domingo, 28 de fevereiro de 2010

Quanto pior, melhor

Foto: Divulgação (Gremio.net)

Vitória de 1 a 0 e taça no armário. Esse é o lado positivo da tarde do domingo para os gremistas. Pois, acima de tudo, dá fim a um jejum de títulos que durava quase três anos. No entanto, basta analisar a última conquista do clube para ver o quanto a equipe deste ano deixa a desejar. Foi em 2007, quando Tcheco ergueu o caneco do Gauchão após uma goleada de 4 a 1 sobre o Juventude. Pois nesta Taça Fernando Carvalho, que nada mais é do que o primeiro turno do Campeonato Estadual, o título veio de forma suada e sofrida, diante do Novo Hamburgo. Podemos, claro, considerar a força do próprio adversário, que se reforçou de tal maneira chegando ao cúmulo de receber o apelido de "Galáticos do Vale". Mas, mesmo assim, foi muito pouco para o que se espera do Grêmio.

Aliás, o próprio gol da vitória explica o momento do time de Silas. Ferdinando (foto), autor do petardo que deu o título ao Tricolor, era surrado pelas críticas há duas semanas. Não havia um único torcedor que apoiasse a permanência dele na equipe titular. Todos paparicavam o centroavante Borges, o meio-campista Douglas e até mesmo o dublê de lateral-direito Mário Fernandes. Pois quando mais se precisou de um herói, todos passaram em branco. Nem Jonas, o Macunaíma do estádio Olímpico, conseguiu balançar as redes do Noia. Coube ao volante Ferdinando assumir o papel de salvador, e à torcida pedir perdão pelas vaias.

Porém, mesmo que seja o campeão do primeiro turno, o Grêmio agiu exatamente como Ferdinando. É burocrático, limitado e vaiado constantemente. Nem por isso deixa de ser eficiente na hora H. Para levar o troféu para a casa, o Tricolor não precisava amassar e trucidar o adversário. Era preciso apenas uma vitória simples para chegar ao lugar mais alto do pódio. E, desta maneira, o Grêmio cumpriu a sua meta.

Porém, o domingo acabou. A chance de quebrar o jejum sem títulos foi aproveitada - pelo menos em parte. A partir desta segunda os gremistas já devem começar a planejar o futuro. Até porque, mesmo que o Gauchão seja um objetivo, ainda existe a Copa do Brasil pela frente. E se depender da apresentação deste domingo, o torcedor pode ficar preocupado. Ou torcer para que a sorte esteja lado a lado novamente.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Tente outra vez

Foto: Gremio.net

Quando o goleiro Victor chegou ao Grêmio, no início de 2008, foi visto com desconfiança. Aliás, toda aquela equipe era vista desta maneira. Com a saída do técnico Mano Menezes, que foi para o Corinthians, o torcedor azul ficou todo desconfiado. Para o seu lugar, foi contratado Vágner Mancini, que trazia no currículo o título da Copa do Brasil, de 2005, com o Paulista, de Jundiaí. E exatamente deste clube do interior paulista, Mancini apontou dois reforços para o Tricolor Porto-Alegrense. O zagueiro Réver e o goleiro Victor. Dias depois, o treinador seria demitido. Ficariam suas indicações.

Victor e Réver viveram o período de vacas magras no estádio Olímpico. E, mesmo assim, conseguiram colocar o Grêmio em patamares inimagináveis no início da temporada. Naquele mesmo ano, pelo Brasileirão, chegaram às últimas rodadas liderando a tabela de classificação. No final das contas, perderiam o título para o São Paulo, mas ficou a idolatria da torcida. No ano seguinte, classificados para a Libertadores da América, arrastaram o Tricolor até as semifinais da competição, quando cairam diante do Cruzeiro. Alguns, mais antigos - como Tcheco, por exemplo -, foram rotulados por fracassados, sem títulos. Victor e Réver sairam ilesos. O goleiro chegou a ir à Seleção, fazendo parte do grupo campeão da Copa das Confederações. Desde Danrlei, o torcedor gremista não idolatra um arqueiro. E, veja, isso está no sangue da massa azul. Desde os primórdios, a torcida exalta arqueiros. Tanto é que apenas o Grêmio tem um hino que cita um ex-jogador de futebol. Justamente um goleiro, chamado Eurico Lara.

Porém, Victor, apesar do reconhecimento, nunca ganhou nada no Grêmio. Foi só ele pisar no Olímpico para que as taças parassem de repousar nos armários do clube. A culpa é dele? Claro que não! Foi mera coincidência, puro azar. Tanto é que o rótulo de perdedor jamais atingiu o arqueiro. Pois neste domingo, Victor poderá se redimir com o torcedor gremista. Quando adentrar o campo, para enfrentar o Novo Hamburgo, pela final do primeiro turno, o arqueiro terá a chance de conquistar sua primeira medalha de ouro como atleta tricolor. E, melhor ainda, será dele a responsabilidade de erguer a Taça Fernando Carvalho. Sim, pois dos antigos ídolos, todos foram embora. Tcheco, Réver e até mesmo Souza não vestirão a camisa azul, preta e branca tão cedo. Apenas o goleiro está lá, agora como capitão. Um imortal entre os reles mortais.

Portanto, neste domingo, se Chicão não repetir o chutaço que deu contra o Inter, se Rodrigo Mendes não quiser vingar sua excomunhão do Olímpico, e se Gustavo e Michel não decidirem mostrar seus coloradismos, finalmente, o Grêmio poderá ser campeão de novo. E pelas mãos de Victor ainda por cima.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Agradeça ao Grêmio!

Foto: Alexandre Lops (Assessoria Internacional)

Danilo Silva foi embora do Inter. Justamente ele, que passou 2009 inteiro ouvindo xingamentos enquanto subia pela lateral-direita, está de saída. Analisando desta maneira, a torcida colorada deveria estar soltando foguetes. Porém, 2010 iniciou de uma maneira especial para Danilo. Desde que foi confirmado por Jorge Fossati como o substituto de Fabiano Eller, o jogador passou a ser respeitado. Isso porque está, finalmente, atuando na sua posição de origem, como zagueiro. E assim, o torcedor lamentará a ausência do defensor. Mesmo que Eller retorne de lesão amanhã, o Colorado está com um guerreiro a menos.

Mal havia terminado a partida contra o Emelec, pela estreia da Libertadores nesta terça, a notícia estourou nos corredores do Beira-Rio. Os ucranianos do Dínamo de Kiev estavam dispostos a pagar € 4 milhões. Veja bem, trazendo os valores para o Brasil, são quase R$ 9 milhões por um jogador reserva! Já bastaria para que o clube liberasse Danilo Silva. Mas, as contusões de Índio e Fabiano Eller deixaram o Inter em alerta, temeroso em vender o atleta. Quem seria o titular? O jovem Juan? Bom, pode até ser. Mas não deixa de ser um sinal de alerta. Porém, para permanecer com Danilo, o Colorado teria de abrir os cofres, teria de adquirir 50% do passe do zagueiro - ou € 2 milhões. Pergunta cretina: você desembolsaria ou prefere receber os milhões nos seus bolsos?

