quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Leve impressão de que já vou tarde


Há cerca de um mês, uma mala cheia de petrodolares desembarcou no estádio Beira-Rio. Era trazida por sheiks de um clube dos Emirados Árabes. A proposta era apresentada para tirar o volante Magrão. E enquanto se falava de propostas inglesas por Sandro e de espanhóis interessados em Nilmar, o interesse por Magrão passou batido. Até a convocação de Giuliano para a Seleção sub-20 gerou mais alarde. E assim a notícia se foi.

O próprio jogador disse que não aceitou a proposta. Levou em consideração o interesse familiar de permanecer em Porto Alegre. Pesou também a briga pelo título brasileiro e a possível disputa de uma Libertadores da América no ano que vem. Mesmo que o volume fosse grande, Magrão negou. Resistiu a tentação, ainda marcou um gol contra o Avaí. Um verdadeiro golaço. Desarmou no meio-campo, tabelou com Kléber e apareceu na frente para estufar as redes como um bom centroavante.

Mas o casamento se desfez. A aliança de compromisso se perdeu no ralo. Desembarcou uma segunda mala de petrodolares e ninguém se aguentou. Nos bastidores do Inter, dirigentes se abraçaram, comemorando o saldo de algumas dívidas. E Magrão foi encomendar as passagens para Dubai. Segundo o próprio jogador, pesou na escolha a idade do atleta, que contará no final do ano 31 primaveras. Depois de tudo encaminhado, o ex-camisa 11 ainda foi ao estádio, se despedir dos companheiros de clube com quem conviveu durante dois anos, prometendo seguir torcendo de longe pelo Colorado dos Pampas.

Magrão deixa o estádio Beira-Rio com 2 Campeonatos Gaúchos, 1 Copa Sul-Americana e 1 Copa Dubai no armário. É bem verdade que quando vestiu a cor vermelha pela primeira vez, em 2007, prometeu títulos brasileiros. Passou raspando no primeiro semestre, quando bateu na trave pela Copa do Brasil. E agora, quando poderia brigar por algo a mais, achou melhor rumar pelo mesmo caminho que já traçaram Fernandão, do Inter, Roger, do Grêmio, e tantos outros meio-campistas de sucesso. Quem sabe um dia ele volte, pelo menos para cumprir a promessa do título brasileiro.
Enquanto isso, a promessa de vender um jogador por ano, dada ano após ano pela diretoria colorada, se vai para o espaço. Somente este ano, já se foram Edinho, Alex, Nilmar e Magrão. Assim como no ano passado se perdeu Fernandão, Iarley, Renan e Sidnei. E em outros tempos Rafael Sóbis, Tinga, Jorge Wagner e Bolívar. Eu não duvidaria se no final do ano alguém mais abandonasse a barca colorada. Que pena!

Nenhum comentário: