sexta-feira, 30 de julho de 2010

Lado a lado com a Seleção

Victor e Chiquinho vão trabalhar juntos com Mano MenezesO goleiro Victor tomou uma decisão muito correta há alguns meses. Foi meio sem querer, mas sem dúvidas uma escolha perfeita para a sua carreira profissional. Ao negar propostas do Exterior e permanecer no Grêmio, o arqueiro acertou em cheio. Isso por que, a partir de hoje, o preparador de goleiros do Grêmio é o mesmo da Seleção Brasileira: Francisco Cersósimo - mais conhecido por Chiquinho (foto). Ele foi o escolhido por Mano Menezes para compor a comissão técnica do Brasil. Sendo assim, ao treinar no estádio Olímpico, Victor estará mostrando trabalho à Seleção.

Todo aquele papo de que para vestir a camisa amarelinha era melhor que o jogador estivesse na Europa, escorreu pelo ralo. Nenhum lugar no mundo é mais privilegiado do que o estádio tricolor para um guarda-metas brasileiro! Não há mais espaço para aquele discurso de abatimento após a ausência na Copa da África. Victor vive outro momento! É um dos três arqueiros chamados para renovar a Seleção (e, convenhamos, o mais talentoso deles todos). O próprio Chiquinho, em entrevista concedida nesta sexta-feira, considerou que ele tem condições reais de superar Júlio César na briga pela camisa 1.

Porém, para isso, Victor terá que provar que está em um novo momento. As últimas falhas devem ser todas apagadas da mente. E, uma enorme oportunidade de representar esta nova fase é neste domingo. Justamente ele, que não teve muito sucesso em Grenais, terá de mostrar que é capaz neste final de semana. Aliás, para quem não lembra, a última vez que Victor disputou um clássico contra o Inter foi superado por 1 a 0, gol de Giuliano. E, naquela vez, os colorados entraram com uma equipe reserva - assim como farão neste domingo. Portanto, ótima chance de Victor apagar o passado.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Iluminando o caminho



Mais uma vez Giuliano foi o salvador da pátria colorada. Apesar da pouca idade, 20 anos, o meia foi decisivo mais uma vez, como já havia feito contra Deportivo Quito e Estudiantes. Aliás, o gol chegou em um momento drástico da partida, onde a ansiedade já começava a se materializar nas arquibancadas do Beira-Rio. O Inter simplesmente foi esmagadoramente melhor. Empurrou o São Paulo para a defesa, sufocou o arqueiro Rogério Ceni do início ao fim e superou-o com um retoque de coincidência para o torcedor gaúcho.

Quando Giuliano recebeu o toque de D'Alessandro, girou sobre o marcador e chutou para o fundo das redes são-paulinas, logo me veio em mente aquele 9 de agosto de 2006. Não é demagogia! Faça o mesmo exercício que eu fiz. Naquela oprtunidade, Inter e São Paulo duelavam pelo primeiro jogo da final da Libertadores. O palco era o estádio Morumbi. Sóbis se livrou da marcação, avistou Rogério Ceni e chutou no canto direito do goleiro. A bola triscou a trave e escorreu por suas costas. Exatamente como fez Giuliano nesta noite de quarta-feira! E para meu espanto, na parte de trás de ambas as camisas, o número 11 estava estampado.

No entanto, um detalhe diferencia os dois lances (além do placar). Quando Rafael Sóbis venceu Ceni, levantou um dedo para o alto - como fazia Ronaldo Fenômeno. Já no gol de 2010, o autor estendeu os dois braços para o alto e levantou um dedo de cada mão aos céus - como fazia Kaká. Para os desavisados, é sinal de que Giuliano é crente em Deus. E na verdade até é. Porém, os mais atentos dizem que ao esticar dois dedos, ao invés de um, Giuliano anuncia que o bi da América está perto.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Os diferentes sabores de uma convocação

Sandro vê um futuro possível na Seleção BrasileiraA primeira convocação de Mano Menezes, como treinador da Seleção Brasileira, trouxe diferentes sentimentos a dois jogadores da dupla Gre-Nal. Ambos já tiveram seus nomes divulgados em outros chamados - feitos pelo então técnico Dunga. Ambos ficaram de fora da lista dos 23 que representaram o Brasil na Copa do Mundo da África do Sul. E, finalmente, ambos estavam presentes nos planos de Mano nesta segunda-feira: Victor, do Grêmio, e Sandro, do Inter. Porém, como os ambientes de Beira-Rio e Olímpico são totalmente opostos, o prazer de vestir a camisa "amarelinha" será sentido de maneira desigual por estes atletas.

No Colorado tudo era sorriso nesta tarde. A vitória sobre o Flamengo no domingo (a quarta consecutiva pelo Brasileirão) dá tranquilidade o bastante para que os jogadores possam gargalhar durante as atividades. Mais motivos ainda tem o volante Sandro, que teve seu nome emoldurado na história da CBF pela terceira vez. Com apenas 20 anos, o atleta avista um futuro bem promissor, projetando inclusive Olimpíadas em 2012 e Copa em 2014. No entanto, pode ficar de fora já deste amistoso contra os Estados Unidos, caso o Inter supere o São Paulo e chegue à finalíssima da Libertadores da América. Mesmo assim, nada que desaponte o jovem talento das categorias de base vermelhas. Segundo ele, nada melhor que um título sul-americano para assegurar outras chamadas. Para Sandro a convocação foi a cereja do bolo.

