quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O futuro não é mais como era antigamente


Desde 2006, quando venceu a Libertadores da América, o Internacional vence pelo menos um torneio continental. Foi assim posteriormente com a Recopa, em 2007, e com a Sul-Americana, em 2008. Este é o cartão de visitas da diretoria colorada há três anos, que ousou se comparar ao Boca Juniors e ao São Paulo. Pois agora, em pleno centenário, o clube emperrou. Justamente agora que as coisas deveriam estar se arrumando para a melhor, o Inter parou no tempo.

Nesta noite, quando adentrar o gramado chileno, o Colorado terá de defender o histórico das últimas conquistas. Dentro de campo, alguns jogadores que ajudaram a escrever esta história desde o começo, como Índio e Bolívar. No entanto, resta saber se eles realmente querem fazer isso. Se realmente acham que a Sul-Americana é um torneio que merece dedicação, ou simplesmente a segunda divisão da América. E, que me desculpem os colorados, mas nem a diretoria colorada leva a sério esta competição. Tudo bem, no ano passado, priorizou, colocando os titulares. Mas isso na reta final, quando já enfrentava Boca, Chivas e Estudiantes. Antes disso, a delegação era formada por suplentes e aspirantes a revelação.

Pegue como exemplo as mesmas oitavas-de-final em 2008. O Inter desembarcou no mesmo Chile, na mesma capital Santiago desta quarta-feira, em 25 de setembro do ano passado, com um time formado por reservas. Clemer, Ricardo Lopes, Danny Morais, Bolívar, Marcão, Edinho, Rosinei, Ramon, Andrezinho, Daniel Carvalho, Taison e Adriano. Este foi o time escalado pelo técnico Tite para representar a massa vermelha no jogo de ida contra o Universidad Católica. De lá, mesmo com este time, os colorados retornaram com um empate em 1 a 1, e Adriano como salvador da pátria. Em Porto Alegre, Tite repetiria os suplentes e Guinazu, que entraria no segundo tempo, ainda deslocaria o cotovelo, desfalcando o Colorado na reta final do torneio. Daí para a frente, o Inter nunca mais se arriscou escalando reservas, e foi avançando na competição até se sagrar o primeiro brasileiro campeão do torneio.

É bem verdade que daquela vez o Inter rondava o G-4, já sem chances de vaga para Libertadores. Mas e agora, com chances matemáticas de título no Brasileirão, o que fará o Sport Club Internacional?

Se privilegiar o Brasileiro e perder, o Inter ficará sem Sul-Americana. Se privilegiar a Sul-Americana e o Brasileirão, o Inter poderá ficar sem os dois. Claro, tudo isso se desculpará se em 2010 o Inter for campeão da Libertadores. Mas se não for, 2009 vai entrar para a história como o ano da Copa Suruga. Ser ou não ser, eis a questão!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O que faço com estes números?


Estamos nos encaminhando para o final do Campeonato Brasileiro. Hoje, por exemplo, restam apenas mais 12 rodadas para que se conheça o campeão de 2009 e os três classificados para a Libertadores da América do ano que vem. O técnico Tite, do Internacional, sempre repete que as últimas cinco rodadas definirão os postulantes a título e vagas. É bem verdade que desde que o certame passou a ser de pontos corridos, não se tem grandes surpresas. Um exemplo disso é que de 2003 a 2007 o líder do primeiro turno sempre levou o caneco no final do ano. A exceção ficou por conta de 2008, quando o Grêmio encerrou na frente e terminou atrás do São Paulo. Pois é justamente no rival do ano passado que o Tricolor Gaúcho quer se espelhar para almejar algo melhor no Brasileirão.

A disparada dos são-paulinos na reta final do campeonato anterior serve de estímulo para a massa azul. Até porque, não à toa, o Grêmio carrega a alcunha de Imortal. Mas, analisemos o trajeto do Tricolor até esta 26ª rodada. Na verdade, o time de Paulo Autuori nunca esteve tão bem no certame. Apesar de ter perdido para o Goiás na última partida, o 6º lugar na tabela de classificação foi a melhor colocação dos gremistas no Brasileirão deste ano. Foi assim em quatro rodadas. E como o time vem se entrosando mais ultimamente, leva o torcedor a crer que o Grêmio terminará entre o G-4. No entanto, outro fator deve ser ressaltado.

A posição mais ocupada pelos gremistas neste campeonato foi o 8º lugar. Por seis rodadas os comandados de Autuori estiveram nesta colocação - ou seja, com uma vaga na Sul-Americana do ano que vem. Portanto, levando em consideração o histórico do próprio Grêmio no campeonato, não há porque manter esperanças. Pelo menos, é o que dizem os números. Mas como convencer uma torcida que se acostumou a viver façanhas anuais de que existe o impossível? E aqui repito a frase de um gremista amigo meu: "Se você não acredita no Grêmio, por favor, siga não acreditando!".

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Fica pra outra vez


Os jogos deste final de semana apenas confirmaram o que eu já previa: estamos fadados à desgraça. Todos nós! (gremistas, colorados e simpatizantes). Enquanto estivermos travestidos do coitadismo ou envolvidos na névoa da soberba seremos os mesmos coadjuvantes de sempre.

Comecemos pelo Inter. Elogiado desde 2006, quando o conquistou a América e o Mundo, a diretoria colorada engana-se a si própria. Constrói mega equipes de papel, que duram simplesmente até o final do Campeonato Gaúcho. Há dois anos os colorados comemoram finalíssimas de Gauchão com goleadas de 8 a 1, que sempre trazem consigo a esperança de conquistas maiores: Brasileirões, Copas do Brasil, enfim. Mas no final das contas, a equipe acaba se dissolvendo em meio às competições, restando apenas o próximo ano como alento. Pois agora, em plena 26ª rodada do certame, depois de terminar o primeiro turno na frente das demais equipes, o Colorado começa a perder fôlego. Já é o 4º colocado! Ou seja, até mesmo a vaga na Libertadores, que antes era dada como certa, já parece ameaçada. Pode se dar diversas desculpas, como o campo alagado contra o Flamengo, os erros de arbitragem contra o Corinthians, ou as convocações da Seleção. Nada deveria prejudicar o Inter mais do que ele mesmo, já que a soberba não leva a lugar nenhum.

