quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Pagando o pato


O torcedor colorado quer o bicampeonato da Libertadores da América neste ano. Porém, olha para o elenco e não vislumbra grandes atrações no seu ataque. Enquanto o co-irmão trouxe William, Leandro e Borges, o Inter segue apostando na rapa do tacho. Edu, Alecsandro, Taison e Marquinhos são os quatro atacantes à disposição de Jorge Fossati. O desempenho deles é tão fraco que o uruguaio insiste em escalar o time no esquema 3-6-1. Ou seja, quatro valem por um. Por isso, a torcida clama por reforços nesta posição. Rafael Sóbis - destaque na final de 2006 contra o São Paulo - é o maior sonho de consumo da massa vermelha. Mas, segundo a diretoria, tudo não passa de especulação.

Pois agora me chega a notícia de que Alexandre Pato (foto), uma das últimas pérolas do estádio Beira-Rio, está de volta à casa. O jogador do Milan sofreu uma lesão muscular na coxa e fará tratamento de fisioterapia no clube gaúcho. Ele apenas repete os passos do que o próprio Sóbis fez, há alguns meses. Rafael operou o joelho e fez todo o tratamento no Internacional. Assim, como Rodrigo Mendes já havia feito. Por essas e outras, tudo me leva a crer que o Beira-Rio é a casa da "Mãe Joana".

Veja, por exemplo, o São Paulo Futebol Clube. O departamento médico do Tricolor Paulista é exemplo dentro e fora do país. Já deu abrigo a Luizão, Ricardo Oliveira e Adriano Imperador. Porém, todos (eu disse todos!) tiveram de pagar esta hospedagem atuando com a camisa do clube meses depois. Os três realizaram sua recuperação no Morumbi, mas jogaram a Libertadores da América na sequência. Por que o Inter não consegue fazer isso? Recupera os jogadores e eles simplesmente voltam para seus clubes. Assim, só pela amizade.

Isso me lembra a novela que envolveu Ronaldo e Flamengo no final de 2008. Quando se recuperava de mais uma lesão no joelho, o Fenômeno treinou na Gávea, jurou amor eterno ao Rubro-Negro e levou a torcida carioca à loucura. Porém, dias depois, foi apresentado no Parque São Jorge como contratação do Corinthians. E quem disse que isso não pode ocorrer com o Inter. Recebe de braços abertos Rafael Sóbis e Alexandre Pato e, passados alguns meses, tem de enfrentá-los numa Libertadores, na decisão de um Brasileirão. Essa política de boa vizinhança nunca me agradou. Principalmente agora.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Jonas e a balela


Foto: Filipe Duarte (http://www.esportebr.com/)
A dramaturgia está solta no estádio Olímpico. São muitos atores, figurantes e até mesmo dublês querendo o seu espaço em frente aos holofotes. Depois do argentino Máxi López protagonizar um dos maiores sucessos de bilheteria, tendo ao seu lado uma verdadeira musa da cultura pop - Wanda Nara - chegou a vez do atacante Jonas chamar a atenção para si. Aliás, pelo que parece, os atacantes estão adorando o estrelato no Tricolor. Herrera também já teve seus dias de fama, William chegou cercado de fofocas e até mesmo o colombiano Perea vive um dramalhão de altíssimo nível.

Mas, na minha opinião, Jonas vive uma crise de "pelanca". É como aquela mulher que, depois de anos tomando tapa do marido, enxerga que merece muito mais do que ele lhe oferece. E a partir de então, começa a se embelezar, vestir melhor e usar maquiagem. Jonas não aceita mais ficar no banco de reservas, agora ele quer ser valorizado. E, no final das contas, ele merece um pouco de atenção. Depois de ser chicoteado na Libertadores do ano passado, acusado de pior atacante do mundo por um jornal espanhol, o atleta deu a volta por cima e terminou como uma das grandes surpresas do Brasileirão. Para alguns, inclusive, Jonas só não foi o artilheiro da competição pois torceu o tornozelo contra o Corinthians - ficando de fora da reta final do campeonato.

Agora, pense no lado do Silas. Vai tirar quem do time para colocar Jonas? No ano passado ainda tinha espaço, já que Herrera e Alex Mineiro não viviam uma boa fase, a dupla de ataque tinha de ser ele e mais um. Porém, em 2010, concorrendo com Borges e Leandro - os novos xodós da torcida -, como alçar Jonas à titularidade? E, realmente, parece ser isso que Jonas quer. Na reunião de ontem, entre os representantes do atleta e a direção gremista, o clube ofereceu um aumento de salário para que ele permaneça no Olímpico. Mas Jonas é o Tim Maia do novo milênio. Ele não quer dinheiro, só quer amar. Quer a camisa 7 nas costas. Quer entrar de mãos dadas com os companheiros no início do jogo. Quer ouvir os gritos da torcida quando o alto-falante do estádio escalar seu nome entre os 11 melhores. Mas isso é demais.

Pode ser que Jonas aceite a proposta do Grêmio. Pode ser que ele chute tudo e vá jogar no Vasco da Gama, ao lado de Dodô. Até lá, a novela se estende por mais alguns capítulos. E depois disso, teremos uma nova história para discutir. Muito provavelmente será "Douglas: o meio-campo fugido da Arábia". E aí esqueceremos de Jonas, assim como Máxi López começa a ficar para trás.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sombra pra Alecsandro


Foto: Diego Vara (Clicesportes)
Fim de festa para o Internacional. Terminada a pré-temporada - aliás, com chave de ouro, com uma goleada de 9 a 0 sobre uma equipe amadora -, a delegação colorada se reapresenta no Beira-Rio disposta a sonhar com Dubai, no fim do ano. Porém, antes do time entrar em campo, já tem uma preocupação a mais: a equipe B. Foi surpreendente a atuação dos jovens garotos colorados, na estreia pelo Campeonato Gaúcho. Os comandados de Enderson Moreira confirmaram que a conquista da Copa Arthur Dallegrave, ainda no ano passado, não foi por acaso, e golearam o Ypiranga de Erechim por 4 a 2. Serviu para calar os crítcos, inclusive a mim.

Reconheço que quando ouvi falar na escalação do Inter B nas primeiras rodadas do Estadual, lembrei logo do ano de 2007. Quando o Colorado de Fernandão e Cia, recentemente campeão mundial, deu lugar às categorias de base. Depois de derrotas estrondosas nas partidas iniciais, o técnico Abel Braga se viu obrigado a chamar os medalhões. Mas aí o fiasco foi pior, pois o Inter acabou sendo eliminado ainda na primeira fase da competição, pelo Veranópolis, e sequer conseguiu se classificar para a fase quente da Libertadores da América. E tudo isso ficou na mente e no imaginário. Aliás, "Expressinho", dando certo, só vi um: o de Luiz Felipe Scolari. E mesmo assim não era um time totalmente reserva, tinha alguns componentes da equipe titular. Por essas e outras, sou totalmente contra a utilização de time B, C, H, Q... Para mim, devem jogar os melhores sempre. Tendo condição física, veste o uniforme e entra em campo.

Porém, o Inter B, neste domingo, serviu pra dar um fervo nos titulares. Os dois gols de Leandro Damião podem ter preocupado o centroavante Alecsandro, que hoje não tem concorrência pela camisa 9. A correria de Ytalo no meio-campo pode fazer com que Giuliano e DAlessandro corram mais ainda. Nas laterais, Daniel e Juan desmentem a história de que o Inter não tem laterais nas categorias de base. E, por fim, Walter (foto)... Bom, Walter... O que falar dele? Bom, pelo que vem apresentando, Walter é titular do Inter, com inscrição na Libertadores e camisa 7 nas costas. Ou vai tentar me convencer que o Taison está melhor? Ou vai dizer que Edu e Marquinhos merecem uma nova chance em 2010? Hoje, no Beira-Rio, não tem outro cara com maior potencial para levar o Inter a conquistas do que este tal de "Waltão". Só, pelo amor de deus, parem de compará-lo ao Claudiomiro "Bigorna". O resultado pode ser diferente do ano passado.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Agora é para valer!


