O verdadeiro Minotauro está voltando

Foto: Reprodução (Twitter)

Leandro Damião já andou de lambreta e bicicleta, agora resolveu adentrar o octógono. Calma, torcedor colorado, o artilheiro não está virando lutador de MMA! O camisa 9 voltou detonando tudo. Nem parece que ficou um mês de molho, se recuperando de uma lesão muscular. O cara simplesmente surpreendeu o departamento médico do Inter, voltou antes do tempo previsto e marcou incríveis três gols no coletivo desta quarta-feira.

Sei, terá alguém lembrando que Adão, em um treino no Estádio Olímpico, balançou cinco vezes as redes, enchendo a torcida gremista de esperança. Acontece que Adão tratava-se de uma aposta, Damião já é um fenômeno estourado. Aliás, é nele que a diretoria aposta as fichas para arrancar a classificação à Copa Libertadores de 2012. Será que vai conseguir?

Que Minotauro (foto), que nada! A maior contratação do marketing colorado será a permanência de Leandro Damião no Beira-Rio. Neste pouco tempo em que teve de sobreviver sem seu goleador em campo, o torcedor vermelho viu que a situação pode ficar feia. Então, se o Inter quiser continuar "finalizando" seus adversários, que mantenha Damião em Porto Alegre.

Alex se saiu melhor que Ronaldinho

Foto: Edu Andrade (Gazeta Press)

O empate com o Corinthians, no último final de semana, por si só, serviu para detonar o ânimo dos colorados. Porém, a dor maior foi ver o gol paulista sair dos pés de um ídolo. Já nos últimos minutos de partida, Alex (foto), amado com a camisa do Inter, soltou um canhotaço daqueles que a torcida se acostumou a ver no Beira-Rio. Porém, em meio às lamúrias e lágrimas, um ato foi comemorado pela parte vermelha: o comportamento do atleta.

Era a primeira vez que Alex pisava no estádio colorado desde que havia saído para o Spartak Moscou, e já voltava balançando as redes do ex-clube. Apesar da importância daquele feito, o meia se compenetrou, levantou o dedo da mão e ficou em silêncio – como se pedisse desculpas ao torcedor colorado. Ele sabe que, se hoje é exaltado pelo Brasil, é graças às glórias que o clube gaúcho lhe proporcionou. Por isso o respeito.

E o que dizer de um outro cidadão, chamado Ronaldinho Gaúcho? Ok, as transações são puramente mercadológicas, os jogadores de futebol são movidos a dinheiro, mas o que fará Ronaldo se vier a marcar contra o Grêmio no próximo final de semana? Ele já o fez, no Engenhão, quando aproveitou a falha de Victor, para dar uma vitória ao Flamengo. Saiu correndo ensandecido, beijando o escudo rubro-negro. Os cariocas adoraram, mas a massa tricolor... Bem que ele podia ter passado em branco na comemoração, né? Fazer semelhante ao que fez Alex. Pois imagine só se a cena do Rio de Janeiro se repetir no Estádio Olímpico. Moeda vai ser pouco para o que pode voar no gramado.

Castigo dos 10 homens

Fotos: Mauro Vieira (ClicEsportes) e Luiz Costa (Futura Press)

É possível um time, com um jogador a menos, complicar a vida da dupla Gre-Nal? O final de semana mostrou que sim. Tanto vermelhos como azuis viram suas caminhadas complicarem de vez a partir da 31ª rodada. Sonho de título, pode jogar pela janela. Libertadores, quem sabe. Mas tudo ficou muito distante.

Para o Inter, novamente o cavalo passou encilhado. O adversário era o Corinthians, adversário direto, dentro do Beira-Rio. Pois até os 44 minutos do segundo tempo a equipe vencia, com gol de Nei. Até que Alex, cria da casa, acertou um petardo do meio da rua e igualou o marcador. Não adianta agora tentar achar o culpado, ou seja, dizer que Muriel colocou poucos homens na barreira. Os erros do Colorado provêm desde a primeira partida no Campeonato Brasileiro. E, convenhamos, os comandados de Dorival vão ter de se superar muito mais caso queiram estar entre os grandes da América em 2012.

