segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Mesmo que mude


O verão do amor aconteceu em 1967, no auge do movimento hippie. Neste final de semana tivemos um acontecimento semelhante. Tivemos o "veranico do amor". Veranico por que ainda não estamos na estação da praia e do sol, e nem por isso o termômetro deixou de marcar quase 30 graus. Mas afinal de contas, por que o amor?

Bom, no domingo tivemos o retorno de Fernandão a Porto Alegre. O maior ídolo da história contemporânea do Internacional, responsável por erguer as duas mais importantes taças do clube, pisou novamente no estádio Beira-Rio. Era um reencontro muito esperado pelo Brasil inteiro. Aliás, Inter e Goiás tinha tudo para ser um grande jogo. Além de Fernandão, estreiariam o atacante Edu, o zagueiro Fabiano Eller e o esquema tático 3-5-2. Todos pelo lado colorado. Acontece que os holofotes abriram mão dos experientes e privilegiaram o novato Marquinhos. Estrela do jogo, a mais nova pedra preciosa do Inter marcou um gol, deu passe para outro e fez a jogada do terceiro. E o atacante Fernandão, que era o protagonista antes da bola rolar passou em branco na partida. Aliás, foi expulso com apenas 15 minutos de jogo! O que não nos deixa outra alternativa senão pensar que o "Capitão América" ainda ama o Gigante da Beira-Rio.

E como canta a banda gaúcha Bideoubalde, amor é sempre amor mesmo que mude...

Do lado azul o amor é totalmente caseiro. Se foram 22 rodadas, metade delas atuando fora de casa, e o Grêmio segue sem vencer longe do Olímpico. Ainda ontem, contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, o time esteve atrás no placar por duas vezes. Não fosse Jonas, o "homem dos gols estranhos", a desgraça seria maior ainda. Até que, faltando poucos minutos para o fim, Souza conseguiu colocar o Tricolor em vantagem. Eis que surgia a luz no fim do túnel. Finalmente o Grêmio venceria fora de casa! Pelo menos, este foi o pensamento do torcedor, que já se preparava para pagar a promessa. Até que apareceu Leandro Guerreiro. Ele recebeu a bola no meio campo, e em uma jogada totalmente despretenciosa se livrou dela, com um chutaço pro ar. Pois não é que a redondinha teimou e entrou no ângulo do goleiro Victor? Sim, pois era o veranico do amor! E o amor do Grêmio é comprometido com apenas uma pessoa. Fiel, o Imortal só joga dentro de casa, apenas para o seu torcedor.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Como nossos antepassados


A nostalgia é um sentimento deveras dolorido, porém muito presente. Quem, em algum período da vida, não se pegou relembrando momentos passados? Nós temos isso presente. O hoje nunca é tão bom quanto o que já foi vivido, assim como dias melhores virão. Ou seja, insistimos em avaliar a atualidade como algo nem tão feliz assim.

Pois da mesma maneira, os torcedores da dupla Gre-Nal são apegados a tal sentimento. Por exemplo, basta surgir um camisa 7 veloz e driblador no Beira-Rio, para que a lembrança de Tesourinha volte na memória dos colorados antigos. Vive-sem em busca de um novo Taffarel, um novo Figueroa, um novo Falcão, um novo Fernandão. Pois este último estará de volta, inclusive, ao imaginário vermelho. Quando se enfrentarem Goiás e Internacional neste domingo, os saudosistas vão chorar de saudades do Capitão do Mundo. Pois quero chamar a atenção para um fato que talvez passe desapercebido para os torcedores colorados. Alguém lembra como Fernandão chegou ao estádio Beira-Rio? Desacreditado e desconhecido. Entrou para história do Inter logo de cara, quando marcou o "gol Mil" em grenais. Pois quero tratar de compará-lo com outra personalidade. Desembarcou em Porto Alegre, há menos de um mês, o atacante Edu. Alguém conhece o Edu? Pode se dizer que ele chega desconhecido e desacreditado, de certa forma. Pois trato de contar que em seu primeiro treino com o manto vermelho, Edu fez dois gols logo de cara. Será ele um novo Fernandão? Não sei. Nem quero afirmar isso. Só quero lembrar de uma canção de Belchior, que na voz de Elis Regina se imortalizou.

"Você pode até dizer que eu tô por fora ou então que eu tô inventando. Mas é você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem".

Pois da mesma forma que Edu surge com dois gols em um treinamento, o torcedor gremista deslumbra o meio-campista Renato Cajá treinar pela primeira vez com o grupo principal do Grêmio. E assim, desta forma, ele deu a vitória dos reservas sobre os titulares, por 1 a 0. Não é um fato qualquer. Lembre que nas últimas rodadas Adriano Imperador e Diego Tardelli (dois atacantes convocados para a Seleção recentemente) não balançaram as redes de Victor. Pois Renato conseguiu. Não quero dizer que ele será o novo Renato Portaluppi. Inclusive, faço um pedido. Assim como pedi aos colorados, por favor torcedor gremista, os ídolos não voltam mais. Por isso, desista de assistir ao "novo Lara", ao "novo Ronaldinho Gaúcho" ou ao"novo Jardel". Lembre que o passado é passado e o presente é o presente. Assim como treinos, às vezes, são apenas treinos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O (ex) vencedor


As desculpas se foram pelo ralo. O Inter iniciou o ano sonhando com todos os campeonatos que iria disputar. Veio o Gauchão, com uma certa facilidade, diga-se de passagem. Depois, a Copa do Brasil apareceu e começaram as lamentações. Muitos jogos, muitos desfalques, enfim. Mas, pelo menos ainda existia a Recopa. Foi-se a Recopa e veio a Copa Suruga. Terminado tudo isso, pelo menos o Inter está entre os quatro melhores do Brasileirão. E eu que pensava que a prioridade era o título.

Ontem contra o Santos, os colorados tiveram três infartos durante os 90 minutos. Sairam perdendo por 2 a 0. Graças à efetividade de Alecsandro viraram para 3 a 2. E quando tudo parecia findado, eis que o Santos empata a partida. Para um desgosto maior ainda, o torcedor teve que assistir Sorondo e Daniel abandonarem o gramado expulsos. Porém, antes mesmo que o escandaloso reclame do árbitro, eu trago uma análise mais profunda. Ainda ontem, assistindo o jogo, um amigo meu comentou: "este time do Inter tem a cara do Tite". É verdade. A pura verdade. Um time que troca passes, faz a bola girar e dá gosto de ver jogar - com tanta pompa quanto os discursos de seu comandante. No entanto, efetividade zero! Poucos chutes a gol, assim como a prática do discurso de Tite. A partir de então, o Inter perde de vencer por medo de ganhar. Troca passes como quem espera o fim do jogo e assiste o seu próprio funeral. Aliás, existe uma música da banda brasileira Los Hermanos, que descreve perfeitamente o personagem.


"Eu que já não sou assim muito de ganhar, cruzo as mãos ao meu redor. Faço o melhor que sou capaz só para viver em paz."

Até quando o Inter vai ficar refém do medo de ganhar? O mesmo vale para o Grêmio. O problema é que a síndrome tricolor diz respeito aos jogos fora de casa. Espera-se que quando voltar desta folga de uma semana, os jogadores retornem vacinados contra o medo. Ao que parece, os gremistas voltarão fortes para o Brasileirão. Com Lúcio e Renato como reforços, jogadores se recuperando de lesão e a estima da defesa melhor do que nunca. Fica a esperança de um recomeço no segundo turno.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Pro caminho do bem


Já faz algum tempo que a quarta-feira deixou de ser o "Dia do Sofá" para se transformar no "Dia do Futebol". Pelo menos durante a semana. Acontece que nesta quarta-feira, o Brasileirão tira uma folga. Tudo isso porque teremos enfrentamentos pela Copa Sul-Americana (como o Fla-Flu, por exemplo). Desta maneira, a dupla Gre-Nal está de folga, certo? Errado. Pelo menos para os vermelhos.

O Inter já tirou a sua folga quando foi disputar a tal Copa Suruga no Japão. Agora tem que pagar pelos dias que ficou fora. E hoje a primeira parcela será acertada. Os comandados de Tite entram na Vila Belmiro para enfrentar o Santos, ainda pela 16ª rodada do Campeonato. Acontece que a vida dos Colorados passa por mais um período de turbulência. Depois de perder para o Corinthians em casa e para o Palmeiras fora, a delegação vermelha tentará fazer o crime contra o time de Vanderlei Luxemburgo. Na tabela de classificação, a distância dos santistas é de cinco pontos para o Inter. Mas a preocupação não é esta. É que se os colorados passarem mais uma vez em branco, já se vão três rodadas sem pontuar. A partir de então, aquele time que era dado como um dos favoritos para o título nacional começa a ver até mesmo a sua participação na Libertadores de 2010 ameaçada. Inclusive, o chefão do Beira-Rio, o vice de futebol Fernando Carvalho, falou que não admite maus resultados, pois, segundo ele, o investimento foi muito alto. Fica a pergunta: será que o Inter quer rumar para o caminho do bem?

O mesmo serve para o Grêmio. Autuori não terá que arregaçar as mangas nesta quarta-feira, e nem por isso a cobrança será menor. A sua tarefa árdua prossegue: fazer o time gremista vencer fora de casa. O Tricolor só adentrará os gramados inimigos no próximo domingo, quando enfrentará o Botafogo no Rio de Janeiro. Porém, as pretenções passam justamente por uma vitória longe de Porto Alegre. E, pelo que parece, o Bota é justamente a presa fácil para este momento. Fora dos campos, rumores surgiram em torno da pré-temporada em 2010. Mesmo que diretores, consulados e representações municipais tenham se manifestado contrários a qualquer mudança, a polêmica prossegue. E, na verdade, prosseguirá até que o ônibus azul estacione em frente à Pipa Pórtico, na entrada de Bento Gonçalves. Afinal de contas, qual caminho o Grêmio irá rumar?

Segundo Tim Maia, todos devem escolher o caminho do bem. Agora falta saber qual será o rumo escolhido por Inter e Grêmio.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Encontros e despedidas


Não é de hoje que a dupla Gre-Nal vive constantes expectativas. E aqui me refiro às contratações. São jogadores que chegam e jogadores que saem, treinadores que vão e voltam. E, na grande maioria das vezes, são apenas especulações.

Nas últimas horas o Beira-Rio sequer respira. Na iminência de mais uma partida pelo Brasileirão, os holofotes se voltam para mais uma venda homérica. Desta vez, o volante Sandro aparece em meio a uma proposta do Tottenham. O clube inglês teria oferecido 16 milhões de euros (quase R$ 40 milhões). Um absurdo por um homem de sua posição! Para tanto, se a oferta alcançar esta quantia, não seria anormal receber a notícia de que a diretoria aceitou a proposta. O mais anormal é assistir o desapego do Colorado com relação aos seus meninos, em detrimento do dinheiro. Alguém chegou a avisar que se o Internacional alcançasse os mais de 100 mil sócios, pagaria a folha salarial tranquilamente. Além do mais, integre a este quadro os valores de Alex (€ 5 milhões), Edinho (€ 2,5 milhões) e Nilmar (€ 16 milhões), todos vendidos em euros! Ou a diretoria engana o seu torcedor ou ludibria a si mesmo. Em troca, desembarcaram Edu e Fabiano Eller, e foram dispensados Leandrão e Álvaro. São idas e vindas muito além da vã consciência torcedora.

Porém, não é uma exclusividade vermelha. No Olímpico, há quem diga que Réver e Victor estão próximos da Europa também. Em contraponto, a diretoria afirma que tem novas estrelas surgindo nas categorias de base. Apresentou-se Bruno Collaço e Mário Fernandes, por exemplo. Assim como surgiram Felipe Mattioni e Rafael Carioca no ano passado. Por isso, eu trato de perguntar: até quando os meninos ficarão em Porto Alegre? É bem verdade que o Grêmio trouxe de volta o lateral Lúcio e isso foi um ponto a favor. Também se fala muito no atancate Leandro, que ora é tido como negócio fechado, ora é dado como negócio melado. E nestas, poderíamos citar as especulações sobre Máxi López, Souza e até mesmo em torno de Jonas.

Bom, existe uma música chamada "Encontros e Despedidas", composta por Milton Nascimento e Fernando Brant, que explica esta situação toda.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Compromisso adiado


Os confrontos da dupla Gre-Nal neste final de semana me deixaram um pensamento vago. Deixando de lado as euforias e as decepções, a 21ª rodada do Brasileirão nos oportuniza uma análise mais a fundo.

Comecemos pela partida de sábado. Na capital paulista, o Inter perdeu um jogo de seis pontos. Um duelo direto pelo primeiro lugar na classificação, justamente contra o líder do campeonato. Alguém poderá dizer que o Palmeiras levou a melhor porque jogava em casa. Ora, nada disso me cabe. Até porque, na penúltima rodada, o Internacional deixou de fazer o seu dever diante do Corinthians e amargou a perda de três pontos. Com isso, o time de Tite apenas adia o compromisso da vitória. Sim, pois, para um time se dar ao luxo de sonhar com a taça no final do ano, precisa ser invencível dentro de seus domínios e um visitante ingrato. Muito pelo contrário, o Inter apenas rosna para os pequenos. Dos grandes, como São Paulo, Corinthians e Palmeiras, os colorados têm medo.