Foto: Filipe Duarte (www.esportebr.com)
O Grêmio deixou Bento Gonçalves com um mal estar. Foram oito dias de tranquilidade, treinamentos e coletivas de imprensa regadas a "croissants" e suco de uva. Agora, literalmente, acabou-se o que era doce. No último dia de estadia na Serra Gaúcha, uma bomba explodiu nos bastidores. Aliás, duas! Primeiro, logo após a partida contra o Flamengo de São Valentim, o atacante Jonas deixou o gramado do estádio Aristides Bertuol soltando o verbo. Não aceitava as informações de que seria uma "moeda de troca" para o lateral Vitor, do Goiás. Pudera! Jonas foi o goleador do Grêmio no Campeonato Brasileiro, terminando 2009 com um prestígio sem tamanho. Vira o ano e está sentado no banco de reservas, escutando que pode ser enviado para bem longe. Mas não demorou muito para que a diretoria gremista desse fim à turbulência.

No entanto, o torcedor gremista não gostou do que viu no último dia em Bento. Tivesse terminado a pré-temporada logo após a goleada sobre o São Paulo do Borgo, o expresso Tricolor chegava à Porto Alegre com pompas de campeão. Inclusive eu fui dos que exaltou o belo futebol na primeira apresentação. Tudo isso porque Silas não inventou, escalou os melhores jogadores, em um clássico esquema tático 4-4-2. Porém, contra o Flamengo, o atacante Leandro foi poupado, e bastou para que Silas puxasse seus óculos de Professor Pardal do bolso. Escalou o Grêmio em um 3-6-1 estarrecedor. Com isso, anulou Borges na frente e por pouco não perdeu o amistoso contra o time amador de São Valentim. Foi demais para o torcedor que viu de perto a apresentação e que, segurado no alambrado, pedia a cabeça de Fábio Rochemback, escalado como titular no meio-campo.

Pois a partida de ontem serviu de uma vez por todas para que Silas visse que o 3-6-1 não pode ser utilizado. A torcida já chicoteou Celso Roth quando ele quis infiltrar esta opção. Menos mal que a experimentação foi feita em um amistoso, onde os três pontos não estavam em jogo. Agora, com o início do Gauchão neste próximo domingo, é pra valer! Não há espaços para modificações esdrúxulas.


Ainda há aqueles que defendem a Copa do Brasil como prioridade e o Campeonato Estadual como laboratório. Porém, se pararmos para analisar que há nove anos o Grêmio não ganha um título de expressão, que o último Gauchão veio em 2007 e há dois anos a torcida não sente o gostinho de gritar "É Campeão!", já basta para perceber que acabaram as brincadeiras.

Com este time que tem, o Grêmio muito bem poderia estar disputando uma Libertadores da América. Mas, cada passo de uma vez. O Gauchão é a prioridade do momento. O resto é resto!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Esquemas invertidos


Foto: Filipe Duarte (www.esportebr.com)
Assisti ao primeiro jogo-treino do Grêmio, ainda ontem, contra o São Paulo do Borgo, e me impressionei. De cara, decretei que o Tricolor é o amplo favorito ao título gaúcho e um dos grandes nomes para a Copa do Brasil. Já havia pensado nisso ainda nos treinamentos, quando comparei mentalmente àquilo que vi nos treinos do Inter, na Fundação Geremia. Pois levando em consideração o fato de que o Colorado priorizará a Libertadores no primeiro semestre, podemos decretar o Grêmio com uma mão na taça. Só uma catástrofe tira o caneco do estádio Olímpico.

Mas aí me deparei com meus pensamentos: o que há de diferente neste Grêmio de 2010? O que Celso Roth não fez que este Grêmio fez? Bom, a princípio, tudo passa pela mobilidade dos "ex são-paulinos". Souza, Hugo, Leandro e Borges (um quarteto ofensivo de respeito!) não estavam à disposição de Roth no início do ano passado. E naquela época, Souza já chamava a atenção pela qualidade. No entanto, o primordial nesta análise é o sistema tático adotado por Silas. Um tradicional 4-4-2, com dois jogadores encarregados por cada função dentro de campo. O bom e simples modo brasileiro de jogar bola. Contudo, vou além. Comparemos os comandados de Silas ao time de Jorge Fossati. O que há de diferente? Tudo! Do lado vermelho, o esquema adotado é o 3-6-1. Isso não quer dizer que o Inter está pior, mas deixa um alerta.