Do lado do Grêmio, as desculpas são sempre as mesmas: "o clube não tem dinheiro para investimentos". Quer mais investimento do que um técnico do quilate de Paulo Autuori, a contratação de Máxi López e a manutenção de Souza? Dos três, apenas o último vem dando resultado. Aliás, pegue os últimos anos e analisa quando o Grêmio teve uma grande conquista. Um vice da Libertadores em 2007 e um vice do Brasileirão em 2008. Você pode argumentar que tais resultados já foram um milagre por si só, mas eu não esqueço a promessa da diretoria, de que sempre, no próximo ano, o time estará melhor. Pelo menos esta era a desculpa do ano passado, quando se comemorou uma vaga na Libertadores da América, ao invés de lamentar-se a perda do título nacional. Veio 2009 e as desculpas seguem iguais: arrumar o time para o ano que vem.

Agora estamos aí. Os colorados, de favoritos ao caneco, ficarão brigando pela vaga entre os quatro. E os gremistas, de postulantes ao G-4, terminarão lamentando porque não ganharam jogos fora de casa. Pelo menos, até encontrarem a próxima desculpa para o ano que vem.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Carona


Que me perdoem os gremistas, mas a saída do goleiro Victor do estádio Olímpico é questão de tempo. Quando o técnico Dunga revelou a sua lista dos 24 jogadores para a Seleção Brasileira, senti um arrepio na espinha. As grandes novidades eram Naldo, ex-Juventude, e Alex, ex-Internacional. Veja bem, dois atletas que passaram pelos campos gaúchos e se foram com o vento. O exemplo do meio-campista colorado é mais contundente. Quando ainda vestia a camisa 10 do Colorado, Alex foi chamado por Dunga. Bastaram alguns meses para que as propostas pelo meia triplicassem. E assim, ele se foi para a Rússia.

Pois o mesmo deve acontecer com a muralha tricolor. A nova versão de Eurico Lara desembarcou em Porto Alegre no início de 2008. O torcedor ainda sonhava com Saja e suava só de pensar que Marcelo Grohe poderia virar titular. Até que o então técnico gremista, Vágner Manicini, indicou a contratação do arqueiro. Trazido do Paulista de Jundiaí, Victor fazia parte de um pacote que trouxe também os meias Peter e Danilo Rios e o zagueiro Réver. A massa azul olhava as contratações com desdém, se preparando para um possível rebaixamento para a Série B. Mas o desconhecido surpreendeu. De caipira do interior paulista, Victor se transformou na Muralha do Olímpico. Chamava a atenção por defesas milagrosas que carregavam o Grêmio para a liderança do Brasileirão do ano passado. O título acabou não vindo, mas a presença do melhor goleiro do país em atividade anima o torcedor. Pois agora, com uma série de convocações em sequência, Victor começa a conviver com os astros estrangeiros da Seleção. Convive com Kakás, Maicons e Luís Fabianos. E, dentre todos, virou companheiro de Júlio César - o goleiro que saiu do Flamengo para Milão, até virar o melhor do mundo. Por essas e outras, dá para se dizer que a Seleção Brasileira pode funcionar como uma carona para Victor.

Agora, fica uma dica para a direção gremista. Acostumada a doar seus craques para o futebol europeu, de graça ou por mixarias, a massa azul merece um troco a mais pelos desfalques que terá. Haja vista o que aconteceu com Ronaldinho Gaúcho, Felipe Mattioni e Rafael Carioca. Nada de vender Victor para um Palermo da vida! Abre olho, Grêmio!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Esperando na janela


Falar de Copas do Mundo perto de meu pai é falar da Copa de 1970, no México. Ele jamais se cansa de contar a mesma história, que nem por isso também cansa o ouvido de quem a escuta. Quando Pelé, Tostão e Companhia ingressaram na missão pelo tricampeonato mundial, meu progenitor tinha apenas 10 anos. Naquela época, assistir a jogos do Inter ou do Grêmio só no estádio. As ondas do rádio transmitiam as informações esportivas. Imagine com a Seleção Brasileira, jogando na Cidade do México (o rádio ainda auxiliava). Alguns possuiam a televisão como válvula de escape. Aquele quadrado mágico, que ocupava metade da sala, era privilégio de poucos. Nem toda a família tinha condições de comprar uma TV. E assim era meu pai. Com o radinho de pilhas na mão, escutando a Copa de 70.

Pois um dia, para surpresa da vizinhança inteira, um dos moradores comprou uma TV. Chamou toda a criançada para assistir aos comandados de Zagallo atuando nas terras mexicanas. Não precisa nem explicar que meu pai foi um dos primeiros a se empuleirar na janela, para vislumbrar os lances do Rei Pelé. Pois nesta quarta-feira, 39 anos depois da vizinhança se pendurar na janela para assistir a conquista do tri, a dupla Gre-Nal fará o mesmo que aquele menininho de 10 anos.

O Inter estará estreiando na Copa Sul-Americana contra o Universidad de Chile, no estádio Beira-Rio. A partida é válida pelo jogo de ida das oitvas-de-final, mas o colorado está pouco lixando para este torneio. A grande missão deste ano é o tetra do Campeonato Brasileiro. Seria a maior conquista do centenário. É bem verdade que o time não vem empolgando ultimamente, mas o sonho persiste. Sendo assim, os vermelhos estarão voltados para Minas Gerais, onde se enfrentarão Cruzeiro e Palmeiras pela 25ª rodada do Brasileirão. É claro que o colorado vai até assistir à partida contra os chilenos nesta noite, mas vai estar na janela, assistindo ao confronto entre mineiros e paulistas.

Da mesma maneira, os gremistas ficarão na janela, espreitando a partida do Brasileirão e dando a velha "secadinha" no Colorado. Sim, pois mesmo que o presidente do Grêmio diga que a Sul-Americana seja a segunda divisão da América, estará com o peito martelando forte. Afinal de contas, quem gosta de ver o seu rival levantar uma taça de campeão? Imagine assisitir ao bicampeonato do rival?! Então, por estas e outras, Grêmio e Inter estarão na janela, de olho no Palmeiras.

Leve impressão de que já vou tarde


Há cerca de um mês, uma mala cheia de petrodolares desembarcou no estádio Beira-Rio. Era trazida por sheiks de um clube dos Emirados Árabes. A proposta era apresentada para tirar o volante Magrão. E enquanto se falava de propostas inglesas por Sandro e de espanhóis interessados em Nilmar, o interesse por Magrão passou batido. Até a convocação de Giuliano para a Seleção sub-20 gerou mais alarde. E assim a notícia se foi.

O próprio jogador disse que não aceitou a proposta. Levou em consideração o interesse familiar de permanecer em Porto Alegre. Pesou também a briga pelo título brasileiro e a possível disputa de uma Libertadores da América no ano que vem. Mesmo que o volume fosse grande, Magrão negou. Resistiu a tentação, ainda marcou um gol contra o Avaí. Um verdadeiro golaço. Desarmou no meio-campo, tabelou com Kléber e apareceu na frente para estufar as redes como um bom centroavante.

