terça-feira, 4 de agosto de 2009

Velhos costumes


Houve um tempo em que falar em futebol era pensar no domingo. O primeiro dia da semana era a data sagrada para os fãs do futebol brasileiro. No entanto, aos poucos, começou a se marcar jogos nos sábados, sextas, quintas e quartas-feiras. Arrisco dizer que atualmente as quartas têm abrigado as partidas mais decisivas, inclusive. Pois amanhã - uma quarta-feira, portanto - não será diferente. O Inter já respira o ar do Japão, onde enfrenta o Oita Trinita pela Copa Suruga. Já o Grêmio, embarca para a capital paulista, quando volta a sua eterna busca pela primeira vitória fora de casa. Desta vez, o adversário será o líder Palmeiras. Bom, tais partidas não levam a outro pensamento senão: a quarta-feira, definitivamente, é o dia do futebol no Brasil. Ou seja, as coisas mudaram.

Mudaram tanto que ídolo não é mais ídolo. Ou pelo menos não recebe mais tratamento como tal. A maior manchete do EsporteBR, remanescente ainda de ontem, é o acerto de Fernandão com o Goiás. Quando anunciado que o jogador havia rescindido seu contrato com o clube do Catar, cogitou-se o seu retorno ao Beira-Rio. São Paulo, Palmeiras e Santos entraram na briga. Todos queriam contar com o Capitão Planeta no seu elenco. Pois o tal de Fernando Lúcio da Costa, o vulgo Fernandão, provou mais uma vez o quanto tem caráter. Recusou propostas paulistas, petrodólares e tudo o mais, para voltar ao seu passado. Aceitou o Goiás. Simplesmente porque o clube o lançou para o futebol e o projeto goiano o animou. Não quero entrar nos méritos do Inter ter ou não ter procurado o atleta, apenas quero lembrar de outras grosserias que o Colorado fez com seus ídolos. E aqui cito Adriano Gabirú dispensado no meio de 2007, Iarley chutado do Beira-Rio e Dunga, mandado embora após salvar o clube do rebaixamento em 1999.

Claro, não posso defender que um clube mantenha todos seus ídolos jogando para sempre. Fosse assim, o Grêmio teria Eurico Lara e Renato Portaluppi eternamente escalados por Paulo Autuori. Aliás, falando no tricolor, o Jardel ainda procura um time! Agora, o mínimo de reconhecimento que se espera é uma gratidão, por menor que seja. Quem visita o Beira-Rio hoje, encontra o ex-centroavante Claudiomiro (ídolo dos anos 70), trabalhando como um segurança no estádio. Mas, nestes novos tempos, os clubes de futebol viraram empresas. É a loucura da formação de novos jogadores. Aqueles que já estão defasados, são excluídos aos poucos. Assim como há as categorias de base, deveriam existir as categorias de sêniores. Pelo menos para dar uma satisfação aos anos prestados de serviço. Pois é, falando nisso, Clemer que se cuide...

Nenhum comentário: