segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Alecsandro: o novo Gabiru


Foto: Alexandre Lops (S.C. Internacional)

Estamos voltando de férias hoje - exatamente um dia após o Gre-Nal 379. Por isso, assisti ao clássico de ontem como um simples espectador. Claro, sempre sobram espaços para analises durante a partida, sejam elas críticas ou elogios. No entanto, ao estar do lado contrário do microfone, é possível perceber o real sentimento do torcedor. Isso porque assisti ao jogo em um bar, com telão na parede e cercado por torcedores tanto de Inter como de Grêmio. Todos com suas opiniões aflorando. E aí é que podemos fazer as análises mais interessantes. Pois, além de emitirmos a nossa opinião, temos o feedback no mesmo momento.


Pois o Gre-Nal de ontem serviu para mostrar que o Colorado segue superior ao seu rival. Mesmo que alguns sejam contrários, os quase 10 anos sem vitória gremista em Campeonatos Gaúchos não nos deixam outra opção. E eu apontei o Grêmio como o grande favorito ao título estadual deste ano. E sigo o fazendo. Acho que o clube se reforçou muito bem. Contudo, o treinador não sabe compor as peças no tabuleiro. Do contrário, o Internacional mostra uma evolução ao futebol apresentado em 2009. A zaga está mais compacta, os alas flutuam com liberdade e o meio combate e cria com facilidade. Porém, o ataque segue sofrível. Alecsandro, Taison e Edu não conquistam a torcida. E mesmo que tenha saído dos pés de um deles o gol da vitória de ontem, não se pode ignorar o fato de que o ataque é o setor que apresenta mais defeitos.



Mas, da minha experiência de ontem, sentado na mesa de um bar assistindo à partida, restou a percepção do que se pensa por aí. Enquanto os tricolores eram só lamentações pelas trapalhadas do técnico Silas, os vermelhos não se cansaram de vaiar Alecsandro. Ao contrário do que acredita o atacante e a diretoria colorada, não foram poucos os que pediram a substituição por Leandro Damião. Mas Fossati manteve o camisa 9 em campo, para desespero dos colorados. Pois justamente, quis o destino, que em um lançamento despretensioso, a bola escorresse no pescoço de Edu e caísse certeira no pé de Alecsandro. Foi dele o gol da vitória vermelha.



E, desta maneira, entre gritos de lamentação e euforia, uma observação me pegou do tímpano. Na mesa ao lado, um senhor falou: "O Alecsandro é o novo Gabiru. Vai ser dele o gol do bicampeonato mundial no fim do ano". Olha ao ponto que chegamos. O Inter está disposto a aturar Alecsandro, desde que ele esteja disposto a se passar por Gabiru, cruscificado e exaltado com a mesma intensidade.

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