terça-feira, 4 de maio de 2010

Torre de Babel

Foto: Site do Inter

No início do ano, ainda na pré-temporada realizada em Bento Gonçalves, se chamava a atenção para a nova língua que invadia o terreno colorado. Com a chegada do treinador uruguaio Jorge Fossati, mais os auxiliares conterrâneos, os treinamentos do Inter te transportavam para Montevidéu, Buenos Aires, enfim. Era um ar diferente. A eles, se acrescentavam os argentinos D'Alessandro e Guiñazu, e os uruguaios Sorondo e Bruno Silva. Todos diziam não haver problemas na comunicação. Até porque, grande parte do elenco já havia rodado por países de língua espanhola, como Wilson Mathias, vindo do México, e Edu e Fabiano Eller da Espanha. Para alguns, a língua ainda seria um acréscimo, considerando que o clube disputaria uma Libertadores da América.

Pois agora, depois de ver o rival campeão gaúcho e capengar no certame continental, as informações da grande mídia dão conta de que o problema do Inter é a comunicação. A queda de rendimento no segundo tempo das partidas (e outras "cositas más") foram atribuídas às falhas no entendimento dos jogadores com o preparador físico Alejandro Valenzuela. O próprio Valenzuela - um dos homens de confiança de Fossati - tratou de pôr panos quentes na conversa. Desmentiu esse possível ruído na comunicação.

Na verdade, este é apenas um dos problemas do Colorado. Acontece que, aos poucos, diretoria e torcedores se dão conta de que a contratação de um técnico estrangeiro não foi uma boa escolha. Desde que chegou ao Beira-Rio, Fossati só reclamou. Das entrevistas coletivas diariamente, do calendário, da torcida e das críticas em si. Por outro lado, os vermelhos também não estão tão contentes assim com o comandante. As mudanças no esquema tático, os treinos fechados, a insistência com alguns nomes, entre outras broncas. Agora, uma pergunta que fica no ar: e os jogadores? Será que eles estão satisfeitos com o trabalho do treinador? Se a resposta for não, Valenzuela nenhum pode impedir a queda de rendimento nos segundos tempos. É a verdadeira Torre de Babel instalada no Beira-Rio. Ninguém fala a mesma língua.

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