quinta-feira, 15 de julho de 2010

Debaixo do chapéu

Foto: Jefferson Bottega (Clicesportes)

A vida dos treinadores de futebol é realmente curiosa. Não lembro qual deles falou que tinham de "matar um leão por dia", mas, seja quem for, não mentiu. Pegue como exemplo os comandantes da dupla Gre-Nal: Celso Roth e Silas (foto). Um, até bem pouco tempo atrás, era chacoteado por ser um cavalo paraguaio; enquanto o outro era uma das grandes revelações do cenário brasileiro. Bastaram alguns meses (e uma Copa do Mundo) para que o discurso virasse ao contrário.

Primeiro, foi a vez do Grêmio entrar em campo. Depois de sair atrás do placar e arrancar um empate contra o Vitória através de um gol contra, viu o torcedor se transformar em vaias no estádio Olímpico. Pior para Silas, que já vinha tendo seu trabalho questionado depois de uma intertemporada com resultados ruins. É bem verdade que o desfavorecem as lesões e gripes que acometem o grupo de jogadores. Hoje mesmo, Fábio Santos, Douglas e Marcelo Grohe se transformaram em desfalques. Porém, o técnico não se ajuda. Ao priorizar alguns medalhões e antigos "servidores" (em detrimento da jovialidade), Silas faz com que o Tricolor afunde. Nem mesmo o título estadual ou a boa campanha na Copa do Brasil diminuem as críticas para com o seu trabalho. Há quem defenda que seus tempos de Porto Alegre estejam chegando ao fim, inclusive.

Na sequência, em Campinas, Roth estreou com o Inter, contra o Guarani. E não poderia ser diferente, para quem tem fama de iniciar muito bem seus serviços. A vitória de 3 a 0 deu a tranquilidade necessária para começar a pensar na Libertadores. Nada mau para um "retranqueiro"! Aliás, a eficiência da defesa colorada merece destaque. Desde que Celso desembarcou no Beira-Rio, o Inter não sofreu gols em nenhum dos jogos e amistosos que realizou. Seja pelas próprias qualidades ou deficiência dos adversários, cabe o elogio.

Mas até quando Silas e Roth vão viver nestes cenários? Em uma rivalidade classificada como "gangorra", seria natural que os quadros se invertessem daqui a um tempo. São as dificuldades por que passam estes homens. Alguns não aguentam e entregam o chapéu.

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