Lembremos de como iniciou o ano de 2009. O Grêmio de Celso Roth atuava no 3-6-1, com um contestado Alex Mineiro na frente. Agora, pense no Inter de Fossati: 3-6-1, com um contestado Alecsandro na frente. Vamos para o Inter de Tite, que vinha no 4-4-2, com um zagueiro escalado na lateral-direita (Bolívar). E o Grêmio deste ano vem no 4-4-2, com um zagueiro escalado na lateral-direita (Mário Fernandes). A resposta por qual esquema era o melhor veio nos Grenais. De três disputas no Gauchão, três vitórias vermelhas. Inclusive, o próprio sistema adotado por Roth serviu para que a cabeça dele rolasse. Ninguém aguentava mais ver Alex Mineiro, um centroavante que não fazia gols, jogar isolado na frente.

Em 2010, com os equemas invertidos, será que o filme vai se repetir? Teremos o 4-4-2 vitorioso no Gauchão? Se depender do retrospecto, não há o que dizer. Pelo menos no Gauchão, o esquema 3-6-1 não é vitorioso. Mas isso é no papel. A resposta verdadeira, somente em abril, quando um dos dois estará festejando com a taça de campeão gaúcho.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Repetindo 2006

Foto: Daniel Boucinha (Arquivo S.C. Internacional)


Dia 13 de janeiro, Inter e Esportivo adentram o gramado do estádio Montanha dos Vinhedos. O Colorado visa a disputa da Libertadores, que se inicia no próximo mês. Já o Alviauzl arrendonda a equipe para estreia no Gauchão, que ocorre daqui a alguns dias. Dentro de campo, a superioridade porto-alegrense se faz presente: vitória de 5 a 1 para os vermelhos. Bom, eu não sou vidente. Estes fatos narrados até agora descrevem o dia 13 de janeiro de 2006. Exatos quatro anos depois, Esportivo e Internacional se reencontram na mesma situação, no mesmo dia do calendário. Feliz coincidência para os colorados.

Nesta quarta-feira, o Inter entra em campo para tentar repetir não apenas a vitória do amistoso, mas o ano espetacular de 2006. Para quem não lembra, foi neste período que o clube venceu a Libertadores da América e o Mundial Interclubes. E tudo isso começou aqui, em Bento Gonçalves, diante do Esportivo. Naquela partida, Abel Braga - o técnico novo do Inter - tentava descobrir a equipe que utilizaria dias depois. Mesmo assim, poupava alguns titulares. Mandou a campo Marcelo Boeck; Ceará, Bolívar, Ediglê e Rubens Cardoso; Perdigão, Fabinho, Michel e Mossoró; Iarley e Luiz Adriano.

Enquanto o Tivo, de Nairo Pivatto, se defendia com Nivaldo; Felipe, Juliano, Fabrício e Jael; Bagé, Dega, Diogo e Fernando; Coletti e Valdiran. Logo aos 7 minutos de partida, o zagueiro Ediglê inaugurou o placar para o Inter. Menos de três minutos depois, Valdiran, de pênalti, igualava tudo. Porém, não demorou muito para que os colorados passassem à frente de novo, com dois gols do jovem Luiz Adriano.

No segundo tempo, com o ingresso dos suplentes, a goleada se completou. Gustavo Papa, de cabeça, e Léo, recém trazido do Paulista de Jundiaí, fecharam o placar. No final do jogo, o torcedor bento-gonçalvense voltou preocupado para casa, enquanto os vermelhos foram esperançosos com um ano melhor que o anterior. Dias depois, em um domingo, o Inter encerrou a sua pré-temporada com mais um amistoso - exatamente como acontecerá desta vez.

