sexta-feira, 29 de abril de 2011

Entre o troféu e a despedida

Foto: Ronaldo Bernardi (ClicRBS)

Domingo é dia de Gre-Nal valendo taça. No Beira-Rio, as equipes rivais vão brigar pelo título da Taça Farroupilha. E mesmo que alguns especialistas insistam em apontar um certo favoritismo para os colorados, pelo atual momento e por jogar em casa, eu afirmo que ambos vivem situações semelhantes. Ambos estão entre o troféu e a despedida.

No Olímpico, a palavra despedida ressoa com maior propriedade. Até porque esta sexta-feira foi de adeus para o meia Carlos Alberto (foto). O jogador teve o contrato rescindido pelo Grêmio e apareceu apenas para abraçar os colegas e juntar suas coisas. Vai-se embora, dizem, pelas confusões extracampo que arrumou. Mesmo assim, o técnico Renato Portaluppi não quis falar noutro assunto senão no clássico do final de semana. É um jogo que vale muito para o Tricolor. Ainda mais depois da derrota para o Universidad Católica, pela Libertadores. Uma derrota para o arquirrival agora pode significar mais despedidas e cabeças rolando. Já uma vitória significa faixa no peito antecipadamente. Portanto, muita atenção nesta hora!

Também do lado vermelho nem tudo é calmaria. É bem verdade que o empate no Uruguai deixou o clima bem leve na beira do Guaíba. Entretanto, não se pode esquecer que um escorregão no domingo, diante do inimigo histórico, pode desarrumar a casa. Seria a saída definitiva do Gauchão para o Inter. E, todo mundo sabe que, mesmo que o time seja campeão da América, a torcida sempre exigirá uma demarcação no território sulista. Portanto, assim como o Grêmio, o Colorado aparece dividido entre o troféu e a despedida.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Centenário, porém vivo

Foto: Miguel Rojo (AFP)

O Internacional alcançou seu objetivo. Não venceu, mas também não perdeu. E isso era necessário. Contra um adversário tradicional como o Peñarol, em um estádio tão histórico como o Centenário, o gol de Leandro Damião (foto) tem gosto de ouro. O 1 a 1 no Uruguai deixa vivo o Colorado para o jogo de volta no Beira-Rio. Agora, não se pode esquecer, os carboneros também estão vivos!

Aliás, em certa altura da partida, transpirava vivacidade. O Inter detinha a posse de bola, mas não conseguia penetrar a defesa rival. Pois foram os donos casa quem conseguiram. Depois de muitas intervenções do goleiro Renan, é verdade, mas enfim conseguiram. Abriram o placar. Os comandados de Falcão chegaram a partir para o intervalo em desvantagem, mas estamos falando dos atuais campeões da América. O mínimo que se exige é experiência.

E, experiência aliada à juventude dá bom resultado. O garoto Oscar, que entrou no lugar de Rafael Sobis, encontrou Damião que, goleador como sempre, arrematou do meio da rua. O camisa 9 do Inter fede a gol! E com ele os colorados voltam a Porto Alegre respirando mais do que nunca. Passaram pelo Centenário, mas seguem vivos. Mas, falando em vida, domingo é hora de encarar os imortais. Antes do segundo round contra o Peñarol, o Beira-Rio terá clássico Gre-Nal valendo taça no armário. Haja saúde!

Ídolo vira-casaca

Foto: Antônio Vargas (Arquivo ZH)

Se os colorados se gabam por ter na casamata um treinador que foi jogador e ídolo da torcida, o mesmo podem fazer os carboneros – como são chamados os torcedores do Peñarol. Diego Aguirre, comandante do time uruguaio, adversário do Inter nesta noite, não apenas é adorado pela torcida como, na época em que jogava, deu a eles o título da Libertadores de 1987. Fator que nem mesmo Falcão conseguiu alcançar com o Internacional. Mas quem pensa que o Peñarol vai tirar sarro da situação, se engana. Ao mesmo tempo que é encarado como ídolo, Aguirre foi vilão certa vez. E o pior, vestindo a camisa do Colorado (foto).

Era a Libertadores de 1989 - aquela mesma em que os colorados choraram copiosamente após perder nos pênaltis, dentro de casa, para o Olímpia, do Paraguai. Porém, antes disso, cruzaram o caminho do Peñarol. Nas mesmas oitavas de final de agora, uruguaios e gaúchos se encontraram. Daquela vez, o primeiro jogo foi no Beira-Rio e teve uma goleada estrondosa por 6 a 2 dos donos da casa. Na partida de volta, no Estádio Centenário, nova vitória vermelha: 2 a 1. Porém, os carboneros tiveram que agüentar um duro golpe, maior que a derrota. Viram Diego Aguirre balançando as redes a favor dos brasileiros. O Peñarol estava fora da dsiputa.

Agora, ele está novamente neste embate, no entanto, como técnico do clube de Montevidéu. Por ser ídolo da torcida, certamente vai querer vingar aquela noite em que se tornou um vira-casaca. Mas os colorados não devem temê-lo tanto assim. Afinal de contas, Paulo Roberto Falcão estará lá para salvá-los. E neste ídolo a torcida do Inter confia.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quebrou o Pratto


Foto: Jefferson Bottega (ClicRBS)

Quem foi ao Estádio Olímpico assistir ao Grêmio garantindo uma vantagem para o Chile, voltou para a casa decepcionado. O Tricolor perdeu em casa, por 2 a 1, para o Universidad Católica e terá de buscar o resultado no pé da Cordilheira dos Andes. E não tem como negar, a decepção foi muito grande. A torcida quebrou de vez os pratos com o time. Ou melhor, o prato quebrou o Grêmio.

Lucas Pratto (foto) foi o autor dos gols chilenos que eclodiram o Imortal. É bem verdade que o atacante de lá teve uma mãozinha do daqui. Ainda no primeiro tempo, Borges acertou um adversário no rosto, em lance sem a bola. Foi infantilmente expulso e claramente prejudicou a caminhada gremista na Libertadores. O torcedor gritou e empurrou, mas Lins e Gilson foram muito pouco para o time porto-alegrense. E até pode se reclamar da atuação do árbitro, mas não culpá-lo pelo insucesso.