Porém, a curiosidade maior é o porquê da saída de Danilo Silva. Caso você não recorde, há uma semana atrás, desembarcava no estádio Olímpico o zagueiro Rodrigo. Pois, para rememorar ainda mais, o clube de origem do novo defensor gremista foi o Dínamo de Kiev. Ou seja, justamente a equipe que buscou Danilo Silva no Inter. Por isso, a situação não nos deixa outra alternativa senão pensar que o Grêmio tirou o zagueiro do Inter. Indiretamente, mas tirou. Os ucranianos, reféns de um desfalque em sua defesa, vieram ao Brasil buscar uma compensação. E encontraram no rival do Grêmio o alvo da compra. Pior para o Inter.

Agora, já que envolvemos o Tricolor na história, a venda de Danilo Silva deixa escancarada uma situação: o Grêmio não sabe vender seus jogadores! No início do ano, o jovem Douglas Costa, meio-campista das Seleções de Base, foi vendido ao Shakhtar Donetsk, também da Ucrânia, por 6 milhões de euros. Pasme! Um meia de 19 anos, com muito a oferecer ao mundo do futebol, custou "apenas" dois milhões a mais que um zagueiro reserva. E, na comparação direta, Réver, titular indiscutível da zaga gremista por três anos consecutivos, foi para a Alemanha por 5 milhões. Não sei se o Inter é bom de lábia ou o Grêmio um péssimo vendedor.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Noite de espectador

Foto: Globoesporte.com

Mal ou bem, seja com críticas ou elogios, a dupla Gre-Nal vem fazendo o seu papel. Tanto Grêmio quanto o Inter estão cumprindo com aquilo que se propuseram ainda no início de suas temporadas. O Colorado, visivelmente, está totalmente focado na Libertadores. Enquanto o Grêmio projeta recuperar a estima dentro do Estado e, quem sabe, beliscar a Copa do Brasil. Pois nesta quarta-feira, geralmente um dia de futebol, voltará a ser o "dia do sofá" para os clubes de Porto Alegre. Digo isso porque se obrigarão a sentar na frente da TV e ao lado do rádio, para acompanhar os adversários de amanhã.

O Internacional, ainda ontem, suou a camisa para bater o Emelec. Alguns esperavam goleada, outros queriam simplesmente vencer. E assim, o Colorado quebrou o próprio tabu de jamais ter vencido em estreias de Libertadores da América. É claro que o 2 a 1 sobre os equatorianos deixaram muitas lições - inclusive algumas percepções sobre titularidades -, mas os três pontos foram fundamentais. E, se tratando do torneio continental, sabemos, nem sempre o futebol dar show é sinônimo de alcançar os mais altos degraus. Portanto, passado o susto, e tendo Alecsandro (foto) salvado a pele vermelha mais uma vez, o time colorado pode descansar nesta quarta. Descansar fisicamente, pelo menos. Porque os neurônios seguirão funcionando, principalmente no período da noite. Ao passo que já atuou, cabe ao Sport Club Internacional avaliar as demais estreias. E, nesta quarta, teremos Corinthians e Racing. Ronaldo, Roberto Carlos, Tcheco e Iarley estarão fazendo a primeira partida com a camisa corintiana na competição. Geralmente, pouco se tira de equipes nos jogos iniciais, mas não custa dar uma espiada nas armas de Mano Menezes. Além disso, o São Paulo também estará estreando, só que agora fora de casa. Depois de passar pelo Monterey no Morumbi, os tricolores vão à Colômbia enfrentar o Once Caldas. Então, vale à pena acompanhar.

Já o Grêmio, que ganhou uma grande folga no calendário com a vitória de 3 a 1 sobre o Araguaia, terá a noite inteira para dissecar a rodada da Copa do Brasil. Santos, Fluminense e tantos outros clubes estarão em campo. Oportunidade de ouro para medir a potencialidade destas equipes concorrentes ao título nacional. Além do mais, também se enfrentam Votoraty e Treze, da Paraíba, decidindo qual deles será o próximo adversário dos gaúchos no certame. Pode ser uma lição de casa do técnico Silas. Tudo isso enquanto os gremistas aguardam pelo domingo, para enfim soltar o grito de campeão da garganta. Aliás, ontem, os reservas, mais os últimos contratados, enfrentaram o Porto Alegre em um jogo-treino no estádio Olímpico. Pouco deu para avaliar, devido à fragilidade do adversário. Melhor é sentar no sofá e estudar as possíveis pedras no caminho.

Por isso, você, gremista ou colorado, já sabe que tem um dever nesta noite. Bom estudo!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Reescrevendo a história das estreias

Até hoje o Internacional disputou sete Libertadores da América. Nesta terça-feira, inicia o caminho da oitava participação. Porém, quando entrar no estádio Beira-Rio, para enfrentar o Emelec, o Colorado tentará reescrever a sua história na competição. Nem mesmo a edição de 2006, quando o clube chegou a sua única conquista, serve de exemplo. Não para as pretensões do Inter nesta noite. Não para quem quer estrear com vitória. Claro, pois o Inter jamais venceu em estreias pela Libertadores.

E a história vermelha neste certame começou a ser escrita ainda lá em 1976, quando o Inter de Manga e Figueroa vinha do seu primeiro título nacional, se tornando a primeira equipe gaúcha a disputar o torneio continental. Logo de cara, Inter e Cruzeiro se encontravam, reeditando a decisão do Brasileirão do ano anterior. Em Belo Horizonte, um jogo emocionante decretou a vitória mineira de 5 a 4. O Cruzeiro seria o campeão daquele ano. Em 1977, novamente como campeão brasileiro, o Colorado retornou ao certame sul-americano. Na estreia, o enfrentamento contra o Corinthians, também derrotado pelos gaúchos na final do Brasileirão. Em São Paulo, as duas equipes ficaram empatadas em 1 a 1. O Colorado chegaria até as semifinais do torneio, sendo eliminado pelo Cruzeiro novamente. O grande campeão foi o Boca Juniors, da Argentina. O Inter voltaria a disputar uma Libertadores em 1980, após conquistar o campeonato nacional sobre o Vasco. E foi o time carioca o adversário da estreia. Porém, jogando no Maracanã, o time de Falcão e Cia. não saiu do zero no placar. A equipe colorada chegaria à final daquele ano, sendo derrotada pelo Nacional, do Uruguai.

Em 1989, o Inter retornaria ao cenário continental. Vice-campeão brasileiro, o Colorado reencontrou seu algoz no primeiro jogo. Atuando dentro de casa, o time gaúcho foi derrotado por 2 a 1 pelo Bahia. Comandado por Abel Braga, chegaria às semifinais, caindo de forma dramática diante do Olímpia, do Paraguai - posteriormente campeão. Em 1993, realizou a pior campanha da sua história. Campeão da Copa do Brasil, o Inter estreou dentro de casa novamente, e não saiu de um empate em 0 a 0 com o Flamengo. Terminaria a primeira fase com apenas três pontos, sem nenhuma vitória e em último lugar no grupo. Mas, o retorno à Taça Libertadores foi em grande estilo. Em 2006, novamente com Abel Braga no comando, o Colorado foi o grande campeão. Mas antes de escrever seu nome entre os gigantes da América, o Colorado empacou na estreia contra o fraco Maracaibo, na Venezuela, em 1 a 1 (foto). Finalmente, em 2007, o Inter participou pela última vez da competição. E, com pompas de campeão mundial, Fernandão, Pato e Clemer não passaram da primeira fase. Na estreia, derrota de virada para o Nacional, do Uruguai, por 3 a 1.