Já o Grêmio, o que dizer? O time não jogava em casa, mas também não era contra o líder. O adversário era simplesmente o lanterninha América-MG! E, mesmo saindo atrás do placar, o Tricolor atuou com um jogador a mais desde meados do primeiro tempo. Teve minutos de sobra para empatar e virar a partida. Aliás, conseguiu, quando André Lima assumiu a faceta de artilheiro. Mas, aos poucos, a equipe se recuou, recuou e assistiu de camarote o zagueiro Anderson acertar uma cabeçada fulminante no gol de Victor, aos 42 da etapa final. Foi a rodada em que o “castigo dos 10 homens” funcionou como nunca.

Um Gre-Nal com dois derrotados

A notícia de que Porto Alegre está fora, agora de maneira oficial, da Copa das Confederações, cai como uma bomba em todos nós gaúchos. Ou, pelo menos, deveria cair, né? Mas não é o que parece! Participando da Rádio O Sul* nesta quinta-feira, recebi muitos torpedos e e-mails de alguns gremistas debochando pelo Beira-Rio não ter sido escolhido para sediar jogos da competição que acontecerá no Brasil em 2013. Ou pior, colorados que exaltam a participação apenas em jogos do próprio clube, sem seleções presentes. Pobres de espírito!

Se a capital do Rio Grande do Sul está alijada do torneio, todos nós, gaúchos, também estamos. Não é pura e simplesmente um duelo entre Inter e Grêmio. Vai muito além da rivalidade Gre-Nal. Pense em quantos turistas visitariam nossas cidades. Teríamos espanhóis por Bento Gonçalves, africanos cavalgando no pampa e uruguaias lindas a fim de brindar um copo de cerveja na Cidade Baixa. Enfim, perdemos todos, colorados, gremistas, juventudistas, xavantes, etc.

E se mesmo assim, você acredita que a disputa entre Colorado e Tricolor se acentua com a construção da Arena, assinas teu atestado de ingenuidade. Se o Beira-Rio não estiver pronto a tempo da Copa do Mundo, em 2014, não haverá nada em território rio-grandense!  Nenhuma seleção sequer trocará o meião sujo em um campo-base por aqui. A Copa das Confederações foi um mero aviso do que está por vir. Caso o estádio do Inter não esteja concluído daqui a dois anos, a vaca, definitivamente, vai para o brejo - não interessa a cor dela (foto)!

*rádio que pertence à Rede Pampa: 780 AM ou www.radioosul.com.br

Não tem tu, não vai tu

Foto: Alexandre Lops (Inter)

Quando volta Leandro Damião? Essa é a pergunta que todos os colorados se fazem neste momento. Desde que o artilheiro se lesionou, o Internacional entrou em jejum de gols de centroavante. Dellatorre e Jô não caíram nas graças da torcida e Dorival Júnior chegou a inaugurar até mesmo o sistema tático 4-6-0. É o pior de tudo é que deu certo até agora!

Jô (foto) foi o homem trazido para suprir Damião, até mesmo em uma possível venda para o Exterior. Porém, até agora, mostrou que não pode ser a referência do ataque. E, mesmo que receba a defesa de companheiros e treinador, todos eles sabem que a missão deve ser entregue a outro. Testar Siloé, Lucas Roggia, hmmm... Ainda parece muito pouco! E se o esquema sem atacante for instaurado desde o início do jogo? Olha, contra o Avaí até deu certo, mas era o Avaí. Já contra o São Paulo, não teve rede balançando. Ou seja, diante do Corinthians, no final de semana, pode ser que o time passe em branco mais uma vez.

É uma sinuca de bico! Existe até aquele ditado do: "Não tem tu, então vai tu mesmo". Mas, no caso colorado, o provérbio não tem sido o mais indicado. Se não existe Damião, Jô deve permanecer no banco. As vaias ouvidas no último jogo explicam o porquê. E, se mesmo assim, o comandante insistir com este substituto, teremos o nascimento de um novo Alecsandro no Beira-Rio.

O que é que o argentino tem?