Pelo lado do Grêmio, a vitória convincente deste domingo também traz mais um compromisso. Apesar da goleada sobre o Atlético-MG, os comandados de Paulo Autuori tomam para si a responsabilidade de trazer bons resultados fora de casa. No Olímpico já está provado que o Tricolor é Imortal mesmo. Resta saber como será o comportamento além do território sul-riograndense. Isso é um tanto engraçado. Muitos chegam a dizer que não existem explicações para esta situação. Vencer dentro e perder fora. Bom, eu tenho uma explicação. O Grêmio gasta seus gols dentro de casa. Goleia paranaenses, mineiros, paulistas e cariocas, e aí chega na casa do inimigo sem munição. Prepara a metralhadora de gols e ela já foi usada. O estoque de tentos da semana foi gasto dentro do Olímpico. Por isso, Grêmio, faço um pedido: não façam tantos gols da próxima vez. Pode ser que noutra oportunidade os chutes passem mais perto do gol e até parem de acertar a trave.


E antes que alguém exclame, eu não esqueci! Parabéns, Rubens Barrichelo. Com o primeiro lugar de domingo, Rubinho celebra a 100ª vitória de um brasileiro na história da Fórmula 1. Aliás, isso serve de exemplo para Celso Roth. Um dia os últimos serão os primeiros e alcançarão o reconhecimento. Força Roth!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O Brasileirão é um bife mal passado


Percebi que nem Inter nem Grêmio querem vencer o Campeonato Brasileiro. Embora digam aos microfones que a intenção é levantar o caneco no fim do ano, que o G-4 é prioridade, que este ano a coisa vai mudar, enfim. No fundo do peito, nenhum dos dois quer a medalha de ouro.

Isso ficou visível nesta última rodada, quando o Inter podia ter ganho dos reservas do Corinthians e encostado no líder Palmeiras. E ainda por cima, totalmente decepcionados com a derrota dentro de casa, os colorados tremiam só de pensar que o Atlético-MG iria vencer o Avaí e tiraria o Inter do G-4. Além do mais, se o Goiás tivesse batido o Náutico, dispararia na frente de todos, assumindo a liderança. Mas não. Nada disso aconteceu. O que nos leva ao pensamento insano, mas totalmente apoiado em argumentos. Quando os comandados de Tite adentrarem o Parque Antártica, deverão estar preparados para disputar uma decisão de campeonato. Até porque, se conseguirem vencer o Palmeiras, estarão muito, mas muito mesmo, próximos do primeiro lugar. Acontece que o Internacional não quer ganhar. Não quer se complicar com ninguém. É quase um diplomata - ainda mais contra os paulistas.

Mas se você pensa que o Grêmio está longe de passar pela mesma análise, engana-se. Jogando no estádio Olímpico, Jonas é um artilheiro nato, Adílson é um marcador implacável e Douglas Costa é o terror do meio-campo. Longe do ar frio do rio Guaíba, todos tremem de medo. Aliás, a rodada desta quinta-feira foi boazinha com o Tricolor. Tivesse o Flamengo ganho do Cruzeiro, Paulo Autuori estaria pendurado na 10ª colocação da tabela. Por isso, gremsitas, agradeçam aos rubro-negros que lhes deram duas vitórias consecutivas no Brasileirão.

Por essas e outras, não me resta outra alternativa senão pensar que Grêmio e Inter não querem vencer o Campeonato Brasileiro. Até porque a tabela se oferece como um bife suculento em cima da mesa. Mas os times gaúchos, não sei se por medo ou constrangimento de comemorar uma vitória, preferem se recolher aos aposentos, aguardando pelo Gauchão de 2010. Ah, antes que eu me esqueça, o São Paulo agradece.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sina de vira-lata


E a sina dos clubes gaúchos da Séria A prossegue. Há alguns dias atrás eu cheguei a declarar que se Grêmio e Inter quisessem sonhar com algo maior do que alcançaram neste primeiro turno, deveriam pensar maior, agir como gente grande. Cheguei a argumentar que o returno do Brasileirão deveria representar vida nova. Pois não representou, pelo jeito.


Quando a equipe gremista pisou o gramado da Vila Belmiro, o otimista levantou do sofá e bradou "Hoje o Grêmio ganha a primeira fora de casa!". Porém, não demorou muito para que a felicidade cessasse. Bolas na trave, gol anulado e um incrível travamento do time gaúcho atestou que a derrota viria mais uma vez. Pois veio, através da cabeça de um Ganso. Não um animal qualquer: um ganso! Do alto dos seus 20 anos, estufou as redes gremistas como quem pega migalhas de pão na beira da lagoa. Não houve Réver que tirasse a bola da área, não houve Victor que espantasse a esfera da meta. É a maldição de 2009 para os gremistas ("Não ganharás sequer uma partida fora de casa"). Com isso, fica cada vez mais difícil enxergar o Grêmio entre os quatro primeiros que se classificam para a Libertadores do ano que vem. Pelo menos até a próxima rodada, quando Paulo Autuori e seus comandados retornam ao estádio Olímpico e bradam feito guerreiros. Goleiam, trucidam e convencem. Para na partida seguinte, longe de seus domínios, entregar o pote de ouro.

Em contrapartida, desta vez, os colorados não podem sequer esboçar um sorriso no rosto. Se a maldição do Grêmio é perder fora de casa, do Inter é: "Não ganharás do Corinthians no ano do teu centenário". Confesso que não entendi certas declarações de jogadores vermelhos, afirmando que não havia clima de revanche. Ora, ontem era o dia para implantar o clima de revanchismo. Vão esperar o quê?! Jogar contra o Barueri? Ontem o Inter devia ter entrado com uma faca na bota, mordendo o beiço. E não imóvel de novo! Alguém vai retrucar que o juíz roubou para os paulistas mais uma vez, ao validar dois gols irregulares. Agora, se Alecsandro não tivesse furado em bola na frente do goleiro, se a bola de Danilo Silva não tivesse encostado a trave e se Marcelo Cordeiro não fosse jogador do Internacional, talvez (mastalveeeez), os colorados conquistariam os três pontos.

Olha, antes que me chamem de oportunista, trato de alertar a todos os colorados e gremistas, preparem as faixas de campeão para o São Paulo. Eles estão em segundo lugar, meu amigo!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Repeteco às avessas


Hoje a tabela do Brasileirão vira ao contrário. Os 19 jogos que seu time fez até agora, se repetem, invertendo apenas o mandante da partida. Assim, desta maneira, o Grêmio vai à Vila Belmiro e o Inter recebe o Corinthians. Todos dispostos a contar novas histórias pela 20ª rodada do Campeonato Tupiniquim.