E logo em cima deste péssimo resultado, o Grêmio tem pela frente um clássico Gre-Nal decidindo título. Pode ser sinal de pratos totalmente quebrados, mas também pode ser o contrário. A partir deste enfrentamento o time de Renato pode colar os cacos e viajar empolgado à Santigo. Pode, mas todos temos de convir que a luz vermelha acendeu do lado azul.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Ajoelhou, tem que rezar

Foto: Fabiano do Amaral (Correio do Povo)

O Universidad Católica (foto), pelo jeito, não tem a religiosidade só no nome. As últimas lesões que acometeram o Grêmio devem ter algo ligado ao sobrenatural. O técnico Renato Portaluppi já havia perdido Bruno Collaço e André Lima para a Libertadores da América. A eles, no departamento médico, se somaram o goleiro Victor e o meia Lúcio, lesionados no final de semana. Desta maneira, o Tricolor vai com a defesa totalmente destroçada para o jogo desta noite.

Marcelo Grohe e Gilson entram na equipe, tendo ainda Neuton na vaga de Rodolfo, que está suspenso. Portanto, não é exagero dizer que o Grêmio está descaracterizado. Entretanto, nem só de lamúrias vive o Estádio Olímpico. Nesta terça-feira, pela primeira vez, Renato poderá contar com Willian Magrão e Leandro, inscritos na competição. E este é um ganho enorme!

Além do mais, os desfalques servirão como estímulo ao espírito guerreiro do clube. O torcedor irá, certamente, apoiar como nunca a equipe. Somente uma vitória incontestável fará a delegação azul voar à Santiago tranquilamente. Então, se por um lado os chilenos tiveram suas preces atendidas com as ausências importantes do time da casa, terão de recorrer ainda mais aos santos milagreiros. Naturalmente, o Olímpico vai ferver nesta noite. É aquela história: ajoelhou, vai ter que rezar!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Uma final farroupilha

Fotos: Porthus Júnior e Ricardo Duarte (ClicRBS)
Neste final de semana conhecemos os finalistas da Taça Farroupilha. Como se esperava, Grêmio e Inter passaram por seus adversários. Entretanto, tiveram de reviver o passado histórico do Rio Grande do Sul, dos farrapos que emprestam o nome de sua guerra ao segundo turno do Campeonato Gaúcho.

Uma das causas para que os revolucionários a serem apelidados levava em conta os trajes esfarrapados, se comparadas às dos imperialistas. Pois o Grêmio teve um sábado de farrapo contra o Cruzeiro-PA. As dificuldades anunciadas do Estádio Passo D’Areia acabaram se concretizando. Se por culpa da grama sintética ou não, o técnico Renato Portaluppi acabou perdendo Victor (foto acima) e Lúcio para a próxima partida, pela Libertadores, e quem sabe até para o Gre-Nal decisivo. Mesmo assim, entre mortos e feridos, os gremistas garantiram a vaga vencendo por 3 a 2 os cruzeiristas.

Já os colorados, neste domingo de Páscoa, alcançaram a classificação repetindo outro feito farroupilha. Em desvantagem numérica, assim como os republicanos diante das tropas do Império, conquistaram vitória pela experiência do campo, tal qual os cavalarianos do pampa. Sem Bolatti, expulso, o Inter teve a seu favor o conhecimento adquirido ao longo do tempo por Tinga (foto à direita) para superar o inimigo por 2 a 1.

Mas esta foi apenas uma batalha. A maior de todas ainda virá. E, para piorar, antes disso, no meio da semana, existem Peñarol e Universidad Católica pelo caminho. Quem viver, verá.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Clássicos antes dos clássicos


Foto: Alexandre Lops e Lucas Uebel

Se passarem por seus adversários deste final de semana, Grêmio e Inter farão a final da Taça Farroupilha. Se os colorados vencerem, novo Gre-Nal decidirá quem é o campeão estadual. E ainda tem o compromisso pela Libertadores. Passando por Universidad Católica e Peñarol, azuis e vermelhos se encontrarão nas quartas de final da competição sul-americana. Portanto, serão praticamente cinco Grenais consecutivos no próximo mês. Mas será que isso vai acontecer? Não se pode excluir outras possibilidades. Antes de fazerem o maior clássico do Rio Grande do Sul, Inter e Grêmio terão outros clássicos pela frente – de menor expressão, mas não menos clássicos.

Alguém ousa ignorar a rivalidade Juve-Nal? Pois neste domingo o Internacional irá revivê-la em Caxias do Sul. Aliás, foram anos de angústia contra o Juventude. Os colorados amarguraram a perda do Gauchão de 1998, em pleno Beira-Rio; os 4 a 0 pela Copa do Brasil de 1999 e todas as piadas sobre a “touca” da torcida papo. A raiva era tanta que o time se sagrou campeão estadual em 2008 fazendo extravagantes 8 a 1 na decisão (foto acima). Como alguém pode dizer que a rivalidade entre vermelhos e alviverdes não existe?

O mesmo se pode dizer do Gre-Cruz. Nascida na década de 30, a rivalidade entre gremistas e cruzeiristas ressurgirá neste sábado, com o agravante das discussões sobre a grama sintética do Estádio Passo D’Areia. Além do mais, ambos chegaram a se enfrentar em duas oportunidades nesta temporada. Na primeira, o Grêmio fez 4 a 2 e avançou à final do primeiro turno. Depois, na abertura do segundo, foi a vez do Cruzeiro-PA bater a meninada tricolor em pleno Estádio Olímpico por 2 a 0 (foto à direita). Portanto, fica a dica. Nada de pensar em Gre-Nal e levar de compadres os rivais deste fim de semana. Até porque, como disse o glorioso Jardel, “clássico é clássico e vice-versa”.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Gre-Nal de Rivera inscreveu Lins na Libertadores

Foto: Ricardo Duarte (ClicRBS)

O anúncio de que Lins foi inscrito novamente pelo Grêmio na Libertadores da América pegou de surpresa gregos e troianos. Os nomes de Leandro e Willian Magrão eram dados como certo há muito tempo. Mas a terceira vaga surpreendeu. O atacante estava naquela lista da Pré-Libertadores, chegou a entrar nas partidas contra o Liverpool uruguaio e, convenhamos, pouco mostrou. Por isso, quando Rodolfo chegou ao Estádio Olímpico, acabou tomando a camisa 25 dele. Então, por que Lins está de volta?

A resposta parece engraçada, mas tem um tom de realidade. Quem já não ouviu a história de que gol em Gre-Nal muda tudo na vida de um atleta? Pois foi exatamente isso que aconteceu com Lins. Foi ele quem decretou a virada de 2 a 1, no clássico deste ano pelo Gauchão, disputado em Rivera, no Uruguai (foto). Para se ter uma noção, os dois clubes entraram com equipes B naquele jogo. E, mesmo assim, Lins era reserva! Mas fez o gol, e gol em Gre-Nal muda tudo!

E a escolha, mesmo esquisita, tem um tom de superstição. Isso porque na noite desta quarta-feira a dupla conheceu seus adversários das oitavas de final da Libertadores. Do lado vermelho, o inimigo é o Peñarol do Uruguai, do lado azul é o Universidad Católica, do Chile. Se ambos passarem adiante, se cruzam nas quartas. E aí você já viu o filme. Basta o Gre-Nal estar complicado para o Tricolor que a torcida vai pedir o nome de Lins. Se ele resolveu em Rivera, vai resolver de novo. Afinal de contas, gol em Gre-Nal muda tudo na vida de um jogador de futebol.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Empurrado pelo grito

Foto: Lucas Uebel (Vipcomm)

Quem vê o placar de 2 a 0 deve pensar que a tarefa do Inter foi fácil contra o Emelec. Que nada! O time vermelho sofreu. Ora pela marcação imposta pelo adversário, ora pelas suas falhas mesmo. Enfim, conseguiu cumprir sua missão, que era conquistar mais três pontos e se classificar para as oitavas de final da Libertadores da América. Desta maneira, nem foi necessário torcer contra o Jagaures, apesar da vitória do Jorge Wilstermann. O Inter caminhou com as próprias pernas. Ou melhor, foi empurrado pelo grito que veio das arquibancadas.

A equipe entrou em campo parecendo desorganizada. Os equatorianos, conhecidos por elétricos, marcavam em todos os cantos do campo, dificultando a saída do clube gaúcho até mesmo de sua defesa. Quando o intervalo chegou, um misto de vaia com aplausos tímidos recepcionou o placar em branco. Mas a situação mudaria na segunda etapa. A torcida começou a cantar em uníssono e empurrou o Inter para dentro do gol inimigo. Rafael Sobis (foto) e depois o artilheiro Leandro Damião trataram de carimbar o passaporte para a segunda fase.

Não dá para recriminar demais, contudo o Colorado não foi ainda o que o torcedor esperava. Às vezes apático, às vezes preciosista demais, o time parece depender das arquibancadas. Ontem foi a prova viva desta situação. Enfim, pode ser uma questão de tempo para que os jogadores se aclimatem ao novo sistema tático implantado por Falcão. Mas logo o final de semana dará a resposta para estas questões. Até lá, o grupo poderá treinar mais as jogadas que o comandante deseja, e domingo, contra o Juventude em Caxias do Sul, o Internacional terá de sobreviver sem sua torcida maciça.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O time que nunca perdeu

Foto: Alexandre Aliatti (Globoesporte.com)

O Internacional decide na noite desta terça-feira, dentro de casa, a vaga para as oitavas de final da Libertadores da América. Uma vitória e até mesmo um empate classificam os vermelhos. Só não pode pensar em perder. Se bem que contra este adversário, o Inter jamais perdeu. Digamos que para o Emelec, o Colorado está como o time de 1979, capitaneado pelo atual treinador Paulo Roberto Falcão: “O time que nunca perdeu”.

Este “título” é ostentado em uma faixa em meio à torcida Popular no Beira-Rio (foto). É uma clara referência ao livro do próprio Falcão sobre aquele time que venceu o Brasileirão sem perder uma única partida. Pois os equatorianos verão a equipe gaúcha exatamente desta maneira nesta noite. Isso porque de cinco oportunidades que tiveram de se encontrar, jamais o Emelec saiu de campo com vitória. Foram três derrotas e dois empates. Toda a história começou ainda na Libertadores de 2007, com Alexandre Pato comandando a vitória por 3 a 0. Depois, em Guayaquil, o atacante faria mais um nos 2 a 1. Em 2010, novo encontro, logo na abertura da Libertadores. O time do Equador saiu na frente, em pleno Beira-Rio, mas Nei e Alecsandro viraram a partida. Na casa dos elétricos, empate morno em 0 a 0. Por fim, o último encontro foi neste ano, na primeira rodada. Bolatti abriu o placar para os colorados, mas um gol no último segundo de partida igualou o marcador em 1 a 1.

Basta o Internacional manter este retrospecto. Como dissemos no início, qualquer resultado carimba o passaporte vermelho, menos a derrota. Não se pode pensar em derrota nesta terça! Mas não é uma tarefa impossível para o time que nunca perdeu, comandado pelo ex-capitão e hoje técnico dos famosos invictos de 79.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A terceira força do Estado

A dupla passou para as semifinais da Taça Farroupilha. Os vermelhos, ainda no sábado, com uma vitória magra de 1 a 0 sobre o Santa Cruz. Os azuis, neste domingo, em suada disputa de pênaltis, contra o Ypiranga, em Erechim. Agora, enfrentarão Juventude e Cruzeiro de Porto Alegre (foto), respectivamente. E seja no alçapão do Alfredo Jaconi ou no piso sintético do Passo D'Areia, os adversários prometem um duelo pesado. Afinal de contas, os dois querem provar que podem ser a terceira força do Estado.

Quando subiu para a Série A do Brasileirão, em 1994, o Juventude assumiu a figura de potência gaúcha. Disputou de igual para igual com os grandes do futebol nacional. Conquistou o Gauchão e até mesmo uma Copa do Brasil, sendo assim o primeiro clube do interior do Rio Grande do Sul a disputar uma Libertadores da América. O próprio Internacional, adversário desta semifinal, sofreu com a “touca” caxiense. Entretanto, o alviverde caiu em desgraça de uns anos para cá. Nesta temporada, ainda viu o rival Caxias chegar à final do primeiro turno, e só porque o time grená não repetiu a boa fase na segunda etapa, o Ju conseguiu o tal título de “campeão do Interior”.

