sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Namoro às escondidas


Foto: Valdir Friolin (Jornal Zero Hora)


Este final de semana pode marcar um duelo de camaradas. Não daquele tipo de confronto combinado, onde as duas equipes empatam por tratado assinado. Não! Acontece que no sábado, o Grêmio vai à Belo Horizonte, enfrentar o Cruzeiro, enquanto no domingo o Inter recebe o Santos em Porto Alegre. À primeira vista, as partidas não oferecem nada de mais. É claro que não, pois ainda estamos com os pés fincados em 2009. Mas a dupla Gre-Nal já pensa à frente, planejando a temporada 2010. Por isso os jogos deste final de semana se fazem tão particulares.


No lado azul, Marcelo Rospide volta ao comando técnico do Grêmio. Promete não mexer muito na estrutura da equipe de Paulo Autuori - assim como fez quando assumiu o time de Celso Roth seis meses atrás. No entanto, mesmo que repita o ótimo retrospecto do início do ano (com cinco vitórias, um empate e uma derrota), Rospide não deve ser elevado à condição de "dono do time". Talvez a direção gremista ainda prossiga a sua procura pelo treinador com a cara de Grêmio. Talvez... Tanto que mergulha em seu passado para buscar o comandante para 2010. Quem não lembra do Capitão América? Dono da braçadeira em 1995, Adílson ergueu a taça da Libertadores para delírio do torcedor. Depois disso, ao pendurar as chuteiras, rumou para a vida de técnico de futebol. Chegou, inclusive, a treinar o próprio Grêmio em 2003 e 2004. Mas era principiante na função e passou quase desapercebido. Agora, com um vice da Libertadores com o Cruzeiro nas costas, Adílson Batista vira o principal alvo das propostas para se tornar o dono da casamata tricolor.


E este sábado se torna especial por isso. Cruzeiro e Grêmio se enfrentam. Adílson estará frente a frente com os possíveis futuros chefes, que, certamente, tentarão o seduzir. Aliás, neste ano, o sonho do tri da América gremista só caiu porque o Grêmio cruzou o caminho de Adílson nas semifinais. Será que 2010 não será o ano do pagamento da dívida de Adílson?


Do lado vermelho, o encontro especial ocorre no domingo. Vanderlei Luxemburgo desembarca no estádio Beira-Rio com o elenco santista já sem chances de título ou G-4. Porém, pode negociar o seu próprio futuro. O atual técnico colorado, Mário Sérgio, já declarou aos quatro cantos que não ficará para o ano que vem. Inclusive, logo após a demissão de Tite, o primeiro treinador procurado pela diretoria colorada foi Luxemburgo. Acabou não aceitando, preferiu permanecer no comando do Santos. Alguns dizem que ele só embarca em iate, nunca em barco furado e isso pode influenciar na vinda dele para o Internacional. Acontece que após a partida, seja qual for o resultado final, os dirigentes colorados vão puxar Vanderlei para um canto e apresentar a proposta. Assim como Adílson no Grêmio, Luxemburgo passou pelo Inter. Não recebeu o título de Capitão América. Aliás, no currículo consta apenas um título gaúcho. Vestiu o manto vermelho justamente em 1978, ano de vacas magras. Não foi como Mário Sérgio, que chegou no ano seguinte para se sagrar campeão brasileiro invicto.


Agora, além de não ter acrescentado nada à história colorada, Vanderlei, como treinador, jamais conquistou uma Libertadores da América. E qual o maior sonho do Inter senão conquistar o bi da América. Esse pode ser o prenúncio de um acerto. Ou, melhor ainda, este final de semana pode simbolizar o início de 2010 para a dupla Gre-Nal.

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