Abrindo o campeonato deste ano, em 10 de maio, colorados e corintianos se enfrentariam pela primeira vez em 2009, em um domingo ensolarado. A partida era apontada pela crítica como a mais esperada da rodada. O Corinthians era uma incógnita, já que fazia sua estreia no retorno à Série A, enquanto o Inter vinha fazendo o país se deliciar com goleadas pelo Gauchão e Copa do Brasil. Pois, mesmo assim, Mano Menezes poupou seus titulares do confronto e escalou vários suplentes: Jucilei, Boquita e Wellington Saci eram alguns deles. Do lado vermelho, expresso completo, apenas com o desfalque de Sandro, machucado. Pois logo aos 9 minutos, o já exportado Nilmar faria aquele que, provavelmente, tenha sido o gol mais bonito do campeonato. Recebeu uma virada de bola do meia D'Alessandro, enfileirou cinco ou seis defensores paulistas e desviou do goleiro Felipe. Era o ápice do futebol vermelho, o que faria com que a torcida iniciasse os gritos de "É campeão! É Campeão!". Acontece que alguns dias depois, as equipes se cruzariam de novo, desta vez pela Copa do Brasil. E aí, utilizando os titulares, o Corinthians engambelou o Internacional e devolveu o golaço de Nilmar com juros e correção monetária. Pois nesta quarta-feira, os corneteiros de plantão que esperam mais um balaio corintiano, vai uma dica. A equipe de Mano sofreu um verdadeiro desmanche após a conquista no Beira-Rio. E esse time que desembarca em Porto Alegre está mais parecido com aquele vencido em pleno Pacaembu. É a grande chance para o Inter voltar ao topo da tabela!


Já os gremistas, no mesmo dia 10 em que colorados bateram em corintianos, teriam o primeiro desgosto do torneio. Treinado por Marcelo Rospide, o Grêmio entrava em campo com o já falecido esquema 3-5-2 para enfrentar o Santos, de Vágner Mancini. Em um primeiro tempo monótono, os torcedores já começavam a questionar a veracidade da melhor campanha da Libertadores da América. O gol do Tricolor só sairia aos 31 do segundo tempo, e dos pés de um zagueiro, ainda por cima. Réver apareceu na área adversária, limpou seu marcador e chutou rasteiro no canto esquerdo. Quando a Geral já creditava os três primeiros pontos na tabela de classificação, veio a ducha. Faltando apenas cinco minutos para o fim, o colombiano Molina, que já nem faz mais parte do elenco santista, acertou uma cobrança de falta perfeita, sem chances para o goleiro Victor. Assim, Grêmio e Santos iniciariam sua participação no campeonato com um empate em 1 a 1. Pois agora, neste confronto da Vila, a história tem tudo para ser diferente. Tanto para santistas quanto para gremistas. E muito disso se vale da representação das equipes em suas casamatas: pelo Santos agora atua Vanderlei Luxemburgo, enquanto pelo Grêmio está Paulo Autuori.

Fica a expectativa por novas histórias e outros finais. Desta vez mais felizes para os gaúchos.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Antes que seja tarde


No comentário de hoje vou abandonar os palpites, a filosofia, a crônica em si. Vou me ater na parte fria dos números. Vou trazer detalhes sobre os últimos três Campeonatos Brasileiros da Série A. 2006, 2007 e 2008 entrarão em análise a partir de agora. Tudo isso porque chegamos a 19ª rodada do Brasileirão e a partir de agora, entramos na reta final para o título. Por isso, trarei dados comparativos do seu time no presente e no passado. Lembre, atualmente, os vermelhos ocupam a 3ª colocação, enquanto os azuis estão em 7º.

Comecemos por 2006, ano em que o Grêmio reestreiava na Série A, após a Batalha dos Aflitos, e período em que o Inter concentrava suas forças no sonho do Mundial Interclubes. Terminado o primeiro turno daquele ano, o Inter ocupava a 2ª colocação na tabela, quatro pontos atrás do líder São Paulo. Finalizadas as 38 rodadas, o São Paulo sagraria-se campeão a nove pontos do Colorado. Ou seja, nada mudou para o Inter. Já para o Grêmio, que na primeira etapa do certame encerrou em 5º lugar, chegaria nos calcanhares do Inter, com apenas dois pontos a menos.

Em 2007, a mudança também foi pouca. Quando completou seus 19 primeiros jogos, o Tricolor estava em 8º lugar, dividindo as atenções entre Brasileirão e Libertadores da América. No returno, o time de Mano Menezes deu uns passos a mais e pulou duas colocações na tabela, ficando na beira do G-4. Enquanto isso, o Inter brigava na intermediária da classificação, começando em 10º e terminando em 11º. Agora, se serve de alento para os gremistas, o time que ocupa a 7ª colocação (posição em que ele se encontra atualmente) era o Flamengo, que daria um grande salto para o 3º lugar, arrancando uma vaga na Libertadores do ano seguinte.

Em 2008, o Inter era um dos grandes favoritos e acabaria a primeira fase em um modesto 10º lugar. Depois, com a chegada de D'Alessandro, o Colorado ainda chegaria em 6º. E o Grêmio, o azarão treinado por Celso Roth, conseguiria uma façanha às avessas. No fim do primeiro turno, o Imortal ostentava uma vantagem de quatro pontos sobre o vice-colocado, disparado na liderança. Pois, terminado o campeonato, o Grêmio acabaria sendo ultrapassado pelo São Paulo, encerrando com a medalha de prata. Desta forma, seria o único clube na era dos pontos corridos a terminar a primera fase na liderança e não se tornar campeão.

Bom, tirando apenas este último fator, deu para perceber que as coisas nem sempre mudam radicalmente para os times gaúchos. Se estão entre os quatro melhores, terminam na Libertadores. Se estão na intermediária, apenas morrem na praia. Agora, o que dever ser ressaltado é o seguinte. Você sabe em que posição o São Paulo terminou o primeiro turno no ano passado? Quarto lugar, com 33 pontos. Exatamente a mesma posição deste ano. No final das contas, em 2008, o São Paulo acabria levantando o caneco. E este ano, alguém duvida? Ah, se ajuda a responder, Rogério Ceni está de volta.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Como gente grande


Mais um final de semana se passou na vida da dupla Gre-Nal. Porém, não foi um simples final de semana. Foi um divisor de águas - pelo menos assim se espera. Quando viramos o calendário, pulamos de um ano para o outro, a ideia é que as coisas mudarão para a melhor. Ano novo, vida nova. Pois, mesmo que continuemos em 2009, Grêmio e Internacional esperam modificiar os rumos a partir de agora. Até porque, passado este domingo, terminada a 19ª rodada do Brasileirão, uma nova história começa a ser contada.

Do lado do Inter, as vitórias voltaram à rotina do colorado. O torcedor, que já começava a tomar para si o espírito do coitadismo, olham para o futuro com esperança. Com os últimos três pontos, conquistados diante do Santo André fora de casa, o Colorado se candidata de vez ao título. Até porque tem dois jogos a menos do que os demais competidores. Vencendo, por exemplo, as partidas que lhe restam, os vermelhos seriam alçados à primeira colocação na tabela de classificação, ultrapassando o Palmeiras. Resta para a equipe treinada por Tite pensar como gente grande, agir como gente grande. Porque se travestir a carapuça de vira-lata novamente, o Inter vai apenas assistir a briga de longe. Vai atuar como coadjuvante mais uma vez em um Brasileirão. E o que a torcida do Beira-Rio quer o fim do jejum de 30 anos sem medalha de ouro no peito.