Mas o casamento se desfez. A aliança de compromisso se perdeu no ralo. Desembarcou uma segunda mala de petrodolares e ninguém se aguentou. Nos bastidores do Inter, dirigentes se abraçaram, comemorando o saldo de algumas dívidas. E Magrão foi encomendar as passagens para Dubai. Segundo o próprio jogador, pesou na escolha a idade do atleta, que contará no final do ano 31 primaveras. Depois de tudo encaminhado, o ex-camisa 11 ainda foi ao estádio, se despedir dos companheiros de clube com quem conviveu durante dois anos, prometendo seguir torcendo de longe pelo Colorado dos Pampas.

Magrão deixa o estádio Beira-Rio com 2 Campeonatos Gaúchos, 1 Copa Sul-Americana e 1 Copa Dubai no armário. É bem verdade que quando vestiu a cor vermelha pela primeira vez, em 2007, prometeu títulos brasileiros. Passou raspando no primeiro semestre, quando bateu na trave pela Copa do Brasil. E agora, quando poderia brigar por algo a mais, achou melhor rumar pelo mesmo caminho que já traçaram Fernandão, do Inter, Roger, do Grêmio, e tantos outros meio-campistas de sucesso. Quem sabe um dia ele volte, pelo menos para cumprir a promessa do título brasileiro.
Enquanto isso, a promessa de vender um jogador por ano, dada ano após ano pela diretoria colorada, se vai para o espaço. Somente este ano, já se foram Edinho, Alex, Nilmar e Magrão. Assim como no ano passado se perdeu Fernandão, Iarley, Renan e Sidnei. E em outros tempos Rafael Sóbis, Tinga, Jorge Wagner e Bolívar. Eu não duvidaria se no final do ano alguém mais abandonasse a barca colorada. Que pena!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Números, números, números...


Cá estamos nós. Terminada a 25ª rodada do Brasileirão, mais análises podem ser feitas - principalmente depois da vitória abismal do Grêmio e de mais uma derrota paralisante do Internacional.

Comecemos pelo jogo do sábado. Os colorados, que tanto se gabaram por conseguir o "título simbólico" do primeiro turno, capengam há seis rodadas. Desde que o returno iniciou, o Inter engatilhou apenas duas vitórias, contra quatro derrotas. Ou seja, de 18 pontos disputados no segundo turno, os comandados de Tite conquistaram apenas seis. Seis de 18! Isso não é campanha de postulante a título nem no campeonato amador de ping-pong do Afeganistão!

Esqueça o que se disse até agora. As desculpas de Fernando Carvalho, Tite e Vitório Piffero. Sim, nós sabemos que o Inter ainda está no G-4, a um ponto do líder. Tudo isso nós sabemos. Agora, esqueça a tabela do campeonato em si. Analise comigo apenas os resultados do returno. Verificando apenas os seis jogos disputados até agora, o Inter estaria na zona do rebaixamento, em 18º lugar. Pior que ele, apenas Botafogo e Fluminense, com 4 e 3 pontos, respectivamente. Ou seja, Goiás, Inter, Botafogo e Fluminense são os quatro piores times do returno.

Enquanto isso, do outro lado, está tudo azul, literalmente. A vitória contra o Fluminense não apenas deu ao Grêmio o melhor ataque da competição. Com os 5 a 1, o Tricolor gaúcho chegou aos 11 pontos neste returno, o que o faz liderar a competição. A equipe está lado a lado com São Paulo e Vitória, que também tem a mesma quantidade de pontos, mas leva vantagem justamente por ter um saldo de gols superior. Agradeçam a Jonas! Portanto, fossem computados apenas os números do segundo turno, o G-4 seria formado por Grêmio, São Paulo, Vitória e Flamengo; sendo o time gaúcho o campeão pelos critérios de desempate.

Sabemos que o campeonato se constrói de turno e returno, mas não se pode ignorar o que dizem os últimos resultados. Há pouco mais de um mês, o torcedor colorado pensava em taça no armário, enquanto o tricolor se contentava com uma classificação para a Libertadores. Hoje, a gangorra virou.

Confira a classificação completa do returno:
1º Grêmio 11pts
2º São Paulo 11pts
3º Vitória 11pts
4º Flamengo 10pts

5º Cruzeiro 10pts
6º Santos 10pts
7º Corinthians 9pts
8º AtléticoMG 9pts
9º Náutico 8pts
10º Coritiba 8pts
11º Barueri 8pts
12º Avaí 7pts
13º Palmeiras 7pts

14º Sport 7pts
15º Santo André 7pts
16º AtléticoPR 7pts

17º Goiás 7pts
18º Inter 6pts
19º Botafogo 4pts
20º Fluminense 3pts

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Tente outra vez!


Neste final de semana o Campeonato Brasileiro ganha mais um novo capítulo. Gremistas e colorados entrarão em campo buscando alcançar um mesmo objetivo: rumar para o título brasileiro. A missão Tricolor se torna mais fácil por dois motivos: adversário e mando de campo. Para se manter no encalço do G-4, o Grêmio precisa bater o Fluminense, lanterninha da competição, dentro do estádio Olímpico. E, convenhamos, dentro de casa, o time de Paulo Autuori é um leão. Portanto, mesmo que se diga o contrário, o duelo dos tricolores é quase um jogo jogado.


Em contrapartida, os colorados vivem o momento oposto. Enquanto os azuis reluzem de confiabilidade após a primeira vitória fora de casa, os vermelhos estão temerosos quanto ao futuro no Brasileirão. Bastou uma semana e uma derrota de 3 a 2 em casa para o Cruzeiro, para que o Inter deixasse de ser um postulante a taça para se tornar uma decepção constante.

Mas lembre como o Colorado adentrou a última rodada, justamente quando enfrentaria o Cruzeiro: com a missão de vencer e secar o adversário. A combinação destes resultados levaria o Inter à liderança da competição. Pois neste sábado, quando enfrentar o Vitória, o torcedor terá o mesmo pensamento em mente. Tente outra vez!