No que diz respeito ao goleiro Victor, a convocação foi uma anestesia para o mau momento vivido no Tricolor. Pode-se dizer até que o arqueiro nem vive uma boa fase individual, tendo vista as últimas falhas (no empate com o Cruzeiro, por exemplo). A sequência de derrotas, a permanência na zona do rebaixamento e até mesmo as brigas de vestiário transformaram a vida de Victor e do Grêmio num inferno. Mas, para quem sofreu tanto por não ser lembrado pelo comandante nacional da última vez, este amistoso pode servir de alento na vida do camisa 1.

domingo, 25 de julho de 2010

O de cima sobre e o de baixo desce

Foto: Vipcomm

A rodada do Brasileirão neste domingo serviu para reafirmar a situação de Inter e Grêmio. O primeiro gozando de ótima fase, enquanto o segundo sofre as agruras de um péssimo momento. Resumindo a ópera, o Colorado (apesar do time misto) venceu o Flamengo dentro de casa por 1 a 0. Já o Tricolor viu três pontos escorrerem pelo ralo quando assistiram o Cruzeiro arrancar um 2 a 2 no placar nos instantes finais da partida.

Para o lado vermelho, um período de afirmação. Não poderia ser um momento melhor para adentrar em uma semifinal de Libertadores - pois antes de enfrentar o São Paulo, o time venceu os quatro jogos pelo Campeonato Nacional. Ou seja, tudo que está sendo feito deve ser mantido a partir de agora. Até por que, com relação às estreias de Rafael Sóbis e Renan, não se pode lançá-los à titularidade já na quarta-feira. Uma porque nem o goleiro, nem o atacante, mostraram estar 100% fisicamente; e outra porque aquele que ousar tirar Taison da equipe pode ser taxado de louco. Aliás, o golaço que decretou a vitória rubra neste domingo é uma prova viva disso tudo.

Do lado azul, houve mais uma demonstração de que a coisa está feia. Além de ter de superar as sequenciais lesões, o Grêmio teria de passar por cima de um forte adversário longe do Olímpico. Na base da raça, bem que o desenho ia trazendo um resultado positivo ao Tricolor. Porém, quando a vitória parecia certa, os mineiros igualaram tudo. A partir de então, abriram-se as portas do inferno. Jogadores trocando tapas no vestiário, ataque culpando a defesa e zagueiro xingando atacante (Jonas e Rodrigo, segundo os repórteres que estiveram em Sete Lagoas). Sendo assim, uma comprovação de que o time está sem rumo. Diretoria, comissão técnica e jogadores parecem não falar a mesma língua. Este é o quadro de um clube que continua na zona do rebaixamento por mais uma rodada. E assim, segue a velha gangorra gaúcha, pelo menos até o Gre-Nal do próximo final de semana.

sábado, 24 de julho de 2010

O Plano B pode ser melhor

Mano é exemplo para os jovens jogadoresMuricy negou o convite da CBF. E não é que pode ser melhor? Sim, pois Mano Menezes (foto) será o novo comandante da Seleção Brasileira. E além de ser gaúcho, sabe muito mais de futebol do que o primeiro. Mas será que podemos chamar Mano de plano B? Ora, só se nos referirmos aos títulos dele na Segundona do Brasileirão com Grêmio e Corinthians. Do contrário, ele é um dos mais capacitados para assumir o Brasil neste momento. Além do mais, Luis Antônio Venker de Menezes, 48 anos, é um exemplo vivo e ambulante para qualquer jovem atleta.

Não, ele nunca foi um grande jogador de futebol - ao contrário, jamais saiu do amadorismo. Porém a carreira como treinador de futebol foi iniciada nas categorias de base de Inter e Caxias. Aprendeu aos poucos, até assumir o Guarani de Venâncio Aires, aonde conquistou o título gaúcho de 2002 (naquele ano, o Colorado foi considerado o Supercampeão Estadual). Do Guarani, rumou para o Brasil de Pelotas, Iraty-PR e Caxias, mas foi no 15 de Novembro que alcançou destaque, quando levou o clube do interior à semifinal da Copa do Brasil. De lá, foi um passo para o Grêmio, onde provou maturidade. Devolveu o Tricolor à Série A do Brasileirão após a conhecida Batalha dos Aflitos, levantou dois trofeús estaduais e alcançou o vice da Libertadores da América com uma equipe desacreditada. Valorizado, rumou para o Corinthians, vencendo novamente a Série B, um Paulistão e Copa do
Brasil.

Mano provou ao país que nada é impossível para os competentes. Soube lidar com medalhões, como Ronaldo, e lançar garotos como Dentinho e Anderson. Por estas e outras, foi o escolhido para comandar o Brasil na missão mais difícil de todas: conquistar a Copa do Mundo dentro de casa. Agora, o que me espanta é que o centro do país e a CBF recorram novamente a um sul-riograndense. Há pouco tempo, Dunga era turrão demais. Aliás, as críticas sempre foram as mesmas com relação a treinadores gaúchos. No entanto, sempre que a bomba está prestes a explodir, chamam um gaudério velho para cortar os fios.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O RH da CBF não avaliou muito bem o currículo de Muricy

Hoje vamos abrir uma brecha na dupla Gre-Nal para conversar sobre o novo comandante da Seleção Brasileira. Até porque, terminada a Copa do Mundo, gremistas e colorados concordaram que era preciso renovar tudo. E para que os dois lados cheguem a uma mesma conclusão é porque a coisa é realmente verídica. Mas Muricy Ramalho pode dar uma nova cara ao Brasil? Ele já mostrou que é birrento e brigão como Dunga, mas também demonstrou outras capacidades - e o povo gaúcho pôde assistir isso bem de perto. Sendo do lado amigo ou contrário, Muricy mostrou que leva a sério o futebol. Não à toa, sua frase mais conhecida é: "Isso aqui é trabalho, fio!".