Foto: Tadeu Vilani (ClicRBS)

Quando Renato Portaluppi, então treinador do Grêmio, reivindicou mais jogadores "cascudos" para seu plantel, a direção foi ao Chile para trazer o argentino Ezequiel Miralles (foto). Recebido com pompas no Aeroporto Salgado Filho, o atacante contratado do Colo-Colo era tratado como o sucessor de Jonas no Estádio Olímpico. Quatro meses depois, Celso Roth afastou o castelhano até do banco de reservas. Afinal de contas, o que é que o argentino tem?

Abertamente, Roth declarou que falta empenho ao atacante durante os treinamentos. Segundo o comandante, Miralles se nega a fazer os trabalhos físicos e não participa bem da parte tática. Chegou, inclusive, a falar que isso seria um desrespeito com os demais colegas. Sinceramente, com todo o respeito ao treinador gremista, mas treino não vale nada! Não sei se Ezequiel é "o cara" como se fez imaginar, mas merece uma chance. Não pode ser um comportamento no treino a barrar o atleta no Tricolor.

Vejo treinos da dupla Gre-Nal constantemente e repito esta frase como um mantra: "Nunca vi Leandro Damião demolir em um treino". Mas jogos, meu amigo, jamais havia visto um goleador tão funcional! Então, nada de treino é jogo e jogo é guerra. Deixa o hermano trabalhar, pô! E se Miralles se transformar em um novo Loco Abreu, bem longe do Olímpico? Aí, teremos visto os R$ 4,5 milhões mais mal gastos da história do Rio Grande do Sul.

Castelhanos bons de chegada

Fotos: Alexandre Lops (Inter) e Ricardo Saibun (Gazeta Press)

Nos atuais esquemas táticos de Inter e Grêmio, os centroavantes têm que ser excepcionais para brilhar. O 4-2-3-1 tem sido bom no papel, mas dentro de campo, está deixando vários pontos de interrogação. Ele violenta os camisas 9 e obriga os meias a chamarem os holofotes para si. Quando isso não acontece, o insucesso é o destino. Para a sorte da dupla, os meias estavam inspirados neste domingo. Aliás, não só meias, como argentinos.

No Beira-Rio, D'Alessandro (foto acima) assumiu toda a responsabilidade de carregar o Inter nas costas, desde a lesão de Leandro Damião. Contra o Avaí, o castelhano simplesmente destruiu! Além de marcar dois gols, na vitória de 4 a 2, por virada, deu o passe para o terceiro, anotado por Kleber. No final, ainda veio a cobrança de falta de Nei, dando números finais ao confronto. Enfim, o Colorado está mostrando ser um time de chegada. Resta saber se conseguirá chegar ao G-5 sem um centroavante.

O Grêmio, por exemplo, está dando os últimos suspiros. Contra o Santos, o gol único de Escudero (foto à direita), em rebote do goleiro, após cobrança de pênalti de Douglas, bastou para assegurar a vitória na Vila Belmiro. Aliás, vitória histórica! É a primeira vez que o Tricolor conquista três pontos no litoral paulista. Uma pena que parece ser tarde demais para chegar no G-5.

Quem tem um, não tem nenhum

Fotos: Alexandre Lops (Inter) e Mauro Vieira (ClicRBS)

Um sonho, um ponto, um atacante. Tudo isso acabou ficando no caminho de Inter e Grêmio nesta 29ª rodada do Brasileirão. É pouco demais para quem, no discurso, fala até em título nacional. Muito pouco! É aquela velha história: quem tem um, acaba tendo nenhum.

Pobre Dorival Júnior! De Leandro Damião, melhor centroavante do país, ficou nas mãos de Dellatorre nesta quarta-feira (foto acima). A inoperância do guri, que ainda está visivelmente imaturo, refletiu no 0 a 0 com o São Paulo. O Internacional teve diversas chances de gol, chegou a controlar a partida, mas não conseguiu empurrar a bola para dentro. Em certo momento, chegou a utilizar Ilsinho como o mais avante da equipe. É demais! Ou melhor, de menos!
 
Já o Grêmio viu a multiplicação dos seres acontecer. Depois de sair perdendo por dois gols de diferença, em pleno Estádio Olímpico, voltou do intervalo com Miralles ao lado de André Lima (foto à direita). Ainda ganhou Diego Clementino no final, encerrando o jogo com três atacantes. Mesmo assim, viu o placar final terminar em 3 a 1 a favor dos rivais. Por quê? Porque ingressou a tão clamada zona do conforto criada por Celso Roth. Assim, nem a temível zona do rebaixamento, ou tampouco a sonhada Libertadores serão o destino do Tricolor. Uma pena.