Se na semana passada, os mineiros foram a pedra no sapato do Inter e o líder Palmeiras tropeçou nos baianos, o papel se inverte. Enquanto os colorado viajam para enfrentar o rubro-negro de Salvador, os palmeirenses terão de passar pelo Cruzeiro em Minas Gerais. Há quem diga que colorados e palmeirenses vão se digladiar e o São Paulo vai passar intacto rumo ao pentacampeonato. Talvez eles não estejam errados. Vale a pena tentar.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Assim caminha a humanidade


Em 16 de setembro de 2007, Grêmio e Internacional se enfrentavam pelo returno do Brasileirão daquele ano. O Internacional vinha cambaleante no campeonato, ainda com a ressaca do Mundial do ano anterior. Já o Tricolor, tentava se reestruturar após o sapataço contra o Boca Juniors pela final da Libertadores da América. O Rio Grande do Sul era uma incógnita. O herói daquele jogo podia muito bem ter sido Diego Souza, que já havia destruído o rival no primeiro turno em pleno Beira-Rio. Podia ter sido o jovem Adriano, que surgia como promessa no ataque colorado. Mas não! Os deuses do futebol escolheram o menos provável. Optaram por um jogador recém contratado de um emergente Ipatinga. E quieto, como um bom mineiro, ele construiu a sua história.

Eram 12 minutos do primeiro tempo, quando em um escanteio para o Grêmio, Diego Souza cabeceou para grande defesa do goleiro Renan. Mas não estava terminado. O centroavante Tuta pegou o rebote e cruzou na pequena área. Lá apareceu ele, Léo, o jovem camisa 3 gremista, vencendo a marcação do capitão Fernandão. Era uma vitória magra de 1 a 0 que lançava a mais nova revelação defensiva do estádio Olímpico. No final daquele ano, o técnico Mano Menezes ainda iria embora para o Corinthians, levando consigo o zagueiro William. Mas quem achava que o Imortal ficaria órfão de bons zagueiros, enganou-se. Em 2008, Léo formou o trio defensivo que alcançou o vice campeonato brasileiro. Era o Beckenbauer com a camisa do Grêmio, muitos disseram.

Pois hoje, passados exatamente dois anos da estreia dele, a pequena área do estádio Olímpico se calou. Em entrevista coletiva concedida pelo treinador Paulo Autuori, ficou estabelecido que o ciclo de Léo terminou. A dupla defensiva a partir de agora se chama Réver-Rafael Marques. Depois de dois anos trajando a camisa que já foi de Hugo de León, Léo estará sentado no banco de reservas. E se você pensa que a torcida sente remorso disso, pode esquecer. Afinal de contas ele já está "velho e lento". Alguns inclusive defendem que o atleta tenha que ser vendido. Mas sem ressentimentos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O de cima sobe e o de baixo desce


Nesta quarta-feira o torcedor colorado vive momentos de apreensão. Não, o Internacional não está em mais uma final de campeonato, muito menos há jogos do Brasileirão neste meio de semana. Acontece que o torcedor colorado está de olho nas decisões do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (o tão falado STJD).

A zaga do Inter terá uma missão difícil nesta quarta. Abandonarão o campo Índio, Sorondo e Bolívar para sentar no banco. E não é o banco de reservas. O trio defensivo do Colorado estará no banco dos réus. Trocará o fardamento vermelho e branco por terno e gravata, tal qual um Charles Manson do novo milênio. Bolívar e Índio, expulsos contra o Avaí por jogada violenta, podem pegar de dois a seis jogos de suspensão. Sorondo, expulso contra o Santos, por trocar tapas com Kléber Pereira, pode receber suspensão de 120 dias a 540 dias. Além deles, o lateral Daniel também será julgado pela expulsão na mesma partida, e poderá pegar até 10 partidas.

Tudo bem, se eles são culpados, que entrem geladeira adentro. Agora, gostaria de saber, por que noutros casos não se faz o mesmo? Há algumas semanas o argentino D'Alessandro teve de cumprir suspensão por arranjar confusão na final da Copa do Brasil. Eu falei Copa do Brasil, mas o afastamento coube ao Campeonato Brasileiro. No mesmo certame, o jogador Dentinho, do Corinthians, acertou um cotovelaço em Rafael Moura, do Atlético-PR. Foi absolvido. No Paulsitão deste ano, Diego Souza, do Palmeiras, agrediu o zagueiro Domingos, do Santos. Chamaram o meio-campista para uma conversa amigável e ele prometeu ser um bom menino - assim como o boneco Chucky prometeu diversas vezes nos filmes do brinquedo assassino.

E mesmo que lembremos imediatamente do Brasileirão de 2005, o banco dos réus não é exclusividade colorada. No ano passado, quando o Grêmio disputava cabeça com cabeça o título com o São Paulo, teve jogadores suspensos, como o zagueiro Pereira e o meia Tcheco. Acontece que os homens que mandam no futebol brasileiro, não aguentam mais ver o Rio Grande do Sul erguer taças. Quando não temos vermelhos na briga pelo caneco, temos azuis. Somos o único Estado do país a ter dois campeões mundiais (com partidas disputadas no Japão). Mas não conseguimos gritar mais alto que o eixo Rio-São Paulo.

Por estas e outras, fosse eu o presidente colorado, entraria em contato com os manda-chuvas do futebol e diria o seguinte: "Tudo bem, nós não vamos mais atrapalhar a festa dos paulistas, mas não nos tirem a Libertadores!". E no final das contas, esperemos para que a frase de Muricy Ramalho realmente valha, pois "a bola pune, meu amigo".

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A cara do Grêmio


Quinze de setembro de 1903. Há 106 anos era fundado o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, um dos times mais tradicionais do Rio Grande do Sul, do sul do país e, por que não, do mundo. Mais de cem anos de vida, glórias e ídolos. Nesta segunda-feira, por exemplo, dois símbolos das conquistas gremistas colocaram seus pés na Calçada da Fama do clube. César, autor do gol que deu o título da Libertadores, contra o Peñarol, em 1983, e Danrlei, goleiro do supertime de 1995, bicampeão da América. Dois jogadores vitoriosos da história tricolor. Além dos dois atletas, já pisaram no gesso do estádio Olímpico Renato Portaluppi, Dinho, Paulo Nunes, Hugo de León, Mazaropi e outros. Uma imensidão de craques que ajudaram a escrever estes 106 anos.

Mas agora pare para pensar. Que jogador, do atual elenco, poderia pisar na Calaçada da Fama? O goleiro Victor? Possivelmente. O zagueiro Réver? Quem sabe... O capitão Tcheco? Pode ser... Jonas? Definitivamente não! Ele não tem a cara do Grêmio. Não tem a cara do Grêmio mas mesmo assim é o principal destaque do ano. Ou alguém esqueceu que ele ia ser dispensado no início de 2009. Aliás, ele já havia sido dispensado. Chegou a atuar pela Portuguesa, no ano passado, na campanha do rebaixamento da Lusa. Pois voltou para Porto Alegre. Iria brigar por uma vaga no banco de reservas com Reinaldo e Perea. Para a Libertadores da América, o Imortal ostentava Herrera, Alex Mineiro e Máxi López. O primeiro foi reserva por um bom tempo. O segundo decepcionou e acabou sendo entregue ao Atlético-PR. O terceiro, por fim, quando não está machucado, está suspenso. Assim, resta para o torcedor gremista idolatrar Jonas.

