Foto: Divulgação CBF
É o meu guri! - A Lupa no Gramado
Definitivamente, o torcedor colorado não assistirá mais aos jogos da Seleção Brasileira. Vislumbrar os comandados de Dunga é quase um martírio para a massa vermelha. E este é um sofrimento que já dura um bom tempo, mas tem se acentuado conforme o ano avança. Tudo isso se deve a relação Nilmar-Seleção Brasileira-Sport Club Internacional. Um triângulo amoroso que não deu muito certo (pelo menos para os colorados).
A história ainda começou no meio deste ano, quando o Colorado disputaria o primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil. Acomodado na capital paulista, na iminência de entrar em campo contra o todo poderoso Corinthians, o Inter sentia um misto de felicidade com mau presságio. Estava na finalíssima de uma competição nacional, em pleno ano do centenário, mas sem o seu melhor jogador. Alguns riam sozinho, pois o atacante Nilmar estava servindo à Seleção Brasileira, e isso podia trazer alguns benefícios futuros para o Colorado. E assim começou o namoro do "guri do Beira-Rio" com a camisa amarela. O Inter acabaria perdendo a Copa do Brasil, mas os dirigentes ainda acreditavam no Brasileirão. Acontece que Nilmar foi se acostumando a vestir a amarelinha e acabou desistindo da cor vermelha. Resolveu trajar definitivamente a cor dos canários. Se mudou para o clube Villareal da Espanha que, curiosamente, tem o apelido de "Submarino Amarelo".
O tempo foi passando, Dunga foi chamando mais e mais vezes o ex-guri da beira do Guaíba. Até que, em um só jogo, contra o Chile, Nilmaravilha decidiu marcar três vezes. Foi o fim (ou o início, dependendo do ponto de vista). Conforme Nilmar se adonava de uma vaga no time titular do Brasil, o Inter afundava no Campeonato Brasileiro. Olhava para Alecsandro, o novo dono da camisa 9, como uma criança perdida em busca da mãe. Aquele não era o centroavante que o torcedor queria. Aonde ele estava? Pois eu respondo: estava com a Seleção, estufando redes de paraguaios, de ingleses e, por fim, hoje, de omanitas.
E agora, quando o Inter praticamente esmola por uma vaga na Libertadores do ano que vem, olha para a camisa nove e não enxerga um goleador nato. Mas quando liga o rádio, escuta notícias do seu artilheiro perdido no Oriente Médio, salvando, mais uma vez, o Brasil de um fiasco contra a Seleção de Omã. Não resta outra alternativa senão sentir de novo a mescla de felicidade com mau presságio. Afinal de contas, é o guri do Beira-Rio honrando as tradições.
Resta ao colorado olhar para o próprio umbigo. Não virão outros Nilmares, mas terão Marquinhos, Taison, Edu ou, quem sabe, algum outro jogador revelado até o ano que vem. Apenas fica a torcida para que ele não tome o mesmo rumo, mas que dê as mesmas alegrias de Nilmar. Pode ser mera ilusão, mas vale a pena sonhar.
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