Agora, o Inter está de volta e quer vingar suas últimas atuações. Contra o Emelec, nesta noite, os vermelhos buscarão sua primeira vitória em estreias. É primordial largar com três pontos conquistados - ainda mais considerando que a estreia será dentro de casa, diante do seu torcedor. Mas, claro, ninguém ficará magoado se a vitória não vier, desde que se repita o feito de 2006.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Paranoia ambulante

Foto: Jefferson Bottega (ClicRBS)

A zebra está solta. O Novo Hamburgo, mais conhecido pela alcunha de Noia, está na final do primeiro turno do Gauchão. Ou seja, Fernando Carvalho, vice-presidente de futebol do Internacional, terá de entregar a taça, que carrega o seu nome, a outro clube. Grêmio ou Novo Hamburgo levarão para casa as medalhas no próximo domingo. Mas o que fica depois disso tudo? Quais as percepções que a dupla Gre-Nal tira da vitória do Noia sobre o Inter? Sim, pois o Tricolor também entra nessa, está totalmente envolvido com a situação.

Logo após a partida, conversei com alguns gremistas. Uns comemoraram a derrota do Colorado. Isso quer dizer que a finalíssima será disputada no estádio Olímpico e, principalmente, o Inter não entrará em campo. Isso é motivo de festa para alguns frente aos fatos de ultimamente. Já outros torcedores que escutei, lamentaram a ausência do Internacional no próximo domingo. Claro, pois há aqueles que estão sedentos por vingar as derrotas em Grenais. Mas está aí, o Novo Hamburgo será o adversário, com Rodrigo Mendes e companhia.

Já no lado vermelho, as percepções estão à frente. Pensam já na partida contra o Emelec, da terça, que marcará a estreia na Libertadores. Como estará o emocional do Inter? Os colorados ficarão com medo de ir ao Beira-Rio? A confiança no título da América cai por terra? Estas perguntas ficarão imersas até o jogo contra os equatorianos. Mas a verdade, mais forte de todas, é que pior do que perder para o Novo Hamburgo com os reservas, é perder para o Grêmio, eterno rival, com os titulares, em uma final de campeonato. Então, pode se levar em conta tudo isso. A tabela de jogos, o calendário, nada disso é tão importante quanto a eliminação em si. Agora, o Inter estará com a cabeça apenas no enfrentamento contra o Emelec. E assim, poderá se desligar um pouco do tão falado clássico Gre-Nal. Óbvio, terá de assistir a finalíssima do primeiro turno de longe, correndo o risco de ver o arquirrival erguer a taça com o nome de seu vice-presidente. Mas isso são outros 500... Até porque, a paranoia muda de cabeça. Depois de eliminar o Inter, o Novo Hamburgo - o Noia - ficará frente a frente com o Grêmio.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mais um pra rescisão

Foto: Divulgação Ponte Preta

Chegou o lateral do Grêmio. Edílson (à esquerda na foto), trazido da Ponte Preta, que passou também pelo VEC, é o escolhido para vestir a camisa tricolor. Mas, mesmo assim, nada me convence de que Mário Fernandes não seguirá com o número 2 nas costas. Ainda no final de 2009, já iniciavam as projeções sobre uma zaga composta por Réver e Mário neste ano. O primeiro foi até embora e o garoto não consegue atuar na sua função de origem. Mas, como iniciamos dizendo, chegou um lateral ao Grêmio. Porém, isso não quer dizer que ele chegou para ser o titular.

Aliás, no atual elenco gremista, já existe um lateral. Joílson está lá. É bem verdade que ele não agradou e foi vaiado diversas vezes pela torcida. Mas é exatamente a isso que me refiro. Do que adianta trazer um lateral que não vem para tirar a improvisação de campo? Do que adianta gastar dinheiro em contratações que não serão utilizadas? Não quero dizer que Edílson não tem condições de estar entre os onze melhores, mas convenhamos, são poucos os que levam fé. Mesmo que o lateral tenha desembarcado no estádio Olímpico, tudo me leva a crer que Mário, Ferdinando e até mesmo Henrique seguirão sendo utilizados ora como alas, ora como laterais. E mesmo que me digam que Mário, por exemplo, tem condições de exercer esta função, eu lhe respondo: imagine como ele não será atuando na sua própria função! Se ele já quebra o galho como lateral, corta o zagueiro adversário e estufa as redes como um ponteiro à moda antiga, pense nas habilidades que o Grêmio perde não usando Mário como xerifão de área. E olha que a situação lá atrás segue sofrível.

Mas o Grêmio só repete os erros do seu co-irmão. Em 2008, o Inter iniciou o ano com Wellington Monteiro, um volante, na lateral-direita. Foram contratados Bustos, Ricardo Lopes e Ângelo. E o Inter seguia com uma improvisação na ala. Tudo isso porque dos três originais, quem mais agradava ainda era o volante. Depois, no final do ano, Bolívar assumiu a lateral-direita, enquanto Marcão a esquerda. Ou seja, dois zagueiros. Era melhor do que escalar os outros que tinha à disposição. Entrou 2009 ainda com Bolívar na direita. O jogador, antes apelidado de "General" quando atuava na zaga, era vaiado constantemente pelo torcedor. E o Inter tentou Danilo Silva, um outro zagueiro. Mas nunca, nunca na vida eles seriam ídolos jogando naquela posição que não era a deles. Hoje, com Nei e Bruno Silva como laterais, Bolívar e Danilo Silva jogam tranquilamente na zaga.

É isso que acontece com o Grêmio. Enquanto não contratar um jogador com condições de chegar e vestir a camisa titular, as improvisações não cessarão. Nem adianta gastar o dinheiro! Tomara que Edílson me queime a língua. Mas, sinceramente, não levo fé.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O retorno de Manguita

Foto: Reprodução

O anúncio da contratação de Roberto "Pato" Abbondanzieri dá fim à pequena novela que se fez sobre a vinda do goleiro para o Inter. E, ao mesmo tempo, dá continuidade ao debate sobre a idade dos goleiros. Sim, pois sem nem mesmo ter pisado no gramado do estádio Beira-Rio com o símbolo colorado ao peito, o argentino está sendo chicoteado pelas primaveras que carrega. Sejam rugas ao redor dos olhos ou experiência nas costas, os 37 anos (quase 38) do jogador, levantam uma discussão que sempre se fará presente nas mesas de debate. Com a idade avançada, um goleiro ainda tem reflexos? E aqui vamos contar uma história para ilustrar toda esta polêmica.

Em 1974, desembarcava no mesmo estádio Beira-Rio de hoje Haílton Corrêa de Arruda, ou simplesmente Manga. Pernambucano, revelado pelo Sport Recife, o goleiro já havia cruzado as fronteiras sul-americanas muito antes de Iarley vestir a camisa do Boca Juniors ou Tévez beijar o escudo do Corinthians. Manga trazia em seu currículo o recente título mundial, conquistado com o Nacional de Montevidéu. No Uruguai desde 1969, Manguita Fenômeno adquiriu, além do seu portunhol carregado, uma Taça Libertadores e um Mundial Interclubes. Mesmo assim, quando chegou ao Inter, foi acusado de velho, pois já tinha 37 anos nas costas. Com desconfiança, Manga teve de provar ao povo colorado que era sim um grande goalkeeper. Justamente ele, que foi titular na Copa de 1966, atuou com Garrincha no Botafogo, campeão do mundo antes de qualquer gaúcho, teve de se ajoelhar para pedir clemência. Depois disso, todo mundo já sabe: bicampeão brasileiro pelo Inter. E basta olhar a grande defesa que ele faz no chute de Nelinho, do Cruzeiro, na final de 1975, para chegar à conclusão que a idade não mata os reflexos de um bom goleiro.