Resta saber até onde vão as coincidências. Repetindo-se as proporções, 2010 marcará a conquista da América e do Mundo pelos vermelhos. Resta saber se tudo não passa de uma paranoia ou de um deslumbre total. Mas isso a gente só vai poder falar no meio do ano.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Estamos indo de volta para casa


Foto: Victor Duarte (Especial /www.esportebr.com)
Pegou de surpresa a informação de que a delegação colorada voltará mais cedo para Porto Alegre. A diretoria do Inter achou melhor antecipar em dois dias o retorno para a Capital. A saída de Bento Gonçalves, antes prevista para o dia 19 de janeiro, agora ficou para o dia 17 (próximo domingo). O porquê não se sabe. Aliás, segundo a assessoria de imprensa do clube, os trabalhos estão agradando demais a comissão técnica, que não vê a necessidade de permanecer por mais de uma semana. Porém, os sinais demonstrados de forma subliminar fazem com que pensamos o contrário.

Quem foi ao jogo-treino de ontem, contra o time B, saiu da Fundação Geremia preocupado. Dos mais de vinte atletas utilizados, Walter (que está na equipe de baixo) foi o mais destacado. Nem Edu, Taisou ou Alecsandro - foi o jovem "Bigorninha" quem arrebentou com a tarde colorada. Fez gol, sofreu pênalti e deixou a defesa principal em alerta. Não fosse Giuliano marcar um golzinho no último minuto, o time da Libertadores empataria com o time do Gauchão. Todos sairam preocupados.

Inclusive o próprio Jorge Fossati está surpreso com a atuação dos seus comandados. Tanto é que fechou os treinos. Já nesta segunda, nenhum torcedor pode adentrar a Associação para ver de perto seus ídolos. O treinador disse que o Inter precisa se preparar melhor. Bom, quem precisa se preparar melhor não tem porquê antecipar o retorno da pré-temporada. Aliás, na quinta e sexta-feira o treino fechado se repete. Imagina em dia de Gre-Nal! É capaz da diretoria colorada fechar toda a Avenida Padre Cacique, em Porto Alegre, para que ninguém chegue perto das instalações do estádio Beira-Rio.

A desculpa utilizada pela diretoria vermelha para explicar este retorno repentino a Porto Alegre pegou muito mal. De duas, uma: ou o Inter está com vergonha do time que tem, ou está com medo de mais intimidações da torcida gremista. E, convenhamos, a última hipotese cairia melhor para os colorados. Bem que Fernando Carvalho poderia ir aos microfones para avisar que o Inter terminava sua pré-temporada por problemas de segurança - mesmo que este não fosse o principal problema. Ficaria feio para a cidade de Bento Gonçalves, mas nem tanto para o clube porto-alegrense.

Mas, como disse o próprio Fossati: "É importante o carinho do torcedor, mas também é a privacidade para poder corrigir o que está errado". Bom, então chegamos à conclusão de que há coisa errada e que os trabalhos não estão agradando tanto assim a comissão técnica. Fosse isso, o Inter não estaria contando os dias para ir embora. É uma pena!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Silas não conhece o Mário

Foto: Filipe Duarte (www.esportebr.com)
Chamou a atenção a entrevista concedida ainda ontem por Mário Fernandes, dizendo que este ano ele será zagueiro. O jovem defensor, logo na sua chegada ao Grêmio, foi protagonista de uma verdadeira "novela". Foi ele quem sumiu do mapa e dias depois foi encontrado no interior paulista, na casa de uns parentes. Depois, surpreendeu a imprensa e a torcida quando escalado na lateral-direita por Paulo Autuori. E o mais agravante de tudo era que a tal partida da estreia era nada mais nada menos que um Gre-Nal. Não um simples clássico, mas àquele que demarcou os 100 anos da rivalidade. E mesmo assim ele não decepcionou. Abraçou a vaga, até então ocupada por Ruy Cabeção, e atirou William Thiego no banco de reservas. Nem mesmo Joílson conseguiu lhe roubar a camisa 2.

Porém, apesar dos pesares, Mário deixou bem claro na entrevista de ontem: "Quero jogar de zagueiro!". Não interessa se a concorrência será muito maior, ele não se mixa. Rafael Marques, Réver e Maurício não assustam o garoto. Ele quer é ficar dentro da área mesmo. Nada de correr pelo lado do campo, subir e descer toda a extensão do gramado diversas vezes para cruzar algumas míseras bolas na goleira adversária. Mário quer ser zagueiro em 2010.