Mas isso não quer dizer ainda que ele é o melhor depois de Inter e Grêmio. O próprio Cruzeiro-PA figurou bem mais no campeonato. Porém, está situado na capital e, portanto, não pode disputar com os demais interioranos. Mesmo assim, o título de “terceira força do Estado”, muito ostentado pelo Juventude na década de 90, foi pela primeira vez utilizado pelo próprio Cruzeirinho. Isso porque o clube chegou a conquistar três vezes o título citadino – em 1918, 1921 e 1929. Porém, isso aconteceu toda vez que a dupla Gre-Nal rompia com a federação e fazia um torneio à parte. Na última oportunidade, o time estrelado chegou a conquistar o Gauchão, diante do Guarany de Bagé, o que o configurou como a terceira força, depois de Grêmio e Inter. Pois é justamente a este patamar que o Cruzeiro quer retornar, assim como o Juventude. É o prenúncio de bons jogos!

domingo, 17 de abril de 2011

Esquecendo as falhas

Foto: Pedro Revellion (Correio do Povo)

O Grêmio desembarcou em Erechim com o compromisso de vencer o Ypiranga e esquecer a derrota catastrófica para o Oriente Petrolero, da última quinta-feira. Acabou cumprindo com seu papel, mas foi no sufoco. Após empate no tempo normal, o Tricolor contou com um atleta que tem a cara do futebol gremista neste momento: Victor (foto). Depois de sofrer um gol bem discutível, o goleiro renasceu na disputa das penalidades e, ao defender uma cobrança, garantiu a passagem para as semifinais da Taça Farroupilha.

Agora, não dá para deitar e dormir tranquilo com as últimas apresentações do Grêmio. O time já está na final do Gauchão e classificado para as oitavas da Libertadores da América, mas o futebol está sofrível. O centroavante Borges vive um momento muito infeliz. Neste domingo, acertou mais uma bola na trave quando a equipe necessitava da sua presença. A zaga ainda está muito titubeante. Carlos Alberto, apesar de bom jogador, aparece mais pelas polêmicas. No final do jogo, o meia provocou os adversários ao converter seu pênalti. E até mesmo Renato começa a ser alvo de vaias.

Enfim, a única ressalva é o camisa 1. O torcedor gremista mais uma vez pôde gritar o nome de seu arqueiro com voracidade. Mesmo falhando nos últimos jogos, Victor está a alguns passos do patamar de Eurico Lara e Danrlei. Só não chegou lá porque jamais brilhou em decisões de importância maior – ou não teve esta oportunidade. Terá novas chances neste ano, isso se o futebol gremista permitir passar pelo Cruzeiro-PA e pelos adversários sul-americanos. Mas não pode carregar o time sempre nas costas. Até porque, pelo menos por enquanto, é apenas um simples “mortal”.

sábado, 16 de abril de 2011

Festinha simples de recepção

Foto: Lucas Uebel (Vipcomm)

O torcedor colorado estava visivelmente feliz com a estreia de Paulo Roberto Falcão como treinador do Internacional. Apesar da chuva que castigou o sábado em Porto Alegre, a massa vermelha compareceu ao Estádio Beira-Rio para aplaudir e ovacionar o ídolo desde o momento em que ele pisou no gramado. Era o manjar dos deuses para a torcida. Porém, dentro de campo, a festa foi mais simples. Com um único gol, marcado por Leandro Damião (foto), o Colorado superou o Santa Cruz e garantiu a passagem para a semifinal da Taça Farroupilha.

O placar destoa totalmente do discurso apresentado pelo novo comandante desde a sua chegada. A alegria de jogar futebol logo foi recebida pelos torcedores como a apresentação de um espetáculo. No entanto, o magro 1 a 0 ficou mais parecido com os tempos em que Celso Roth habitava a casamata. Até mesmo os erros de finalização, tão comuns em dias atrás, se repetiram. É verdade que lá atrás, na defesa, os santa-cruzenses pouco levaram de perigo, mas não é exagero dizer que as arquibancadas passaram fome nesta noite.

Em sua entrevista, Falcão disse que teve pouco tempo para promover a tão alarmada revolução. Pouco se viu, além da chegada dos meias às laterais do campo, como quando Andrezinho deu o passe que resultou no gol da vitória. Não deu para encher a barriga. E, talvez, ainda vai demorar mais um tempo. Já na terça-feira, o Inter tem outra decisão, contra o Emelec, desta vez pela Libertadores da América. Até lá, apenas um treinamento será feito, ou seja, nada se acrescentará. Mas também não se pode jogar no lixo o resultado deste fim de semana. A festa de recepção ao comandante pode ter sido até simples, mas foi de coração.

Ídolos, negócios à parte

Foto: Alexandre Lops (Inter) e Agência AP

Chegou o dia da grande estreia! Uma semana após ser contratado, Paulo Roberto Falcão (foto à esquerda) fará sua primeira partida como treinador do Internacional diante do Santa Cruz, pelas quartas de final da Taça Farroupilha. Porém, o torcedor colorado deve saber separar a figura mítica do novo comandante do vestiário. Será que consegue?

Além de ser um dos maiores ídolos, Falcão tem a seu favor o fato de substituir Celso Roth, praticamente excomungado pela torcida. Assim, o primeiro passo é mudar a cara da equipe. O trio de volantes não aparecerá no Beira-Rio tão cedo, Rafael Sobis retoma a titularidade e Índio perde vez na zaga. Quase todos os pedidos atendidos. Mas e se os resultados não vierem? Basta uma derrota neste sábado e outra na terça-feira, contra o Emelec, para o semestre colorado findar. Aí, ninguém perdoará Falcão, por mais ídolo que seja.

Situação semelhante passa Renato Portaluppi (foto à direita), no Grêmio. Quando chegou ao Olímpico, o torcedor o recepcionou como o velho camisa 7 do título mundial. Entretanto, toda vez que os resultados não aparecem como se imagina, os fãs rapidamente xingam o treinador. O episódio do Oriente Petrolero, nesta quinta, é um exemplo claro. Os 3 a 0 sofridos na Bolívia deixaram o Tricolor no compromisso de bater o Ypiranga, em Erechim, neste domingo. Do contrário, a cabeça de Renato fica a perigo. Não adianta, ídolos serão sempre ídolos, mas negócios à parte.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Oriente atropelou

Foto: AFP

O Grêmio foi à Bolívia sonhando em conquistar a primeira vitória fora de casa e vai voltar para Porto Alegre com uma derrota catastrófica na bagagem: 3 a 0. Não há como explicar o que aconteceu na noite desta quinta-feira. O Oriente Petrolero, além de lanterna, chegou à rodada já eliminado. Ninguém esperava o que aconteceu. E o pior de tudo é que o Júnior de Barranquilla não saiu de um empate com o León, na Colômbia, o que daria a liderança para o clube gaúcho. Mas os gremistas não quiseram ajudar a si mesmos.

E se alguém argumentar que o Grêmio atuou desfalcado de Douglas, sou obrigado a lembrar que os bolivianos pouparam cinco titulares, pensando no campeonato nacional. Aliás, grande parte da derrota passa pelo preenchimento da vaga de Douglas na equipe. Renato simplesmente travestiu-se de professor Pardal. Colocou Mário Fernandes na lateral-direita (foto), enquanto Gabriel foi ocupar o papel de articulação. Assim, o Tricolor iniciou o jogo com quatro laterais – até perder Bruno Collaço lesionado. Convenhamos, foi a noite do horror. E quando o terceiro gol foi marcado, o Grêmio tombou de vez, culminando com a expulsão vexatória do zagueiro Rodolfo. Até grito de “olé” se ouviu nas arquibancadas. O Oriente atropelou!

Poderia ter sido mais. Mais gols do Oriente Petrolero e mais jogadores expulsos. Menos mal que a classificação já estava carimbada desde a semana passada, na segunda posição do Grupo 2. Inclusive, se propõe o seguinte: esqueça-se desta quinta maldita. Faz de conta que nada aconteceu. Congele-se a apresentação diante do Júnior de Barranquilla e se pense diretamente no Ypiranga, de Erechim. Até porque, só de ver os resultados de Cruzeiro e Santos, os gremistas começam a largar mão da Libertadores.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A hora do talismã

Foto: Ricardo Duarte (ClicRBS)

O Grêmio já está classificado para as oitavas de final da Libertadores da América. Resta saber se no primeiro ou segundo lugar do Grupo 2. Tudo depende do jogo desta quinta-feira, contra o Oriente Petrolero. O adversário está eliminado. Porém, os torcedores terão de recorrer aos talismãs para alcançar a liderança da chave.

Sem poder contar com Douglas, que está gripado e sequer viajou para a Bolívia, o técnico Renato Portaluppi mantém a dúvida entre dois atletas: Diego Clementino e Vinícius Pacheco. O primeiro, se entrar no time, empurra Escudero para o meio-campo. O segundo apenas toma a vaga do camisa 10. Acontece que ambos são amuletos para a torcida gremista. Clementino se destacou no Brasileirão do ano passado, quando entrava no final das partidas e balançava as redes. Em 11 jogos, marcou cinco gols, caindo nas graças do Olímpico. Porém, neste ano não repetiu a dose. Muito pelo contrário, contra o Liverpool uruguaio, na fase da Pré-Libertadores, coube a Pacheco (foto) anotar os gols que deram a vitória e a passagem para o Tricolor. Então, dá para imaginar quem sai na frente nesta disputa particular.

Mas não bastará recorrer apenas a seu talismã. Para ficar no topo do grupo, o Grêmio ainda precisará secar o Júnior de Barranquilla, que encara, dentro de casa, o despretensioso León de Huánuco. Atualmente, dois míseros pontos colocam os colombianos à frente. Por isso, torcedor, reze, faça promessa e o escambau. Só não duvide do Imortal.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Falcão não deve ser um estranho no ninho

Foto: Alexandre Lops

Nesta terça-feira começou o ciclo de Paulo Roberto Falcão como treinador do Internacional (foto). O problema é que poucos viram. A atividade teve os portões do Beira-Rio fechados. Assim, nem repórteres ou torcedores puderam ver as mudanças que o ex-camisa 5 pretende implementar no time colorado. Porém, já serviram para as críticas brotarem. Muitos dizem que o treino só foi fechado para que se esconda a incapacidade de comandar uma equipe. Alguns ainda dizem que o treinador mesmo é Julinho Camargo. Mas não é para tanto.

O “Bola” já foi treinador de futebol. Claro que nesta função não teve tantas glórias como no período em que esteve dentro de campo. Aliás, apenas quatro equipes tiveram a oportunidade de tê-lo sob a casamata (sendo uma delas a seleção japonesa). Tudo começou em 1991, quando foi vice-campeão da Copa América, revelando Cafu, Mazinho e alguns outros atletas que apareceriam na Copa do Mundo três anos depois. Outro trabalho seu foi à frente do América do México, onde conquistou a Copa Interamericana e Copa dos Campeões da Concacaf. Depois, em 1993, comandaria o próprio Inter no Brasileirão em 14 partidas, com cinco vitórias, cinco derrotas e quatro empates. Depois, abandonaria Porto Alegre para rumar a Tóquio, até assumir de vez a carreira de comentarista.

Enfim, não dá para se dizer que Falcão é uma assumidade como técnico – isso ele ainda terá de provar. Mas também não para dizer que ele é um estranho no ninho – inclusive pelo sobrenome de pássaro. Até agora ninguém viu nada, literalmente. Dizer que ele vai adotar uma linha com quatro defensores, extinguir os volantes ou colocar três atacantes é pura especulação. O Inter de Falcão só será apresentado ao mundo no próximo sábado, contra o Santa Cruz, pela Taça Farroupilha.

Carlos Alberto no velho e querido banco

Depois de voltar de seu período de “exílio”, Carlos Alberto bem que poderia mostrar futebol. No entanto, o meia preferiu discutir com um repórter, na sala de imprensa do Estádio Olímpico. O atleta alegou ter inúmeros problemas pessoais e nenhuma briga ou noitada teria prejudicado sua estadia no Grêmio. Por isso, acuado com perguntas do gênero, resolveu simplesmente dar por encerrada a sua entrevista coletiva. O problema é que este comportamento pode fazer com que ele repita o gesto do apresentador da “A Praça é Nossa”, que curiosamente tem o mesmo nome.

Carlos Alberto de Nóbrega (à direita na foto) repete em todo final de programa a mesma frase: “Eu aqui, no meu velho e querido banco...”. E, pelo jeito, o jogador gremista terá o mesmo destino. Aliás, no próximo compromisso do Tricolor, nem entre os reservas Carlos Alberto estará. O técnico Renato já adiantou que, como o meia esteve de fora dos últimos treinamentos, sequer acompanha a delegação na viagem à Bolívia, onde o Grêmio encara o Oriente Petrolero, pela Libertadores da América.

