Você não vale nada, mas eu gosto de você - A Lupa no Gramado
Durante o programa Show de Bola de ontem, discutimos algo muito interessante: quem são os goleadores da dupla Gre-Nal em 2009? E aí, entramos em contato com um quadro crítico - pelo menos em meu ver. No Internacional, existem dois artilheiros empatados. Tanto Taison quanto Alecsandro tem os mesmos 26 gols cada. No Grêmio, Jonas aparece isolado, com 24 tentos marcarados em todo o ano. Agora, tirando por base apenas o Brasileirão, poderemos nos atentar apenas em Alecsandro e Jonas, que ostentam 15 e 14 gols respectivamente. Acima deles, apenas Diego Tardelli e Adriano Imperador com 18. Porém, os atacantes de Atlético-MG e Flamengo são unanimidades em suas torcidas. Enfim, carregam praticamente nas costas toda a responsabilidade de manter as suas equipes em briga pelo título. Mas o que falar de Alecsandro e Jonas, que são meros refugos no Rio Grande do Sul?
Aliás, Jonas é a prova viva de que não se pode agradar a gregos e troianos ao mesmo tempo. Esculachado por um jornal espanhol no início deste ano, chegou a ser classficiado como o pior atacante do mundo ao errar três gols em apenas um lance, em plena Libertadores da América. No entanto, nunca deixou de receber propostas do AEK Atenas, que adoraria ter os seus gols a favor da comunidade grega. E mesmo que o torcedor tricolor não seja um amante do futebol de Jonas, ama os seus gols. E, principalmente, o modo como ele os faz. Não interessa se eram de fio de canela, de boca de estômago ou de orelha. Todos ajudaram o Grêmio a galgar algo a mais no campeonato. Tanto que, ao se lesionar diante do Corinthians, Jonas deixou o Imortal órfão de goleador. Perea, Herrera, Douglas Costa, Máxi López e Roberson não fizeram nem a metade do que Jonas fez este ano todo.
Do lado vermelho, a imposição é praticamente igual. O único porém é que Alecsandro resolveu jejuar de uma hora para outra. Ainda nos tempos de Nilmar, colocar Alecsandro em campo era praticamente assistir a um golzinho do centroavante. Ele, que entrava sempre com a 19 às costas, descontava o marcador para os colorados. Vide a finalíssima da Copa do Brasil, quando o atleta entrou no segundo tempo e empatou um jogo que estava 2 a 0 para o adversário. O problema maior é que quando Nilmar se foi, Alecsandro parou de fazer gols. Ele simplesmente não sabe ser titular. A graça do jogo era colocar uma pulga atrás da orelha do treinador. Por isso se especula tanto que o São Paulo esteja interessado nele. Porque lá ele vai ter de desbancar Dagoberto e Washintgon. E isto motiva Alecsandro.
Mas, analise a situação: os artilheiros da dupla Gre-Nal não são bem quistos por suas torcidas. São uns Macunaímas - uns heróis às avessas. Devemos idolatrá-los ou vendê-los?
Talvez se jogassem juntos, Alecsandro e Jonas formassem a dupla de ataque mais bem sucedida da história gaúcha. Poderiam bater inclusive aquele outro ataque de refugos: Paulo Nunes e Jardel. Aliás, para quem não lembra, Nunes veio do Flamengo e Jardel do Vasco. Ambos vieram excomungados do Rio de Janeiro, e se tornaram heróis com a camisa tricolor. Será que o errado não somos nós? Bom, o Novo Hamburgo pensa mais ou menos assim, tanto que contratou uma dupla de atacantes extraditados de Porto Alegre a pontapés. Em 2010, para a disputa do Gauchão, o Nóia terá Rodrigo Mendes, ex-Grêmio, e Michel, ex-Inter. Será que eles estão certos? Bom, só Gauchão 2010 poderá nos responder.
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