Tem gente que acha que o Gauchão não vale nada. Outros depositam muita importância, entendendo que é preciso mandar em casa para depois sair pensando em Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores e Mundial. Eu estou em um meio termo nisso tudo. Natural do interior do Rio Grande do Sul, cresci assistindo nos estádios a jogos entre equipes locais. Dá para dizer que competições nacionais e internacionais só apareceram na minha vida quando eu já era um profissional com o microfone na mão. Por isso, sei valorizar o que é nosso. Mesmo assim, não estou morrendo de paixão pelo Campeonato Gaúcho deste ano. Nem do ano passado. Há tempos o certame perdeu o seu charme. Mesmo assim (quem diria!), o Gauchão e os demais regionais de 2015 podem se transformar em Copa do Mundo.
Conforme notícia veiculada pela BBC do Brasil, o 'Bom Senso Futebol Clube' elaborou propostas que serão entregues à CBF na próxima semana. Entre elas, está uma forte repaginada nos certames estaduais. Para que eles não sejam extintos - como defendiam alguns -, irá se propor que ganhem formato de torneio curto, com apenas um mês de duração e sete ou oito datas para cada clube jogar. Exatamente como acontece com a Copa do Mundo de Seleções. Seria uma maravilha! Imagine 32 clubes na primeira divisão, divididos em oito grupos. Os dois melhores se classificam, se enfrentando em oitavas, quartas, semi e final. Ponto! Temos um campeão gaúcho. Ah, mas e o resto do ano? Bom, de março em diante as agremiações estão livres para as disputas nacionais e continentais. E até os menores clubes, eliminados logo no início da Copa do Mundo que será o Gauchão, poderão ser inseridos na Série E - ou seja, a quinta divisão do futebol brasileiro. Eu assino embaixo! Só resta saber se José Maria Marin e, principalmente, Francisco Novelletto concordarão.
Citei o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) porque, já se sabe, será candidato à presidência da CBF. E, de nada adianta propor uma mudança de calendário, mudar, e o próximo mandatário quebrar no meio tudo o que foi construído. E, para quem não lembra, tão logo nasceu o 'Bom Senso', Novelletto se posicionou contrário aos debates de enxugamento do calendário. Enfim, não será uma revolução fácil. Mas volto a propor: imagine você que neste período do ano, se não tivéssemos o Gauchão encerrado, estaríamos nos finalmente. Daqui por diante, o Grêmio poderia pensar somente no Newell's Old Boys e na Libertadores. E o Inter no Remo e na Copa do Brasil. O próximo passo talvez seja distribuir melhor os gastos com o futebol, para que os salários não sejam tão altos, e os clubes tenham mais condições de investir em infraestrutura de estádio, gramados menos esburacados e iluminação. Se bem que aí já é pedir demais. Acho que a simples transformação do Gauchão em Copa do Mundo já bastaria. Aí sim seria charmoso!
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