela Libertadores. Trata-se do equatoriano Carlos Vera! Agora só mudarão os auxiliares - Christian Lescano e Byron Romero. Porém, tudo passará pelo mesmo cidadão que barrou Pico na Colômbia. Werley estará nas mãos dele!

Os números dos titulares

O Gauchão engana. Não é essa a leitura que muitos fazem? Por isso, vou me ater à leitura dos números das equipes principais de Grêmio e Internacional. Esqueçam o time sub-23, sub-20 ou reservas! Comecemos pelo Inter, que encerrou a primeira fase do Estadual disparado com a melhor campanha, tendo conquistado 38 pontos e um incrível aproveitamento de 84,4%. Porém, quando se tratou somente dos titulares de Abel Braga, a porcentagem cai para 77,% (muito bem também, diga-se). Das 15 partidas disputadas, os titulares colorados estiveram em campo apenas 6 vezes, obtendo 14 pontos (4 vitórias e 2 empates). O artilheiro da equipe foi Rafael Moura, com 5 gols, seguido de perto por Fabrício, com 4. D'Alessandro, Gilberto, Aránguiz e Wellington Paulista anotaram uma vez.

Já o Grêmio, mesmo atuando três vezes pela Libertadores, entrou em campo mais que o arquirrival: 9 jogos. Destes, conquistou 5 vitórias, 3 empates e perdeu 1 vez. E o aproveitamento dos titulares, por exemplo, é superior ao do elenco geral - 66,6% contra 64,4%, respectivamente. Barcos, goleador do certame, foi quem logicamente mais balançou as redes a favor do Tricolor (9 vezes). Atrás, só Dudu fez 2 gols. O resto, apenas uma vez: Bressan, Edinho, Kleber, Wendell, Zé Roberto e Luan.

O Campeonato Gaúcho não acabou. Agora vem a fase de mata e somente os titulares devem entrar em campo. Sendo assim, você já sabe o que pode encontrar pelo caminho.

- Titulares do Inter:
Inter 4x1 Cruzeiro, em Novo Hamburgo - 2 de fevereiro
Grêmio 1x1 Inter, na Arena - 9 de fevereiro
Inter 4x0 Caxias, no Beira-Rio - 15 de fevereiro
Inter 2x1 Juventude, em Novo Hamburgo - 18 de fevereiro
Inter 1x0 Brasil de Pelotas, no Beira-Rio - 26 de fevereiro
Inter 1x1 São José, em Novo Hamburgo - 5 de março

- Titulares do Grêmio:
Grêmio 4x0 Aimoré, na Arena - 26 de janeiro
Juventude 1x1 Grêmio, em Caxias do Sul - 2 de fevereiro
Grêmio 1x0 Veranópolis, na Arena - 5 de fevereiro
Grêmio 1x1 Inter, na Arena - 9 de fevereiro
Caxias 2x3 Grêmio, em Caxias do Sul - 19 de fevereiro
Grêmio 3x0 Novo Hamburgo, na Arena - 22 de fevereiro
São Paulo 2x1 Grêmio, em Rio Grande - 1º de março
Cruzeiro 0x0 Grêmio, em Gravataí - 5 de março
Grêmio 3x1 Passo Fundo, na Arena - 9 de março

terça-feira, 11 de março de 2014

Gauchão pode virar Copa do Mundo

Tem gente que acha que o Gauchão não vale nada. Outros depositam muita importância, entendendo que é preciso mandar em casa para depois sair pensando em Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores e Mundial. Eu estou em um meio termo nisso tudo. Natural do interior do Rio Grande do Sul, cresci assistindo nos estádios a jogos entre equipes locais. Dá para dizer que competições nacionais e internacionais só apareceram na minha vida quando eu já era um profissional com o microfone na mão. Por isso, sei valorizar o que é nosso. Mesmo assim, não estou morrendo de paixão pelo Campeonato Gaúcho deste ano. Nem do ano passado. Há tempos o certame perdeu o seu charme. Mesmo assim (quem diria!), o Gauchão e os demais regionais de 2015 podem se transformar em Copa do Mundo.

Conforme notícia veiculada pela BBC do Brasil, o 'Bom Senso Futebol Clube' elaborou propostas que serão entregues à CBF na próxima semana. Entre elas, está uma forte repaginada nos certames estaduais. Para que eles não sejam extintos - como defendiam alguns -, irá se propor que ganhem formato de torneio curto, com apenas um mês de duração e sete ou oito datas para cada clube jogar. Exatamente como acontece com a Copa do Mundo de Seleções. Seria uma maravilha! Imagine 32 clubes na primeira divisão, divididos em oito grupos. Os dois melhores se classificam, se enfrentando em oitavas, quartas, semi e final. Ponto! Temos um campeão gaúcho. Ah, mas e o resto do ano? Bom, de março em diante as agremiações estão livres para as disputas nacionais e continentais. E até os menores clubes, eliminados logo no início da Copa do Mundo que será o Gauchão, poderão ser inseridos na Série E - ou seja, a quinta divisão do futebol brasileiro. Eu assino embaixo! Só resta saber se José Maria Marin e, principalmente, Francisco Novelletto concordarão.

Citei o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) porque, já se sabe, será candidato à presidência da CBF. E, de nada adianta propor uma mudança de calendário, mudar, e o próximo mandatário quebrar no meio tudo o que foi construído. E, para quem não lembra, tão logo nasceu o 'Bom Senso', Novelletto se posicionou contrário aos debates de enxugamento do calendário. Enfim, não será uma revolução fácil. Mas volto a propor: imagine você que neste período do ano, se não tivéssemos o Gauchão encerrado, estaríamos nos finalmente. Daqui por diante, o Grêmio poderia pensar somente no Newell's Old Boys e na Libertadores. E o Inter no Remo e na Copa do Brasil. O próximo passo talvez seja distribuir melhor os gastos com o futebol, para que os salários não sejam tão altos, e os clubes tenham mais condições de investir em infraestrutura de estádio, gramados menos esburacados e iluminação. Se bem que aí já é pedir demais. Acho que a simples transformação do Gauchão em Copa do Mundo já bastaria. Aí sim seria charmoso!

segunda-feira, 10 de março de 2014

Não é racismo, mas é imprudente

Foto: Franciele Caetano (Gremio.net)

A rodada do Gauchão neste fim de semana pode ter deixado os resultados de campo em segundo plano. Talvez o que fique deste domingo repleto de jogos pelo Rio Grande do Sul seja a manifestação contínua de apoio ao árbitro Márcio Chagas. Em Pelotas, com a presença do próprio, a derrota do time da casa para o São Luiz nem apareceu tanto quanto as homenagens prestadas. Em São Leopoldo, os jogadores do Aimoré entrando em campo com máscaras, com o rosto do juiz estampado, antes mesmo de perderem de virada para o Inter por 2 a 1. Na Arena, em Porto Alegre, além das referências de Grêmio e Passo Fundo, também marcou o trio de arbitragem desenrolando uma bandeira com os dizeres: "Racismo não!". No entanto, um fato me deixou espantando, e passou longe do placar de 3 a 1.

Apesar de todos os incidentes, a torcida Geral do Grêmio, logo após o gol de empate de Barcos, não deixou de entoar um famoso cântico seu que diz: "Olha a festa, macaco. Torcida é coração! Quem não canta é amargo e nunca vai sair campeão." Bom, até aí, vá lá. O argumento dos torcedores (incluindo do conselheiro Adalberto Aquino, que se fez presente no programa GANHANDO O JOGO, da Rádio Guaíba, nesta manhã) é válido. Ele diz que chamar os colorados de 'macacos' é uma referência à história em que todas as atitudes da direção e torcida do Grêmio, logo em seguida, eram reproduzidas por parte do Internacional. E apresentou fatos como o da 'raspadinha', o 'hasteamento da bandeira'. Enfim! O que mais me aguçou o ouvido foi escutar na mesma Arena, logo em seguida, um outro canto que leva a seguinte frase: "Somos campeões do mundo e da Libertadores também. Chora, macaco imundo, que nunca ganhou de ninguém...". E, pelo jeito, não foi só no meu ouvido que a música ressoou.

