segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Os outros passarão, eu passarinho


O primeiro turno se foi com o vento. Décima oitava rodada do Brasileirão e, no entanto, o Grêmio não bateu em ninguém fora de casa. Foram nove jogos longe do estádio Olímpico. Apenas dois empates conquistados. Pasme! O Tricolor tirou pontos de Palmeiras e Fluminenses - clubes considerados gigantes dentro do território tupiniquim. Contudo, contra times de nem tanta expressão assim, a equipe de Paulo Autuori acabou sendo derrubado. Levou pancada de Avaí, Coritiba e Vitória. Pois agora, a mais recente de todas: Barueri.


Neste domingo, Dia dos Pais, o Grêmio não quis presentear os seus torcedores. Talvez por não se considerar um filho de sua torcida, mas o é. É uma criança dependente e problemática. É como um passarinho que espera a comida na boca. Embaixo da asa do seu torcedor, o Grêmio é imbatível. Consegue o impossível e assusta o valentão da rua vizinha. Porém, é só pisar fora do estádio Olímpico para os pêlos das canelas dos jogadores começarem a arrepiar. Sentem medo até de assobio e não ganham de ninguém. Aliás, descobri porque o Tricolor havia sido derrotado nos outros três Gre-Nais. Não porque o Inter vivia um momento melhor. Não por incompetência de Celso Roth. Não porque agora o Máxi López é o titular. Não, nada disso! Os azuis conseguiram superar seus arquirrivais porque jogavam em casa. E dentro de seus domínios, os atletas cantam de galo. Fora dele, ficam mais para pintinhos solitários.


Falando em Gre-Nal, lembremos que do outro lado do Rio Grande do Sul existe um povo de pele vermelha. Um povo que estará de ouvido grudado no rádio nesta segunda-feira. Todos querem saber como o Inter volta do Japão. Antigamente, quando se diagnosticava que um cidadão estava com tuberculose, era receitado que ele passasse uma temporada pegando um ar nas montanhas. Os mais pobres morriam. Os mais ricos também morriam, mas antes visitavam os Alpes suíços, na esperança de se recuperar da enfermidade. Pois a viagem do Internacional ao oriente não me parece outra coisa senão a tentativa desesperada de tratar as suas enfermidades à distância. Depois de conquistar a Copa Suruga, o vice de futebol Fernando Carvalho volta dizendo que o time está de espírito revigorado. Pois veremos hoje se o Inter que enfrentará o Sport, no Beira-Rio, será aquele do início do ano ou se vai ser o mesmo time apático que foi constantemente surrado nas últimas rodadas.

Aliás, quero lembrar os desavisados que o Colorado agora é o sexto colocado. Nada de G-4, nada de liderança, nada de nada. Alguém aí quer ver o Inter priorizar a Sul-Americana de novo? Eu acho que não. Nem os gremistas querem isso para si. Até porque, se os desapontamentos ocorrerem de novo, os outros passarão e a dupla Gre-Nal passarinho.

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