Pois do lado azul, a adultescência deve chegar rapidamente. Neste domingo, mais uma vez, o Grêmio mostrou que quem manda no estádio Olímpico é ele próprio. Sem três dos principais atletas, Paulo Autuori escalou um time destroçado, e cheio de garotos das categorias de base. E não dá para dizer que os guris deram conta do recado, porque não houve quem saísse satisfeito com a atuação de Douglas Costa - sem dúvidas ele é a grande promessa tricolor, porém o medo é de que não passe disso. Acontece que para a sorte dos gremistas, existem Victor e Réver, dois dos melhores defensores do Brasil. E aí, meu amigo, não há Imperador que fure a Muralha Tricolor.

Agora, resta também para o Grêmio, pensar como gente grande. Até porque é grande (prova disso são as constantes goleadas em Porto Alegre). Falta vencer longe de seu torcedor para mostrar que o time alcançou a maioridade. Daí sim podemos falar em vaga na Libertadores e caneco.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Bateu a "miudinha"


Elenco para mim quem tem é novela, mas tudo bem. Já faz algum tempo importaram esta ideia da Europa: no Brasil, o time tem que ter elenco para ser campeão. Sou do tempo em que onze jogavam e onze eram campeões. A gente colecionava figurinhas e escalava os titulares até de trás para a frente, jogando botão na sala. Mas os tempos são outros. Por exemplo, é nesse período do ano que começa a bater a miudinha no Brasileirão. É nestas horas que o cachorro mostra se ladra ou se morde. Por isso se fala tanto em elenco. Aparecem as lesões, dispensas, e vendas. E aqueles times badalados começam a despencar tabela abaixo.

Pois no lado vermelho do Rio Grande do Sul, que embarca para Santo André nesta sexta-feira, a miudinha bateu de vez. Pelo departamento médico já passaram o goleiro Lauro, o meia Andrezinho e até mesmo o jovem Taison. Agora, possivelmente serão sacados do time o incansável Guiñazu (com problemas no joelho), o zagueiro Índio (se recuperando de uma fratura no nariz), Magrão (que se recupera de pedra nos rins) e, o mais recente, Alecsandro. O atacante chocou-se com um colega no treinamento e é dúvida para a partida. Desta maneira, o Inter que vem se refazendo no campeonato pode ingressar em campo com desfalques em três setores neste sábado: defesa, meio e ataque. Acontece que, como de costume nos últimos anos, a diretoria colorada soube compôr o tão falando elenco. Prova disso foram os primeiros jogos em que o técnico Tite poupava jogadores para a Copa do Brasil e, mesmo assim, seguia brigando pelas primeiras posições. Isso se chama planejamento. Resta saber se os suplentes irão cumprir suas funções bem como o esperado.Resta saber se Glaydson pode exercer as funções de um Guina, por exemplo. Mas aí, se isso vir a acontecer, a culpa não é da diretoria. Banco de reservas existe!

Já do outro lado do Estado, no lado azul, não se pode dizer o mesmo. Para a partida contra o Flamengo, o Grêmio não terá alguns jogadores capitais no esquema tático de Paulo Autuori e, sem eles, a certeza de uma vitória dentro de casa começa a receber pontos de interrogação. Tudo porque o clube tricolor não tem suplentes à altura de seus titulares. Ainda sem Fábio Santos (com uma fratura no pé) e Herrera (com lesão na coxa), os gremistas terão que se acostumar com a ideia de assistir um Grêmio destroçado do meio para a frente neste domingo. Os principais articuladores da equipe - Tcheco e Souza - receberam o terceiro cartão amarelo e não entrarão em campo. Desta maneira, Autuori deve armar uma meia-cancha com Réver, na função de primeiro volante, Adílson, Túlio e Douglas Costa. E o ataque deve ser formado por Jonas e Perea, já que Máxi sentiu um desconforto muscular e segue na banheira. Bom, se você deu arcadas quando eu escalei o Tricolor do meio para a frente, se prepare. Pode ser que os jogadores me queimem a língua, mas, convenhamos, apostar em Jonas e Perea é quase um suicídio coletivo.

Agora eu entendo porque se fala tanto em elenco. É a miudinha batendo nos times da capital.

Cavalo paraguaio


Cavalo paraguaio. Esta é a denominação para aquele pangaré de turfe. O único cidadão que apostou no azarão vai ao delírio quando o animal dispara na largada, sonhando com a bolada de dinheiro que irá levar para casa. No entanto, bastam alguns segundos para que ele perceba que cinco ou seis concorrentes acabaram por ultrapassar o seu cavalo. Tratei de abrir este diálogo sobre equinos naturais do Paraguai por causa da rodada desta quarta-feira. Não, a dupla Gre-Nal não entrou em campo. Tivemos apenas um jogo, que complementou as demais partidas disputadas no último final de semana. Pois basta analisar a qual jogo me refiro para que entendas a utilização do termo "cavalo paraguaio". Atlético-MG e Palmeiras se enfrentaram em Belo Horizonte - ou seja, briga direta pelo título.

Pelo menos deveria ser assim, já que os paulistas ocupavam a primeira colocação e os mineiros a terceira na tabela de classificação. Acontece que estamos falando de um time treinado por Celso Roth e citar este nome sem lembrar do tal cavalo é quase um sacrilégio. Sim, Roth já virou sinônimo de azarão! E o auge do seu purgatório foi justamente no comando do Grêmio Porto-Alegrense. Naquele que era para ter sido o Brasileirão mais bem ganho da história, o torcedor tricolor assistiu a um apagão do seu time. E o título acabou no Morumbi, mais uma vez nas mãos de Muricy Ramalho.

Pois nesta quarta-feira, Roth encontrou-se com Muricy. Agora eles estão em clubes diferentes, mas bastou para que o treinador lembrasse do retrospecto. Aliás, há os que chegam a culpar o próprio Roth pela desclassificação do Grêmio na Libertadores deste ano. Acham que o DNA do "derrothismo" (assim mesmo, com TH) se instaurou no elenco azul. E aí, não haveria Paulo Autuori que salvasse os gremistas.

Sendo verdade ou mentira, a situação de Roth dá o que pensar. Pois no centro do país ouvi alguns pseudo-especialistas apontarem o Inter como o cavalo paraguaio do Brasileirão, assim como o Grêmio teria sido o da Libertadores. Esperamos que a rodada deste final de semana, bem como as demais que virão, comprovem que no Rio Grande do Sul o futebol se escreve de outra maneira. Sem "Luxemburguisses", "Muricy-dependências" ou "Joel-santonismos". Fosse o contrário, fossemos nós gaúchos uns cavalos paraguaios por natureza, não seria Mano Menezes idolatrado no Curínthia, Felipão unanimidade no território brasileiro e Dunga o treinador da Seleção.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Contratações ou enganações?