Agora, no meio do Brasileirão, o atacante desponta como o artilheiro da equipe e da própria competição - lado a lado com Adriano Imperador (quem diria!). E ainda por cima, fala em Seleção Brasileira. De pior atacante do mundo a pupilo de Dunga. Será? Eu não duvidaria... Para quem já convocou Vágner Love, Afonso Alves e Diego Tardelli, um Jonas é possível. Ah, e agora, surgem informações de que o futebol russo entrou na briga para comprar o jogador gremista. Antes eram os gregos, agora os russos... E por que o Grêmio não vende o Jonas? Pura e simplesmente porque em plenos 106 anos de existência, o Grêmio tem a cara de Jonas.

domingo, 13 de setembro de 2009

"Grife de campeão"


Há alguns dias, o técnico Tite deu a seguinte declaração: "O São Paulo tem grife de campeão". Seria uma frase realista ou borra-botas? Será o Tricolor Paulista o único clube com pedigree neste Brasileirão? Isso me preocupa!

Neste domingo o Inter queria assumir a liderança do campeonato. Para tanto, um simples empate bastaria. O melhor seria uma vitória, mas um ponto já daria ao Colorado o status de líder. Pois nem isso ele conseguiu. O Cruzeiro jogou em Porto Alegre como se jogasse em casa. E nem por isso dá para se dizer que o Inter atuou mal. Foi um jogo eletrizante! Mas os deuses do futebol queriam que os três pontos pendessem para o lado azul, e o ex-gremista Gilberto comandou a vitória cruzeirense. Tite sacava suplentes do farto banco de reservas tentando modificar a cara do jogo, mas a superioridade dos atacantes mineiros sobre os gaúchos era gritante. Enfim, derrota para o Colorado diante de sua torcida.

Agora, a repercussão desta vitória cruzeirense sacudiu as estruturas. E não foi do Beira-Rio por raiva, muito menos do Mineirão por felicidade. Aonde ela mais repercutiu foi no Morumbi. Com os 2 a 0 de sábado sobre o Avaí, o São Paulo se lançou de vez à conquista do título. Por isso, com as derrotas de Palmeiras e Internacional, quem amanheceu sorrindo nesta segunda-feira foi o Tricolor Paulista. Eles voltaram!

Outro que voltou foi o Grêmio. No eterno salão de festas tricolor, o time de Paulo Autuori finalmente venceu a primeira fora de casa, contra o Náutico. Resta saber se estes três pontos representarão uma nova vida para os gremistas no campeonato nacional. Nada é impossível para o Grêmio. Porém, se depender da declaração do técnico Tite, do Internacional, apenas o São Paulo tem "grife de campeão". Nos tempos de Nelson Rodrigues isso se chamava síndrome de vira-latas. Tomara que eu esteja errado!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A guerra é aqui!


"Treino é jogo, jogo é guerra". Esse lema entrará em campo neste domingo junto com a dupla Gre-Nal. Seja para se aproximar do G-4 ou para assumir a liderança, seja contra mineiros ou pernambucanos.

O Grêmio esperou 23 rodadas para reagir na competição. Pelo menos é o que se espera. Contra o Náutico, os gremistas contarão com o retorno do argentino Máxi López ao ataque, ao lado do esforçado e goleador Jonas. No meio-campo, Fábio Rochemback se une a Tcheco para imprimir a cara de Grêmio brigador que é a marca registrada (mesmo que Paulo Autuori não concorde!). O único desfalque ficará por conta da lateral. Mais uma vez as pontas do campo serão o problema do time Tricolor. Lúcio machucou o ombro no treino e não enfrentará o Timbu. Por isso, a aposta persiste, com Mário Fernandes na direita e Bruno Collaço na esquerda. Mesmo assim, mesmo que se conteste, o jogo de domingo separa o joio do trigo, os homens das crianças, e os postulantes a Libertadores dos coadjuvantes. Nem que seja necessária outra Batalha dos Aflitos, os primeiros três pontos fora de casa devem aparecer. A guerra é aqui!

No Beira-Rio não será diferente. O argumento dos colorados, de brigar contra tudo e contra todos pelo título brasileiro ganhará um novo capítulo neste domingo. Quando lotar o estádio, o torcedor mais antigo se lembrará de 1975. Daquele clássico Inter e Cruzeiro com gol de Figueroa. E não importa que seja por meio a zero, a partir de agora cada vitória é um galope a mais no páreo. Os desfalques da hora serão Giuliano, Bolívar e Índio. Nem por isso o colorado se desestimula, já que Tite mandará ao campo de batalha Sandro, Sorondo e Fabiano Eller.

Realmente o domingo será explosivo para a dupla. Com um Gre-Nau em Pernambuco (entre Grêmio e Náutico) e um clássico brasileiro nos pampas. Que vença o melhor! Claro, com uma boa sorte para os gaúchos.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Eu espero sempre mais de ti!


Este meio de semana foi meio vazio para a dupla Gre-Nal. Nada além de especulações sobre o que virá a acontecer no final de semana. Apenas jogos da Seleção Brasileira. Aliás, houve um tempo em que o torcedor gaúcho olhava para a Seleção e ria, por achar que o seu clube do coração estava sempre melhor e mais competitivo. Agora, olhando os comandados de Dunga, a torcida inveja o sentimento que se conquistou.

Os gremistas assistem ao camisa 5 da Seleção, Felipe Melo, com olhos incredulos. Como aquele rapaz briguento e por horas apagado que passou pelo estádio Olímpico se transformou em uma das peças mais valentes do meio-campo brasileiro? E dizer que hoje o Grêmio se tornou refém de Túlio! Aliás, as únicas vezes em que o zagueiro Réver atuou improvisado na posição se saiu melhor. Na lateral-direita, enquanto Dunga esbanja vitalidade com Maicon e Daniel Alves, Paulo Autuori se reveza com Mário Fernandes, Túlio e até mesmo Makelele. Realmente, é de se invejar. Nada anormal, afinal de contas a Seleção reúne os melhores do país. Mas sou do tempo em que o Grêmio vislumbrava o paraguaio Arce correndo na lateral. Por isso, sei que o torcedor gremista merece muito mais do que um simples 8º lugar na tabela de classificação.