Entretanto, Silas, de certo, não conhece o Mário. E olha que este Mário não se esconde atrás do armário. Ele já assumiu sua posição. Mas o novo comandante gremista ainda não entendeu. Até mesmo por falta de opção, segue utilizando o jogador como lateral. Ainda hoje, nos treinos realizados em São Valentim, Silas reuniu seus canhotos de um lado (Lúcio, Fábio Santos e Bruno Collaço). Na ala oposta, olhou para o elenco e não viu ninguém. Então, chamou Henrique, que é volante e o colocou postado na direita. Procurou mais um pouco, pensou, e chamou Mário. Lá foi o garoto, solicito, mas visivelmente decepcionado.

Em um momento do treino, onde os laterais corriam até a linha de fundo e cruzavam para os atacantes, Mário troteou e escutou Silas berrar: "Tá muito lento!". Enfiou a bola na área e escutou: "Assim não!". Retornou para o meio do campo e ouviu: "Essa volta tem que ser mais rápida, Mário!". Bom, qualquer um, na situação de Fernandes, perderia a cabeça e xingaria Silas até o último fio de cabelo. Mas Mário manteve a calma e seguiu cruzando até o fim. Ao seu modo, é verdade. Contudo, ficou escancarado que em 2010 Mário será zagueiro mesmo. O Grêmio que vá atrás de um lateral!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Caos!


Foto: Filipe Duarte (www.esportebr.com)
Há uma semana, estávamos em êxtase. Não seria a primeira vez que Bento Gonçalves sediaria a pré-temporda da dupla Gre-Nal. O Inter vem para cá desde 2002, o Grêmio em 2005. No entanto, a novela que envolveu este período de preparações, nos deixou em um nirvana. O Grêmio, principalmente, foi alvejado por ofertas de Canela, Gramado e outras cidades, que pretendiam dar sede aos primeiros treinamentos da equipe tricolor. No final, graças ao esforço do consulado bento-gonçalvense, o Grêmio veio mais uma vez.

Porém, a euforia pelo recebimento, caiu por terra logo na chegada das equipes. E não por conta de uma decepção com esse ou aquele jogador - e eu confesso que isso seria menos aterrorizante. Tudo começou por causa dos outdoors. A Prefeitura de Bento colocou painéis para recepcionar a dupla Gre-Nal. Bravos com esta atitude, torcedores do Esportivo - clube da cidade -, picharam os artefatos (foto). Na terça-feira, a delegação do Inter subiu a Serra, e não bastando ter a oportunidade de ver seus ídolos de perto, os torcedores preferiram rasgar e destruir o outdoor do clube arquirrival. Um dia depois, justamente na chegada do Grêmio, foi a vez da torcida Tricolor mostrar a sua faceta viking. Pontapés no ônibus colorado, destruição do painel vermelho e apedrejamento de uma viatura da Brigada Militar. Foi o fim!

E eu que estava na expectativa por conhecer o salvador de 2010, olhava Guiñazu no treino do Inter e Leandro no treino do Grêmio. No entanto, eu me enganei. Deveria estar à procura de um super-herói: um Batman, um Superman, um Homem-Aranha... Sim, pois as cenas que assistimos em Bento Gonçalves são as mesmas que passaram nas telas do cinema, sobre Gotham City. Era o caos! Uma torre de Babel, onde ninguém fala a mesma língua. Embora todos vestissem a camisa azul, urravam como ursos, como lobos, enfim. Eram bárbaros! Não fãs do futebol.

Acontece que a prefeitura de Bento Gonçalves, que divulgou aos sete mares a vinda da dupla Gre-Nal, teve o feedback. Da mesma maneira que teve suas belezas exaltadas, teve suas mazelas expostas. As feridas ficaram escancaradas quando a diretoria do Inter, completamente amedrontada, propõe ao Grêmio o fim da pré-temporada em uma mesma cidade. Portanto, em 2011, Bento terá apenas um clube: isso se tiver alguém! Tudo por conta de irresponsáveis.