Conforme matéria veiculada pela TV Record na última semana, o Ministério Público-RS firmou com o Grêmio um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), exigindo do clube campanhas de conscientização contra o racismo. Na mira do MP estariam principalmente os cantos entoados nas arquibancadas do estádio Olímpico - já que o termo é datado de 2006. Quem confirmou estas informações foi o subprocurador Ivori Coelho Neto em entrevista à jornalista Caroline Patatt. Ou seja, está mais do que na hora de cessarem os cânticos que citem a palavra 'macaco'. Ou simplesmente substituí-la por outro apelido que não soe racista. Mesmo que o argumento seja contrário, é melhor não pagar para ver. Pelo bem do Grêmio, que tanto se orgulha de ser azul, preto e branco. Pelo bem de todos!

quinta-feira, 6 de março de 2014

Meu abraço negro

Foto: Jefferson Bernardes (Vipcomm)

Tarciso Flecha-Negra, Christian, Aírton Pavilhão, Tesourinha, Roger Machado, Adriano Gabiru (por que não?), Juarez Tanque, Tinga. Eu poderia passar o dia inteiro citando ídolos negros da dupla Gre-Nal. E se formos para o âmbito nacional, a lista aumenta: Pelé, Garrincha, Romário e por aí vai. O negro é um capítulo muito importante do futebol e da história brasileira. E me admira que em pleno 2014 vivamos episódios de racismo. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro - mas principalmente no Brasil. E aqui pertinho, em Bento Gonçalves. O Esportivo vai tentar provar que o fato não ocorreu dentro do Parque Montanha dos Vinhedos. Mas o fato em si ocorreu. Dentro ou fora do estádio, ele ocorreu. O árbitro Márcio Chagas, marcando ou não uma falta, apresentando ou não um cartão amarelo, prejudicando a Esportivo ou Veranópolis, não merecia passar pelo que passou e ouvir o que ouviu: "negro imundo", como ele próprio falou na Rádio GUAÍBA. E bananas colocas no cano de descarga e no teto do carro? Não temos mais espaço para isso! Chagas tem toda a razão em levar adiante a situação. E o Esportivo, mais do que razão, tem a obrigação de investigar o que aconteceu.

Eu só lamento que a gente tenha que falar disso num dia após rodada. Rodada em que, inclusive, o Esportivo teve uma vitória espetacular diante do Veranópolis, que o distanciou um pouco da zona do rebaixamento. Rodada em que os outros dois clubes de Porto Alegre conseguiram fazer frente diante da dupla Gre-Nal. O São José empatando (e por pouco não vencendo) com o Inter. O Cruzeiro aguentando a pressão dos titulares do Grêmio. Mas não! Azar do esquema tático, do treinador que mexeu bem ou mal, da atuação do jogador! Nós temos que falar de racismo em pleno 2014!

Fico profundamente irritado quando não posso falar de esporte. Isso porque escolhi essa área porque me apetecem as análises táticas, a bola rolando e as entrevistas com jogadores. E sempre quando a editoria esportiva encontra a editoria policial, sinto nojo. Principalmente em um episódio como este que aconteceu em Bento Gonçalves. Então, o que me resta é abraçar Márcio Chagas e todos os negros do Brasil, que fizeram, farão ou simplesmente sobrevivem no planeta racista. Um abraço negro!

quarta-feira, 5 de março de 2014

O que não pega bem no Carnaval

Foto: Jessica Mello (Globoesporte.com)

É reta final de Carnaval e, mesmo sem entender patavinas de desfiles de escolas de samba, quero parabenizar as campeãs desta modalidade pelo Brasil afora. Mas não foi por isso que vim aqui. Vim para falar sobre as coisas que não pegam bem no Carnaval. Nesta terça-feira, por exemplo, quem sabe com os resquícios da noite anterior, um grupo de pessoas foi assistir ao treino do Inter no CT Parque Gigante. Até aí, nada contra - a não ser o fato de que estavam postados em uma lancha, sobre o Rio (lago ou lagoa, como queiram) Guaíba. Das cinco pessoas que lá estavam, duas eram meninas. Bem 'apessoadas', diga-se de passagem, posavam em biquínis milimétricos para a lente dos fotógrafos, para os repórteres e principalmente para os jogadores que ali trabalhavam. O que queriam? Não sei. Só sei que não pega bem.

O que não pegou bem também foi a visita do zagueiro colorado Juan a um dos camarotes da Sapucaí, no Rio de Janeiro, acompanhado do centroavante Rafael Moura. O defensor vai, nesta quarta-feira, para sua quinta partida consecutiva sem conseguir fardar o uniforme de jogo do Inter. O departamento médico do clube argumenta que ele não se recuperou muito bem de dores musculares. E o que é melhor para alguém que está lesionado do que um repouso? Sendo assim, não seria uma noitada no Carnaval carioca o melhor remédio. Para 'He-Man', tudo ok. Ele vem bem, fez as pazes com as redes e com a torcida. Mas e Juan? Sei bem que o técnico Abel Braga deu folga para todo o grupo de jogadores, mas você acha que caiu bem?

Imagine eu, um repórter, que dependo das minhas cordas vocais para trabalhar, rouco há uma semana. Então, no Carnaval, decido cantar os samba-enredos do Primeiro Grupo do Rio de Janeiro. Em quais condições me apresentarei no dia seguinte? É o que penso sobre o fato ocorrido com o zagueiro do Internacional. Certamente, o incidente não ganhou proporções gigantescas dentro do Beira-Rio. Do contrário, já ouviríamos algum dirigente balbuciar pelos cantos. Enfim, cada um faz o que quer. O que faz o Inter neste momento é entrar em campo em mais uma rodada do Gauchão sem o seu zagueiro titular - talvez o mais titular de todos.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Meu sogro vai me odiar: minha opinião sobre Rio Grande

Foto: Flávio Neves (Folhapress)

Pouca gente sabe a pressão que vive um jornalista esportivo. Não me refiro às inúmeras críticas que recebemos nas redes sociais ou aos xingamentos na beira do alambrado em dia de jogo. Refiro-me às cobranças feitas em casa. Nesta segunda-feira, mesmo de folga, recebi um telefonema do meu sogro. E, antes que alguém pense diferente, temos uma ótima relação. Nada de inimizades! Mas ele queria pedir para que eu me posicionasse no pênalti de Wendell, que gerou o segundo gol do São Paulo de Rio Grande no sábado. Ele, como colorado, lembrou que o Inter também foi prejudicado ao não ter uma penalidade marcada contra o Veranópolis - no que ele está certo. E o campo ruim, segundo ele, foi ruim para os dois times - não só para os jogadores gremistas. Tentei argumentar, mas nossas teses são diferentes. Por isso, aqui vai minha opinião sobre o que aconteceu na zona Sul do Estado neste fim de semana: desculpe, meu sogro, não me odeie.

Tão logo cheguei ao Estádio Aldo Dapuzzo, abaixo de uma fina chuva, me deparei com um campo enlameado, com inúmeras poças d'água que eram cobertas por pás de areia pelos funcionários do clube. Tudo isso foi descrito no programa PRELIMINAR da Rádio GUAÍBA. E fui além: disse que, fosse eu o técnico Enderson Moreira, não escalaria os titulares da Libertadores naquele jogo. O campeonato do Grêmio neste ano não é o Gauchão e o risco de uma lesão seria altíssimo. Até penso que o diretor executivo gremista Rui Costa se exaltou demais. Eu nunca o vi tão alterado como ao final do jogo, quando falou com exclusividade ao microfone da Guaíba algo parecido com: "Esse árbitro nos roubou de novo!". Mas concordo com parte do discurso, incluindo a parte de que não vai demérito algum à sociedade riograndina, ou ao clube tradicional que é o São Paulo, mas não foram apresentadas as mínimas condições para um espetáculo de futebol. A festa das arquibancadas, bom, isso foi sensacional. E, dentro do jogo proposto, o São Paulo até mereceu os três pontos. No entanto, não desfaçam das reclamações do Grêmio: eles têm razão. Mesmo que tivessem ganho a partida, teriam motivos para reclamar do gramado e do árbitro.

E se ainda assim você estiver pensando o contrário ou mais, imaginando que eu esteja vestindo a camisa do Grêmio por baixo, lhe proponho o seguinte: imagine que em Rio Grande estivesse o time principal do Inter, disputando e liderando uma Libertadores paralelamente ao Campeonato Gaúcho. E mais, que D'Alesssandro, a cada 'la boba' que quisesse aplicar no adversário, tivesse antes que desviar de uma valeta feita para escoar a água para fora do campo. Ou ainda, que o São Paulo puxasse um contra-ataque fulminante e Willians o derrubasse com um carrinho fora da área. Mas o juiz, de maneira equivocada, marcasse pênalti para o time da casa. Você, colorado, não ficaria furioso com tudo isso? Certamente ficaria! E certamente eu estaria recebendo ligação de outra pessoa nesta segunda-feira, não o meu sogro colorado. Talvez a ligação seria de um gremista, reclamando do 'choro alheio'.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A vontade de Cláudio Milar

Nesta quinta-feira, fui pela Rádio GUAÍBA ao CT Parque Gigante acompanhar o último treino do Inter antes do enfrentamento contra o Esportivo. Porém, o maior fato da tarde não foi o treinamento em si, mas o papo que tivemos (nós, repórteres) com o auxiliar técnico Odair Hellmann. Ele, que trabalhou com Clemer, Dunga e agora faz o mesmo com Abel Braga, também foi jogador de futebol. E, para quem não lembra, encerrou a carreira no Brasil de Pelotas - justamente após o fatídico acidente que vitimou três funcionários do Xavante, entre eles o atacante e ídolo Cláudio Milar. Odair nos contou detalhes daquela noite triste e a sua própria história de superação para sobreviver após o capotamento do ônibus que levava a delegação de volta ao Bento Freitas.

Odair revelou que viaja ao lado de Milar e, aos goles de chimarrão, o uruguaio lhe confidenciou que estava insatisfeito. Que jamais o Brasil havia saído de Pelotas para fazer um amistoso de pré-temporada - ainda mais aquele, com 4 horas de viagem. Então, ele estava cansado, iria abandonar a carreira. Queria passar mais tempo com a família. A conversa corria estrada adentro, quando apareceu a curva que derrubou o time inteiro barranco abaixo. Ironia do destino: Cláudio Milar resolveu se abrir com um companheiro de equipe, revelar que largaria o futebol, justamente no dia em que iria morrer. Não sei se Odair permite que eu conte esta história. Mas achei que ela merecia ser contada.

Merece para percebermos que tudo deve ser feito. Se você tem vontade de fazer algo, que o faça! Assim deve ter pensado Marcelo Mabília ao pedir o seu desligamento do Grêmio. Não sei qual será o plano do técnico sub-20 agora. Se vai se arriscar na carreira entre profissionais, morar em Florianópolis ou criar gado no interior do Estado. Sei lá! Só sei que ele tem a razão e a emoção do seu lado. Teve vontade de fazer, que o faça! Daqui a pouco pode ter o mesmo destino de Roger Machado, que deixou o Grêmio por alguns meses e então foi contratado pelo Juventude. Talvez esta não seja a vontade de Mabília. Enfim, seja o que for, ele sabe o que faz. E, principalmente, fez com vontade.

*Este comentário foi ao ar às 21h30min no programa 'Plantão Esportivo' da Rádio Guaíba.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Abel talvez não precise de um novo Pedro Júnior

Abelão resolveu fechar o treino desta sexta-feira. Será que vai preparar alguma mudança para o clássico do próximo domingo? Pois eu digo que deveria. Aliás, venho dizendo a um bom tempo. Até quando o treinador vai conseguir escalar este Inter ofensivo? Não é novidade para ninguém ver Abel Braga mandar a campo uma escalação 'para-frentex'. E ele até já pagou seus pecados por isso.

O ano foi 2006. Abel tinha poucos meses no comando, em sua 4ª passagem pelo Beira-Rio, que culminaria com o título mundial em Yokohama. E talvez, não fosse o gol de Pedro Júnior, não tivesse chegado lá. Mas houve o tal gol, que tirou das mãos do favoritao Inter de Abel a taça de campeão gaúcho. Contra um Grêmio modestíssimo, treinado por Mano Menezes, o Colorado empatou em 0 a 0 no Olímpico e saiu na frente (gol de Fernandão) na grande final disputada no Beira-Rio. Eis que Pedro Júnior, que sequer era titular no Tricolor, entrou em campo e deixou sua marca nas redes utilizando a nuca. Conta a lenda que após ver a conquista frustrada, o então presidente Fernando Carvalho convocou uma reunião e pediu/exigiu de Abel uma escalação mais cautelosa, um time mais defensivo. A partir dali, entraram na equipe Edinho e, posteriormente, Alex. E a história rumou para o que todo mundo já conhece.

Clemer; Ceará, Bolívar, Ediglê e Rubens Cardoso; Fabinho, Tinga e Mossoró; Michel, Fernandão e Iarley - este é o time que perdeu para o Grêmio de Mano. Muriel; Gilberto, Paulão, Juan e Fabrício; Willians, Aránguiz e Alex; D'Alessandro, Rafael Moura e Jorge Henrique - este é o Inter utilizado na goleada de 4 a 1 sobre o Cruzeiro, na semana passada. Abel Braga será corajoso em repetir a dose neste domingo, na Arena? Talvez não seja necessário um 'novo Pedro Júnior'. Se for, alguém terá de tomar a atitude de Fernando Carvalho.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Kleber pode ser Harlei

Foto: Reprodução da TV Anhanguera

Da vitória de 1 a 0 do Grêmio sobre o Veranópolis, nesta quarta-feira, poucos se salvam. Talvez o zagueiro Rhodolfo, o latera Wendell e principalmente os meninos Jean Deretti e Luan, que entraram no segundo tempo. O resto é praticamente desesperador. E nem falo pelo clássico Gre-Nal de domingo, mas pela Libertadores que bate à porta. E o torcedor sabe disso. A prova é que não poupou a equipe de vaias no intervalo. E, um jogador em especial, teve seu pé agarrado pelas arquibancadas: Kleber. Aliás, para quem não percebeu, Barcos marcou e correu para o banco de reservas apontando para seu companheiro de ataque, oferecendo o gol a ele.

A direção, através de Rui Costa, também faz questão de defender o atacante. Também encerrou qualquer especulação sobre um troca-troca envolvendo Emerson Sheik, do Corinthians. Acredita até mesmo que o episódio recente de uma briga em uma boate (junto do reserva Paulinho) tenha contribuído para o ranço com Kleber. Pode ser. Perguntei ao técnico Enderson Moreira o que estaria acontecendo com o Gladiador, a resposta foi de que ele prefere "não individualizar". Entretanto, quando perguntado se já havia sacado da equipe um jogador emblemático como Kleber em suas passagens por outros clubes, disparou: "Um treinador que trabalha num grande clube deve estar preparado. Já fiz a troca de um ídolo no clube porque achei que era o melhor. Seja no Goiás ou no Fluminense, sempre fiz escolhas pensando no melhor para o clube" - mas não quis abrir de quem se trata - "Aí vocês vão ter que pesquisar", complementou Enderson.

A frase foi a chave para que eu puxasse meu celular do bolso e digitasse no Google: 'Enderson barra...'. Em seguida, veio uma matéria datada de 2013, fazendo referência ao goleiro Harlei, do Goiás. Na ocasião, às vésperas de enfrentar o Corinthians pelo Brasileirão, o treinador optou por escalar o ex-colorado Renan, que dali por diante iria como titular até o fim do certame: "O Harlei é o maior idolo da historia do Goiás, temos o maior respeito por ele. Nenhum clube faria um contrato de duas temporadas com um jogador de 40 anos. A gente acredita nele, já estamos buscando um substituto e ele vai ser importante até para nos ajudar nisso. Substituir um goleiro como o Harlei e ser comparado a ele, é difícil. Se isso acontecer, não vai ter chance", descreveu Enderson. E agora, quem poderá ser o Renan de Kleber - se é que ele vai receber o mesmo tratamento de Harlei.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Ramires ou Tinga?

Foto: Tomás Hammes (Globoesporte.com)

Pobre Augusto, quem mandou arrebentar no treino antes do jogo? Ao marcar gols no coletivo que definiu o time de Abel Braga para a 6ª rodada do Gauchão, o meio-campista, que volta do empréstimo à Chapecoense, se transforma na grande expectativa do torcedor colorado para esta quarta-feira. Se não tiver uma boa atuação diante do Pelotas, está prestes a virar chacota. Não faltará alguém dizendo: 'Ué, mas não estava aí o novo Ramires, o novo Tinga?'. Um crime!

Desta vez, faço 'mea-culpa'. Em nenhum momento Augusto disse que era o 'novo' alguém. Sempre teve colocado diante de si as comparações. Na coletiva de imprensa desta terça não foi diferente. Questionado sobre com quem mais se assemelhava, a Tinga ou Ramires, ele respondeu: "Eu acho que mais com o Tinga, mais de chegada e determinação mesmo." Porém, na pré-temporada, quando o compararam ao meia do Chelsea-ING e Seleção Brasileira, caiu na armadilha: "Sou um jogador de bastante pegada e determinação. Sou veloz, chegou bastante à frente. Acho que sim. É bem parecido. Temos as mesmas características." Augusto não tem culpa. Nem nós, repórteres.

A comparação é algo inevitável na vida. Até mesmo para descrever o futebol de um jogador que está surgindo, todos temos esta mania. Daí surgiram tantos 'novos Pelé', 'novos Maradona'. Pobres meninos! "Vocês já estavam querendo comparar o Augusto com Tinga. Tem que ter calma!", declarou o técnico Abel Braga recentemente. Ele está certo. Tem que ter muita calma! Mas é inevitável. Sempre irá se comparar um jogador do presente com o do passado (nem que seja recente). E se ele não der certo, azar é do guri. Por isso, quando alguém pedir para eu descrever Augusto a partir de agora, por pena dele, vou dizer apenas: é aquele volante que sabe fazer a terceira função do meio-campo, que tem agradado ao Abel e que fez Josimar perder o mínimo espaço até ser emprestado ao Palmeiras. Mais justo, né?

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A passionalidade contra Enderson e Rafael Moura

Fotos: Lucas Uebel (Grêmio) e Fernando Teixeira (Futura Press)

O torcedor é passional. Esta é uma das frases mais ditas no mundo futebolístico. E cada vez que se diz, não se inventa a roda ou descobre o fogo. Simplesmente se constata uma das maiores verdades. Neste domingo, Enderson Moreira e Rafael Moura puderam experimentar um pouco da paixão e da raiva das arquibancadas variando em questão de minutos. O técnico gremista no empate em 1 a 1 com o Juventude e o centroavante colorado na goleada de 4 a 1 sobre o Cruzeiro, em Novo Hamburgo.

Estive em Caxias do Sul. Fiquei postado logo à frente da torcida gremista, próximo de onde estouraram os rojões no goleiro Fernando. Ao entrar em campo, o time do Grêmio foi saudado com aplausos e cânticos apaixonados. Aos poucos, o amor foi virando ódio, graças à impaciência travestida de torcida. Bastou Zulu abrir o placar para os donos da casa para que o alvo fosse apontado. Enderson, colocado à casamata a metros do torcedor, ouviu impropérios que não se fala nem ao pior inimigo. Do óculos ao jeito de se comunicar com os atletas - tudo foi motivo para aumentar a irritação dos aficionados dependurados no alambrado. "Isso aqui é Grêmio, não é o Goiás!", berrava um mais exaltado. "Coloca o Paulinho!", gritava outro ao seu lado. Eis que o treinador chamou Jean Deretti. Um misto de vaias com aplausos. Até que a mexida deu certo, o meio-campista participou do gol de empate de Wendell e Enderson virou gênio. Enfim, ele não é o maestro que pintou ser na goleada sobre o Aimoré, tampouco o asno que desenharam alguns torcedores no Jaconi. "O torcedor é assim, vai cobrar, querer vitórias e conquistas. Tenho a certeza que vamos melhorar, fazer bons jogos e buscar as vitórias", respondeu ele após o jogo.


Pois Rafael Moura fez exatamente o contrário. Ao invés de acalmar os ânimos, pôs gasolina no incêndio. Vaiado, ouviu de dentro de campo os pedidos: "Ei, Abel. Tira o Rafael!". Não aguentou. Bastou marcar o gol de desempate contra o Cruzeiro para se voltar contra as arquibancadas. Com o dedo em riste diante da boca, pedia o silêncio dos 'cornetas'. D'Alessandro, capitão do Inter, percebeu a bobagem e o 'gravateou'. Minutos depois, com o auxílio do argentino, He-Man foi aplaudido. Ao final do jogo, o atacante foi defendido por dirigentes, colegas de equipe e pelo técnico Abel Braga: "O torcedor é paixão pura, ele aplaude como vaia. Mas eu o conheço, ele vai pedir desculpas porque é um cara do bem e eu assumo a responsabilidade sobre ele. E se daqui a 4 ou 5 jogos não estiver bem, ele sai e entra outro", comentou o treinador. Eis a passionalidade tão difícil de compreender mostrando suas garras. E 2014 apenas começou.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Camisa 5 na poupança de Abel

Foto: Inésio Machado (Diário de Canoas)

O ano começou para o Inter de Abel Braga. Depois de estrear com o time reserva e vencer o São Paulo-RG por 2 a 1, o treinador já anunciou inclusive que mandará a campo no domingo, contra o Cruzeiro, o que imagina de titularidade para o início de 2014. Sendo assim, até mesmo a numeração fixa já foi anunciada - com alugmas novidades. Com a contratação de Dida, Muriel passa a vestir o número 30. Otávio é o dono da 7, que foi de Forlán. Wellington Paulista herdou a 9 de Damião. E a 5, que foi de Aírton... Bom, esta segue sem dono, curiosamente. "É uma camisa de tradição dentro do clube, assim como é a 7 e a 3. Como a gente já tem alguns meninos com a numeração fixa desde o ano passado, a 5 a gente reservou. Quem sabe, durante o ano, a gente consiga dar algum valor especial para algum jogador que possa usar a nossa número 5", descreveu o diretor de futebol Roberto Melo em entrevista à Rádio GUAÍBA.

Lembrei do episódio quando Abel divulgou a lista de inscritos para o Mundial de 2006. Wellington Monteiro, então reserva na Libertadores, se enxergou na folha exposta na porta do vestiário e bradou: "Peguei a 5 do Falcão!". E aí resta saber quem herdará a '5 de Falcão' nesta temporada. João Afonso, Augusto, Rodrigo Dourado, Bertotto e outros tantos garotos sobem das categorias de base sedentos por uma oportunidade. E esta oportunidade estará no Gauchão. Um grande exemplo disso é o que fez Abel com relação aos atacantes: "Cheguei com proposta de pegar mais um jogador de lado. Já coloquei que gostaria muito do Luan, mas ele preferiu ficar no Cruzeiro. Depois vi o Otavinho, Valdívia, Eduardo Sasha e falei para suspender. Estou apostando neles. Eles tem esses dois meses e pouco para me provar se estou certo ou errado", avaliou.

A declaração complementa o que já havia dito o comandante colorado, avisando que o presidente Giovanni Luigi poderá poupar seu 'dinheirinho'. A chance será dada para quem já está no Inter, atualmente no plantel de Clemer. Se souberem aproveitar as oportunidades, serão pinçados por Abel Braga. Mesmo assim, o técnico não se iulde: "O negócio perigoso é que Gauchão não pode ser parâmetro. É uma armadilha. Não vamos nos iludir", relatou, lembrando que o objetivo é a conquista do Brasileirão ou Copa do Brasil. E assim, segue sem dono a camisa 5 - até segundo aviso de Abel.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Abel de volta ao Beira-Rio. Mas quando?

Dunga foi o único técnico da história do Inter, na 'Era Beira-Rio', a não comandar a equipe uma vez sequer no estádio colorado. Abel Braga certamente não passará por este problema em 2014. No entanto, ninguém dentro do clube sabe precisar quando será o retorno do treinador à reformada casa. O jogo-treino contra o Cerâmica não conta, não foi partida oficial. Estava tudo certo para acontecer nesta quarta-feira, contra o São Paulo de Rio Grande. Mas o mando foi alternado para Novo Hamburgo, enquanto as passarelas que auxiliam na instalação dos refletores seguem interditadas pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT). Assim, fica tudo para o dia 2 de fevereiro, contra o Cruzeiro. Ou não?