Já faz alguns dias, eu chamei a atenção para o fato de que as diretorias da dupla Gre-Nal estavam como políticos baratos: prometiam, prometiam e não contratavam ninguém. Agora, as informações que pipocam no EsporteBR dão conta de apresentações oficiais de reforços para o resto da temporada. Aliás, as equipes vem sonhando com vagas na Libertadores da América de 2010 e, porque não, com um título brasileiro no final deste ano. Mas será que os reforços agradarão a torcida?


Bom, no Inter, pelo menos medindo pela intensidade da festa dos colorados, os nomes agradaram. Fabiano Eller retorna depois da sua passagem vitoriosa de 2006 e dá esperanças de segurança na defesa vermelha - tal segurança que andou faltando nas últimas rodadas. Ainda, há quem já fale em um trio de zagueiros imbatível: Eller, Sorondo e Bolívar. Outros não excluem Índio, ou ainda pedem Danny Morais. Porém, quero chamar a atenção para o seguinte pensamento: este atleta que retorna hoje é o mesmo de ontem? Olha, desde que Fabiano Eller foi campeão do mundo, há três anos, não consegue se firmar como titular. Foi assim no Atlético de Madri e no Santos, de onde foi dispensado com carimbo de "vencido".

Já o outro nome - Edu - também causou frisson entre os fanáticos. Já houve quem procurasse imagens no Youtube para tentar imaginar como serão as atuações do novo atacante. Porém, alguém já disse que Edu atuava no Bétis? E este time esteve lutando para não cair de divisão no Campeonato Espanhol. Outro fator que deve ser levado em consideração é o seguinte, o jogador teve uma contusão no início do ano. E até agora é apenas uma incógnita.


Porém, se os colorados tem motivos para ficar com pulgas atrás da orelha, o que dizer do Grêmio? O torcedor gremista foi iludido com promessas sem tamanho. Falou-se no retorno do volante Émerson para o Olímpico. O ex-capitão da Seleção gostaria encerrar a carreira no clube que iniciou e coisa e tal. Semanas depois, o jogador foi apresentado como o mais novo reforço do Santos Futebol Clube. Da mesma maneira, cogitou-se a contratação do meio-campista Renato, ex-Flamengo e Corinthians. Entretanto, estamos em agosto, se foi o Gauchão, a Libertadores e já se vai o Brasileirão e a diretoria ainda não conseguiu acertar com o atleta. Pois nesta terça-feira desembarcou no estádio Olímpico um tal de Renato. Mas não é aquele! Jogou no Juventde, Ponte Preta, veio da Arábia... Mas não é aquele! Agora, os gremistas vem recebendo informações da contratação do atacante Leandro, ex-São Paulo. Fica-se na torcida para que não seja mais uma ilusão, e desça em Porto Alegre o Leandro, que jogou no Sport Recife, ou do Paulista de Jundiaí.

Desta maneira, pelo jeito, o que fica para trás também é o sonho do título. Adiaremos por mais um ano?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Quando um não quer, dois não fazem


O torcedor colorado voltou a sorrir. Antes da partida, a torcida temia o retorno ao Brasileirão. Tinha medo que a Copa Suruga enganasse e a má fase voltasse nesta segunda-feira. Pois os jogadores do Inter provaram que estão realmente revigorados. Agora, não faltarão hipóteses para analisar as pazes com o bom futebol. Alguns vão dizer que Giuliano é o diferencial do time, outros podem até falar que Álvaro era a maçã podre do grupo. Bom, pelo menos o que interessa é que o time voltou a vencer e retorna ao G-4. Também, não dá para omitir o seguinte: o Inter venceu o Sport e o Sport é o último colocado.

Mas, talvez melhor que a vitória é assistir aos jogadores colorados se abraçarem após os gols. Como é bom ver o Inter dar risadas! Como é bom ver um time jogar bola! Chega de falácias, chega de bater boca... Até porque os jogadores são pagos para jogar bola e não para ficar de intriga e picuinha. E isso forma um time campeão. Veja o caso do próprio São Paulo. Foi só pararem as afirmações bombásticas para que a equipe treinada, agora por Ricardo Gomes, deslanchar no campeonato.

Quem parece não ter aprendido isso é o clube gremista. Passada mais uma derrota fora de casa, alguns jogadores trocaram farpas através de microfones alheios. Tcheco reclamando de falta de marcação, Souza contestando a afirmação, Autuori retrucando a resposta, Onofre Meira mandando recados... E aí está o princípio do derrotismo tricolor longe do estádio Olímpico. Porque quando o um fala do outro e o outro fala do um, nasce uma coisa chamada desunião. E se há a ausência do companheirismo, a equipe afunda tal qual a solidão de Máxi López no ataque.

Por isso amo os clichês. Por isso sou fã ardoroso das frases feitas. Porque somente elas sabem explicar mil e uma palavras. E esta explica o atual momento: quando um não quer, dois não fazem.

Os outros passarão, eu passarinho


O primeiro turno se foi com o vento. Décima oitava rodada do Brasileirão e, no entanto, o Grêmio não bateu em ninguém fora de casa. Foram nove jogos longe do estádio Olímpico. Apenas dois empates conquistados. Pasme! O Tricolor tirou pontos de Palmeiras e Fluminenses - clubes considerados gigantes dentro do território tupiniquim. Contudo, contra times de nem tanta expressão assim, a equipe de Paulo Autuori acabou sendo derrubado. Levou pancada de Avaí, Coritiba e Vitória. Pois agora, a mais recente de todas: Barueri.


Neste domingo, Dia dos Pais, o Grêmio não quis presentear os seus torcedores. Talvez por não se considerar um filho de sua torcida, mas o é. É uma criança dependente e problemática. É como um passarinho que espera a comida na boca. Embaixo da asa do seu torcedor, o Grêmio é imbatível. Consegue o impossível e assusta o valentão da rua vizinha. Porém, é só pisar fora do estádio Olímpico para os pêlos das canelas dos jogadores começarem a arrepiar. Sentem medo até de assobio e não ganham de ninguém. Aliás, descobri porque o Tricolor havia sido derrotado nos outros três Gre-Nais. Não porque o Inter vivia um momento melhor. Não por incompetência de Celso Roth. Não porque agora o Máxi López é o titular. Não, nada disso! Os azuis conseguiram superar seus arquirrivais porque jogavam em casa. E dentro de seus domínios, os atletas cantam de galo. Fora dele, ficam mais para pintinhos solitários.


Falando em Gre-Nal, lembremos que do outro lado do Rio Grande do Sul existe um povo de pele vermelha. Um povo que estará de ouvido grudado no rádio nesta segunda-feira. Todos querem saber como o Inter volta do Japão. Antigamente, quando se diagnosticava que um cidadão estava com tuberculose, era receitado que ele passasse uma temporada pegando um ar nas montanhas. Os mais pobres morriam. Os mais ricos também morriam, mas antes visitavam os Alpes suíços, na esperança de se recuperar da enfermidade. Pois a viagem do Internacional ao oriente não me parece outra coisa senão a tentativa desesperada de tratar as suas enfermidades à distância. Depois de conquistar a Copa Suruga, o vice de futebol Fernando Carvalho volta dizendo que o time está de espírito revigorado. Pois veremos hoje se o Inter que enfrentará o Sport, no Beira-Rio, será aquele do início do ano ou se vai ser o mesmo time apático que foi constantemente surrado nas últimas rodadas.