Aliás, nem precisaríamos buscar no fundo do baú para questionar os bons arqueiros. Quem lembra do milagre de Clemer diante do chute do Deco, do Barcelona, na final do Mundial FIFA de 2006, esquece que o guarda-metas tinha os seus 38 anos bem vividos. E, como não poderíamos deixar de fazer, mais uma coincidência pode vir à tona. Se o Inter vir a conquistar a Libertadores deste ano, na disputa do Mundial, Abbondanzieri terá os mesmos 38 anos de Clemer. Também, podemos lembrar que Dino Zoff, com a camisa da Seleção Italiana - a "Azzurra" - foi campeão do mundo em 1982 aos 40 anos - se tornando o jogador mais velho a colocar medalha no peito em uma Copa do Mundo.

Portanto, quando se falar na velhice de um goleiro, esqueça! Analise a força de vontade do atleta, os treinamentos dele. Depois, poderás trazer alguma avaliação. Mas nunca sobre sua idade. E justamente disso dependerá a atuação de Abbondanzieri no Inter. Se falhar, se não corresponder à altura, não será pelos 37 anos. E sim, por outros motivos. Goleiro é como vinho!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Franco atirador da Serra

Foto: Arquivo (Grêmio.net)

O jogo desta noite, que decidirá o futuro de Grêmio e Veranópolis no primeiro turno do Gauchão é de suma importância para ambos, mas muito mais para o Grêmio. Embora represente para os jogadores do VEC o jogo das vidas ou, pelo menos, o mais importante (até aqui) da temporada, para o Tricolor é o divisor de águas. Principalmente para Silas, pois poderá determinar o início do fim de sua passagem pelo estádio Olímpico. Comparado a Gilmar Dal Pozzo, o comandante gremista deve estar suando nestas horas que antecedem a partida. Dal Pozzo já confirmou que o desejo do clube veranense é conquistar o título do interior. Claro, gostaria de erguer a taça de campeão estadual, mas a primeira meta é ser o melhor entre os interioranos. E assim, sem nada a perder, o Veranópolis se transforma no franco atirador do Campeonato Gaúcho. Pelo menos para a dupla Gre-Nal.

Com uma campanha invejável fora de casa, Gilmar conseguiu colocar mais uma vez o VEC em destaque no Gauchão. Ao lado do São Luiz, ostenta o melhor ataque, com 20 gols. Porém, há quem diga que o fôlego do clube de Ijuí terminará antes da corrida. Já o Pentacolor não dá amostras de que vai parar por aqui. O planejamento é muito maior do que simplesmente classificar para uma segunda fase. E agindo desta maneira, o clube da Serra Gaúcha passa a ser o principal motivo de temor para os grandes do Estado. É como se ele estivesse no alto de um almoxarifado, apontando um rifle (com luneta e tudo) para o desfile presidencial, cheio de pompas. O Veranópolis é Lee Harwey Oswald, enquanto o Grêmio é John Kennedy. Entretido com a multidão e com sonhos maiores, o elenco gremista passeia distraído, achando que passará tranquilo por mais uma estrada da vida. Já o time de Gilmar está a postos, estudou cada movimento do seu alvo e também não se abaterá se errar o primeiro tiro.

Aliás, será um reencontro para ambos. Ainda pela 3ª rodada, as equipes se enfrentaram, tendo o jogo terminado em 1 a 1. Mas, sabemos todos, que aquela foi a vez em que o Grêmio mais se assutou. É verdade que em outras sete vezes nesta temporada o Tricolor saiu atrás no placar, mas com o VEC foi diferente. A vitória de 1 a 0 ia sendo emoldurada até a expulsão de Marcos Paraná. Fosse diferente, talvez a invencibilidade gremista tivesse ido para o espaço. E tudo isso porque o Veranópolis é o franco atirador deste Gauchão. Foi assim em outros tempos, em 2007, por exemplo, quando o Inter (recente Campeão do Mundo), tombou no estádio Antônio David Farina. E para piorar, o time da Serra não passará pelo fim do mundo se voltar para casa com uma derrota na bagagem. Agora, se vencer, estará nos Céus. Para o Grêmio, uma vitória será uma sobrevida. Se perder, a diretoria começará a se convencer que o futuro depende de outro comandante.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Abbondanzieri seria um Olé na torcida?

Foto: Arquivo www.bocajuniors.com.ar

Jornais argentinos estamparam a notícia de que o goleiro Pato Abbondanzieri, atualmente no Boca Juniors, estaria acertando com o Inter. Se for verdade, será ele o goleiro experiente que a diretoria colorada procurava para disputar a Libertadores da América. Falou-se em Renan, Diego Cavalieri e até mesmo Gomes. Mas o argentino está há anos-luz na frente dos concorrentes, quando o assunto é experiência. Com seus 38 anos, o arqueiro aparece com destaque na galeria do clube boquense. Somente lá, aonde atuou por dez anos, de 1996 a 2006, conquistou 6 Campeonatos Argentinos, 3 Libertadores, 2 Mundiais, 2 Sul-Americanas e 1 Recopa. Já é mais que toda a história do Sport Club Internacional. Além disso, foi o camisa 1 de sua Seleção na Copa do Mundo de 2006.

O grande porém é que Pato já não é mais um menino. Muito pelo contrário, desde que deixou o Boca Jrs., se transferindo para o Getafe, da Espanha, não repetiu as boas atuações que o consagraram. E isso já faz quatro anos. Ele retornou a Buenos Aires para reencontrar sua grande passagem com a camisa "boquense", porém o clube vive outra situação. Fora da maior competição continental, o clube vive ainda uma má fase que atinge, inclusive, o campeonato nacional, onde figura apenas no 10º lugar. E, apesar disso tudo, Abbondanzieri não é titular. Javier Garcia, de apenas 22 anos, se adonou da camisa 1. Dizem, seria birra do novo treinador Abel Alves, que tirou do time o também ídolo Ibarra, lateral-direito. Por essas e outras, em janeiro, também se cogitou uma possível vinda de Ibarra para Porto Alegre - só que para o lado azul. E aí é que mora o perigo.

A publicação do jornal argentino Olé desta segunda para terça-feira, apenas repete o que se faz comum há muito tempo por aqui. No ano passado, periódicos argentinos também davam o atacante Ricardo Noir, revelação do Boca, como a nova contratação do Inter. Também colocaram Riquelme e Verón no Corinthians, publicaram o retorno de DAlessandro ao River Plate e tantas outras notícias que nunca vieram a acontecer. Aliás, nesta própria manchete sobre Pato no Inter, Martin Palermo, um dos maiores goleadores da história boquense e titularíssimo há anos, também poderia desembarcar no Beira-Rio. É quase um ultraje à inteligência. Portanto, se as negociações estão acontecendo, vamos acompanhando. Mas nada de empolgação. Até porque, basta avaliar o nome do jornal portenho: Olé. Bom, em touradas, quando o animal leva o "drible" do toureador, é este grito que se escuta do público. Esperamos que ele não se repita com a torcida colorada.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Na cova das lesões

Foto: Divulgação Grêmio

O Grêmio que vem sofrendo para bater seus adversários, que tem saído perdendo em todos os jogos, mas que sempre vira no segundo tempo, parece ter encontrado um inimigo mais forte. E não é o Internacional. Estou me referindo a um adversário com potencial para tirar o pentacampeonato da Copa do Brasil das mãos do Tricolor.

Certamente não seria o Araguaia, do Mato Grosso, o responsável pela eliminação gremista em 2010. Tampouco será o Votoraty ou o Treze-PB. Ou, então, outro clube como o Palmeiras de Diego Sozua, o Vasco de Dodô ou Santos de Robinho. Nada atrapalha mais a vida dos gremistas do que as lesões. Já são dois jogadores tombados por problemas nos ligamentos do joelho. Souza e Lúcio estão fora do Gauchão e da Copa do Brasil. E assim, aos poucos, aquele time favorito ao título, com um elenco considerável, começa a ruir. Basta aliar a fragilidade da defesa a estas lesões, que olhamos com desconfiança para os comandados de Silas.

No caso do meio-campista Souza, até mesmo a cirurgia já foi feita com êxito. E até mesmo a reposição de peça também. Antes mesmo do jogador sofrer a lesão, a diretoria trouxe Douglas dos Emirados Árabes. É bem verdade que a intenção era formar uma dupla de armadores com ambos, mas Souza levou a pior. E mesmo que o novo camisa 10 seja suspenso e fique de fora, ainda existem Mithyuê, Maylson e Hugo, que podem fazer aquela função. E, no Brasileirão, Souza estará de volta para, enfim, formar um meio-campo de respeito.

Agora, a situação da lateral-esquerda é crítica. Além de Lúcio, o Grêmio conta com Fábio Santos e Bruno Collaço. O primeiro, embora tenha marcado o gol da vitória contra o São José na tarde de sábado, nunca caiu no gosto da torcida. Já o segundo nunca fez uma atuação de encher os olhos. É pragmático, sobe pouco à linha de fundo e deve ser mais testado. No entanto, pior que a falta de laterais é o quadro do próprio Lúcio. O jogador ficará seis meses longe dos gramados, voltando somente em agosto - nada anormal para o tipo de lesão que ele teve. Porém, o contrato dele com o clube gaúcho se encerra no dia 30 de junho. Ou seja, Lúcio pode estar se despedindo do estádio Olímpico em breve.

Por essas e outras, o Grêmio deve ficar em estado de alerta. Já são dois soldados fora. Pelo que parece, realmente, as lesões serão o grande obstáculo para o Imortal Tricolor nesta primeira temporada.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Morumbi é aqui

Foto: Arquivo São Paulo F.C.

O acerto com o zagueiro Rodrigo, do Dínamo de Kiev, escancarou a intenção do Grêmio nesta temporada. Definitivamente, o Tricolor Gaúcho quer ser o Tricolor Paulista. O São Paulo é o modelo a ser seguido, no estádio Olímpico. Digo isso porque este atleta contratado também já vestiu a camisa do clube paulistano. Com ela, inclusive, foi campeão brasileiro em 2008. Aliás, Rodrigo será o sexto jogador do atual elenco gremista que já passou pelo São Paulo e lá colocou faixa no peito. Da mesma maneira, os meias Souza e Hugo, os atacantes Leandro e Borges, e o lateral-esquerdo Fábio Santos, já trilharam o mesmo caminho.

E o Grêmio está errado em querer ser o São Paulo? Claro que não! Que outro clube no Brasil ganhou mais que o São Paulo Futebol Clube? Embora os colorados borbulhem de raiva, é do clube paulista as maiores conquistas: Tricampeão Mundial, Tricampeão da Libertadores, Hexacampeão Brasileiro e outras tantas taças. Ainda, tem um complexo esportivo de dar inveja, com academias, centro de treinamento e museu. Não bastando, desde que o milênio virou a página, não para de empilhar títulos. Para se ter noção, 2009 foi um dos poucos anos em que o clube passou em branco. Por essas e outras, como recriminar o fato do Grêmio querer ser o São Paulo?

Bom, parte deste desejo, talvez tenha sido instigado ainda mais com a passagem de Paulo Autuori pelo Olímpico. Aliás, ele próprio desembarcou por aqui com o cartaz de ser o "treinador que deu o terceiro título mundial ao São Paulo". Quando chegou, deu de cara com Fábio Santos e Souza - jogadores que atuaram com ele no Morumbi e, pasmem, foram reservas. E, quando Autuori foi embora, saiu dizendo que faltavam jogadores "vencedores" no Grêmio. Este foi o estopim para que a direção fosse ao mercado, atrás de ex-são-paulinos. De balaio, desceram em Porto Alegre Hugo, Leandro e Borges - e agora Rodrigo é a mais nova contratação.

Mas o que alguns desconhecem (ou esquecem), é que o próprio comandante, Silas, também já teve o seu pé fincado no bairro Morumbi. Aliás, me corrigindo, foi lá que ele moldou o seu pé. É prata da casa. Com a camisa do Tricolor Paulista, Silas levantou o caneco do Brasileirão de 1986. Claro, não foi por isso que ele foi contratado pelo Grêmio. A campanha pelo Avaí é que chamou a atenção. Mas, não podemos esquecer este fato. Um filho do São Paulo comanda a esquadra são-paulina - que agora veste azul celeste.

Porém, como diz o hino rio-grandense, "não basta para ser livre, ser forte, aguerrido e bravo". Para ser campeão como o São Paulo, antes de contratar seus jogadores, o Grêmio precisa se estruturar por dentro. Senão, é como casa sem alicerce: no primeiro vendaval, desmorona.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Missão comprida

Foto: Divulgação Grêmio F.B.P.A.

A vitória de ontem, sobre o Araguaia, em Rondonópolis, cumpre com a missão pré-estabelecida pelo Grêmio. A eliminação do segundo jogo, em Porto Alegre, dá ao Tricolor uma certa folga no calendário. Porém, não se pode jogar fogos de artifício ao vencer a equipe mato-grossense por 3 a 1. Há de se ter a real noção de que a missão não está cumprida, mas é comprida. E aí há muita diferença do que uma mera vogal.

Em 2000, por exemplo, neste mesmo estádio (Luthero Lopes, em Rondonópolis), o Grêmio conseguiu uma classificação de primeira. Já na partida inicial, o Tricolor de Ronaldinho venceu por 4 a 0 o União Rondonópolis - aquele mesmo time que venceu o Inter na Copa do Brasil do ano passado. Ou seja, uma das únicas vezes que o time passou pelo adversário sem necessidade do jogo de volta, não foi longe. Aliás, caiu justamente na fase seguinte, diante da Portuguesa.

Agora, se sabe, o Grêmio é uma das equipes que mais venceu este torneio (com quatro taças, ao lado do Cruzeiro). Por isso, deve se levar em consideração as outras atuações do clube. Já na primeira edição da Copa do Brasil, em 1989, o Grêmio estreou contra o Ibiraçu, do Espírito Santo.
Fora de casa, vitória magra de 1 a 0, terminando com goleada de 6 a 0 em Porto Alegre. Já em 1994, ano da segunda conquista, o adversário da estreia foi o Criciúma. Em Santa Catarina, empate em 2 a 2; enquanto no Rio Grande do Sul veio uma vitória de 2 a 1. No ano do tri, em 1997, o Grêmio venceu o Fortaleza, no estádio Castelão, no Ceará, obtendo nova vitória no estádio Olímpico (desta vez por 3 a 1). Agora em 2001, veio a maior surpresa de todas. Na estreia contra o Vila Nova, o Grêmio de Tite foi derrotado por 3 a 2, sofrendo muitas críticas na época. No jogo de volta, um chocolate de 4 a 1 e a classificação para a fase seguinte.