Era uma vez em 2008...

Foto: Vipcomm

Peguei a tabela de jogos desta quarta-feira e olhei os enfrentamentos da dupla. O Grêmio recebe o Figueirense, no Olímpico, enquanto o Internacional encara o São Paulo fora de casa. Logo recordei 2008. Como não lembrar? Você esqueceu?! Pois estes cruzamentos mudaram os rumos do Campeonato Brasileiro daquele ano.

Era a 33ª rodada. O Tricolor, treinado por Celso Roth, era líder e, àquela altura, recebia o Figueira, que brigava para não cair à Série B. Amplos favoritos, os gremistas sofreram para buscar um empate em 1 a 1, com gol de Reinaldo. Por outro lado, os colorados, de sangue doce, entregavam de bandeja o primeiro lugar ao São Paulo (foto). No Morumbi, os são-paulinos aplicaram fáceis 3 a 0, com Dagoberto, Borges e Hugo. Resultado: a equipe de Muricy Ramalho assumiria a ponta e não a abandonaria mais.

Três anos se passaram desde então. As situações são totalmente diferentes. Dos quatro, apenas os paulistas ainda sonham com reais chances de título brasileiro - os demais só nutrem uma paixão platônica. Mas quem sabe esta rodada, à primeira vista despretensiosa como aquela, não mude os rumos de mais um campeonato?

O comentário não pode ser uma gangorra

Foto: Renato Bairros (ClicRBS)

Existe um fenômeno no Rio Grande do Sul chamado "Gangorra da Dupla Gre-Nal" (foto). O termo é utilizado toda vez que um time está por cima e o outro por baixo. E ela se explica facilmente: quando um determinado clube vence, o seu rival quer dar a resposta. Enquanto o vitorioso ri, e se desliga da real competição nacional, atrai o arquiinimigo, que se supera para sobrepujá-lo. É fato! O que não pode acontecer é a mídia esportiva ser influenciada extremamento por este fenômeno.

Veja a próxima rodada do Brasileirão como exemplo. O Inter, depois de ter vencido o ex-líder Vasco no Beira-Rio, vai à Barueri encarar o São Paulo. Não seria bom, mas é perfeitamente aceitável que o Colorado volte para a casa com uma derrota na bagagem. Já o Grêmio, que no final de semana perdeu para o Coritiba, tem totais chances de bater o Figueirense, no Olímpico, nesta quarta-feira. E aí, o que vai se dizer?

O comum é se ver argumentar, no dia seguinte, que quem perde está errado, e quem ganha é melhor. Mas não é assim! Existem defeitos até diante de um sucesso, e qualidades na infelicidade. Pode ser que lá em dezembro o Tricolor chegue na frente, mas não se pode jogar os colorados no lixo por causa disso. A competição se chama Brasileirão. Ou seja, vai muito além do pequeno parque de diversões gaudério.

Atrás vem gente

Foto: ClicRBS e Globoesporte

Inter e Grêmio mantém o mesmo sistema tático há algumas rodadas. O esquema é o 4-2-3-1, onde o centroavante não tem a missão de balançar as redes, mas apenas escorar a bola para quem vem de trás. Bom, algumas horas isso dá certo. Noutras, nem tanto. O fim de semana mostrou o lado positivo e o negativo desta ideologia.

No Beira-Rio, Jô mais uma vez passou em branco. O torcedor já tem crises de abstinência nas arquibancadas. Mas, como eu disse, o papel de goleador não está mais nas mãos do camisa 9. Neste domingo, diante do Vasco, coube aos companheiros que vinham de trás o balanço das redes. D'Alessandro (foto acima) abraçou a causa com gosto e abriu a vitória por 3 a 0. Depois foi a vez dos veteranos Índio e Tinga ganharem destaque. Aliás, na próxima rodada, Jô não estará em campo, pois recebeu o terceiro cartão amarelo. E agora, quem Dorival vai escolher para ser o centroavante coadjuvante?