Agora imagine você, que em suas férias vai para a praia para fugir da rotina da cidade. Ou vai para o campo, para fugir do barulho da civilização. Pois assim pensavam Inter e Grêmio. A pré-temporada em Bento Gonçalves simbolizava toda a paz e o apoio que, de certa forma, não poderia ser encontrado em Porto Alegre. Era um diferencial. Agora não é mais. Somos os mesmos vândalos que colocaram fogo em banheiros químicos no Beira-Rio, somos os mesmos assassinos que mataram um torcedor na entrada do estádio Olímpico. É o fim do mundo! O esporte está invadindo a editoria policial.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O próximo avião do Olímpico

Foto: Arquivo Grêmio.net

O torcedor gremista está ficando acostumado a ter beldades no estádio Olímpico. Em 2008, quando trouxe o meia Roger, o Grêmio fez desembarcar em Porto Alegre a atriz Deborah Secco. Aliás, cada vez que ela assistia aos jogos do namorado das tribunas do estádio, a torcida pouco olhava para dentro de campo. O que mais interessava era vislumbrar a ex-coelhinha da Playboy com a camisa tricolor. Pois no meio do ano a atriz foi embora para o Catar - ou melhor, Roger se foi para o futebol árabe, deixando a Geral um pouco mais triste.

Agora, um ano e meio depois, o sentimento é o mesmo. Quando Máxi López enviou sua decisão de não retornar a Porto Alegre via fax, uma metade do Rio Grande do Sul ficou mais triste. Nem tanto pela perda do atacante, mas pela ausência de Wanda Nara em 2010. A modelo argentina, conhecida pelos seus exuberantes dotes físicos, preferiu trocar a camisa do Grêmio e as tribunas de honra do estádio Olímpico pelas passarelas de Roma e pelo Coliseu. O porquê eu não entendo! O que os italianos têm que nós não podemos proporcionar? Talvez um salário em euros, que compre mais roupas, mais carros e encha mais a vida de Wanda de luxúria. Só isso! Do contrário, ela poderia estar ainda com sua filha no colo, assistindo ao marido vencer o Anapolina pela Copa do Brasil.

Resta saber agora qual será a nova beldade a pousar no Olímpico. Vale lembrar que tanto Roger quanto Máxi não estiveram em Bento Gonçalves realizando a pré-temporada antes de atuar por campeonatos. Por isso, quando a delegação gremista subir a Serra Gaúcha nesta quarta-feira, o torcedor não precisa chorar. Uma porque William, ex-Avaí, já foi apresentado e será o substituto do Xuxa. E outra, porque ainda tem tempo da diretoria buscar um novo reforço para as tribunas de honra do estádio Olímpico.

Brincadeiras à parte, atitudes como a de Roger e Máxi López comprovam que não basta ser o rei do meio-campo ou o dono da grande área se, em casa, quem manda é a mulher. Mas que o Olímpico fica mais bonito com Wanda e Deborah, ah, fica!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Vale a pena ver de novo


Estava assistindo pela televisão a um canal de esportes nesta manhã. No ar, um programa com debates futebolísticos. Os jornalistas, todos, do centro do país. Cariocas e paulistas comentando as contratações do futebol brasileiro. Loco Abreu no Botafogo, Marcelinho Paraíba no São Paulo e volta e meia um repórter entrava ao vivo com informações do Parque São Jorge, aonde iria se apresentar o lateral Roberto Carlos. Até que iniciou o assunto Libertadores da América. Bastou para que Flamengo e Corinthians fossem apontados como favoritaços ao título. Foi aí que me lembrei do ano de 2006.

Naquele ano, o Inter vinha completamente frustrado com um vice-campeonato brasileiro. No centro do país, a festa era total dos corintianos, que finalmente iriam vencer a competição continental. Havia aqueles que também apontavam o São Paulo, atual campeão mundial, como candidato ao bicampeonato. Ainda mais porque o bicho-papão Boca Juniors não estaria presente na edição daquele ano. Porém, esqueceram-se que Goiás, Palmeiras, Inter e Paulista também participariam do torneio. E assim, chego às mesmas conclusões neste início de 2010.