Isso comprova que, para ser campeão da Copa do Brasil, o time não necessariamente precisa passar pela primeira fase de cara. Aliás, os grandes times são construídos no decorrer do certame. Mas, ensinar o Grêmio a vencer este torneio é como chover no molhado. Resta saber se a atual
diretoria conhece a fórmula.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Torcida coruja


Foto: Diogo Filippon (www.esportebr.com)

A estreia do Grêmio na Copa do Brasil esteve muito próximo de acontecer na madrugada desta quarta para quinta-feira. Marcado incialmente para as 19h30min, o horário do jogo contra o Araguaia foi modificado mais de uma vez. Chegou a ser marcado para as 23h50min. Um absurdo! Disseram que foi um pedido do clube mato-grossense. Sabe-se lá. Graças ao bom senso, a CBF voltou à sanidade e remarcou o jogo para as 19h30min. Um alívio para os tricolores, que já inventavam as desculpas que seriam dadas no dia seguinte, para explicar o atraso no trabalho.


Porém, se os gremistas estão tranquilos e serenos, sentados em seus sofás, os colorados estão impacientes. Aquele torcedor que quiser conhecer o adversário da estreia do Inter na Libertadores, terá de adentrar a madrugada na frente da televisão. Em um jogo marcado para as 0h10min, Newell's Old Boys e Emelec decidem quem passa para a fase quente da competição continental. Um horário totalmente fora do comum para um jogo importante para as pretensões coloradas. E digo isso pois basta um pouco de bom senso para entender a sinuca em que o Internacional está metido. Quem você prefere que passe adiante? É um dilema!


Se você gosta de dormir cedo, deve torcer para os argentinos. O jogo desta noite nem está em um horário tão absurdo. Na realidade, no fuso horário de Guayaquil (local do jogo), a partida acontecerá às 21h10min. Isso porque a cidade equatoriana tem três horas a menos que Brasília. Sendo assim, classificado o Emelec, o torcedor colorado, muito possivelmente, terá de ficar acordado até mais tarde no dia 14 de abril - data em que o Inter enfrentará o vencedor deste confronto longe de casa. Porém, não precisa ser um grande conhecedor de futebol para chegar à conclusão que enfrentar um clube argentino é muito pior. Portanto, classificado o Newell's Old Boys, o Inter terá uma pedreira enorme pela frente no grupo 5. Vale lembrar que, em 2007, o Colorado enfrentou o Vélez Sarsfield na Argentina e levou 3 a 0 na cola.


Afinal de contas, o que é melhor: enfrentar o Emelec de madrugada ou o caldeirão dos argentinos? Uma certeza eu tenho desde já. Sem nem estrear na Libertadores da América, os colorados já estarão enfrentando problemas na hora de dormir.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Tragam o Clemer de volta

Foto: Diogo Filippon (http://www.esportebr.com/)

Ouvi dizer que o Inter não está mais satisfeito com o Lauro. Mesmo que Fernando Carvalho e Jorge Fossati digam que apostam e confiam no goleiro, estão apavorados atrás de um novo "Camisa 1". A última falha de Lauro, diante do Avenida, foi grosseira. Um chute forte no meio do gol e o frango apareceu. Os dirigentes vermelhos, acostumados a aparecer na TV tendo seus jogadores elogiados e convocados para a Seleção Brasileira, se envergonharam com o grande peru engolido pelo arqueiro. Como um time que quer ser bicampeão da América e do Mundo não tem um goleiro à altura?

Para os desavisados, em 2006 o Inter não tinha uma assumidade em baixo dos paus. No ano mais glorioso da história colorada, o goleiro do Inter estava longe de ser uma unanimidade. Clemer havia desembarcado em Porto Alegre ainda em 2002 e nunca deixou de ser o homem de confiança da direção. Foram inúmeros os treinadores que passaram e nenhum ousou colocar Clemer no banco de reservas. E não faltaram argumentos. Que outro goleiro do Brasil conseguiu chutar a bola nas costas de um companheiro de time e, ainda por cima, levar um gol. Foi assim com Inter e Goiás, no Brasileirão de 2002. Neste mesmo período, o zagueiro Wilsão recuou a bola para o goleiro, que acabou levando um gol antológico. E as falhas se repetiam, contra oPalmeiras, no Brasileirão de 2004; contra o Boca Juniors, na Copa Sul-Americana em 2005; e tantas outras. Até mesmo na final da Libertadores, o segundo gol do São Paulo no Beira-Rio foi oriundo de uma falha do goleiro Clemer. E alguém ousou tirar dele a titularidade? Antes do Mundial Interclubes, por exemplo, o jovem Renan assumiu a camisa 1 durante o Brasileirão e ficou centenas de minutos sem levar um gol, quebrando o recorde que era de Taffarel. Nem por isso conseguiu virar titular. É bem verdade que Clemer brilhou contra o Barcelona, sendo um dos heróis da conquista colorada. Porém, até chegar lá, foi contestadíssimo pela torcida.

Clemer passou a ser ídolo depois. Depois de erguer taças e mais taças, marcar gol de pênalti contra o Juventude e fazer embaixadinhas no Gre-Nal dos 4 a 1, Clemer virou unanimidade. Mas não se esqueça das falhas de Clemer. Nem por isso ele deixou de ser um campeão. E por que Lauro não pode seguir estes passos? Por que o Inter estaria atrás de outro guarda-redes? Quem já sobreviveu com Clemer, pode tranquilamente viver com Lauro embaixo das traves.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Lembranças de um ataque destruidor

Foto: Fernando Gomes (ClicRBS)

Quando se fala em ataque matador, quer se referir ao setor ofensivo de uma equipe de futebol que faz muitos gols. E assim podemos nos referir à dupla de ataque gremista. Apenas neste Gauchão, o Grêmio marcou 15 gols. Na frente dele, Inter, São José, São Luiz e Veranópolis marcaram 17 gols. Porém, nenhum outro ataque é mais goleador do que o tricolor. Dos 15 tentos marcados até agora 12 sairam dos pés de Borges e Jonas. O primeiro tem 7, enquanto o outro 5. Realmente é um ataque destruidor.


Neste domingo, por exemplo, diante do Universidade, a estreia era do meio-campista Douglas. Mas quem chamou a atenção foi outro jogador. Borges balançou as redes três vezes na goleada de 5 a 1. E coube a Jonas, de peito, marcar um dos gols também. Aliás, neste Gauchão, a dupla só passou em branco no Gre-Nal. Pelotas, Caxias, Veranópolis, Santa Cruz e São Luiz já sofreram nas mãos da dupla. Há quem diga que contra os pequenos eles brilham, e que falta mostrar o poderío frente a times maiores. Pois bem, nesta segunda-feira o Grêmio inicia sua caminhada rumo a mais uma conquista nacional. A delegação embarcou para o Mato Grosso, onde na próxima quarta-feira enfrentará o Araguaia. Aliás, se vencer o torneio, será o pentacampeonato do Grêmio na Copa do Brasil. Agora, falar em dupla de atacantes no estádio Olímpico é praticamente retornar ao ano de 1995.