A direção colorada se divide em duas correntes: a otimista e a pessimista. A otimista, liderada pelo vice-presidente de administração José Alfredo Amarante, já teria reaberto o estádio (mesmo com público reduzido) no dia 18 de janeiro, contra o São Luiz. A outra linha, pessimista (ou 'cautelista'), tem como guia a vice-presidente Diana Oliveira, que teme um vexame caso a estrutura do Beira-Rio seja reprovada no evento-teste da Fifa para a Copa do Mundo. A inauguração da Arena do Grêmio - utilizada como exemplo a não ser seguido dentro das reuniões do Conselho Deliberativo -, ecoa na memória recente desta última parcela que prefere aguardar mais alguns dias até ver o Inter de Abel em Porto Alegre.

Acontece que a projeção inicial do departamento de futebol era somente colocar o time titular em campo quando o Beira-Rio estivesse apto a receber jogos. Como o prazo se estendeu, Abel Braga pode se ver obrigado a escalá-los no próximo domingo - mesmo que o jogo se repita em Novo Hamburgo. Depois disso, resta apenas o Pelotas na Boca do Lobo e o clássico Gre-Nal na Arena. Será que o time principal só aparecerá diante do Grêmio? Difícil de acontecer. Enquanto as correntes da direção não definem a reabertura da casa colorada, o departamento de futebol e muito menos Abelão sabem precisar quando D'Alessandro e Cia farão suas estreias em 2014. É possível que tudo fique para o dia 15 ou 18, contra Caxias ou Juventude.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Júlio César: entre a confusão de Grohe e a inteligência de Koff

Foto: Bruno Spada (Vipcomm)

O Grêmio vencia o Aimoré por 3 a 0 e os jogadores ainda estavam no vestiário, quando Marcelo Grohe retornou ao gramado da Arena para aquecer para o segundo tempo. Às suas costas, a camisa 12. O fato chamou a atenção do preparador de goleiros Rogério Godoy, que avisou rapidamente o árbitro Jean Pierre e solicitou que fosse trazida uma outra camisa, agora com o número 1. "Troquei a camisa com o jogador do Aimoré e acabei me confundindo na hora de pegar outra no intervalo", explicou Grohe na saída de campo. Foi apenas um engraçado mal entendido. Ou um aviso do destino?

Rui Costa e Marcos Chitolina negam de maneira veemente a notícia publicada no jornal inglês Daily Mail, de que o Grêmio está contratando Júlio César, do Queens Park Rangers-ING e Seleção Brasileira. Segundo eles, o goleiro foi oferecido logo após a saída de Dida. E não passou disso. Mais enfático ainda foi o presidente Fábio Koff, entrevistado pela Rádio GUAÍBA: "Não precede. O Grêmio tem algumas carências no seu elenco, mas essa não é uma realidade, longe disso. Temos um dos melhores goleiros do Brasil. O Grohe está preparado para assumir a titularidade do Grêmio. É um goleiro incontestável. Não seria inteligente ou racional da nossa parte. Se nós temos um dos melhores goleiro do Brasil, estaríamos fazendo bobagem. Não seria inteligente sequer cogitar essa negociação”.

E se o técnico Luiz Felipe Scolari tivesse pedido para que Júlio César venha ao Grêmio para ter ritmo de jogo? "Nós temos uma ligação muito forte (com Felipão), mas com relação ao trabalho dele e à questão do Grêmio nós mantemos uma certa reserva. Conversei com ele no final de semana, mas não dizia respeito ao futebol", declarou Koff à GUAÍBA. E talvez seja o melhor caminho. Ou alguém imagina qual seria a reação de Grohe ao saber que terá de entregar a camisa 1 mais uma vez em novas mãos? Prefiro acreditar que tudo não passou de um mero mal entendido de Grohe no intervalo do jogo contra o Aimoré - até para não duvidar da inteligência dos dirigentes gremistas.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A estreia de Edinho dá mais tranquilidade

Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

A estreia do time principal do Grêmio, treinado por Enderson Moreira, não podia ser melhor: 4 a 0 sobre o Aimoré. E ficou só nisso porque, nitidamente, a equipe puxou o freio de mão. Além disso, pode se perceber uma equipe bem mais móvel do que a terminou a última temporada. E, mais do que tudo, foi ver a desenvoltura do volante Edinho - de quem se tinha uma certa desconfiança pela idade e gigantesca identidade passada com o arquirrival Inter.

Ao anotar o terceiro gol gremista deste domingo e ter seu nome ovacionado das arquibancadas da Arena, Edinho também deixou a diretoria com maior tranquilidade para desenvolver a transação com o São Paulo por Rhodolfo. "O Edinho trata-se de um grande jogador. Não tenho dúvida de como ele vai vestir essa camisa, com toda a determinação que sempre foi característica do seu jogo, com poder de marcação e entrega máxima. A gente sabe que na sequência ele vai ser capaz de dar uma boa resposta", avaliou o comandante Enderson Moreira.

Edinho
, aos poucos, pode convencer não só o treinador como toda a torcida que tem futebol para ser o substituto de Souza. Até porque, como revelou Moreira, reuniões entre Grêmio e São Paulo aproximaram o antigo titular de uma despedida: "O Souza é um jogador que fez toda a pré-temporada conosco e está aí pensando no Grêmio com certeza. Vamos aguardar. Teve um encontro essa semana, a gente sabe que era natural que isso acontecesse, mas esperamos contar com ele. Caso não aconteça, vida que segue. Não gosto de ficar lamentando." Publicamente, a direção gremista alega que gostaria de permanecer com os dois - Rhodolfo e Souza. Mas, eu complemento que, infelizmente, não será possível. Neste final de semana, Souza ficou de fora por conta de dores no púbis. Nos próximos, talvez continue de fora porque já não seja mais atleta do Grêmio. Agora tem Edinho!

E se Leandro Damião voltasse?

Foto: Ivan Storti (Lance!Press)

Quem garante que o garoto Aylon, destaque na campanha 100% vitoriosa do Inter Sub-23 do Gauchão (incluindo a jornada em Passo Fundo neste fim de semana), não irá repetir os passos de Leandro Damião? Assim, como quem não quer nada, o atacante vem se destacando, marcando gols, e saiu do banco de reservas de André Doring para ser destaque no time de Clemer. Agora, se pode ser útil nos profissionais de Abel Braga, o papo é outro. Ainda mais se Leandro Damião voltar ao Inter.

A possibilidade foi levantada pelo presidente do Atlético Ibirama, Ayres Marchetti, aos repórteres que fizeram a cobertura antes do jogo contra o Avaí, neste domingo, pelo Campeonato Catarinense. Não há gravação! Justamente a história nasceu de um pedido de entrevista ao canal Sportv, para falar sobre a negociação do centroavante. Mas o mandatário disse que não poderia relatar os detalhes porque, pelo que "ouviu por aí", os problemas com a compra de Neymar pelo Barcelona poderiam interromper a transação envolvendo Damião. Até porque, segundo ele, o dinheiro que o Santos utilizaria para reembolsar o grupo de investidores Doyen Sports viria dos cofres espanhóis. Assim, não fechando o negócio, o camisa 9 poderia voltar a Porto Alegre. A história foi confirmada na Rádio GUAIBA pelo repórter Rômulo Balbinotti, da Bandeirantes de Santa Catarina.

No Internacional, a história não é tratada como verídica ainda. "Eles não vão querer perder dinheiro", avaliou um dirigente colorado, explicando que a primeira das quatro parcelas já foi quitada. A segunda, que deveria ter sido feita na última quinta-feira, não entrou. Justamente porque a Doyen não enviou o dinheiro ao Santos. Com isso, Damião não pode aparecer no BID da CBF e, consequentemente, não pode estrear diante do Ituano pelo Campeonato Paulista. A intenção é realizar todo o processo nesta semana, para que o centroavante entre em campo diante do Corinthians, no próximo fim de semana. A tendência é de final feliz, com dinheiro entrando no cofre colorado e Damião jogando pelo Santos. Mas você já imaginou se o 'Bigode' voltasse ao Beira-Rio? Que história!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Como segurar Rhodolfo?