O currículo dele é de respeito. São dois títulos gaúchos com o Inter, dois pernambucanos com o Náutico, um paulista com o São Caetano e três nacionais com o São Paulo (e nesta lista, os colorados ainda colocam o "título simbólico" do Brasileirão de 2005). Só por isso ele saia em vantagem em relação aos seus "adversários" ao cargo - Mano Menezes era o que chegava mais próximo. Mas convenhamos, quem merece mais respaldo: um bicampeão da Série B ou tricampeão da Série A? Além do mais, a proposta da CBF, em rejuvenescer a Seleção, cabe muito bem no perfil do treinador. Foi ele quem lançou para o futebol Nilmar, Daniel Carvalho e Rafael Sóbis no Beira-Rio. No Morumbi, fez o mesmo com Hernanes e Breno. Portanto, podemos garantir que Ganso, Neymar, Anderson, Pato e tantas outras revelações nacionais estarão vestindo a camisa amarelinha muito em breve. Mas será que o setor de Recursos Humanos da CBF avaliou bem o currículo do treinador?

Todas as conquistas de Muricy foram construídas sob a tutela do esquema 3-5-2. Venceu assim no Inter, São Paulo e São Caetano - e agora, mais recentemente, alcançou a liderança do Brasileirão com o Fluminense desta maneira. Será que ele vai repetir o mesmo esquema tático com os selecionáveis? Se o fizer, não teremos o "futebol espetáculo" que tanto foi cobrado de Dunga na Copa da África. E há outro porém, talvez o mais importante de todos. Muricy Ramalho nunca conseguiu vencer um torneio mata-mata. Por estas e outras, recomendo que Ricardo Teixeira, presidente da CBF utilize a sua influência para pedir à FIFA: "Por favor, a Copa de 2014 tem que ser de pontos corridos!".

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Triatletas










Fotos: Sites dos clubes

Há uma piada clássica sobre o jogador perna-de-pau que o classifica como triatleta. Isso porque ele "corre, pedala e nada". Pois no jogo do Grêmio todos foram triatletas. Porém, nadaram literalmente. Em um campo totalmente encharcado, sem condições nenhuma da prática do futebol, o Tricolor ficou no empate em 1 a 1 com o Vasco dentro de casa. Ele precisava vencer de qualquer jeito para respirar fora da degola, mas afundou em meio ao gramado.

Porém, o Rio Grande do Sul tem a característica de viver sempre em uma gangorra constante. E, por isso mesmo, enquanto os azuis atolam na lama, os vermelhos ascendem no Brasileirão. O Inter foi ao interior de Minas Gerais e bateu, de virada, o Atlético-MG por 2 a 1. O grande destaque da partida, sem dúvidas, foi o centroavante Alecsandro, que marcou os gols colorados e se tornou o artilheiro do Campeonato Nacional. Contudo, a fama não pode recair somente sobre o camisa 9. A atuação dos comandados de Roth foi uma das melhores do ano. Pudera! Com um meio-campo formado por Guiñazu e Tinga, o Colorado jogou como se estivesse em uma prova de triatlo realmente.

Desta maneira, o treinador do Inter vai caindo nas graças da torcida, que conta os dias para enfrentar o São Paulo pela Libertadores. Já Silas veste a carapuça que já foi de Roth e escutará vaias até interromper a série de jogos sem vitória. Até quando ele aguenta? A torcida já não quer mais.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Silas torceu pela Espanha durante a Copa

Foto: Arquivo Sportv

O técnico do Grêmio deve ter comemorado quando Iker Casillas levantou a taça da Copa do Mundo. Eu não tenho dúvidas de que ele torceu pela Espanha durante a competição na África do Sul. Baseio minha tese no próprio time que ele comanda. Não porque o Tricolor está jogando um futebol vistoso como o da Fúria. Não, isso não! Muito pelo contrário! E é exatamente por aí que explico a observação.

Enquanto todos os treinadores empregados do Brasil utilizavam a intertemporada de junho e julho para aprimorar suas equipes, Silas estava sentado em frente à TV com um pote de pipocas. No Beira-Rio, por exemplo, o execrado Celso Roth fez os colorados suarem e ainda chegou a declarar que a Copa do Mundo, pra ele, era a Libertadores. Mas Silas preferiu disputar um torneio amistoso em Santa Catarina, onde os jogos aconteciam só pela noite. Durante a tarde, os olhos estavam voltados para a África.