Naquele período, dois jogadores foram trazidos com um névoa de questionamentos para Porto Alegre. Arílson de Paula Nunes, ou simplesmente Paulo Nunes, veio do Flamengo quase fugido. Franzino, assumiu a titularidade na equipe comandada por Felipão. Como companheiro, teve Mário Jardel Almeida Ribeiro. O inesquecível Jardel, com a camisa 16 às costas, nem parecia o mesmo centroavante preterido pelo Vasco da Gama. Pois, quis o destino que ambos brilhassem com a camisa gremista, em uma Libertadores da América.


Agora, aos poucos, Jonas e Borges chamam a atenção da torcida tricolor. Aliás, Jonas já vem de uma excelente campanha no Brasileirão do ano passado, quando, por conta de uma lesão, não permaneceu na briga pela artilharia do certame. Revelado pelo Guarani, de Campinas, o atacante
passou ainda pelo Santos até, finalmente, vestir o manto azul. De cara, não agradou. Tanto é que em 2008 chegou a ser emprestado à Portuguesa. Mas o bom filho à casa retorna. E Borges. Bom, este já provou seu potencial. Com a camisa do São Paulo, o centroavante conquistou os Campeonatos Brasileiros de 2007 e 2008. Será que nesta temporada eles brilharão com a camisa do Grêmio? Será que juntos causarão a felicidade do torcedor?


Durante três anos seguidos, o gremista se gabou por ter uma defesa sólida, mas envergonhava-se pelo ataque frágil. Pois agora, a história mudou de cara. Com Jonas e Borges, o torcedor pode sonhar alto. Tudo depende da zaga, que já não é mais a mesma. Mas a conta é fácil. Basta seguir
fazendo mais gols que o adversário. Tem sido assim neste início de temporada e será assim até o final do ano.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A volta dos que não foram


Este final de semana será a oportunidade de vislumbrar jogadores novos em formações novas na dupla Gre-Nal. Aliás, não chegam a ser jogadores novos, mas ganham novas chances. Velhos conhecidos do torcedor, que em períodos anteriores até não conseguiram agradar de primeira, entrarão em campo entre os onze melhores. Assim será o domingo para gremistas e colorados.

No Grêmio, chega de 3-5-2! O esquema derrotista de Celso Roth parece ter voltado neste 2010. Por isso, Silas deve promover o 4-4-2. Assim, finalmente, Mário Fernandes vira zagueiro de ofício. E Maurício, por sua vez, deve sentar no banco de reservas um pouco. No meio, a estreia da rodada. Douglas, liberado pela CBF, vestirá a camisa 10 e será o maestro da equipe tricolor (pelo menos assim se espera). Desta maneira, o comandante do Grêmio deve armar o time com três volantes, escalando Adílson, Ferdinando e Maylson. Sim, de uma vez por todas, Maylson deve ser a novidade na equipe gremista. Ele que atirou a bola na trave do Inter, no último minuto do Gre-Nal, iniciará a partida contra o Universidade, no próximo domingo, entre os titulares. Isso é quase uma certeza.


Assim como é certeza que Bruno Silva será o dono da camisa 2 pelo Colorado. Isso porque Nei, que vinha atuando como ala-direito, recebeu o terceiro cartão amarelo e desfalcará o time de Jorge Fossati. Portanto, será a chance do lateral uruguaio, trazido com pompas do Ajax, provar que é tudo isso que os colorados imaginaram. Sim, pois lá no início da pré-temporada, ainda em Bento Gonçalves, era Bruno quem treinava entre os titulares. Acabou perdendo espaço aos poucos, e agora terá a chance de entrar na briga pela vaga. Aliás, contra o Avenida, neste domingo, retornam os titulares do Inter. Chega de time A, B, C. Entrarão os 11 melhores de Fossati - que não necessariamente são os melhores para o torcedor. E, entre eles, estará Danilo Silva. Pelo menos foi o que deixou explícito o técnico castelhano. Quando todos esperavam a vez de Sorondo, Fossati pronunciou que o reserva imediato de Fabiano Eller era Danilo. E assim deve ser.


Portanto, mudam nomes e esquemas, mas o objetivo segue o mesmo. Vencer e aquecer as baterias - o Inter para a estreia na Libertadores, dia 23, e o Grêmio pela Copa do Brasil, no dia 10, contra o Araguaia.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Mais sorte que juízo

Foto: Divulgação Gremio.net
A 6ª rodada do Campeonato Gaúcho era para ter sido diferente. Deveria ter acrescentado alguma coisa à vida dos gremistas. Mas seguiu tudo igual. Os mesmos temores e as mesmas críticas. Alguns resolveram colocar a culpa no calor de 40°C que se sentia no estádio Olímpico. Outros disseram que Silas merece um pouco mais de crédito, afinal de contas é início de temporada. A verdade é que já não há mais tempo para testes. Foram seis jogos e nada mudou. Em todos, o Grêmio saiu perdendo. Aliás, o grande trunfo da equipe em 2009 era o poderío dentro de casa. Agora, nem isso se tem mais. Já foram dois empates em pleno Gauchão - um contra Veranópolis e agora com o São Luiz. Mas, ainda há quem ressalte que a invencibilidade ainda está intacta.
Para analisar a fraqueza da campanha gremista, basta transportar a equipe da chave 1 para a chave 2. Estivesse no grupo do Inter, o Grêmio ocuparia o 6º lugar - atrás de e São José, São Luiz, Veranópolis e Pelotas, além, é claro, do próprio Colorado. E, mesmo assim, curiosamente, os comandados de Silas são os únicos a estar classificados. Mas não por suas próprias forças. Se o Tricolor já carimbou o seu passaporte, deve agradecer ao Esportivo de Bento, que era o último time capaz de alcançá-lo na tabela. Mesmo tendo conquistado um ponto dos seis disputados nesta semana, o Grêmio permanece intacto na liderança. Isso porque seus companheiros de grupo conseguem ser piores e passaram em branco na rodada.

Resta saber até quando a sorte vai andar longe do juízo. Sim, pois não há outra explicação para as coisas que vem acontecendo com o Grêmio. Com a sexta escalação diferente, Silas penou para arrancar um empate dentro de casa. Há quem acredite que assim, aos trancos e barrancos, possa se chegar lá. Mas o filme apenas é uma reprise do que se viu no ano passado - piorado, ainda por cima.

Contudo, a solução pode estar por vir. Nesta quinta, o nome do meio-campista Douglas, trazido dos Emirados Árabes, apareceu no BID da CBF. Ou seja, finalmente o jogador poderá estrear com a camisa tricolor. Porém, no momento em que Douglas entrar em campo, a última desculpa estará caída por terra. Chega de reclamar do horário dos jogos, da temperatura, da arbitragem ou dos desfalques. Afinal, o que vem acontecendo com o Grêmio envolve mais sorte do que juízo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Nova chance


Foto: Diogo Filippon (http://www.esportebr.com/)

Na teoria, o pior já passou para o Inter. O temor era que o time B, representado por garotos como Walter, não correspondesse à altura. E coubesse aos titulares a responsabilidade de recuperar os pontos perdidos - repetindo o que aconteceu em 2007. Mas, a gurizada foi bem e o time A pôde estrear com calma, goleando o Juventude, e vencendo o clássico Gre-Nal no último domingo. Portanto, podemos considerar como missão cumprida? Errado. Chegou a vez dos suplentes!