Pois Celso Roth teve de fazer esta pergunta durante o jogo contra o Coritiba, no sábado. Com a lesão de Brandão (à direita), ainda no primeiro tempo, o técnico gremista se viu num mato sem cachorro. Primeiro decidiu caçar com Adílson, depois com Yuri Mamute. O resultado foi um placar adverso de 2 a 0. Isso porque, sem Douglas, suspenso, Marquinhos ou Escudero não conseguiram exercer a função de finalizadores. De tanto depender "dos de trás", o Tricolor ficou para trás na tabela.

Cabeça a cabeça

Grêmio e Inter entram nesta 28ª rodada do Brasileirão separados por apenas um ponto na tabela de classificação. Aliás, como joga primeiro, no sábado, o Tricolor pode largar na frente e superar o arquirrival em número de pontos, depois de muito tempo figurando atrás. Já o Colorado terá a chance de dar a volta por cima no domingo, jogando em casa. Enfim, fosse turfe, a dupla Gre-Nal estaria brigando cabeça a cabeça (foto). É o início da briga que terminará somente no dia 4 de dezembro, no duelo direto, no Beira-Rio.

Mas o primeiro capítulo inicia no Paraná. Para assumir a dianteira, o Grêmio necessita vencer o Coritiba - que em casa é praticamente imbatível. E mais, Celso Roth não terá Douglas, suspenso. Mais difícil ainda! O Inter, por sua vez, terá que passar pelo Vasco - nada mais, nada menos que o líder do campeonato. E segue agonizando sem Leandro Damião. Dá para dizer que vai ser o primeiro jogo do torneio particular entre gaúchos. Sim! Ou alguém ainda acredita em Libertadores ou título nacional?

Sinceramente, a cada dia, fica mais difícil de sonhar. São quatro e cinco pontos para o G-5, e 10 para o primeiro lugar. Restam apenas 10 rodadas, meus amigos. Por isso, pensemos inicialmente na decisão particular entre gremistas e colorados. Depois, se sobrar algum osso, a gente rói com muito gosto até o tutano!

Não é o time do Pelé

Foto: Luca Uebel (Gremio.net)

Para quem agonizava na beira do Z-4 há algumas rodadas, a vitória sobre o Santos, na noite desta quarta-feira, foi milagrosa. O Grêmio agora está a apenas cinco pontos da zona da Libertadores. É um fato e tanto! Até mesmo o placar foi enganoso. O 1 a 0 esconde a enorme superioridade do time gaúcho sobre os paulistas. Agora, as observações menores devem ser feitas. Às vezes elas mostram o ponto negativo, por menor que seja. E, como bem destaca o técnico Celso Roth, é preciso ter cautela sempre!

Quando Brandão marcou o único gol tricolor, logo no início da partida, comemorou como fazia Pelé (foto). Correu em direção à torcida e socou o ar. Mas Brandão não é Pelé nem de longe, e isso deve ser lembrado. O gol que o camisa 9 marcou, qualquer um marcaria. Ele apenas estava no lugar certo, na hora certa. Trata-se de um centroavante limitadíssimo. Prova disso foi o lance em que ele errou antes, quando ficou cara a cara com o goleiro Rafael e se atrapalhou com a bola. E as vaias no treino do dia anterior? O torcedor não pode esquecer isso!

E se Brandão não é Pelé, muito menos o Santos é aquele da década de 60. Nem o do primeiro semestre, diga-se de passagem. Há uma grande diferença em depender do brilhantismo de Neymar ou de Allan Kardec. E foi isso o que aconteceu no Olímpico. Da vitória, o que fica, é a boa atuação do Grêmio e os três pontos. Agora, os erros de finalização e, mais, o desfalque de Douglas para enfrentar o Coritiba, no final de semana, impedem uma alegria maior. Pelo menos de minha parte.

Pescador de ilusões

Foto: Gazeta Press

Tudo que o torcedor gremista mais quer é não acordar do sonho, e este sonho se chama Libertadores da América. No ano passado foi possível. Comandado pelo ídolo Renato Portaluppi, o Tricolor viveu o conto de fadas de deixar a zona de rebaixamento para alcançar a última vaga do G-4. Neste ano, o plano é exatamente o mesmo, mas para isso é necessário pescar um peixão.