Pelo lado colorado, o jogo da Seleção foi mais saudosista do que nunca. E com relação a um passado nem tão antigo assim. O ex-menino do Beira-Rio, Nilmar, se deu ao luxo de balançar as redes três vezes. Uma façanha que ele não conseguiu alcançar nem jogando um Campeonato Gaúcho. Certamente houve aquele torcedor que lamentou a saída do atacante dos domínios vermelhos. Se bem que agora o Tite tem outras opções, como Marquinhos, Edu e Alecsandro. Mas convenhamos, Nilmar é Nilmar. Outro que causou furor à torcida colorada foi o volante Sandro. Quando a jovem revelação entrou no segundo tempo, foi como se estivesse se despedindo de Porto Alegre. Se antes de convocado ele já valia 16 milhões de euros, imagine agora? Pois é, para esquecer estes traumas somente o título do Brasileirão. Não basta uma simples classificação para a Libertadores da América.

Seja para vermelhos ou azuis, a tendência é querer sempre mais. Mais que uma Seleção Brasileira. Por que não?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Filho Maravilha


Quero confessar o tamanho do susto que levei hoje. Após ouvir muitas vezes referência a gols de Jonas, salvando a pele do Grêmio, resolvi olhar a lista dos artilheiros do Brasileirão 2009. Atualmente dividem o topo da listagem Val Baiano, do Barueri, Marcelinho Paraíba, do Coritiba, Roger, do Vitória, e o próprio Jonas, do Grêmio. Todos com 11 gols. Logo abaixo, com 10 gols, estão Diego Tardelli e Éder Luís, do Atlético-MG, Adriano, do Flamengo, Felipe, do Goiás, Gilmar, do Náutico, e Alecsandro, do Internacional.

Agora, pare para analisar quem são os postulantes a goleador do certame. No início do ano, muito se falou em Kléber Pereira, Washington, Ronaldo Fenômeno e Kléber do Cruzeiro. Hoje, passadas 23 rodadas, início de setembro, nenhum deles surge como exponente. Até mesmo os artilheiros da dupla Gre-Nal. Pasme! Jonas e Alecsandro. Dois atletas que iniciaram como reservas em suas equipes. Jonas chegou a desbancar Alex Mineiro para assumir a titularidade. De pior atacante do mundo, segundo um jornal espanhol, aparece como goleador do Tricolor na temporada, com 21 gols. Já o atual camisa 9 do Internacional esperou Nilmar arrumar as malas para tomar conta da posição. Além do mais, colocou a jovem revelação Taison em segundo plano, se tornando a referência ofensiva do time.

Histórias como esta vão de encontro a passagens antigas do futebol brasileiro. João Batista Sales, atacante do Flamengo em meados dos anos 60. Com o apelido de "Fio", o jogador desengonçado e folclórico caiu nas graças da torcida carioca depois de marcar o gol da vitória em cima do Benfica, de Portugal. Depois disso, ainda seria homenageado através de uma música de Jorge Ben Jor, intitulada "Fio Maravilha".

Acontece que ao ver que se tornava ídolo, Fio cobrou direitos autorais do cantor. É obvio que não levou a melhor. Malandro como um bom carioca, Jorge Ben Jor passou a cantar "Filho Maravilha" ao invés de Fio.

Fio envelheceu, não marcou mais gols e só não caiu no esquecimento da torcida rubro-negra por conta da música. Por isso, fica a torcida para que os atacantes desacreditados da dupla Gre-Nal, Jonas e Alecsandro, consigam alcançar suas metas. Mas, jamais se permitam pensar que são craques. Aprendam com o exemplo de Fio Maravilha.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

É improvável e impossível?


O ano de 2009 iniciou muito esperançoso para a dupla Gre-Nal. Vermelhos sonhando em ganhar tudo no centenário do clube e azuis falando em tri da América. Conforme os dias passam, vão terminando os argumentos para se agarrar. Mesmo assim, a toalha, velha e poída, teima em não ser atirada ao chão.

Antes mesmo das festas de 100 anos iniciarem, o vice de futebol colorado, Fernando Carvalho, reuniu os jogadores no vestiário e exigiu simplesmente todos os campeonatos que fossem disputados. Aí estavam o Gauchão, a Copa do Brasil, a Recopa, a Suruga, o Brasileirão e a Sul-Americana. Vieram o campeonato regional e o torneio japonês. Já a Copa do Brasil e a Recopa foram arrancadas de forma bruta. Corinthians e LDU foram os algozes. Resta a briga pelo Brasileirão, que há 30 anos não repousa no armário vermelho. O Inter está bem posicionado na disputa pelo título. Ocupa a segunda colocação e está a apenas um ponto atrás do líder Palmeiras. E mesmo assim, segue perseguindo o sonho de erguer a taça em dezembro. O que é válido. Até porque, vendo que a probabilidade é muito forte, os colorados se empolgam.


Resta manter os pés no chão, até porque, se bobear, o ano termina como 2008: com a Sul-Americana como consolo. Falando em consolo, o Grêmio luta para não comemorar uma simples vaga na "2ª divisão da América" - como sentenciou o presidente Duda Kroeff no início do ano. O lema "soy loco por tri América" ficou perdido ao vento. Celso Roth foi embora, Paulo Autuori chegou e as lamentações prosseguem. Mas a esperança é a última que morre. O atacante Jonas, goleador da equipe no Brasileirão, ainda acredita em título. Já o capitão Tcheco acredita que a briga fica pelo ingresso no G-4. Atualmente, o Tricolor está a seis pontos do 4º colocado, Goiás. É meio difícil, mas dá para enxergar. E, se trantando do Imortal, tudo é possível.

Boa sorte para a dupla. O Inter contra o Cruzeiro em casa e o Grêmio contra o Náutico, em Recife.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Você não gosta de mim, mas sua filha gosta!


Dia 7 de setembro: independência do Brasil. Na verdade, dá para se dizer que o primeiro grito de liberdade não foi lá essas coisas. Pelo menos é o que se contesta. Agora o segundo grito, durou alguns anos e teve efeito sem tamanho. Iniciado ainda na classe musical, as palavras de ordem passaram pelas músicas de Chico Buarque, passaram pelos pedidos de "Diretas Já!" e culminaram com os caras pintadas. Calma, este não é um comentário histórico-cultural. Já chegamos na parte esportiva.

