sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Tente outra vez

Foto: Gremio.net

Quando o goleiro Victor chegou ao Grêmio, no início de 2008, foi visto com desconfiança. Aliás, toda aquela equipe era vista desta maneira. Com a saída do técnico Mano Menezes, que foi para o Corinthians, o torcedor azul ficou todo desconfiado. Para o seu lugar, foi contratado Vágner Mancini, que trazia no currículo o título da Copa do Brasil, de 2005, com o Paulista, de Jundiaí. E exatamente deste clube do interior paulista, Mancini apontou dois reforços para o Tricolor Porto-Alegrense. O zagueiro Réver e o goleiro Victor. Dias depois, o treinador seria demitido. Ficariam suas indicações.

Victor e Réver viveram o período de vacas magras no estádio Olímpico. E, mesmo assim, conseguiram colocar o Grêmio em patamares inimagináveis no início da temporada. Naquele mesmo ano, pelo Brasileirão, chegaram às últimas rodadas liderando a tabela de classificação. No final das contas, perderiam o título para o São Paulo, mas ficou a idolatria da torcida. No ano seguinte, classificados para a Libertadores da América, arrastaram o Tricolor até as semifinais da competição, quando cairam diante do Cruzeiro. Alguns, mais antigos - como Tcheco, por exemplo -, foram rotulados por fracassados, sem títulos. Victor e Réver sairam ilesos. O goleiro chegou a ir à Seleção, fazendo parte do grupo campeão da Copa das Confederações. Desde Danrlei, o torcedor gremista não idolatra um arqueiro. E, veja, isso está no sangue da massa azul. Desde os primórdios, a torcida exalta arqueiros. Tanto é que apenas o Grêmio tem um hino que cita um ex-jogador de futebol. Justamente um goleiro, chamado Eurico Lara.

Porém, Victor, apesar do reconhecimento, nunca ganhou nada no Grêmio. Foi só ele pisar no Olímpico para que as taças parassem de repousar nos armários do clube. A culpa é dele? Claro que não! Foi mera coincidência, puro azar. Tanto é que o rótulo de perdedor jamais atingiu o arqueiro. Pois neste domingo, Victor poderá se redimir com o torcedor gremista. Quando adentrar o campo, para enfrentar o Novo Hamburgo, pela final do primeiro turno, o arqueiro terá a chance de conquistar sua primeira medalha de ouro como atleta tricolor. E, melhor ainda, será dele a responsabilidade de erguer a Taça Fernando Carvalho. Sim, pois dos antigos ídolos, todos foram embora. Tcheco, Réver e até mesmo Souza não vestirão a camisa azul, preta e branca tão cedo. Apenas o goleiro está lá, agora como capitão. Um imortal entre os reles mortais.

Portanto, neste domingo, se Chicão não repetir o chutaço que deu contra o Inter, se Rodrigo Mendes não quiser vingar sua excomunhão do Olímpico, e se Gustavo e Michel não decidirem mostrar seus coloradismos, finalmente, o Grêmio poderá ser campeão de novo. E pelas mãos de Victor ainda por cima.

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