Os problemas de Carlos Alberto devem ser muito sérios realmente. Não há motivo para que se jogue no lixo as inúmeras oportunidades que recebeu. O pior é que tais atitudes não se resumem a Porto Alegre. Em 10 anos de carreira, o atleta já passou por oito clubes de futebol. Com apenas 26 anos de idade, apresenta a rodagem de um veterano. E, por onde passou, deixou sua marca. Brigou com o treinador no Corinthians, com companheiros de equipe no Werder Bremen e São Paulo, entrou na justiça contra o Botafogo e discutiu até mesmo com o presidente no Vasco da Gama. No Grêmio, a bola da vez foi um repórter. Por enquanto...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Tri do Brasileirão pode significar tri da América?

Um dos maiores feitos comemorados pela torcida colorada até hoje está marcado no ano de 1979. Naquela edição do Brasileirão, o Intern conquistou seu terceiro título nacional. E mais, sem perder nenhuma partida. O jogador responsável por erguer a taça foi Paulo Roberto Falcão (foto) - o mesmo homem que é apresentado nesta segunda-feira, no Estádio Beira-Rio, como o substituto de Celso Roth. Falcão chega com a mesma responsabilidade de quando assumiu a braçadeira de capitão na década de 70. Depois de duas Libertadores, o torcedor não quer mais parar de ganhar. A pergunta que fica é: quem conquistou o tri brasileiro pode dar agora o tri da América?

Líder daquele time invencível, “Bola-Bola” pode começar a reestruturação do elenco vermelho seguindo os mesmos passos de Ênio Andrade. A zaga envelhecida com Índio, Bolívar e Rodrigo, pode ganhar um novo Mauro Galvão. Se fala em Juan. D'Alessandro assumiria a figura do “vesgo” Mário Sérgio. O centroavante Bira, chamado de burro por muitos, já tem Leandro Damião como substituto. Rafael Sobis, revelado na base vermelha, é tão colorado quanto Valdomiro. E Bolatti pode ser o volante de classe que o próprio Falcão foi. Este pode ser o caminho do sucesso para 2011.

O grande porém é que o futebol mudou muito desde então. Não se pode querer repetir uma fórmula de 30 anos atrás. Aliás, Falcão não comanda uma equipe desde 1995, quando esteve à frente da seleção japonesa. Será que este fator pesará? Só o tempo irá responder. Mas, antes mesmo do primeiro capítulo desta novela, os torcedores sonham com o final feliz.

Time da final de 1979 – Inter 2x1 Vasco: Benítez; João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão, Cláudio Mineiro; Batista, Falcão, Jair; Valdomiro (Chico Spina), Bira e Mário Sérgio. Técnico: Ênio Andrade.

domingo, 10 de abril de 2011

Borges adiou o enfrentamento do século

Fotos: Fernando Gomes (ZH) e Alexandre Lops (Inter)

Não fosse o gol de Borges (foto), aos 43 minutos do segundo tempo, no Estádio dos Plátanos, em Santa Cruz do Sul, teríamos um Gre-Nal no próximo final de semana. Melhor, teríamos um confronto entre Renato Portaluppi, técnico do Grêmio, e Paulo Roberto Falcão, novo comandante do Internacional. Os dois maiores ídolos se encontrariam no enfrentamento do século. Mas tudo acabou com o tal pênalti cobrado pelo centroavante gremista. Ou melhor foi adiado para a final da Taça Farroupilha – isso se antes passarem por Ypiranga e Santa Cruz, respectivamente.

A torcida tricolor está dividida. Alguns preferiam ter o enfrentamento já agora, para terminar o quanto antes com o título gaúcho. A verdade é que se apresentasse o mesmo futebol que o povo santa-cruzense viu, os comandados de Renato poderiam tombar na casa do arquirrival. Sem Gabriel, Douglas e Rochemback, o Grêmio penou para empatar neste domingo. Chegou à meta adversária algumas vezes, mas nem mesmo o garoto Leandro conseguiu abrir o marcador. Pois depois de ver Alejandro colocar o Santa Cruz na frente, uma derrota ficou cada vez mais perto.

Para a sorte, ou azar dos colorados, Borges pôs fim ao cruzamento. Se bem que o Inter se esforçou para obter o clássico. Chegou a estar perdendo por 2 a 0 para o Canoas, neste domingo, em pleno Beira-Rio. O resultado empurrava um derby para a semifinal. Mas aí o Colorado reagiu. Rafael Sobis (foto à direita), antes renegado ao banco de reservas por Celso Roth, anotou os dois gols que empataram o marcador. D'Alessandro tratou de fazer mais dois, virando a mesa. Até mesmo o argentino Cavenaghi acabou com seu jejum. E, finalmente, o artilheiro Leandro Damião fechou a conta, nos 6 a 2. Um Inter ofensivo como há tempos não se via são os indícios da chegada de Falcão.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A rothina derrubou de novo

Foto: Jefferson Bernardes (Vipcomm)

O Internacional, enfim, anunciou oficialmente que Celso Roth (foto) não é mais o treinador do time. Encerrou-se um ciclo iniciado no meio de 2010, que teve o título da Libertadores e algumas decepções no meio do caminho – entre eles o Mundial de Clubes. Apesar de estar liderando o grupo 1 da Taça Farroupilha e o Grupo 6 da Libertadores da América, o técnico foi demitido. Claro, não foi uma simples derrota para o Jaguares que o tirou do cargo. Mas então, qual foi o motivo? Simples, a mesma "rothina" que o derrubou nas outras vezes que andou pela dupla Gre-Nal.

No histórico de Roth aparecem campanhas grandiosas com equipes limitadas. Títulos foram poucos. Houve a Libertadores de 2010 sim, mas convenhamos que qualquer resultado que não o troféu seria encarado como decepcionante. Tudo começou em 1997, no próprio Beira-Rio, quando classificou-se em 2º no Brasileirão, apenas atrás do Vasco, com Sandoval, Enciso e Fabiano. Na fase final, acabou caindo feio. Um ano depois, tirou o Grêmio da zona do rebaixamento e terminou entre os oito melhores. Porém, mais uma vez, não conseguiu a faixa. Por fim, o mais clássico exemplo ocorreu no Olímpico, em 2008, quando liderou a tabela, com atletas do quilate de Perea, Paulo Sérgio e Pereira, e entregou o título ao São Paulo faltando poucas rodadas para o fim do campeonato.

Em todos estes momentos, uma percepção: as equipes de Celso não têm vibração, por isso caem na reta final. Isso amedrontou Roberto Siegmann. O homem forte do vestiário colorado não queria ver o Inter cair diante da própria torcida por estar anímico. Precisava reanimar o grupo, reoxigenar o ambiente – assim como aconteceu após a demissão de Jorge Fossati em 2010. A pergunta que fica é: Paulo Roberto Falcão é capaz disso?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Futebol de gente grande

Foto: AFP

Os colombianos chegaram ao Estádio Olímpico com 100% de aproveitamento na Libertadores da América. Pois voltaram para casa apequenados, tal qual um time júnior. Um Atlético Júnior de Barranquilla. Isso porque o Grêmio foi gigante e apresentou um futebol de gente grande, impondo naturais 2 a 0 no placar.

Mas houve alguns percalços no meio do caminho. Ainda no primeiro tempo, os atacantes da Colômbia chegaram a driblar Victor duas vezes, estando cara a cara com as redes. Porém, os defensores gremistas, soberanos, trataram de tranquilizar o torcedor. Na verdade, foi um prenúncio da felicidade total que sobressaiu quando Lúcio (foto) abriu o marcador. A partir daí, o Tricolor se impôs e poderia ter empilhado gols. Graças ao arqueiro Viera, o fiasco do Júnior não foi pior. A conta incluiu somente um tento para Borges, após cruzamento de Douglas.

Enfim, tanto atuação como resultado foram grandiosos. Com mais três pontos os comandados de Renato se garantem na próxima fase do certame. A esperança é que a partida seja a prova da maturidade que atingiu a equipe, podendo crescer na hora certa.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

E o Jaguares comeu o prato frio

Foto: Alexandre Lops (Inter)

Antes do jogo o Jaguares já desafiava o Inter, prometendo vingar os 4 a 0 sofridos no Beira-Rio. Anunciava ao campeão da América que “a vingança é um prato que se serve frio”. Pois frio mesmo o prato, ou melhor, o Colorado foi engolido. Nem mesmo o calor de Tuxtla Gutiérrez conseguiu aquecer o time gaúcho, que nitidamente foi ao México para simplesmente empatar. E claro, as longas horas de viagem e a temperatura são as primeiras desculpas para o insucesso.

A verdade é que bastava apenas um ponto para que o Internacional voltasse a Porto Alegre classificado. Isso se refletiu visivelmente na atuação dos comandados de Celso Roth. Tocando a bola de um lado para outro, para cansar o adversário, quem parou de jogar foi o próprio time. Assim, na volta do intervalo, com as entradas de Manso e Hulk, o Jaguares chegou ao gol. Aliás, graças a uma entregada de Nei, que teve uma de suas piores apresentações com a camisa vermelha.

Mas o lateral-direito não foi exceção. Poucos se sobressaíram. Lauro, por exemplo, merecia medalha depois de salvar a pele colorada em diversas vezes. A única grande chance do Inter veio dos pés de Andrezinho, em cobrança de falta, já no final da partida. Mas se o goleiro brasileiro foi bem, melhor ainda o mexicano (foto), Villasenõr, capaz de catar o chute do camisa 17 endereçado ao ângulo direito. Enfim, a derrota escancara os problemas da equipe. Cabe a Roth ver e arrumar os erros, ou o time vai sucumbir como um prato frio logo mais.

Fim da proteção

Fotos: Uol e Vipcomm

Mais uma vez o blog tratará da preferência dos treinadores por certos jogadores. No Olímpico, é evidente que Carlos Alberto recebe mais regalias que certos jogadores, do contrário não receberia uma dispensa de uma semana por parte da direção. No Beira-Rio, o bem amado é Wilson Mathias, defendido de tudo e de todos por seu técnico. Mas nestes últimos dias a proteção começou a ruir.

A ausência de Carlos Alberto (foto acima) dos treinos e dos jogos desta semana deve ter uma explicação muito boa. Renato Portaluppi e o diretor de futebol Antônio Vicente Martins preferiram manter em segredo, “pela privacidade do atleta”. Mas o torcedor merece uma satisfação. Qual é o motivo? Doença na família, briga conjugal ou negociação com o Vasco da Gama? Enfim, a torcida gremista merece saber! Se bem que, neste momento, o que mais agrada o tricolor de carteirinha é vislumbrar seu time sem o meia improvisado no ataque. É melhor que Escudero atue por ali contra o Júnior Barranquilla nesta quinta-feira. Aliás, para terminar tudo perfeito, Bruno Collaço também foi escolhido para a função de Gilson.

Enquanto Carlos Alberto é blindado, no lado vermelho, Wilson Mathias (foto à direita) nem precisa de tanto. Simplesmente, Celso Roth definiu que vai enfrentar o Jaguares, nesta quarta, com apenas dois volantes, mantendo Oscar e D'Alessandro no meio-campo. Isso é o óbvio para quem defende tanto a sequência de um time. Até porque, se quisesse muito a presença do defensor, o comandante teria de abrir mão de Zé Roberto, que é tido por ele como peça fundamental para o esquema. Portanto, no Internacional, a proteção em demasia tem fim contra um adversário que não mete muito medo. Roth parece ter feito a escolha certa.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Vaias para uns, aplausos para outros

Foto: Juan Barbosa (Jornal Pioneiro)

A torcida gremista é reconhecida por cantar durante os 90 minutos de partida e apoiar seus jogadores a todo instante. Porém, há quase dois anos, uma posição do campo não recebe o mesmo tratamento das arquibancadas. Desde 2009, o atleta que veste a camisa 6 tem a incrível sina de receber vaias. Foi assim com Jadílson, Fábio Santos, passou por Bruno Collaço e agora Gilson é a bola da vez. A pressão é tanta que nem mesmo Renato conseguiu firmar alguém na posição.

