quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Comandante do futuro


Foto: Wesley Santos (Press Digital)

O Grêmio saiu na frente. Sabe como é, na briga eterna entre colorados e gremistas, o Tricolor saiu em vantagem - pelo menos no quesito treinador. Anunciou seu futuro comandante ainda no domingo, logo após o Flamengo conquistar o título nacional. Pois hoje desembarcou o "professor". Paulo Silas do Prado Pereira. Mais um Paulo na vida do Grêmio. Mais um gentleman. No entanto, espera-se que este Paulo não repita os erros e a soberba do Autuori.

É uma aposta. E nada mais que isso. Começou a trabalhar em 2007, como auxiliar técnico do Zetti, no Fortaleza. No ano seguinte, migrou para o Avaí, onde virou ídolo. Retirou o clube catarinense de uma fila de vinte e tantos anos. Aliás, antes de Silas, falar no futebol catarinense era citar Criciúma, Figueirense, enfim. Poucos lembravam do Avaí. E mesmo assim, complementavam: "o time do coração do tenista Gustavo Kuerten".

Porém, a vitória do Grêmio sobre o Inter foi uma vitória sobre o restante do Brasil. Silas foi uma das grandes surpresas do Brasileirão. Enquanto medalhões como Muricy Ramalho, Vanderlei Luxemburgo e Celso Roth afundaram em meio ao campeonato, Silas fez milagres com sua modesta equipe. Por conta disso, foi eleito o segundo melhor treinador do certame, ficando atrás apenas do campeão Andrade. Por essas e outras podemos avaliar a contratação de Silas como a jogada de fim de ano. Ainda mais aliado ao retorno de Paulo Paixão - outro Paulo na vida do Grêmio.

Acontece que o acerto com Silas me recorda 2008. Quando Mano Menezes deixou o estádio Olímpico, alguns gremistas choraram escondidos. Outros comemoraram quando Vágner Mancini foi contratado. Ele, que vinha de um campeonato surpreendente com o Vitória, da Bahia, desembarcou em Porto Alegre representando a "nova geração" de treinadores do país. Pois se passaram dois meses para que a paixonite da direção gremista caísse por terra. Mancini foi acusado de imprimir um futebol plástico que não combinava com a garra Tricolor, de não ter a cara do Grêmio, e até mesmo de tomar chá no vestiário - o que não seguia o perfil histórico dos treinadores gremistas. A torcida lembrava de Mano e Felipão, olhava para Mancini e o chamava de "mariquinhas". Pois Silas me lembra muito, e não só por causa da camisa para dentro das calças, o Vágner Mancini que desembarcou em 2008.

Tomara que me queime a língua. Que o time do Grêmio fique redondo e aguerrido, que desembarquem junto com Silas uma lista de opções de atletas com condições de vestir a camisa do Grêmio, e não do Avaí. Enquanto isso aguardamos o anúncio oficial de Jorge Fossati pelo lado vermelho. Quem se dará melhor: Silas ou Fossati? A resposta só em 2010.

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