Pois agora, que a Copa terminou, Silas percebeu que deu uma de cigarra: resolveu cantar, ao invés de trabalhar. Os times se arrumaram e o Grêmio desmoronou. Todas as boas impressões deixadas com o título gaúcho e a boa campanha na Copa do Brasil caíram por terra. Mário virou reserva, Edílson foi supervalorizado e Maylson esquecido. Então, quando se deu conta que perdeu tempo, Silas tentou voltar atrás. Fechou o treino desta terça para armar o time que enfrenta o Vasco amanhã. Vai, quem sabe, imaginar que Hugo pode ser Iniesta e Jonas, o David Villa. No entanto, ele esquece que a Espanha campeã mundial tinha como base o time do Barcelona, e não o Avaí. Por aí, a cabeça do comandante entra na guilhotina.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Do Céu ao Inferno no Aeroporto

Grêmio chegou às escondidas no AeroportoFoto: Valdir Friolin (ZH)

Dez posições e quatro pontos separam o Grêmio do Inter na tabela do Brasileirão. Menos de quatro horas separaram as equipes de se cruzarem pelo Aeroporto Salgado Filho nesta segunda-feira. E, um oceano separa os ânimos dos torcedores vermelhos dos azuis. É a velha gangorra da dupla aparecendo novamente!

Gremistas e colorados abriram a semana com humores distintos. No Beira-Rio, tudo era piada e riso, mesmo que a chuva despencasse desde as 9 da manhã. As duas vitórias consecutivas ditavam o ritmo dos sorrisos. Porém, bastou a notícia de que a janela de transferências foi antecipada para que fogos de artifício pipocassem em frente ao vestiário do Inter. Era uma correria total. Nomes sendo cortados da lista e outros sendo inseridos. Enfim, Rafael Sóbis, Tinga e Renan estavam autorizados a ingressar na delegação que embarcava rumo a Minas Gerais.

No Olímpico, um silêncio fúnebre. Os jogadores, todos, estavam nos céus. Não em uma paz celestial, mas sim pegando o voo de volta para Porto Alegre. As cabeças todas inchadas pela derrota contra o Prudente e com a zona do rebaixamento. Silas não disse uma só palavra - seu pescoço está enroscado em uma corda. Aliás, ninguém disse nada. Não quiseram papo com ninguém, saindo praticamente fugidos do local. À espera, uma dúzia de torcedores com uma faixa pedindo "atitude" ao grupo. Realmente, o Céu e o Inferno mudaram de cor no Aeroporto Salgado Filho.

domingo, 18 de julho de 2010

Vida de goleiro

Pato falhou no 2 a 1 diante do CearáFoto: Reprodução Globo.com

Entre outras atribuições, dizem que a profissão de goleiro é tão maldita que o lugar onde ele pisa não nasce grama. Pois Victor e Abbondanzieri (foto), donos das camisas 1 da dupla Gre-Nal, provaram deste veneno na rodada do final de semana do Brasileirão. Contra adversários nem tão expressivos, os clubes gaúchos passaram por algumas dificuldades - sentidas na pele pelos seus arqueiros. No entanto, algo os diferencia.

O momento colorado é especial. Sob o comando de Celso Roth, a equipe alcançou a segunda vitória consecutiva ao bater o Ceará, em casa, por 2 a 1. Mas o placar engana. O Inter foi amplamente superior e chegou ao segundo gol logo nos primeiros minutos da etapa complementar. Tudo se desenhava para mais uma goleada vermelha. Até que entrou em cena a figura de Abbondanzieri. Em uma jogada que não apresentava muitos riscos, o jogador cearense arriscou um chute do meio da rua. Pato abaixou-se para encaixar a "pelota" nos braços, mas ela resvalou na grama molhada e se atirou para o fundo das redes. Um frango clássico! Daqueles de colocar em vídeo no youtube. Contudo, a fase da equipe, como frisei, é especial, e novos três pontos vieram para o Beira-Rio.

Enquanto isso, em Presidente Prudente, o Grêmio enfrentava o seu xará paulista. E Victor, a Muralha Tricolor, foi responsável por mais um milagre. Era início do segundo tempo quando o árbitro assinalou penalidade de Rodrigo em um atacante adversário. A torcida já comemorava com antecedência o gol do time da casa. Mas o arqueiro e capitão voou no canto direito para frustrar os prudentinos. Poderia ser mais um capítulo feliz na carreira de Victor - isso se a fase de sua equipe não fosse horripilante. Antes mesmo de salvar a pele azul, o goleiro assistiu Douglas e Edílson abrirem uma barreira, fazendo com que uma falta lateral (até mesmo sem ângulo) se transformasse em gol. E depois ainda viria mais um. O bastante para decretar 2 a 0 no placar e um novo insucesso dos comandados de Silas, que agora figuram na zona do rebaixamento.

E assim termina o domingo dos arqueiros: enquanto os vermelhos vão dormir feliz com mais uma vitória, Pato irá dormir de cabeça quente; já Victor, com atuação de milagreiro, não evitou a infelicidade gremista.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A bola pune

Humberto podia jogar, Sóbis, Renan e Tinga não podemFoto: Arquivo

Muricy Ramalho foi o autor da frase: "a bola pune!". Ela era utilizada quando o time não aproveitava as chances de conclusão e, na sequênica, sofria um gol. Ou seja, uma adaptação do "quem não faz, leva". Pois este provérbio pode ser encaixado na situação atual do Inter. O clube que adentrou 2010 sonhando com o bi da América, tropeçou nas próprias pernas. E mesmo que esteja na semifinal da Libertadores, mostra cada vez mais que vem pecando em certos aspectos.