Trazido do Paraná Clube no meio da temporada passada, Gilson assumiu a lateral-esquerda neste ano. Mas é alvo constante de vaias, que ganharam uma recarga após o gol contra na derrota de 3 a 2 para o Juventude, na última semana (foto). Collaço bem que poderia ser o titular, mas também não conta com o total apoio da torcida. O Olímpico quer mesmo é ver Lúcio executando a mesma função que teve na Libertadores de 2007. Aí mora o ranço do torcedor. Contudo, o próprio jogador e o técnico já confirmaram que Lúcio não será mais escalado como lateral, sendo agora um meio-campista. O mesmo caso é de Neuton, visto por Renato como zagueiro e nada mais.

A melhor análise sobre vaias veio da lateral oposta a de Gilson. O destro Gabriel, dono da camisa 2 e praticamente uma unanimidade no Grêmio, comentou na coletiva de segunda-feira que já foi alvo de vaias quando atuava pelo São Paulo, em 2001. Aliás, segundo ele, até mesmo Kaká sofreu com esta situação no Morumbi. Então, se até o camisa 10 da Seleção na última Copa do Mundo foi alvo de tomates, quem é Gilson para reclamar?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Presente de aniversário?

Nesta segunda-feira o Sport Club Internacional sopra as 102 velinhas pelo seu aniversário. Mesmo assim, os jogadores e comissão técnica não têm tempo para festa. Estão todos no México, se preparando para o confronto contra o Jaguares, pela 5ª rodada da Libertadores da América. Mas, cabe aos torcedores a expectativa pelo presente. E o novo brinquedinho se chama Paulo Henrique Ganso (foto).

O meia santista vem encontrando dificuldades para renovar seu contrato com o clube. Com contrato assinado até 2015, ele quer ter os mesmos privilégios que o garoto Neymar recebeu ao permanecer na Vila Belmiro. No entanto, a insatisfação com a diretoria pode até mesmo antecipar a saída do camisa 10 de Santos. Aí é que entra seu empresário: Delcir Sonda. Colorado assumido, Sonda já colocou no Beira-Rio atletas do quilate de Nilmar, D'Alessandro e Kleber, e estaria disposto a repetir a dose com o jogador alvinegro.

Até agora, todos negam. Giovanni Luigi despista, o Grupo Sonda diz que não, mas sabe como é. Parece algo irreal um atleta pretendido por Milan e Internazionale acabar em Porto Alegre. Entretanto, não se deve desmerecer a hipótese. Seria o aniversário dos sonhos do Colorado. Resta saber aonde Celso Roth escalaria Ganso. No lugar de um volante? Na vaga de Zé Roberto? Ou disputaria posição com Oscar? Pois é, numa dessas é melhor nem vir...

domingo, 3 de abril de 2011

Salvem os Leandros!

Fotos: Mauro Schaefer (Correio do Povo) e Alexandre Lops (Inter)

As classificações, tanto para Taça Farroupilha como para Libertadores da América, estão encaminhadas. Seja no Beira-Rio ou no Estádio Olímpico. Mesmo assim, o futebol ainda está longe do que o torcedor deseja. São poucos os jogadores intocáveis entre as arquibancadas, poucas unanimidades. Entretanto, gremistas e colorados entram em um consenso quando se trata de Leandro.

Foi o garoto que atende por este nome, de apenas 17 anos, quem comandou a vitória gremista de 2 a 1 sobre o Veranópolis neste domingo. Quando o ferrolho pentacolor parecia intransponível, o atacante apareceu para abrir o placar (foto acima). Depois, em uma confusão com o goleiro Luiz Müller, deixou o adversário com um jogador a menos, facilitando o trabalho – que seria fechado por Borges, aproveitando o rebote de uma penalidade. Não à toa Leandro assumiu a titularidade no Grêmio. Basta o atleta pisar em campo para o torcedor esquecer das preocupações, ou até mesmo da falha de Victor, no gol veranense. O problema é que ele não está inscrito na Libertadores, e o Tricolor terá de sobreviver mais duas partidas com Escudero ou Carlos Alberto.

Do lado vermelho, a tranquilidade tem o mesmo nome: Leandro - com o sobrenome Damião trazido logo em seguida. Foi ele quem anotou o único tento colorado diante do Lajeadense no sábado (foto à direita). Entretanto, os donos da casa logo empataram o placar com Ramos e fizeram mais uma vez o Internacional marcar passo no Gauchão. Apesar disso, o centroavante é a esperança de um futuro melhor para o clube da beira do Guaíba. Até porque, se depender de Cavenaghi, os comandados de Roth vão passar em branco. Por isso, em qualquer canto de Porto Alegre o grito que se escuta é: Salve o Leandro!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A volta dos que nem vieram

Fotos: Tatiana Lopes (Clicesportes)

Este ano de 2011 tem sido da garotada em Porto Alegre. No Beira-Rio, Oscar e Leandro Damião deixaram antigos titulares comendo poeira. No Olímpico, Leandro surge como o melhor substituto para Jonas. Enfim, é a prova de que nem sempre gastar milhões significa reforçar a equipe. Que o digam Cavenaghi, Escudero e Carlos Alberto.

Os dois últimos, por exemplo, chegaram com status de celebridades (foto). Entretanto, pouco fizeram desde que vestiram a camisa gremista. Escudero ainda chegou a empolgar quando, atuando como atacante, balançou as redes diante do Porto Alegre. Mas foi só o garoto Leandro surgir para o torcedor fazer a escolha final. O problema é que ele não está inscrito na Libertadores, e assim a titularidade cai no colo dos medalhões. Como o argentino passa mais no departamento médico do que no gramado, Carlos Alberto ressurge como opção de Renato. Para o jogo deste final de semana, diante do Veranópolis, o ex-vascaíno concentra e deve retornar à equipe.

Mesmo assim, o torcedor do Grêmio faz cara feia quando vê o atleta entrar em campo. O mesmo ocorre com Cavenaghi, no Internacional. O argentino, que figura entre os grandes salários do plantel, ainda não conseguiu deixar sua marca. Já são oito partidas sem nenhum gol feito. Péssimo , se tratando de um centroavante. E dizer que ele foi trazido para substituir Alecsandro, execrado pela torcida vermelha. As vaias só não alcançaram a diretoria com maior ênfase porque Damião está iluminado nesta temporada. Pode ser que contra o Lajeadense, o castelhano resolva quebrar o jejum. Até lá, o ano vai continuar sendo dos jovens, bem menos badalados.