Bom, voltando ao Chico Buarque, há uma música que chama a atenção pela audácia. Contam as entrelinhas que a canção "Jorge Maravilha", gravada em 1974, tinha como endereço a casa do então presidente Ernesto Geisel. Com um refrão emblemático, o velho Chico entoava "você não gosta de mim, mas sua filha gosta". Dizem, tudo isso se devia ao fato da censura nas letras de que, mesmo com a censura nas letras, nem por isso a filha do chefe de Estado parou de comprar os discos do artista. Se é verdade, não se sabe. O que se sabe é que a dupla Gre-Nal vive o mesmo sentimento do refrão.

Ainda no sábado, quando o Grêmio enfrentou o Vitória, até os gandulas sabiam que os baianos seriam trucidados dentro de campo. Porém, Paulo Autuori adentrou o gramado sem o capitão Tcheco. Preferiu colocá-lo no banco de reservas. É bem verdade que muita gente já pediu a saída do capitão da equipe. Mas afinal de contas, como escalar o Grêmio sem Tcheco? Há dois anos o jogador não apenas é titular como também a referência da equipe. Eu diria mais: o camisa 10 pode ser pragmático e lento, mas com a cara dele e através dos pés dele o Tricolor chegou a uma final de Libertadores em 2007 e ao vice do Brasileirão no ano passado. Se há algo errado dentro do vestiário azul, ele se chama Paulo Autuori. Contratado para levar a torcida gremista às conquistas que Celso Roth não conseguiu, o comandante ainda não convenceu ninguém. Aliás, encheu a Azenha com teorias e filosofias que sequer combinam com o futebol e a história gremista. Mas se a torcida não está gostando dele, ao que parece, a diretoria gosta.

Do lado vermelho, a torcida tem que aturar o mesmo refrão. Mas não por parte de Tite. O técnico colorado provou nestas últimas rodadas que soube reinventar o futebol colorado. O problema da equipe vermelha se chama Bolívar. Ele já foi escalado como lateral, zagueiro da sobra, zagueiro pela direita, enfim, e ainda não convenceu a que veio. Ainda ontem, quando o Inter não tomou conhecimento do Avaí e fez 2 a 0 sem piedades, o torcedor teve que assistir sua equipe deixar o gramado da Ressacada com dois jogadores a menos. A expulsão de Bolívar chama a atenção por ser reincidente. Assim foi contra o Coritiba, contra a LDU e agora contra o Avaí. Cartões vermelhos inexplicáveis para um jogador de quilate, como ele próprio se considera. Mas, se a torcida colorada já não aguenta mais ver Bolívar em campo, Fernando Carvalho e Tite adoram.

Por isso, neste dia 7 de setembro, está na hora de Inter e Grêmio darem os seus gritos de independência. Chega de ficar refém de desculpas esfarrapadas. Depois, quando o Grêmio não chegar ao G-4 ou quando Bolívar entregar um gol decisivo na última rodada, não adianta voltar atrás.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Por onde andei


Neste final de semana, o Campeonato Brasileiro entrará na sua 23ª rodada. Mesmo assim, algumas coisas ainda não foram bem resolvidas na vida da dupla Gre-Nal. Promessas foram feitas e o torcedor acreditou, mesmo tendo que protestar alguns dias depois. Principalmente se tratando do Grêmio. Assim foi com o sonho do tri da América, assim foi com a esperança dos reforços e a bola da vez dá conta das vitórias fora de casa.

Amanhã, o Grêmio não sairá de Porto Alegre, o que, de certa forma, já cheira a três pontos contra o Vitória da Bahia. Porém, nem assim, o torcedor gremista se sente tranquilo com as atuações do time. É aquela mesma história que se repete, inclusive aqui nos comentários: em casa um leão, fora um chiuaua. No entanto, a valentia do Tricolor parece ter recebido um reforço importante durante esta semana. Desembarcou no estádio Olímpico o volante Fábio Rochemback. E de cara, o atleta cativou o torcedor. Revelado nas categorias de base do arquirrival, o jogador tinha tudo para ser contestado. Mas declarou que era gremista desde criancinha. Então, tudo ok. Para melhorar a relação com o torcedor, Rochemback colocou em prática um dos lemas da Geral do Grêmio, antiga Alma Castelhana: "Treino é jogo e jogo é guerra!". Será que era isso que faltava ao Grêmio? Será que agora o time engrena?

Como entoa Nando Reis, "por onde andei enquanto você me procurava? Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?".

Pelo lado colorado, o dilema segue girando em torno do esquema tático. 4-4-2, 3-5-2, 4-4-3, enfim. Uma variação de números já foi enfileirada para definir o padrão perfeito de jogo para o Internacional. Contra o Goiás, o trio de zagueiros foi eficiente, já contra o Galo, não fosse a dupla de armadores no meio, a história seria diferente. São milhões de discussões que geram outras tantas conclusões. Pois neste domingo, quando Tite enviar seus guerreiros a campo para enfrentar o Avaí, a dúvida persistirá nas mentes de toda a nação colorada. Afinal, o 3-5-2 é o esquema que faltava na vida do Inter?

E essa resposta não se dará em um sábado ou em um domingo apenas. O final da análise termina com uma sequencia de partidas. Esperemos para ver.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Será que é tudo ilusão?


O Inter é "o melhor do Brasil no primeiro turno". Essa é a manchete encontrada no site do próprio Internacional. No entanto, não é o que vejo agora. E o agora é o que me interessa. Hoje, o Colorado está na segunda colocação, um ponto atrás do líder Palmeiras. Por isso, mesmo tendo acabado de vencer o Atlético-MG, Tite deve pensar à frente. Não há tempo para comemorações.

Ontem mesmo, a dificuldade foi enorme. A equipe adentrou no gramado do estádio Beira-Rio decidida a vencer. Porém, por pouco, não viu o time de Celso Roth sair para o intervalo comemorando uma vitória parcial. Já no segundo tempo de partida, Tite sacou Danilo Silva e lançou D'Alessandro. Daí por diante, o Atlético-MG, que esperava aquele mesmo Inter apático da
primeira etapa, deparou-se com um Inter revolucionário, incendiário. Tanto que o placar final, que marcava os largos 3 a 0, pareciam mentir diante daquilo que se via no campo.

Contudo, o torcedor colorado vive um dilema. Viu-se que elenco existe. Uma lista de jogadores que seriam titulares em qualquer equipe do mundo: Sorondo, Fabiano Eller, Kléber, Magrão, D'Alessandro, Edu e alguns outros. A partir de então, como exclamou o vice de futebol Fernando Carvalho, não se espera outro resultado que o título nacional. Até mesmo uma classificação para a Libertadores seria considerada desgraça.

Mas e aí, será que o título vem?

Sim, o que interessa é o título. Não adianta vir com a conversa de que o Inter conquistou o título simbólico do primeiro turno. Sou do tempo em que título era faixa, medalha e taça no armário. Do contrário, nada me interessa. Até porque, no ano passado, essa conversa foi igual com o Grêmio, que teve a melhor campanha na primeira metade do Brasileirão 2008. No final das contas, todo mundo já sabe.

Falando em Grêmio, o discurso é quase o mesmo. Com Souza, Herrera, Lúcio, Máxi López e, mais recentemente, Fábio Rochemback, não pode se aceitar um não como resposta. A vaga para a Libertadores da América do ano que vem, no mínimo, deve ser levada como obrigação no estádio Olímpico. Aliás, não só no estádio Olímpico, mas também no estádio dos Aflitos, no Maracanã, no Pacaembu e em tantos outros estádios em que o Grêmio jogará neste returno. Chega de desculpas! A primeira vitória fora de casa tem que vir já!

Ou será tudo ilusão?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

No meu lugar


Os dois nasceram em Caxias do Sul. Os dois treinaram equipes da Serra Gaúcha. Amobs passaram pelo Grêmio. E também por Atlético Mineiro, Palmeiras e Internacional. Celso Juarez Roth nasceu em 30 de novembro de 1957. Adenor Leonardo Bacchi, o Tite, nasceu em 25 de maio de 1961. Assim, o primeiro é mais velho e mais experiente. Ou pelo menos deveria ser. Passou por equipes dos Emirados Árabes e Catar antes de treinar times brasileiros. Acontece que no currículo do segundo estão alguns títulos que o outro sequer chegou perto, como Copa do Brasil e Copa Sul-Americana. Por isso, Celso Roth e Tite são como irmãos separados na maternidade. Trilharam o mesmo caminho, acabaram em pontos opostos.

E nesta quarta-feira, dia 2 de setembro de 2009, os dois ficarão frente a frente novamente. Somente neste ano, foram três enfrentamentos. Roth ainda vestia azul, quando perdeu por três vezes seguidas pelo mesmo placar: 2 a 1. Aquilo lhe custou o emprego e o sonho de finalmente colocar algo valioso no currículo: uma Libertadores da América. Para Tite, não fez importância alguma. Foi uma vitória a mais, já que a direção colorada lhe colocava como obrigação a busca pela vaga na Libertadores do ano que vem.

Pois terminado o episódio, Roth declarou em entrevista coletiva no final da partida: "Que bom para ele! A vida segue para o Grêmio...". E realmente seguiu. O Tricolor trouxe Paulo Autuori e Celso Roth foi parar no Atlético-MG. Pois em Belo Horizonte, Roth surpreendeu o Brasil ao adentrar o Campeonato postulando nas primeiras posições. Algumas rodadas se passaram e o Galo despencou na tabela. Já o Colorado, de Tite, seguiu na briga, figurando sempre entre os quatro melhores.


E, como canta Paula Toller: "Eu quero ser você, ficar no seu lugar. Eu quero ver você ficar no meu lugar!"


Agora, quando o Atlético Mineiro adentrar o estádio Beira-Rio, às 21h desta noite, não estará apenas lutando para voltar ao G-4. Estará lutando pela honra de Celso Roth contra Tite. Afinal de contas, há um ano, quem brigava pelo título nacional era o próprio Roth.

Do lado colorado, a vitória hoje coloca o Inter de cabeça na briga direta pela taça. Batendo os mineiros, o Inter estará a apenas um ponto do líder Palmeiras. E, como declarou Tite, enfrentar Celso Roth tanto faz como tanto fez. Resta saber quem vai se sair melhor: o filósofo de calma mansa ou o birrento e estressado. Duas escolas diferentes, da mesma cidade. Que vença a melhor!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

É camisa 10 da Seleção!


Não faz muito, os torcedores da dupla Gre-Nal vislumbraram Victor e Sandro na lista de convocados para a Seleção Brasileira. O goleiro gremista, graças às últimas atuações, ao que parece, finalmente conquistou a confiança do técnico Dunga. Já o volante colorado foi lembrado para substituir Josué, que sofreu uma lesão no joelho. Aliás, não é de hoje que Grêmio e Internacional vêem seus craques desembarcar na Granja Comary. Na mesma Seleção principal, por exemplo, estiveram os gremistas Anderson, Ronaldinho Gaúcho e mais recentemente Lucas. Assim como os vermelhos Lúcio, Renan e Alexandre brilharam com a camisa amarelinha.

Agora, a notícia que surge dá conta da Seleção sub-20. Foram chamados para disputar o Mundial da categoria, que será disputado no Egito, Maylson (pelo Grêmio), Giuliano e Sandro (pelo Inter). Ou seja, três jogadores do Rio Grande do Sul representarão a nação! Isso serviria como orgulho para qualquer clube do país. Mas não aqui, no território sul-riograndense. De Vacaria para baixo Seleção Brasileira não é graça conquistada, e sim castigo. Pelo menos aos olhos do torcedor gaúcho. Tanto gremistas quanto colorados foram à loucura com o temor de perder os craques para o escrete canarinho. Seja quando Paulo Nunes foi convocado e desfalcou o Grêmio em plena Libertadores de 97, ou quando Nilmar ficou de fora da final da Copa do Brasil deste ano. É bem verdade que em outros tempos a torcida soltava foguetes quando via seus atletas trajados de verde e amarelo. Everaldo, por exemplo, virou uma estrela na bandeira tricolor, enquanto o próprio Dunga e Taffarel foram vangloriados no Beira-Rio após 1994.

Porém, de uns tempos para cá a Seleção virou adversária da dupla. Neste caso dos três jovens talentos convocados, o temor é ainda maior. Para o Tricolor, o desfalque não será tão grande assim. O meio-campista Maylson é reserva na equipe de Paulo Autuori. Antes dele pisar no gramado do Olímpico, ainda pisarão Douglas Costa e Renato Cajá. Porém, para o Colorado, as convocações de Sandro e Giuliano são de arrepiar a espinha. O primeiro, recentemente convocado por Dunga para a Seleção principal, já vem recebendo ofertas de um clube inglês. Na cabeça do torcedor, a Seleção age como vitrine, oferecendo o seu craque. No caso de Giuliano, que nas últimas partidas assumiu a titularidade do meio-campo vermelho, a aversão fica por conta da surrupia deste atleta. Chegam a esbravejar "Pô, agora que o Tite arrumou o time!".

Opiniões à parte, Sandro e Maylson provavelmente formarão a dupla de volantes da Seleção sub-20. E para Giuliano sobrará a camisa 10. Afinal de contas, é bom ou não ter jogadores na Seleção? Pergunta sem resposta...