Em entrevista coletiva concedida ontem, Jorge Fossati declarou o Inter como "grupo fechado". Ou seja, ninguém entra e ninguém sai. Por isso, é a chance dos reservas entrarem em campo e mostrarem serviço. Alguns deram seus primeiros passos. Andrezinho, Bruno Silva e Edu, por exemplo, são jogadores que já foram observados pelo treinador uruguaio. Agora, Thiago Humberto e Wilson Mathias, agregados recentemente ao elenco colorado, terão a chance de exibir seu futebol em um jogo valendo. E, ainda por cima, sem uma pressão por vitória. Por essas e outras será uma grande oportunidade para os novos escalados.


Também há detalhes em especial. Sorondo (foto), por exemplo, atuará pela primeira vez como titular, desde a lesão de Fabiano Eller. O uruguaio larga na frente para ocupar a vaga deixada pelo campeão mundial. Danny Morais e Danilo Silva vem logo atrás, no cangote. Aliás, por isso mesmo, Bolívar foi relacionado, para testar uma alteração no trio defensivo - com a passagem do General para o lado esquerdo da zaga. No ataque, Edu, Damião e até mesmo Marquinhos, poderão desfrutar da oportunidade para desbancar o irregular Taison. Um gol pode fazer uma diferença enorme nesta disputa - veja o exemplo de Alecsandro, por exemplo.


Quem perde com isso é Eltinho e Kléber Pereira. Os dois foram contratados ainda na semana passada e ainda não tem condições legais de jogo. Assim como para o restante do elenco, era a chance de ouro para comprovar o acerto da direção nas suas contratações. Eltinho, por exemplo, terá de assistir o lateral-direito Nei fazer as vias de ala-esquerda. Isso porque Kleber não tem um reserva imediato, além de improvisações. Já o centroavante trazido do Santos, e visto com desconfiança por alguns torcedores, tinha a chance de provar que um matador deve fazer muito mais do que um mísero gol na vida. Seria o início da briga pela camisa 9. Mas, já é um bom começo. Esperemos.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O dia em que o Grêmio parou


Foto: Tatiana Lopes (ClicRBS)

A repercussão sobre o clássico Gre-Nal, disputado ainda no último domingo, se faz necessária ainda hoje. Isso porque mesmo que o árbitro Leandro Vuaden já tenha findado o confronto há um bocado de minuntos, as consequências seguem afetando o ar tanto de Grêmio quanto de Inter. Principalmente do lado azul. No Beira-Rio, a barca permanece o seu curso, com a baixa de Fabiano Eller, é verdade. Mas sem críticas ou observações mais ríspidas. Já no estádio Olímpico, o clima é totalmente adverso.


Não bastava ter perdido o primeiro clássico do ano, o Grêmio ainda viu seu melhor jogador dar adeus à temporada futebolística. Aliás, o mesmo lance em que Souza se lesionou, serviu também para decretar a própria derrota tricolor. Quando o meia deparou-se com a marcação de três defensores colorados, gingou para um lado e sua perna não obedeceu, não foram apenas os ligamentos do joelho que romperam, e sim toda a concentração da equipe. Tanto é que bastou o camisa 10 cair no gramado que a confusão estava feita. Conforme relata, tendo visto que Souza não tinha mais condições de jogo, o médico Felipe do Canto sinalizou ao técnico Silas que uma substituição seria necessária. Porém, assim como os milhares de gremistas que assistiam ao jogo, o treinador estava tomado pelas emoções da rivalidade e não percebeu a situação - ou, quem sabe, foi o subconsciente de Silas que não quis acreditar que em pleno Gre-Nal estava perdendo seu melhor atleta.


Dado o impasse, o Grêmio ficou com apenas 10 homens em campo. Aproveitando-se disso, o Inter marcou o gol da vitória. Portanto, bastou Souza deixar o gramado do estádio Colosso da Lagoa para que sua equipe levasse um choque. Depois, com as modificações efetuadas, o time melhorou e empurrou o Colorado para dentro de sua área. Mas era tarde demais. A lesão de Souza foi como veneno de naja na veia gremista - paralisou os músculos dos jogadores.

Acontece que justamente por causa deste rompimento dos ligamentos, Souza será submetido a uma cirurgia, e ficará seis meses longe dos campos de batalha. Ou seja, Gauchão e Copa do Brasil estão totalmente fora de cogitação. E agora? Hugo e Douglas brigarão pela camisa 10? Silas manterá o esquema 3-5-2? O que se espera é que os minutos em que o time do Grêmio ficou paralisado sem Souza no Gre-Nal, não se estendam a meses. Afinal de contas, o meia voltará a chutar uma bola muito possivelmente em agosto. Mas a vida prossegue para o restante dos jogadores.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Alecsandro: o novo Gabiru


Foto: Alexandre Lops (S.C. Internacional)

Estamos voltando de férias hoje - exatamente um dia após o Gre-Nal 379. Por isso, assisti ao clássico de ontem como um simples espectador. Claro, sempre sobram espaços para analises durante a partida, sejam elas críticas ou elogios. No entanto, ao estar do lado contrário do microfone, é possível perceber o real sentimento do torcedor. Isso porque assisti ao jogo em um bar, com telão na parede e cercado por torcedores tanto de Inter como de Grêmio. Todos com suas opiniões aflorando. E aí é que podemos fazer as análises mais interessantes. Pois, além de emitirmos a nossa opinião, temos o feedback no mesmo momento.


Pois o Gre-Nal de ontem serviu para mostrar que o Colorado segue superior ao seu rival. Mesmo que alguns sejam contrários, os quase 10 anos sem vitória gremista em Campeonatos Gaúchos não nos deixam outra opção. E eu apontei o Grêmio como o grande favorito ao título estadual deste ano. E sigo o fazendo. Acho que o clube se reforçou muito bem. Contudo, o treinador não sabe compor as peças no tabuleiro. Do contrário, o Internacional mostra uma evolução ao futebol apresentado em 2009. A zaga está mais compacta, os alas flutuam com liberdade e o meio combate e cria com facilidade. Porém, o ataque segue sofrível. Alecsandro, Taison e Edu não conquistam a torcida. E mesmo que tenha saído dos pés de um deles o gol da vitória de ontem, não se pode ignorar o fato de que o ataque é o setor que apresenta mais defeitos.



Mas, da minha experiência de ontem, sentado na mesa de um bar assistindo à partida, restou a percepção do que se pensa por aí. Enquanto os tricolores eram só lamentações pelas trapalhadas do técnico Silas, os vermelhos não se cansaram de vaiar Alecsandro. Ao contrário do que acredita o atacante e a diretoria colorada, não foram poucos os que pediram a substituição por Leandro Damião. Mas Fossati manteve o camisa 9 em campo, para desespero dos colorados. Pois justamente, quis o destino, que em um lançamento despretensioso, a bola escorresse no pescoço de Edu e caísse certeira no pé de Alecsandro. Foi dele o gol da vitória vermelha.



E, desta maneira, entre gritos de lamentação e euforia, uma observação me pegou do tímpano. Na mesa ao lado, um senhor falou: "O Alecsandro é o novo Gabiru. Vai ser dele o gol do bicampeonato mundial no fim do ano". Olha ao ponto que chegamos. O Inter está disposto a aturar Alecsandro, desde que ele esteja disposto a se passar por Gabiru, cruscificado e exaltado com a mesma intensidade.