Aliás, quero lembrar os desavisados que o Colorado agora é o sexto colocado. Nada de G-4, nada de liderança, nada de nada. Alguém aí quer ver o Inter priorizar a Sul-Americana de novo? Eu acho que não. Nem os gremistas querem isso para si. Até porque, se os desapontamentos ocorrerem de novo, os outros passarão e a dupla Gre-Nal passarinho.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Quebra de protocolo


"Quebra de protocolo". A primeira vez que ouvi falar diversas nesta palavra foi quando Luis Inácio Lula da Silva assumiu a presidência da República. Ele levantou do carro presidencial, correu para a multidão, apertou a mão do povo e festejou como uma criança. Tudo que até então nenhum outro presidente havia feito.

Pois nesta quinta-feira, no estádio Palestra Itália, o Grêmio realizou uma quebra de protocolo. Pelo menos o seu próprio protocolo no Campeonato Brasileiro de 2009. Aliás, o começo do jogo assustou. Parecia que o líder Palmeiras iria amassar o Tricolor. Errou inúmeras finalizações e abriu o placar com Cleiton Xavier. O sorriso estava estampado no rosto do birrento Muricy Ramalho. Até que apareceu o salvador da pátria azul: Máxi López. O centroavante mais centroavante que apareceu no Olímpico desde a saída de Jardel empatou a partida e só não virou porque do outro lado do campo estava um santo embaixo das traves. São Marcos! A partir do gol do argentino, o Grêmio virou um gigante, com Jadílson, Souza e Adílson realizando atuações de luxo. E no final das contas, com Fábio Santos de pé quebrado e Réver sendo retirado de campo após um desmaio, o empate não foi de todo mal. Ainda mais considerando que o Palmeiras ainda é o líder isolado.

Pois se o empate animou ao torcedor gremista, ainda mais contente ficou o colorado. Depois de uma semana de recesso, passando um feriado no Japão, o Inter retorna ao Brasil ainda entre os quatro primeiros do campeonato. É verdade que os vermelhos agora tem o São Paulo em seu costado, mas com dois jogos a menos, o torcedor espera a reação de uma vez. Até porque, as contratações que o torcedor tanto reclamou estão sendo efetuadas. Edu, Cléber Santana, Fabiano Eller e Cicinho são alguns dos nomes que aparecem na lista dos sonhos do Colorado.

Ah, e antes que eu me esqueça, o próximo jogo do Grêmio é contra o Barueri, no domingo. Este sim, não existe mais desculpa para que o time não vença fora de casa. Bom, sigamos na torcida. Time, pelo que vimos até agora, a dupla Gre-Nal tem. Faltam as façanhas, para que sirva de modelo à toda terra.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Noite quente no Palestra


Tudo feito! O Inter tirou férias do Brasileirão, foi ao Japão e volta com a taça da Copa Suruga na mala. Ao que parece, o clima já é outro entre a delegação. No entanto, quando desembarcarem no Aerorporto Salgado Filho, em Porto Alegre, os atletas colorados terão novidades.


Quando o Inter saiu de folga, era o terceiro na tabela de classificação. Aliás, esboçava uma reafirmação no campeonato. Agora, volta para o Brasil por fora das notícias: Goiás vice-líder (e agora com Fernandão no elenco), São Paulo ingressando no G-4, Corinthians e Cruzeiro caindo aos pedaços e um Fluminense mais lanterna do que nunca. É como se tivesse ficado dois meses fora. Mas não, foi apenas uma semana! Veja como o Brasileirão é dinâmico. Alías, falando em dinamismo, Nilmar não é mais jogador colorado. Bom, isso não é novidade, você me dirá. Mas, você sabia que o Inter já tem um nome para substituí-lo? Sim, o Colorado contratou o atacante Edu, que estava no Bétis, da Espanha. A previsão é de que ele chegue ao Beira-Rio amanhã. E agora? Taison seguirá como titular? Bolaños ficará no banco de reservas, pelo menos?

Bom, mas voltando às análises da tabela de classificação, a única coisa que não muda é a liderança do Palmeiras. Mesmo que perca para o Grêmio nesta quinta-feira, o Verdão encerra a 17ª rodada como primeiro colocado. Aliás, falando em vitória gremista, o torcedor já não aguarda outro resultado senão a vitória. A última vez que o Tricolor venceu alguém fora de casa no Brasileirão foi no ano passado - e sobre o Ipatinga ainda por cima! Como falou o volante Túlio: "passou da hora do Grêmio ganhar fora de casa". Pode ser que esta noite acabe o jejum. E, se por acaso, isso vir a acontecer, Goiás, Atlético-MG, Inter e São Paulo agradecem de coração. Agora, imagine se o Imortal repete suas pífias atuações longe de Porto Alegre e perde para o Palmeiras. Os paulistas ficarão a cinco pontos do Goiás (segundo colocado), 10 do Inter e a 13 do próprio Grêmio. Aí, meu amigo, vai ser o campeonato mais bem ganho da história. Inclusive, analisando o fato de que no comando do Palmeiras está ele, o Mr. Brasileirão Muricy Ramalho.

Por favor, né Grêmio! O país inteiro está ao teu lado.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Dia de lembranças


Esta é uma quarta-feira de lembranças para o torcedor sul-riograndense. Tanto para vermelhos como para azuis. Lembranças boas, né. Mesmo distantes um do outro, os clubes gaúchos pensam em um mesmo objetivo: conquistas e alegrias - por menor que sejam.

O Inter vive a ilusão de um título no Japão. É um título, uma taça a mais, uns trocados na conta bancária e nada mais que isso. No entanto, bater o Oita Trinita em pleno território do Sol Nascente remete à maior conquista vermelha. Depois de três anos, a delegação de Fernando Carvalho volta daquele país com um troféu. É verdade que em 2006 o título foi imensamente superior. Era o troféu de Campeão Mundial da FIFA que retornava na bagagem. Agora a mensão do nome do torneio não é nada gloriosa, e inclusive rende algumas piadas maldosas. Mesmo assim, vale comemorações. Aliás, a diretoria colorada gaba-se por erguer títulos internacionais desde 2006. Libertadores, Mundial, Recopa, Dubai, Sul-Americana e Suruga. As três primeiras passam ilesas no currículo colorado. Agora, duvido que algum colorado não entregasse as conquistas nos Emirados Árabes e esta de hoje para comemorar um título brasileiro. Qualquer um adoraria erguer a taça do Campeonato Brasileiro! Até os argentinos, se possível fosse. No entanto, nos últimos anos, somente o São Paulo tem sentido este gosto.