O maior exemplo de todos diz respeito às inscrições de Sóbis, Tinga e Renan na competição sul-americana. Segundo a Conmebol, a última chance dos clubes inscreverem atletas vai até 26 de agosto. No entanto, o trio foi trazido do Exterior e, por isso, serão liberados pela CBF somente a partir de agosto. Isso já demonstra a falha da direção colorada. Mas basta analisar o fato de que o Inter ainda busca reforçar e aprimorar o seu elenco para assinar o atestado de incoerência no planejamento deste ano. Ou você se recorda de algum jogador contratado em meio à campanha vitoriosa de 2006? Claro que não! Naquela oportunidade, o clube se preparou melhor para conquistar o continente. A demissão do treinador Jorge Fossati e de sua comissão técnica entra nesta conta também.

Agora, a mais nova demonstração de erro no planejamento anual está vinculada ao meia Thiago Humberto (foto). Contratado junto ao Barueri no ano passado, o meia foi inserido na lista dos 25 atletas que representariam o Inter rumo ao bicampeonato sul-americano. Contudo, o atleta foi emprestado ao Vitória. Está fora dos planos para o restante do ano! Assim como Kléber Pereira, Walter e alguns outros exemplos. Ao mesmo tempo, desembarcam no Beira-Rio jovens revelações do centro do país: o meia Oscar, ex-São Paulo, e o zagueiro Dalton, ex-Fluminense.

Sinceramente, torcedor, deixe o coração de lado e pense bem: o Inter está sendo coerente para alcançar o seu objetivo? Na minha opinião, não. Pode chegar lá (e torço para que isso aconteça), mas os erros foram tantos que pode ser tarde demais. Por isso, se acreditar em força divina, reze. Se for supersticioso, acredite nas coincidências apresentadas pelo vice Fernando Carvalho. Confie mais do que nunca no trabalho do técnico Celso Roth. Do contrário, os erros de planejamento não me permitem crer tanto assim. A não ser que os outros clubes estejam errando mais.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Debaixo do chapéu

Foto: Jefferson Bottega (Clicesportes)

A vida dos treinadores de futebol é realmente curiosa. Não lembro qual deles falou que tinham de "matar um leão por dia", mas, seja quem for, não mentiu. Pegue como exemplo os comandantes da dupla Gre-Nal: Celso Roth e Silas (foto). Um, até bem pouco tempo atrás, era chacoteado por ser um cavalo paraguaio; enquanto o outro era uma das grandes revelações do cenário brasileiro. Bastaram alguns meses (e uma Copa do Mundo) para que o discurso virasse ao contrário.

Primeiro, foi a vez do Grêmio entrar em campo. Depois de sair atrás do placar e arrancar um empate contra o Vitória através de um gol contra, viu o torcedor se transformar em vaias no estádio Olímpico. Pior para Silas, que já vinha tendo seu trabalho questionado depois de uma intertemporada com resultados ruins. É bem verdade que o desfavorecem as lesões e gripes que acometem o grupo de jogadores. Hoje mesmo, Fábio Santos, Douglas e Marcelo Grohe se transformaram em desfalques. Porém, o técnico não se ajuda. Ao priorizar alguns medalhões e antigos "servidores" (em detrimento da jovialidade), Silas faz com que o Tricolor afunde. Nem mesmo o título estadual ou a boa campanha na Copa do Brasil diminuem as críticas para com o seu trabalho. Há quem defenda que seus tempos de Porto Alegre estejam chegando ao fim, inclusive.

Na sequência, em Campinas, Roth estreou com o Inter, contra o Guarani. E não poderia ser diferente, para quem tem fama de iniciar muito bem seus serviços. A vitória de 3 a 0 deu a tranquilidade necessária para começar a pensar na Libertadores. Nada mau para um "retranqueiro"! Aliás, a eficiência da defesa colorada merece destaque. Desde que Celso desembarcou no Beira-Rio, o Inter não sofreu gols em nenhum dos jogos e amistosos que realizou. Seja pelas próprias qualidades ou deficiência dos adversários, cabe o elogio.

Mas até quando Silas e Roth vão viver nestes cenários? Em uma rivalidade classificada como "gangorra", seria natural que os quadros se invertessem daqui a um tempo. São as dificuldades por que passam estes homens. Alguns não aguentam e entregam o chapéu.

domingo, 11 de julho de 2010

Calcanhar daqueles

Mário desmente as críticas de Silas com bom futebolFoto: Ricardo Wolffenbüttel (Clicesportes)

"Mário Fernandes tem nome de ator de novela mexicana". Essa frase foi proferida pelo meu querido amigo Evandro Mattana ainda no ano passado, quando o atleta surgia no Gre-Nal dos 100 anos. Pois o grande problema é que Mário deveria ser um ator coadjuvante. No entanto, insiste em chamar para si os holofotes. Na noite deste sábado repetiu mais uma vez o seu "estrelismo". Em um amistoso contra o Juventude, em Caxias do Sul (o último da intertemporada tricolor), o jogador salvou o Grêmio de uma derrota ao marcar um golaço de calcanhar nos minutos finais de partida. O grande detalhe é que o jogo foi marcado para que o volante Lauro fizesse sua despedida dos gramados. Mas Mário é um figurante com aspiração a estrela "hollywoodiana".

