Foto: Capa do livro (Divulgação)
Que belo Natal os colorados poderão ter neste 2009! Não por causa dos títulos - até porque não foram muitos. Muito menos porque se trata do ano do Centenário do clube, pois na minha opinião isso não passa de uma data simbólica. Agora, para comemorar o 25 de dezembro, dando e recebendo presentes, serão inúmeros os torcedores que irão ganhar um livro. Tudo isso porque, para os amantes da literatura esportivo (ou simplesmente do clube de futebol), foram escritas duas pérolas neste final de ano.
Ainda na semana passada, o ex jogador Falcão lançou "O time que nunca perdeu". O título da obra parece ficção-científica, parece soberba, enfim. Mas não. Paulo Roberto Falcão, atualmente comentarista esportivo, resolveu colocar no papel as histórias daquela equipe do Internacional que, em 1979, alcançou um feito talvez nunca mais atingível: Campeão Brasileiro de forma invicta. Ou seja, realmente, nunca perdeu. Portanto, de pronto, já bastaria para presentear um torcedor colorado.
Não bastando, a última terça-feira serviu de lançamento para mais uma obra literária. "De Belém a Yokohama", escrita por Fernando Carvalho. Pois o nome do livro serviria para emocionar qualquer colorado. Mas ele é a síntese da volta por cima do Inter. Um clube destroçado após as perdas das Libertadores de 1980 e 1989. Aniquilado após os títulos mundial e continental do arquirrival. Envergonhado após quase 10 anos de nada. Pois foi exatamente assim que o autor do livro chegou à presidência do clube da Beira do Rio. Em 2002, tomou posse de um clube que havia conquistado seu último título importante há exata uma década. Para piorar a situação, colocou as mãos em uma bomba, de cofre vazio. Parecia ser apenas mais um presidente. Mas não! Fernando Carvalho trazia na lembrança justamente a equipe de Falcão e Cia, do "time que nunca perdia". Queria transformar o seu Inter no velho Colorado.
No primeiro ano de mandato, foi à porta do inferno. Escapou do rebaixamento na última rodada do Brasileirão, vencendo o Paysandu fora de casa. E a partir daí começou a galgar algo a mais. Trouxe nomes desconhecidos (ou até mesmo desacreditados), do futebol nacional, prometendo o Reino dos Céus. Cercou-se de Clemer, Alex, Fernandão, investiu nas categorias de base e alcançou o ápice. Entregou o cargo de presidente no final de 2006, com o Inter Campeão do Mundo. Quem em sã consciência arriscaria dizer, nos idos de 2002, que aquele clube desesperançoso chegaria aonde chegou? Certamente ele, somente ele.
E agora, guiando o Inter no ano de seu Centenário, Fernando Carvalho tem o prazer de compartilhar suas histórias com outros torcedores. Contando os bastidores do purgatório e os segredos do Paraíso. É bem verdade que em alguns momentos ele deu o passo maior que a perna. Também não é mentira que por vezes faltou-lhe a humildade de perceber que seu clube não era tão invencível assim. Mas, de erros e acertos é construída a imagem de um homem. E seguirá sendo assim rumo a 2010 - quem sabe o primeiro capítulo de um novo livro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário