sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Crise de fidelidade
Foto: Mauro Vieira (Clicesportes)
No recesso da Copa do Mundo, o Internacional estava sem treinador. Com Fossati demitido, a diretoria corria atrás de um bom nome - e tudo levava a crer que Luiz Felipe Scolari seria o novo comandante colorado. Pois Felipão veio aos holofotes dizer que a identificação com o Grêmio era tanta, que ele jamais treinaria o rival. Comportamento aplaudido por uns, criticado por outros. Pois bem, nesta última quarta-feira, o "gremismo" de Felipão foi posto à prova. Em pleno aniversário de 107 anos do Tricolor, o técnico do Palmeiras veio a Porto Alegre, armou uma arapuca de volantes e levou três pontos para a casa. É o sinal dos novos tempos do futebol: é a crise de fidelidade.
Por mais que se digam apaixonados, os profissionais da bola são pagos (e muito bem pagos) para defender seu clube. Não há torcedores dentro das quatro linhas. No duelo entre Grêmio e Palmeiras, por exemplo, não houve Renato que salvasse a pele. O cidadão que deu as maiores alegrias para a massa azul na década de 90, agora veste verde (foto). E, assim, esquece o azul celeste dos pampas. Caso passível de críticas? Talvez. Porém, não se resume apenas a jogadores e técnicos. Há vezes em que o clube se revolta contra o ídolo.
Grande exemplo disso foi o Inter que, nesta quinta-feira, matou Fernandão de novo. O homem que mudou os rumos do Colorado nos anos 2000 sofreu sua terceira derrota diante do clube que tanto amou. Primeiro veio a expulsão, ainda nos tempos de Goiás. Depois, a eliminação na semifinal da Libertadores. E agora, os vermelhos decidiram patrolar o São Paulo em pleno Morumbi. Evidenciaram mais do que nunca o desfecho da carreira de Fernando Lúcio da Costa - ou o Capitão Planeta, do Beira-Rio. Futebol mercenário? Não, futebol emocionante. Apaixonante. É por isso que clubes ultrapassam os 100 anos de história, que jogadores alcançam status de mitos e estádio viram palco de espetáculos. Que siga assim para sempre.
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