Já havia sido assim no jogo contra o Nacional, em Rivera. Mesmo sem marcar gol, o jogador se transformou no centro das atenções ao ser abandonado no banco de reservas pelo treinador Silas. Segundo o comandante, Edílson ocuparia a vaga na lateral-direita, enquanto Ozeia formaria a dupla de zaga com Rodrigo. Por isso, não havia vagas no time titular. Mas Mário insiste em desmentir o mestre na frente de todos, e mais uma vez comprova que merece estar entre os onze melhores.

No Alfredo Jaconi, Mário atuou como lateral. Não tem problema, ele quer é jogar bola! Sondado por clubes europeus, o garoto diz que pretende ficar mais um tempo no estádio Olímpico - até para aprimorar algumas virtudes, como o cabeceio (criticado por Silas no final deste último jogo). Mário é um dos destaques deste Grêmio irregular de 2010. Não importa se como lateral ou zagueiro, merece sair jogando sempre. Agora, antes dos calcanhares, deve tomar cuidado com outra parte de seu corpo: os ombros. Estes sim, podem ser o "Calcanhar de Aquiles" da jovem revelação tricolor.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Goleiro Bruno é um exemplo

Foto: Divulgação (Polícia Civil)

De uma hora para outra, em plena Copa do Mundo, os noticiários esportivos viraram policiais. O possível envolvimento do goleiro Bruno, do Flamengo, em um assassinato, colocou um atleta com potencial enorme atrás das grades, chocou o mundo futebolístico e deixou a maior torcida do Brasil sem mais um ídolo. Aliás, o clube carioca parece ter imã para jogadores problemáticos. Antes de Bruno, Adriano e Vágner Love já haviam frequentado delegacias policiais - mas, é claro, o caso do arqueiro extrapola no quesito gravidade. E, para quem pensa que este fato não afeta os demais clubes do país, se engana. Os respingos alcançam até mesmo o Rio Grande do Sul. Com a suspensão do contrato de Bruno, o Flamengo entrou no mercado atrás de outro camisa 1. De pronto, virou os olhos para o Internacional - que hoje consta com três arqueiros de qualidade: Abbondanzieri, Renan e Lauro. Sendo assim, o último está sendo visado para defender a meta rubro-negra.

Aliás, o próprio Inter deve ficar atento a este tipo de situação em que se envolveu o Flamengo. Jogadores problemáticos veem frequentando o vestiário do Beira-Rio com frequência nos últimos anos. Quem não lembra do jovem meia Roger ou do clássico Didi "Facada"? O mais recente deles, inclusive, está de malas prontas. Walter acertou hoje a sua transferência para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Sinceramente, é um ótimo negócio para o clube gaúcho, que lucrará 3,5 milhões de euros com a venda do atacante e, ainda por cima, se livra de uma bomba-relógio prestes a explodir.

Com os altos salários do mundo do futebol e a falta de estrutura familiar dos esportistas atuais, problemas como estes se tornam mais frequentes. É incrível como alguns jogadores conseguem jogar suas carreiras no lixo! No caso Bruno, por exemplo, se fala que ele estava sendo sondado para vestir a camisa do Milan, da Itália - o que aumentaria suas chances de chegar à Seleção Brasileira em 2014. A vida de Walter não chegou à mesma dramacidade do goleiro, mas merece um cuidado, ou irá se perder pelo mau comportamento do atleta. Bruno, infelizmente, é um exemplo - mas que não deve ser seguido.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Greve de gols

D'Ale chegou a brigar com um zagueiro adversárioFoto: Alexandre Lops (Assessoria Inter)

Confesso, não assisti ao jogo-treino entre Internacional e Cerâmica, realizado na tarde desta quarta-feira, no estádio Beira-Rio. E acho que esta foi justamente a intenção da comissão técnica colorada: não ter espectadores. Digo isso pois o jogo foi marcado para o mesmo horário de Alemanha x Espanha, pelas semifinais da Copa do Mundo. E, convenhamos, quem troca um campeonato mundial por um simples treino de luxo? Enfim, esse não é o principal destaque. Infelizmente, o Colorado conseguiu passar em branco mais uma vez. O resultado contra o Cerâmica, de Gravataí, foi de 0 a 0.

Como disse, não vi o jogo, mas li algumas informações sobre ele. No site do Inter, por exemplo, a assessoria descreve que os jogadores titulares (utilizados no primeiro tempo) amassaram a equipe do interior do Estado. No segundo, foi a vez dos suplentes mostrarem serviço a Celso Roth. A grande novidade foi a estreia de Tinga, que atuou no lugar de Guiñazu, poupado. Porém, nada ofuscou a briga de D'Alessandro (foto) com um zagueiro adversário. Sim, o argentino quase foi às vias de fato, depois de ter sofrido uma entrada dura. Quem sabe o meia não está perdendo a paciência com a falta de gols? Ele deve estar cansando de armar jogadas para que o centroavante desperdice. Por isso, a discussão com o rival foi apenas um desconto de nervos. Não é perdoável, mas "entendível".

O Colorado realizou três amistosos nesta intertemporada. Empatou dois em 0 a 0 e o único vencido (contra Lajeadense, por 2 a 0) teve o reserva Leandro Damião como artilheiro. Nenhum dos onze badalados titularíssimos da equipe conseguiu chegar às redes inimigas. Uma façanha, considerando a fragilidade encontrada do outro lado do campo. Roth sabe que terá muito trabalho para aprimorar o setor ofensivo do Inter e se preocupa com isso. Na quarta que vem, seus comandados reestream pelo Brasileirão diante do Guarani, em Campinas. E, no final do mês - ou em pouco mais de vinte dias -, estará entrando em campo pela primeira partida das semifinais da Libertadores da América, contra o São Paulo. E isso, certamente, deve estar tirando o sono do treinador.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O estraga-prazeres

Foto: Frederico Tadeu (gremio.net)

O Grêmio foi superado pelo Avaí, por 3 a 2, na última rodada da "Copa da Hora" e encerrou o torneio como o grande "estraga-prazeres". Conseguiu desagradar a gregos e troianos. Uma façanha grandiosa e que pode estremecer ainda mais a relação de Silas, jogadores e torcida.

Os primeiros a se sentirem "prejudicados" foram os avaianos, que levavam o caneco até os 46 minutos, quando venciam por dois gols de diferença. No entanto, Roberson (que hoje, pasme, atuou como meia) tratou de diminuir o marcador e entregou de bandeja o título ao Vasco da Gama - pelo saldo de gols. E assim, os catarinenses que compareceram à Ressacada saíram xingando os gremistas e, principalmente, o técnico Silas. Aliás, ele não foi alvo apenas da torcida adversária. Os próprios torcedores tricolores foram à loucura com as invenções do treinador. Com uma escalação a cada partida, o Grêmio terminou a fraca competição no último lugar, com apenas três pontos. Foram duas derrotas em três jogos, com cinco gols feitos e sofridos. E o que mais espanta é que a lanterna veio diante de clubes que não andam muito bem das pernas: Coritiba (na Série B), Avaí (recente frequentador da Série A) e Vasco (atualmente na zona do rebaixamento).

Silas culpou a gripe que acometeu alguns atletas, o cansaço e até mesmo a falta de comprometimento diante de amistosos. Temos de convir que um título desses não vale absolutamente nada, mas o saldo alcançado é péssimo. O plantel do Grêmio não é dos piores, mas o comandante não consegue escalar uma equipe de maneira sequencial. Isso pode preocupar para o Brasileirão. Agora, para quem acredita em coincidências, em 2008, após uma atuação horripilante diante do mesmo Avaí em Santa Catarina (empate em 0 a 0), o time - então comandado por Celso Roth - surgiu das cinzas para brigar pelo título nacional. Se for assim, dá para se animar para o segundo turno. Do contrário, pelas apresentações dentro de campo, nada animador.

domingo, 4 de julho de 2010

Ainda falta o homem-gol

Foto: Alexandre Lops (Assessoria Inter)

Foi um bom teste para o time colorado. Recente campeão uruguaio, o Peñarol foi à Rivera enfrentar o Internacional, que visa o segundo semestre de 2010 e, principalmente, a reta final da Libertadores. A equipe gaúcha foi melhor em campo. O esquema tático armado por Celso Roth (que realizou sua estreia na tarde deste domingo) simplesmente amassou o jalde-negro de Montevidéu. No entanto, o problema que atormentava os torcedores ainda na Era Fossati, se repetiu neste amistoso terminado em 0 a 0: a falta de um homem gol.

Durante a semana, Roth confirmou que o time jogará para o centroavante. E assim se fez. Bolas aéreas, rasteiras e até mesmo jogadas individuais com chutes de meia distância. No entanto, nenhuma bola alcançou o fundo da meta uruguaia! Foram disponibilizados, ao todo, 63 minutos para que os jogadores (chamados) titulares pudessem mostrar serviço. Foi uma boa apresentação, mas sem o toque final. Ou seja, sem gol. Assim como já havia sido contra o Lajeadense, na semana passada, em um jogo-treino no Beira-Rio. Naquela oportunidade, Leandro Damião teve que sair do banco de reservas para tirar o placar do zero. Hoje ninguém conseguiu! E não fosse a estrela de Abbondazieri nos pênaltis, os vermelhos deixariam o troféu no país vizinho.

Roth deu indicativos de que Alecsandro seguirá titular. Na cabeça do "chefe", o artilheiro da equipe na temporada não pode ser suplente. Pode ser que a chegada de Rafael Sóbis amenize tal problema. No entanto, quem sairá de campo? Giuliano, que teve uma ótima atuação no jogo de hoje? Sinceramente, a fase de Alecsandro é tão ruim que até mesmo quando ele marca, o gol não vale. Contra o Peñarol, por exemplo, o camisa 9 teve um tento muito bem anulado. Será que assim, apesar disso, o Colorado passará pelo São Paulo? É pouco ainda.

sábado, 3 de julho de 2010

Chora, Éder Luís!

Foto: Flávio Neves (clicesportes.com.br)

Durante alguns meses, o Grêmio tentou a contratação do atacante Éder Luís, ex-Atlético-MG. No entanto, o atleta (que pertence ao Benfica, de Portugal) preferiu o Vasco da Gama. Trocou o estádio Olímpico pelo São Januário. Possivelmente, a motivação foi o salário e a proximidade com a família - já que é natural de Minas Gerais. Mesmo assim, considerando o lado profissional, foi uma escolha tremendamente equivocada. E ela ficou escancarada nesta noite de sábado.

Pela segunda rodada da Copa da Hora, disputada em Florianópolis, o Tricolor Gaúcho venceu impiedosamente o time da cruz de malta por 3 a 0. Contribuiram para o placar uma falha do goleiro Fernando Prass e algumas "trapalhadas" do zagueiro Dedé (digno de personagem humorístico, confirmando o trocadilho). Realmente é uma fase horripilante a que vive o clube carioca - há pouco tempo frequentador da Série B. Não à toa ocupa as últimas colocações do Brasileirão deste ano, já podendo ser apontado como postulante ao rebaixamento. Aliás, até por isso se entende porque Celso Roth disparou do Rio de Janeiro quando recebeu a proposta do Internacional.

Desta maneira, acrescente a visão de Éder Luís, jogador que teve a chance de vestir a camisa gremista, mas que defenderá o Vasco em 2010. Como ele se sentiu ao ver seu time surrado pelos sul-riograndenses? Pode ser que a possibilidade de se tornar um oásis em meio a esse deserto chamado Clube de Regatas Vasco da Gama tenha chamado a atenção do atacante. Mas, convenhamos, é muita pequenez para um profissional. E, pelos gols de Jonas (2) e Borges, na vitória de hoje, realmente, Éder seria apenas um suplente em Porto Alegre.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Melou tudo!

Foto: Fabrice Coffrini/AFP (uol.com.br)

O Brasil caiu diante da Holanda. Algo impensável antes da Copa do Mundo iniciar. Nem as lembranças de 1994 e 1998 salvaram a pele brasileira, que hoje se revestiu de azul para enfrentar os laranjas. Se bem que o gol de Robinho, logo no início da partida, anunciava mais uma vitória rumo ao hexacampeonato. Porém, foram diversas chances desperdiçadas e um certo preciosismo, como se as "laranjas" fossem se acomodar sozinhas na cesta. Muito pelo contrário! Os holandeses levaram alguns minutos para virar o placar e mudaram a cara do jogo na segunda etapa. Azar de Dunga, que vai ter que retornar ao Brasil e ouvir a ressonância das críticas.

Mas não há como dizer "eu já sabia". Mesmo aqueles que mais atacaram a figura do comandante brasileiro não podem soprar vuvuzelas a partir de agora. Se eles perdem, perdemos todos. É claro que eu também não concordava com as convocações de Josué, Grafite, Gilberto ou Júlio Baptista. Porém, foi exatamente com estes atletas que a Seleção alcançou o patamar de favoritaça ao título mundial. Então, a derrota de hoje só responde ao quadro apresentado nos últimos quatro anos. Claro, contaram também para a derrocada a lesão de Elano e a suspensão de Ramires. Assim, diminuiam mais ainda as chances de Dunga olhar para o banco de reservas e sacar um coelho da cartola.

Agora, se Dunga será crucificado após esta eliminação, um jogador o acompanhará no martírio. Felipe Melo, o legítimo ladrão, estará lado a lado de seu mestre. Ele, que só não foi maior que Sneijder na partida, chamou os holofotes para si nesta sexta-feira. Deu o lindo passe para o gol de Robinho e depois desviou para o fundo das próprias redes um cruzamento que ia parar tranquilamente nas mãos do goleiro Júlio César. Para encerrar com chave de latão, ainda conseguiu ser expulso após pisar em Robben (já caído ao gramado), deixando o Brasil com um homem a menos nos minutos finais. É uma pena. Senhores como Lúcio, Juan, Maicon e Gilberto Silva realmente não mereciam tal destino. Mas, o péssimo dia de Felipe melou o sonho do hexa, que será adiado para 2014.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sóbis e a superstição

Foto: Divulgação Internacional

Finalmente Rafael Sóbis vestiu a camisa do Inter. O ídolo que garantiu a Libertadores de 2006 aos colorados está de volta ao Beira-Rio. O atacante foi apresentado na tarde desta quinta e renovou o espírito dos torcedores para o segundo semestre. Sem dúvidas, nele se depositarão todas as esperanças de um possível bicampeonato continental. E não só da massa que comparece no estádio em dia de jogos, mas também da diretoria - principalmente do vice-presidente de futebol Fernando Carvalho. Supersticioso nato, Carvalho aposta que com Sóbis o Internacional pode passar adiante da semifinal contra o São Paulo. Aliás, o jogador não foi o único repatriado. Recentemente também desembarcaram em Porto Alegre o volante Tinga e o goleiro Renan - atletas que também compuseram o grupo colorado na conquista de quatro anos atrás. Portanto, para o dirigente, é tudo uma questão de "boa sorte" ao clube. Ou seria um acerto de contas com o passado?

Sim, pois para quem não lembra, Tinga e Sóbis foram vendidos logo após o título sul-americano, e assim não puderam disputar o Mundial Interclubes contra o Barcelona. A eles se junta o zagueiro Bolívar, que também foi trazido de volta há algumas temporadas. Já no caso de Renan, o arqueiro teve de aquecer a reserva de Clemer, apesar de viver uma ótima fase - inclusive com um tempo recorde sem levar gols. Por isso, dá para acreditar que o Inter está se apoiando no passado para escrever o presente.

Se vai dar certo ou não, não se sabe. Mas a contratação de Sóbis foi vital para as pretensões coloradas. Ainda mais se analisarmos o fato de que o atacante chega ao Beira-Rio exatamente no mesmo dia em que seu centroavante decepcionou diante do Lajeadense, em um jogo-treino no Beira-Rio. Depois de um primeiro tempo bisonho de Alecsandro em um placar zerado, coube a Leandro Damião, na segunda etapa, a tarefa de balançar as redes. Sendo assim, o velho novo Sóbis tem grandes chances de virar titular do time de Roth.