Foto: Ricardo Duarte (Agência RBS)

Pelas palavras do diretor executivo Rui Costa, o Grêmio sabe o que tem de fazer para segurar Rhodolfo. O problema é colocar o plano em prática. "Eu sei cada um dos clubes que está interessado nele. Sabemos que o mercado se movimenta fortemente em relação a ele e isso representa uma ameaça para nós. Mas na medida em que ele for negociado, temos prioridade de cobrir a proposta. E o torcedor sabe que não temos condições de fazer esse investimento. Nós queremos manter manter o Rhodolfo, mas também queremos ficar com o Souza", assinalou o dirigente, fazendo referência à negociação com o São Paulo, que pede o volante em troca pelo zagueiro. Mas não é só do Morumbi que vem os olhares sobre o camisa 44.

Depois de investir alto em Alex Telles, o Galatasaray quer reforçar ainda mais sua defesa. Porém, conforme o empresário Rafael Félix, existe somente o "interesse". No Grêmio também se fala: não há nenhuma proposta oficial repassada pelo São Paulo. Nem mesmo do Fluminense, como se especula no eixo Rio-São Paulo, que poderia oferecer o ex-colorado Rafael Sobis ao Morumbi para retirar o zagueirão do Grêmio. Nada de nada! Pelo menos por enquanto. E, para se antecipar a uma eventual proposta, a direção gremista sondou a situação do atacante Osvaldo junto aos são-paulinos. Entretanto, ouviu um sonoro não. O objetivo era repassar Souza, mas pegar Rhodolfo em definitivo, além do veloz atacante. Nada feito!

Nesta quinta-feira, recebi a informação que o assessor de futebol Marcos Chitolina esteve em Curitiba. Na capital paranaense, o dirigente poderia se reunir com o Atlético-PR (que detém 50% do passe do defensor) para, quem sabe, receber o aval pelo troca-troca. Poderia ainda aquirir a metade dos direitos. Ou, por fim, apenas se reunir com o empresário do atleta - Félix reside em Curitiba. Nada disso! Nem mesmo qualquer negócio com Coritiba ou Paraná Clube. Falei com Chitolina por telefone, que me garantiu ter feito uma visita por questões profissionais e pessoais. Nenhuma relação com o Grêmio! Acredito nele. Mas e Rhodolfo, como ficará? Como fazer para segurá-lo em Porto Alegre?

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O que o Inter aprendeu com seus gringos

Foto: Ricardo Duarte (Agência RBS)

As saídas de Scocco e Forlán (tal qual antecipou o blog no dia 20 de novembro) pegaram a direção colorada de surpresa. E irritaram muito também. Imagine você, sendo um dos pensadores do futebol do clube, organizando a temporada 2014, e até apostando nos gringos como dupla de ataque para suprir a venda de Leandro Damião. Pois chegam os dois, já na reapresentação do elenco, e começam a forçar rescisões de contrato. "Nós sabíamos das especulações, recebíamos muitas sondagens, como recebemos por qualquer outro jogador. Mas até virar proposta oficial, não podemos nos manifestar", disse o diretor Roberto Melo em entrevista à Rádio GUAÍBA nesta quarta-feira. E Melo foi um dos que menos sentiu a saída dos estrangeiros.

O vice-presidente de futebol Marcelo Medeiros, este sim, ficou mais irritado com a situação - principalmente de Scocco. "Acho muito difícil (retorno ao time). No Inter, joga quem tem muita vontade. A camisa do Inter é vestida por jogadores onde comprometimento, dedicação e adrenalina não são qualidades, são requisitos e princípios básicos", declarou. Na mesma corrente, partiu o técnico do time Sub-23, Clemer: "Eu é que não entendo como é que não tem adrenalina para jogar em um grande clube como o Inter. Joguei quase minha vida toda futebol e não tenho cara de trouxa. Entendo a posição de cada um, mas quando me botaram no time profissional, fui para fazer meu melhor, independentemente de quem estava lá", desabafou após a vitória de 2 a 1 sobre o Novo Hamburgo, pelo Gauchão.

Acontece que, de tudo isso, fica um ensinamento. A partir de agora, se tiver de contratar, o Colorado não irá atrás de um medalhão com status de 'Melhor Jogador'. Tampouco investirá alto em alguém de idade avançada. A ideia é trazer um atleta jovem e que tenha vontade de mostrar trabalho. O discurso do presidente Giovanni Luigi até é de aproveitar as categorias de base, "como historicamente faz o Internacional". Entretanto, não se surpreenda se vier um novo atacante por aí. Maicon, ex-Fluminense e hoje no Lokomotiv Moscou-RUS vem sendo observado há um bom tempo, e agora pode receber sinal verde da direção: "Temos um banco de dados que nos possibilita observar vários jogadores", revelou Melo. Já Medeiros limitou-se a dizer: "Pelo cargo que eu exerço, não posso comentar especulações. Mas trata-se de um grande jogador.". O Inter entende que precisa dar uma resposta ao seu torcedor após as saídas de Scocco e Forlán - mesmo que esta resposta, no início, não seja tão significativa ou de peso.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

2014: o ano que menos mudou a fotografia gremista

Foto: Alexandre Loureiro (Fotonauta)

Nesta quarta-feira, o técnico Enderson Moreira testará pela última vez sua equipe antes de mandar a campo contra o Aimoré, no fim de semana. A tendência é de pouquíssimas mudanças em relação ao que se viu em 2013 - pelo menos na fotografia do time. Aliás, arrisco-me a dizer que este será o ano em que ela menos mudará desde que o Grêmio voltou à Série A. Dos reforços trazidos (Pedro Geromel, Edinho e Alan Ruiz), nenhum será titular no início. Em campo, apenas rostos conhecidos. Se é bom ou ruim, não sei. A verdade é que, por escassez financeira, aliada à qualidade da base montada, o time é praticamente o mesmo. Veja abaixo:*

2014 - O novo técnico mudou o esquema tático do 4-3-3 para o 4-4-2 (variando para o 4-2-3-1) e atletas que antes eram reservas, assumiram o posto: GROHE (Dida); Pará, Rhodolfo, Bressan e WENDELL (Alex Telles); Souza, Ramiro, Zé Roberto e MAXI (Vargas); Kleber e Barcos.

2013 - Com contratações de peso, Vanderlei Luxemburgo mudou praticamente tudo: DIDA (Grohe); Pará, CRIS (Gilberto Silva), Werley e ANDRÉ SANTOS (Anderson Pico); Fernando, Souza, Elano e Zé Roberto; VARGAS (Kleber) e BARCOS (Marcelo Moreno).

2012 - Treinador Caio Júnior chegou com uma nova concepção de futebol, ganhou nova dupla de ataque, mas durou poucas rodadas: Victor; Mário Fernandes, NALDO (Saimon), DOUGLAS GROLLI (Vilson) e Júlio César; GILBERTO SILVA (Rochemback), Fernando, MARCO ANTÔNIO (Marquinhos) e LEANDRO (Douglas); KLEBER (Escudero) e MARCELO MORENO (André Lima).

2011 - Renato Portaluppi mais perdeu do que ganhou reforços, e ainda viu Ronaldinho acertar com o Flamengo: Victor; Gabriel, RODOLFO (Paulão), Rafael Marques e GILSON (Fábio Santos); Rochemback, Adílson, Lúcio e Douglas; André Lima e BORGES (Jonas).

2010 - Com Silas no comando, a direção apresentou reforços do meio para a frente: Victor; EDÍLSON (Réver), Mário Fernandes, RODRIGO (Rafael Marques) e Fábio Santos; FERDINANDO (Adílson), WILLIAN MAGRÃO (Maylson), HUGO (Souza) e DOUGLAS (Tcheco); LEANDRO (Jonas) e BORGES (Maxi López).

2009 - De contrato renovado, Celso Roth ganhou muitos reforços para a Libertadores: Victor; Léo, Réver e RAFAEL MARQUES (Pereira); RUY (Paulo Sérgio), ADÍLSON (Rafael Carioca), Tcheco, SOUZA (Willian Magrão) e JADÍLSON (Pico); JONAS (Perea) e ALEX MINEIRO (Marcel).

