quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Cavalo paraguaio


Cavalo paraguaio. Esta é a denominação para aquele pangaré de turfe. O único cidadão que apostou no azarão vai ao delírio quando o animal dispara na largada, sonhando com a bolada de dinheiro que irá levar para casa. No entanto, bastam alguns segundos para que ele perceba que cinco ou seis concorrentes acabaram por ultrapassar o seu cavalo. Tratei de abrir este diálogo sobre equinos naturais do Paraguai por causa da rodada desta quarta-feira. Não, a dupla Gre-Nal não entrou em campo. Tivemos apenas um jogo, que complementou as demais partidas disputadas no último final de semana. Pois basta analisar a qual jogo me refiro para que entendas a utilização do termo "cavalo paraguaio". Atlético-MG e Palmeiras se enfrentaram em Belo Horizonte - ou seja, briga direta pelo título.

Pelo menos deveria ser assim, já que os paulistas ocupavam a primeira colocação e os mineiros a terceira na tabela de classificação. Acontece que estamos falando de um time treinado por Celso Roth e citar este nome sem lembrar do tal cavalo é quase um sacrilégio. Sim, Roth já virou sinônimo de azarão! E o auge do seu purgatório foi justamente no comando do Grêmio Porto-Alegrense. Naquele que era para ter sido o Brasileirão mais bem ganho da história, o torcedor tricolor assistiu a um apagão do seu time. E o título acabou no Morumbi, mais uma vez nas mãos de Muricy Ramalho.

Pois nesta quarta-feira, Roth encontrou-se com Muricy. Agora eles estão em clubes diferentes, mas bastou para que o treinador lembrasse do retrospecto. Aliás, há os que chegam a culpar o próprio Roth pela desclassificação do Grêmio na Libertadores deste ano. Acham que o DNA do "derrothismo" (assim mesmo, com TH) se instaurou no elenco azul. E aí, não haveria Paulo Autuori que salvasse os gremistas.

Sendo verdade ou mentira, a situação de Roth dá o que pensar. Pois no centro do país ouvi alguns pseudo-especialistas apontarem o Inter como o cavalo paraguaio do Brasileirão, assim como o Grêmio teria sido o da Libertadores. Esperamos que a rodada deste final de semana, bem como as demais que virão, comprovem que no Rio Grande do Sul o futebol se escreve de outra maneira. Sem "Luxemburguisses", "Muricy-dependências" ou "Joel-santonismos". Fosse o contrário, fossemos nós gaúchos uns cavalos paraguaios por natureza, não seria Mano Menezes idolatrado no Curínthia, Felipão unanimidade no território brasileiro e Dunga o treinador da Seleção.

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