Há quatro anos, o Inter pouco se reforçava para a Libertadores: Fabiano Eller, Rubens Cardoso e Fabinho foram as únicas contratações - além é claro do anúncio de que Abel Braga seria o treinador do time. Enquanto isso, o São Paulo anunciava Muricy Ramalho, contratava Ricardo Oliveira e, ainda por cima, mantinha o elenco vencedor do ano anterior. No Corinthians campeão brasileiro, se juntavam a Tevez (foto) e Nilmar o meia Ricardinho - para delírio da Gaviões da Fiel.

Pois agora, a discussão é a mesma. Flamengo de Adriano e Corinthians de Ronaldo se reforçam e saltam como favoritos. Enquanto o Colorado faz desembarcar uma aposta chamada Thiago Humberto, um desconhecido Nei e um estrangeiro para a lateral-direita que atende pelo nome de Bruno Silva. E, para comandar essa trupe, um novo treinador: Jorge Fossati. Com isso, não resta outra questão senão a de que os jornalistas do centro do país são cegos e não enxergam os gaúchos. O Inter já provou em 2006 e o Grêmio em 2007 que para incomodar numa Libertadores não é preciso de galáticos. Pelo visto, os colorados querem reeditar o ano mais vitorioso de sua história em 2010. Vale a pena ver de novo.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Perspectiva zero

Foto: AP
Final de ano é sempre igual. Retrospectiva dos fatos que marcaram os últimos 365 dias. O próprio EsporteBR fez isso ontem. Porém, o difícil é fazer perspectivas para o próximo ano. Se bem que tem gente que se arrisca a dar os seus pitacos. Há os babalorixás e os caboclos que jogam pedrinhas e nos trazem a previsão do futuro. Recentemente me peguei olhando um vídeo sobre as perspectivas para a dupla Gre-Nal em 2010. Conforme as previsões, o Grêmio será o campeão gaúcho e incomodará na Copa Sul-Americana, enquanto o Inter decepcionará seus torcedores.

Bom, confesso que não levo muita fé nos búzios. Existe, inclusive, a afirmação de que se macumba realmente desse certo, o Campeonato Baiano terminaria sempre empatado. Porém, relevemos as afirmações dos orixás. Não precisamos ter pano na cabeça para prever o que me mostrou o tal vídeo. No Gauchão, querendo ou não, a dupla Gre-Nal sempre se sobressai - até mesmo pelas condições financeiras, comparadas ao interior. Uma vez que outra um dos dois patina e cai fora antes do esperado. Geralmente isso acontece com aquele que está na Libertadores, já que a dedicação ao certame estadual fica sempre em segundo plano. Portanto, não chega a ser uma obra de advinho enxergar o Grêmio campeão gaúcho, até porque o Inter já manifestou que mandará a campo um time B. Contudo, é bom ganhar Gauchão, mas o torcedor sempre espera algo mais. Desde que Falcão e Cia mostraram que se podia vencer o Brasileirão, e Renato ensinou o caminho das Américas, a dupla Gre-Nal não se satisfaz apenas com o "Ruralito".

E para alcançar tais feitos, o buraco é mais embaixo. Tanto Grêmio quanto Inter não empolgam o seu torcedor. Não trazem reforços de peso e, muito pelo contrário, ainda vão se desfazendo do pouco que têm. O que mais me espanta é a informação de que o Tricolor teve Cláudio Bieler (foto) oferecido e nem deu bola. Ora, o atacante argentino só não fez chover nesta última temporada. Goleador da LDU, o castelhano levantou os canecos da Recopa e Sul-Americana. Porém, a desculpa da direção gremista é de que querem resolver o problema com Máxi López, para depois buscar um reforço. Até lá, Bieler será anunciado por outro clube e o Grêmio terá de se apoiar em um Herrera da vida.

Da mesma forma, o Inter apresenta reforços: Bruno Silva, Thiago Humberto, Wilson Mathias e Erick Flores. Bom, certa vez, um amigo me disse que jogador com nome composto sempre traz desconfiança. E de pronto me lembro de Danilo Silva, Ricardo Lopes e Luiz Carlos. Realmente, 2010 não me traz boas perspectivas para a dupla Gre-Nal. Que assustador!