Falando em São Paulo, lembrei-me da capital econômica do país. E é justamente para lá que o Grêmio embarca nesta quarta-feira. Segue perseguindo a primeira vitória fora de casa. O adversário vai ser o líder Palmeiras, com o tricampeão brasileiro Muricy Ramalho no comando. O mesmo Tricolor que perdeu para Avaí, Vitória e Coritiba vai tentar um milagre nesta quinta-feira. Porém, milagres acontecem. Vide o ano de 2008. Aquele time totalmente escasso de qualidade de Celso Roth lutava pelo título nacional quando desembarcou no estádio Palestra Itália. Mais desacreditado do que nunca, alguns chegavam a dizer que a equipe seria goleada pelo Palmeiras. Pois não é que o time gaúcho venceu? Com um gol espírita de Tcheco, mas venceu. Adiava com aquele 1 a 0 o fim do sonho do título nacional. E inspirados na raça apresentada naquela partida, os atletas gremistas ressurgem em plena capital paulista, dispostos a comemorar mais uma façanha.

Agora, que sirva tanto para Grêmio quanto para Inter. Se bater o Palmeiras, parabéns aos gremistas - assim como parabenizo os colorados pelo título da Suruga Bank. Só não me venham com DVDs! Por favor!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Velhos costumes


Houve um tempo em que falar em futebol era pensar no domingo. O primeiro dia da semana era a data sagrada para os fãs do futebol brasileiro. No entanto, aos poucos, começou a se marcar jogos nos sábados, sextas, quintas e quartas-feiras. Arrisco dizer que atualmente as quartas têm abrigado as partidas mais decisivas, inclusive. Pois amanhã - uma quarta-feira, portanto - não será diferente. O Inter já respira o ar do Japão, onde enfrenta o Oita Trinita pela Copa Suruga. Já o Grêmio, embarca para a capital paulista, quando volta a sua eterna busca pela primeira vitória fora de casa. Desta vez, o adversário será o líder Palmeiras. Bom, tais partidas não levam a outro pensamento senão: a quarta-feira, definitivamente, é o dia do futebol no Brasil. Ou seja, as coisas mudaram.

Mudaram tanto que ídolo não é mais ídolo. Ou pelo menos não recebe mais tratamento como tal. A maior manchete do EsporteBR, remanescente ainda de ontem, é o acerto de Fernandão com o Goiás. Quando anunciado que o jogador havia rescindido seu contrato com o clube do Catar, cogitou-se o seu retorno ao Beira-Rio. São Paulo, Palmeiras e Santos entraram na briga. Todos queriam contar com o Capitão Planeta no seu elenco. Pois o tal de Fernando Lúcio da Costa, o vulgo Fernandão, provou mais uma vez o quanto tem caráter. Recusou propostas paulistas, petrodólares e tudo o mais, para voltar ao seu passado. Aceitou o Goiás. Simplesmente porque o clube o lançou para o futebol e o projeto goiano o animou. Não quero entrar nos méritos do Inter ter ou não ter procurado o atleta, apenas quero lembrar de outras grosserias que o Colorado fez com seus ídolos. E aqui cito Adriano Gabirú dispensado no meio de 2007, Iarley chutado do Beira-Rio e Dunga, mandado embora após salvar o clube do rebaixamento em 1999.

Claro, não posso defender que um clube mantenha todos seus ídolos jogando para sempre. Fosse assim, o Grêmio teria Eurico Lara e Renato Portaluppi eternamente escalados por Paulo Autuori. Aliás, falando no tricolor, o Jardel ainda procura um time! Agora, o mínimo de reconhecimento que se espera é uma gratidão, por menor que seja. Quem visita o Beira-Rio hoje, encontra o ex-centroavante Claudiomiro (ídolo dos anos 70), trabalhando como um segurança no estádio. Mas, nestes novos tempos, os clubes de futebol viraram empresas. É a loucura da formação de novos jogadores. Aqueles que já estão defasados, são excluídos aos poucos. Assim como há as categorias de base, deveriam existir as categorias de sêniores. Pelo menos para dar uma satisfação aos anos prestados de serviço. Pois é, falando nisso, Clemer que se cuide...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O patrão


A rotina do Brasileirão prossegue para o Grêmio. Pela 16ª rodada do campeonato, o Tricolor recebeu o Cruzeiro pensando apenas na vitória. Sim, pois time que não ganha fora de casa só pode querer vencer dentro de seus domínios, senão é candidato seríssimo ao rebaixamento. Pois neste domingo, os mineiros vieram aos frangalhos para enfrentar um Grêmio furioso.

Mesmo assim, conseguiram largar na frente com um gol de pênalti, de Wellington Paulista. E jogando com uma a menos, já que o lateral-direito Johnatan havia sido expulso. Na cabeça do pessimista, começou a circular os piores pensamentos. Até que o atacante Thiago Ribeiro fez um favor à equipe gaúcha: acertou uma cotovelada em Túlio e foi expulso. A atitude do jogador não pode ter outra explicação senão compaixão com o torcedor gremista que compareceu ao estádio Olímpico mesmo com a garoa, frio e desconfiança presentes. Pois, a partir de então, Paulo Autuori mandou a campo os emergentes Douglas Costa e Jadílson e o seu time triturou, amassou, tripudiou em cima do algoz de um mês atrás. Fez 4 a 1 como quem joga Gauchão. Isso porque puxou o freio de mão, senão seriam oito, dez gols apenas no segundo tempo.

Disso tudo resta apenas a reflexão. Nem a comemoração deve ser levada tão a sério. Ora, convenhamos que sem Kléber, Wágner e Ramires o Cruzeiro de Minas Gerais é quase um Cruzeirinho de Porto Alegre. Com dois a menos então, passa a ser os fraldinhas do Cruzeirinho. Porém, antes que me enforquem em praça pública, méritos totais ao Grêmio, que não teve nada a ver com os problemas de Adilson Batista e somou mais três pontos. Parabéns! Agora, querer estourar foguetes e colocar a equipe gremista entre as favoritas ao título é exagero demais. Para começar a pensar em taça, o Grêmio precisa vencer além do território sul-riograndense. Como no ano passado, por exemplo.

Aliás, falando em ano passado, alguém lembra como o São Paulo iniciou o Campeonato Brasileiro de 2008? E alguém esqueceu como terminou? Pois é, neste domingo, o Tricolor Paulista foi à Bahia e bateu o Vitória no estádio Barradão por 1 a 0. Vitória magra, feia e tudo o que pode ser dito. Mas vale três pontos. E, para quem não lembra dos últimos resultados do São Paulo, eu trato de rememorar: 2 a 1 no Santos, 2 a 2 com o Inter, 2 a 1 no Barueri, 2 a 1 no Grêmio e 1 a 0 no Vitória. Alguém duvida dos são-paulinos? Bom, para quem ainda não aprendeu, assim se ganha um Campeonato Brasileiro.