2008 - Após desmanche da equipe finalista da Libertadores, Vágner Mancini foi contratado para comandar um time de desconhecidos e pratas da casa: VICTOR (Saja); PAULO SÉRGIO (Patrício), Léo, PEREIRA (William) e ANDERSON PICO (Bustos); EDUARDO COSTA (Sandro Goiano), Willian Magrão, PETER (Diego Souza) e ROGER (Tcheco); SOARES (Jonas) e PEREA (Marcel).

2007 - Mano Menezes continuou para a disputa da Libertadores e recebeu bons reforços: SAJA (Galatto); Patrício, SCHIAVI (Maidana), William e LÚCIO (Bruno Teles); EDMÍLSON (Sandro Goiano), Lucas Leiva, DIEGO SOUZA (Alessandro), Tcheco e CARLOS EDUARDO (Hugo); TUTA (Rômulo).

2006 - De volta à Série A, time mudou pouco, mas mudou: MARCELO GROHE (Galatto); LUIZ FELIPE (Patrício), MAIDANA (Pereira), EVALDO (Domingos) e Escalona; JEOVÂNIO (Nunes), LUCAS LEIVA (Marcel), Sandro Goiano, RAMÓN (Lipatin) e Marcelo Costa; Ricardinho.

*Em CAIXA ALTA o titular das primeiras partidas do ano. Entre parênteses, o titular dos últimos jogos da temporada anterior 

Pelaipe estava certo sobre Forlán

Foto: Alexandre Lops (Internacional)

A informação repassada por Flávio Dal Pizzol na tarde desta terça-feira na Rádio GUAÍBA é uma bomba: Diego Forlán realizou testes médicos (o conhecido exame demissional) a fim de se desvincular do Internacional. O clube o libera de graça, enquanto o atacante abre mão de uma dívida no atraso no direito de imagem. Conforme o próprio jornalista, o vice-presidente de futebol colorado, Marcelo Medeiros, não confirma a informação de maneira oficial. Porém, quando indagado se poderia negar que o uruguaio realizaria tal exame, afirmou que igualmente não poderia negar. Assim, depreende-se que todas as últimas notícias, dando conta de uma saída iminente para Japão, Inglaterra ou até para o Botafogo não estavam fora de contexto - embora tenham sido negadas por dirigentes e pelo empresário Jorge Baidek. Portanto, está a um fio o casamento cheio de pompas iniciado no dia 7 de julho de 2012.

E hoje, olhando para trás, dá para ver que Forlán não fez jus à festa organizada pelos torcedores no Aeroporto Salgado Filho. Com 1 ano e meio de Porto Alegre, o charrua viveu muito mais pela sua fama de 'Melhor Jogador da Copa do Mundo de 2010'. Passou longe do goleador que foi em Manchester United, Villareal e Atlético de Madrid. Tampouco foi merecedor da camisa 10 da Celeste Olímpica. Nem mesmo o nervosismo dos gremistas ele mereceu. Sim, e houve torcedores do Grêmio apreensivos quando da contratação do uruguaio. Pobre Baidek, foi surrado pelas redes sociais! E pensar que esta bomba poderia ter caído no colo tricolor.

Sim, Diego Forlán foi oferecido inicialmente ao Grêmio, para depois bater no portão do Beira-Rio. Gremista de coração, Baidek, agente do atacante, procurou os então dirigentes do clube - Paulo Odone e Paulo Pelaipe. O Grêmio havia sido eliminado do Campeonato Gaúcho de 2012 em um Gre-Nal e o pedido inicial da Internazionale de Milão (clube onde estava o atacante) girava em torno de 5 milhões de euros. Atrelado ao salário altíssimo para os padrões brasileiros - R$ 800 mil -, o valor a ser pago aos italianos foi logo rechaçado por Pelaipe. Na visão do executivo, não valia a pena trazê-lo, embora se tratasse do 'Melhor Jogador...".  Quem mordeu a isca foi o vice do Inter, Luciano Davi, que após meses de negociação conseguiu até liberar Forlán de graça de Milão. À época, conversei com um conselheiro gremista que me disse: "Infelizmente Forlán é deles!". Um ano e seis meses depois, o atacante sai de Porto Alegre exatamente como chegou da Itália: sem deixar saudades, de graça e com um exame demissional nas costas.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Para quem foi o recado do Gladiador?

Foto:  Alex Farias (Gazeta Press)

Não vi tanta polêmica assim na entrevista, mas não deixei de ouvir o teor crítico do discurso de Kleber Gladiador durante a pré-temporada. Questionado sobre o Grêmio de 2014, o atacante disparou contra ex-colegas: "Chegaram jogadores com fome de vencer, de dar um salto na carreira. Espero que seja assim. Acho que faltou isso no ano passado. Tinham muitos jogadores, que com todo o respeito, vieram só para jogar uma Libertadores. Alguns problemas aconteceram e a gente acabou pagando o preço por isso." Para quem foi o recado? De todos os contratados no início de 2013 (Cris, André Santos, Vargas, Welliton, Willian José e Barcos), apenas o lateral-esquerdo assinou contrato de 6 meses. Por isso, o objetivo era atacar André Santos, que hoje está no Flamengo? Difícil confirmar sem 'nomes aos bois'.

Aliás, declarações polêmicas são a especialidade de Kleber. Ao mesmo tempo em que não fica em cima do muro, o camisa 30 costuma se posicionar em brigas que não cabem a ele. Um exemplo disso foi a primeira saída de Marcelo Moreno. Outro aspecto que chamou a atenção na última entrevista do Gladiador foi a falta de gols em 2013 - passou todo o returno do Brasileirão em branco: "Eu sei o porquê a gente não fazia gols e acho que todo mundo sabe", disse ele, para logo em seguida emendar que as estatísticas apresentavam que ele e Barcos, que formavam a dupla de ataque, muitas vezes roubavam mais bolas do que os jogadores de defesa. Ou seja, o culpado era o esquema tático de Renato Portaluppi?

Pois no primeiro teste de Enderson Moreira, com a equipe montada no 4-2-3-1, coube a Kleber executar a função de centroavante e não mais a de atacante partindo de trás: "Eu já joguei nas duas situações. No Cruzeiro, talvez na melhor fase da minha carreira, atuei como no jogo-treino. No Palmeiras, fiz essa função mais recuada." Acontece que no tal jogo-treino de Carlos Barbosa, o Gladiador só atuou como referência no ataque pela ausência de Barcos (com uma entorse). Com o retorno do Pirata, o futebol de Kleber vai sumir de novo? E se sumir, quem vai sofrer na próxima coletiva de imprensa? Está mais do que na hora de apenas jogar bola.

A ordem é revelar antes de contratar

Foto: Tomás Hammes (Globoesporte.com)

A presença de Abel Braga no jogo de estreia do Gauchão, para acompanhar o time sub-23, está fortemente ligada à demissão de Newton Drummond (Chumbinho). Não que isso não fosse acontecer anteriormente. O próprio Chumbinho relatou na Rádio GUAÍBA que a intenção inicial era buscar o treinador em Gramado e rumarem ambos para Novo Hamburgo. Acontece que a ordem interna do clube agora é revelar, antes de comprar. Assim, na visão do departamento de futebol, perde um pouco o sentido a presença de um diretor executivo de futebol. Entra em cena o ex-coordenador da base, Jorge Macedo, agora gerente de futebol.

Por isso, antes de sair desesperadamente às compras para repor, por exemplo, a saída de Scocco, o Inter vai olhar para o time de Clemer. "Tem dois ou três jogadores aqui que gostei bastante. Quarta-feira voltarei para assistir a mais uma partida e vou ver se eles confirmam", disse Abelão em referência à partida contra o Novo Hamburgo, no meio de semana. Um dos que certamente agradou foi o atacante Aylon. Autor de dois gols (um deles anulado), o menino pode se adaptar perfeitamente ao esquema tático de três atacantes que descem para marcar a saída de bola - preferido do treinador.

