Antes mesmo da bola rolar pela Libertadores da América, o Inter vem se apoiando em coincidências. Ainda em dezembro do ano passado, logo após a confirmação do vice-campeonato do Brasileirão, o presidente Vitório Piffero relembrou que o clube voltava à competição continental novamente na condição de vice-campeão nacional e em ano de Copa do Mundo. As lembranças sobre 2006 (o ano dourado) começavam a vir à tona. E bastou a bola rolar para que outras tantas fossem desenterradas. A última delas nesta quinta-feira.
Pela transmissão de ontem, na rádio Viva News, do empate contra o Cerro fora de casa, tratei de relembrar a campanha colorada na conquista de quatro anos atrás. Veja bem, em 2006, na primeira fase, O Inter empatou dois jogos. Na altitude venezuelana, empatou em 1 a 1 com o Maracaibo. Já em território uruguaio, empatou em 0 a 0 contra o Nacional. Pois neste ano, empatou justamente em condições parecidas: 1 a 1 na altitude do Equador e 0 a 0 no Uruguai. Para os mais aficcionados, isso significa que as coincidências levarão o Colorado a uma nova conquista da América. Mas, convenhamos, os quadros são totalmente diferentes. Não é somente apostando nas semelhanças que o clube chegará ao título. Falta muita coisa ainda, principalmente o futebol apresentado naquela época.
Por exemplo, analisemos como o Inter de Fernandão e Cia encerrava o primeiro turno da Libertadores (que é exatamente o estágio onde nos encontramos hoje). Em 2006, os colorados largaram com um empate fora de casa, contra o Maracaibo, como já dissemos. Na segunda rodada, recebeu o Nacional do Uruguai no Beira-Rio e venceu por 3 a 0. Depois, foi ao México bater o Pumas por 2 a 1. Ou seja, há quatro anos, os comandados de Abel Braga somavam sete pontos, liderando a sua chave - diferente dos subordinados à Jorge Fossati.
Não queremos dizer com isso que o futuro deste ano será diferente do que já foi outrora. O grande porém é que não se pode apenas apoiar-se nas coincidências, sem esquecer que o principal não está acontecendo. O Inter dentro de campo não lembra nem de longe aquele de outros tempos. Começando pelo próprio esquema tático. Se Fossati permanecer com o 4-4-2 utilizado em Rivera, pode ser que algo maior apareça no horizonte vermelho. No entanto, ele não dá indícios de que esteja disposto a baixar a cabeça para o senso comum. Prova disso foram as substituições feitas contra o Cerro. Sacou D'Alessandro e Giuliano da partida, morrendo abraçado com Edu (foto) e Alecsandro. Resta saber até quando essa situação vai sobreviver.
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