Diante do Santos, atual campeão sul-americano, e que em dezembro disputará o Mundial no Japão, o Grêmio se apoia para renascer na classificação. Atualmente, nove pontos separam a equipe da tão desejada zona. Portanto, uma vitória nesta quarta-feira, por rodada atrasada ainda do primeiro turno, simboliza uma proximidade jamais vista nesta temporada. Basta pescar o peixe no Estádio Olímpico.

O problema é que, para sair das cinzas, a torcida ainda tem de quebrar a desconfiança em Brandão (foto). Pelo visto, é ele o camisa 9 escolhido por Celso Roth - nada de André Lima ou muito menos Miralles. Será que Evaeverson é capaz de ser "o cara"? Bom, se bater na trave contra os santistas, o Grêmio terá de recolher a isca e assumir o papel de pescador de ilusões.

Salão de festas passadas

Foto: Antônio Carlos Vargas (Zero Hora)

Este blog se atém a falar dos acontecimentos dentro das quatro linhas, da bola rolando. Porém, se o salão de festas não está pronto e limpo, não há como acontecer o espetáculo. Minha especialidade nem é a burocracia que envolve minutas de contratos, mas permito-me dar os pitacos, já que o Beira-Rio preocupa o país inteiro!

Há um par de dias o estádio não vê uma máquina funcionando. As arquibancadas seguem as mesmas. E tudo isso às vésperas do anúncio sobre quem sediará a Copa das Confederações. Porto Alegre, que era uma cidade tida como favorita para receber o torneio em 2013, larga atrás de outras, como Salvador e Belo Horizonte. E o que dizer da Copa do Mundo? Será o maior fiasco da face da Terra se o Beira-Rio não estiver pronto a tempo. Será que os colorados vão ter de se mobilizar, assim como da construção dele na década de 60. Falcão vai subir a rampa do estádio caregando um carrinho de mão cheio de tijolos (foto) novamente? Os tempos são outros, meu amigo!

E para os gremistas que ainda esboçam um sorriso ao ver a desgraça do rival, o que dizer da Arena? A precária situação com a qual os operários reclamam diariamente lembra a elevação das pirâmides do Egito. Não bastasse tudo isso, um deles ainda foi atropelado e morto ao tentar atravessar a BR neste domingo. Não é de mais para nossos olhos e ouvidos? Sinceramente, meu caro, eu comemorei muito a escolha do Brasil para sediar a Copa em 2014. Hoje, se fosse possível, pediria para cancelar a festa. Como anfitrião, não quero passar vergonha ao ver meus convidados olharem a precariedade de nossos salões, que noutros tempos tanto orgulharam.

Olha pra cima!

Fotos: Diego Vara (ClicRBS) e Robertson Luiz (Gazeta Press)

Está na hora da dupla Gre-Nal olhar para o alto! Chega de remoer a síndrome dos vira-latas, criada por Nelson Rodrigues. Nada de abaixar a cabeça pro eixo Rio-São Paulo! Gremistas e colorados não somente podem, como devem sonhar com a briga lá no alto. Basta ter competência e um pouco de sorte, que não faz mal a ninguém.

O Grêmio, por exemplo, nunca esteve tão sonhador neste Brasileirão. Depois de bater o Cruzeiro por 2 a 0 neste domingo, uma vitória no meio de semana, em rodada atrasada contra o Santos, pode atirar o Tricolor de vez na disputa por uma Libertadores. O time parece ter encaixado na hora certa, como em 2010. A única peça que poderia ser alterada é o centroavante. Nem André Lima ou Brandão desencantam. Será que ninguém pensou em colocar o zagueiro Rafael Marques com a 9 (foto acima)?


Enquanto isso, Dorival Júnior vive o seu pior momento no Beira-Rio. A 27ª rodada deixou o Internacional a quatro pontos do G-5 - o que é muito para quem já esteve almejando até título dias atrás. O problema é que, enquanto os outros olham para cima pensando em galgar postos na classificação, o Colorado deve se antenar no perigo que vem das alturas. Contra o Atlético-PR, os dois gols foram anotados de cabeça por Nieto (foto à direita). Coincidência ou não, foi justamente quando Bolívar retornou à zaga. Será que não está na hora de Jô vestir a 4?