Conforme os cálculos do diretor Roberto Melo, em entrevista ao programa Bate-Bola da TV Com, o clube gasta em torno de R$ 1 milhão e R$ 1,3 milhão mensalmente para abastecer as categorias de base (todas categorias). Por isso, torna-se quase que obrigatório o aproveitamento dos pratas da casa. Ou seja, definitivamente, as coisas mudaram. Antes de contratar novos Aírton, Helder ou Vitor Júnior, o clube testará Rodrigo Dourado, Cláudio Winck e Aylon.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Um dia a mais e 1,5 milhão de euros

Por um dia a mais de espera o Grêmio não ganhou 1,5 milhão de euros a mais com Alex Telles. Não sou fã de novelas futebolísticas, mas foi um crime saber disso. Quem confidenciou esta informação foi o empresário Fernando Otto em entrevista ao programa PLANTÃO ESPORTIVO da Rádio GUAÍBA. "Chegou neste intervalo uma propsota de 7,5 milhões de euros do Chelsea-ING. Mas tínhamos dado a palavra ao Galatasaray-TUR e acertado tudo com o presidente Fábio Koff", disse o agente, lembrando em seguida que o lateral custou 6 milhões aos cofres turcos.

Alex Telles desembarcou em Istambul nesta sexta-feira. Foi recepcionado por cerca de mil torcedores do Galatasaray, conforme contabilizaram os dirigentes do clube. "Eu sabia que eles eram fanáticos, mas não tanto assim", disse o entusiasmado lateral-esquerdo. Neste sábado, realiza exames médicos e enfim assina seu contrato. O técnico italiano Roberto Mancini, depois da indicação do preparador de goleiros Cláudio Taffarel, ficou apaixonado pelo futebol do ex-gremista e quer colocá-lo em campo o mais cedo possível.

E nada impede que futuramente Telles não vá para um centro ainda maior da Europa - quem sabe até no próprio Chelsea-ING. Porém, só de pensar que que por questão de horas, minutos ou até segundos, o Grêmio perdeu 1,5 milhão a mais em seus cofres, chega a doer. Quem sabe o mais novo titular Wendell não supere esta venda?

Scocco: um novo Bolatti

O presidente Giovanni Luigi e o vice-presidente de futebol Marcelo Medeiros asseguram aos repórteres que estão em Gramado: Ignacio Scocco só sai do Inter se for vendido. Embora o Newell's Old Boys sonhe com o retorno de seu artilheiro via empréstimo, nada disso acontecerá. Aliás, o próprio mandatário colorado adiou mais uma vez o encontro com o empresário Fabian Soldini depois de receber a informação que as propostas que chegaram são apenas por empréstimo. Nada de compra. Assim, a transação não acontece. A direção tenta imediatamente recuperar o investimento alto feito no meio da temporada passada, para contratar aquele que foi um dos maiores destaques da Libertadores da América. E, por conta disso, vê o atacante encalhado no CT Parque Gigante.

Aparentemente, nenhum clube fará a loucura de comprar o argentino que beira os 30 anos, recupera-se de uma entorse no tornozelo e, ainda por cima, fez o favor de queimar seu próprio filme. Ao declarar aos dirigentes colorados que não tinha "adrenalina" para atuar no futebol brasileiro, Scocco anunciou ao mundo que não é um bom profissional. O que o impede de repetir a frase com a camisa do Flamengo, do Sunderland-ING ou de quem quer que seja?! A decepção que abateu os dirigentes não tem tamanho. Confiava-se que este seria o ano de Scocco, após os 6 meses de adaptação. Pois ele não quis se ajudar.

Pelo andar da carruagem, Scocco acabará como seu compatriota Mario Bolatti. Depois de chegar da Itália em 2011, o volante credenciado por Diego Maradona, caiu no esquecimento de inúmeros treinadores. "Espero que não tenha sido vítima de perseguição política. Torço por ele e para que se dê bem no Botafogo", disse Roberto Siegmann, o responsável pela contratação de Bolatti, em entrevista à Rádio GUAÍBA. Pois o volante sofreu, mesmo sem ter falado o que Scocco falou. Treinou separado durante um bom tempo em Porto Alegre, acabou emprestado ao Racing-ARG e lá pouco fez. Agora tentará voltar à tona com a Estrela Solitária do Rio de Janeiro. O impressionante é que nem bem se livrou de um bonde argentino, o Inter ganhou outro.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Titular sem contrato

A informação repassada pelo repórter Rafael Pfeiffer na Rádio GUAÍBA nesta manhã é surpreendente: se o Grêmio tivesse de entrar em campo agora, Zé Roberto não poderia ser escalado. Acontece que o camisa 10 não tem contrato em vigor. Existe sim uma prioridade, colocada em cláusula no antigo contrato, que em caso de classificação à Libertadores, uma renovação poderia ser feita. No entanto, a direção gremista ainda não se reuniu com o empresário do atleta. E, sendo assim, está treinando em Bento Gonçalves, mesmo sem condições legais de jogo. Surpreendente, não?

O pior disso é que se o Grêmio tivesse realmente de entrar em campo de maneira oficial, Zé Roberto seria um desfalque. No primeiro esboço de equipe durante as atividades de pré-temporada, o técnico Enderson Moreira utilizou o meia entre os possíveis titulares: "Evidentemente existe o interesse para que ele permaneça. É um jogador experiente e que, apesar dos 38 anos, está 'brincando' no desempenho dos treinamentos físicos. É um exemplo pela dedicação em tudo que se trabalha. Ele soube desenvolver muito bem sua carreira e está colhendo os frutos podendo estendê-la", declarou publicamente o treinador.

Por isso, a diretoria tricolor aguarda para os próximos dias uma reunião com Cristian Butcher - agente do atleta. Neste encontro, tentará renegociar o valor que Zé Roberto recebe como direito de imagem (já que se torna juridicamente inviável uma redução de salário, previamente combinado no antigo contrato). De olho nesta situação, aparecem inúmeros clubes. Dentre eles, o Santos, onde o meia foi o 'dono do time' treinado por Vanderlei Luxemburgo em 2007. Enfim, em Porto Alegre, há quem torça o nariz para - como o cantor nativista e conselheiro do Grêmio, João de Almeida Neto. Para outros, entre eles Enderson, está aí um dos titulares para 2014.

Posto Ipiranga mudou de endereço?

Foto: Alexandre Lops (Internacional)

Nesta quinta-feira, o programa GANHANDO O JOGO da Rádio GUAÍBA abriu com uma entrevista com Newton Drummond (Chumbinho). Praticamente 24 horas antes, o diretor-executivo era demitido do Internacional. Revelou não entendeu o porquê do ato ter acontecido somente agora - e não em dezembro -, não vê relação no período de férias que tirou em Punta del Este-URU e admitiu que esperava a demissão e a escolha por Jorge Macedo para seu lugar. Quando questionado por Luiz Carlos Reche se 'Deus' (apelido que Fernando Carvalho recebeu dentro do clube) sabia de sua demissão, Chumbinho respondeu em tom de brincadeira: "Pergunta no Posto Ipiranga".

A ironia, inspirada na propaganda da rede de postos de gasolina, leva em consideração o fato de que toda decisão tomada no Beira-Rio antes passa por uma consulta pelo presidente campeão do mundo Fernando Carvalho. Ou pelo menos tudo passava. Em meio aos dirigentes que já deixaram o clube e conselheiros de oposição havia o consenso de que a própria 'recontratação' de Chumbinho (saiu do Inter em 2011 para voltar em 2013) teve praticamente a ordem de 'Deus'. Pois, se Chumbinho foi demitido, pode se dizer que o 'Posto Ipiranga' não está mais sendo acionado. "Tem negociações que os dirigentes tomam para eles. Por exemplo, Alex e Scocco, fiquei sabendo dos detalhes depois que eles estavam contratados", admitiu Drummond à Guaíba.

Os últimos dois vice-presidentes que romperam relações com Fernando Carvalho, acabaram sucumbindo e sendo afastados dos cargos: Roberto Siegmman e Luciano Davi. Será que chegou a vez de Marcelo Medeiros fazer o mesmo? Ou a demissão de Chumbinho veio de uma ordem superior? Agora tudo é especulação e pouca informação. A versão oficial do clube e de Medeiros é que a intenção é remodelar o departamento de futebol colorado. Ou seja, ao 'gerente de futebol' Jorge Macedo não caberão atributos iguais aos que Newton Drummond exercia. Contratações e dispensas agora passam exclusivamente por Marcelo Medeiros. É mais ou menos o que argumentava Luis César Souto de Moura antes de pedir a exoneração do cargo: autonomia para planejar o futebol do Inter, a 'chave do vestiário'.