sexta-feira, 29 de julho de 2011

Ladeira abaixo sem freio

Que péssimo momento o do Grêmio! Não bastassem os maus resultados dentro de casa e a fraca campanha no Brasileirão, o time de Julinho Camargo observa à frente um adversário dificílimo para o final de semana. Simplesmente o Flamengo, único time invicto do campeonato. Aliás, dá para dizer que o Rubro-Negro carioca é a sensação do país neste ano. Sob a batuta de Ronaldinho Gaúcho (foto), o time recebeu o apelido de "Bonde do Mengão sem freio". E, pasme, perdeu apenas um jogo em 2011.

Para piorar a perspectiva do Tricolor, que vem de um empate em casa contra o modesto América-MG, o duelo deste sábado acontece no Rio de Janeiro. Podemos dizer que o quadro não é nada animador, mas é a hora perfeita para reagir. Qual gremista não quer se vingar de Ronaldinho? Voltar com os três pontos do Engenhão poderia valer uma sobrevida no campeonato. Do contrário, podemos chamar o time de Julinho Camargo de "Ladeira abaixo sem freio".

E aí, quem pode ultrapassar o Grêmio na classificação é o Atlético-GO. Quem diria! O Rubro-Negro de Goiás vem de uma vitória animadora em cima do Cruzeiro e, agora, encara o Internacional, no Estádio Beira-Rio. Portanto, para não despencar ainda mais na tabela, é melhor o gremista torcer para o arquirrival. O problema é que até nisso ele pode dar azar. O interino Osmar Loss terá de recorrer às categorias de base para montar um time muito desfalcado, sem Bolívar, Guiñazu, Zé Roberto e Damião. Que fase!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Resultados iguais, sensações diferentes

Fotos: Alexandre Lops (Inter) e Lucas Uebel (Grêmio)

Inter e Grêmio obtiveram resultados iguais nesta quarta-feira. Os colorados, lá na Alemanha, ficaram no empate por 2 a 2 com o Milan. Já os tricolores, aqui em Porto Alegre, não sairam do 1 a 1 diante do América-MG. Fosse tudo um campeonato por pontos corridos, a dupla Gre-Nal teria somado apenas dois pontos em conjunto. Mas, considerando as proporções, um lado sai radiante, enquanto o outro raivoso. Sensações completamente diferentes.

Primeiro porque o empate do Inter não foi contra qualquer time, mas um Milan titular. Nada mais, nada menos do que Alexandre Pato, Ibrahimovic e Robinho estavam do lado oposto do campo. É verdade que a Copa Audi era um torneio amistoso, e ainda por cima valia um terceiro lugar. Mesmo assim, os gols marcados por Damião e D'Alessandro e a vitória nos pênaltis, muito por conta do goleiro Renan (foto acima), valeram como uma medalha de ouro olímpica. Enfim, empate que teve gosto de vitória.

E o que dizer do Grêmio, então? Os comandados de Julinho Camargo encararam o modesto América-MG, que figura na zona do rebaixamento há várias rodadas. Ao contrário do arquirrival, esta partida valia pontos e classificação no Brasileirão. O time chegou a sair perdendo, mesmo atuando dentro de casa. Conseguiu um empate num gol estranhíssimo de Miralles (foto à direita). Mas saiu vaiado de campo. Até porque o resultado foi longe do que se esperava. Um empate com gosto de derrota.

terça-feira, 26 de julho de 2011

(In) experiência a mais

Foto: Christof Stache (AFP)

O reencontro com o Barcelona não foi como os colorados esperavam. Não teve um gol salvador do jogador mais contestado, mesmo que Nei tenha balançado as redes. Não teve a redenção do artilheiro Leandro Damião, como os últimos minutos da partida deram brecha para se imaginar. Muito menos ocorreu o brilho da estrela de Muriel na disputa por pênaltis. Ele foi ofuscado pelos desperdícios. E assim, quem levou a melhor foi o clube catalão.

Mas grande parte da explicação pela derrotada colorada nesta terça-feira passa pelo time que terminou o duelo em campo (foto). Não se pode pensar em derrotar o Barcelona com Rodrigo Moledo, Zé Mário, Ricardo Goulart, João Paulo e Lucas Roggia - mesmo que os espanhóis também não tivessem a formação titular. A diferença é que os garotos do Barça estão acostumados a grandes jogos. Já, para os gaúchos, falou mais alto a inexperiência.

Porém, nem tudo é de se jogar fora. Se contra o Barcelona não deu certo (e digamos que contra o Milan, na disputa do terceiro lugar, venha uma nova derrota), a Copa Audi não simboliza outra coisa senão um acréscimo de experiência aos jovens da base do Beira-Rio. É como se tivessemos voltando no tempo e assistindo a Rafael Sobis naqueles confrontos da Sul-Americana contra o Boca Juniors. É uma aposta para o futuro.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Quem apanha jamais esquece

Foto: Shizuo Kambayashi (AP)

Nesta terça-feira, o Internacional estreia na Copa Audi - torneio na Alemanha que contará com três gigantes do futebol mundial. O Colorado dos pampas terá de provar mais uma vez que pode ser heróico. Aliás, terá de provar. Na entrevista de apresentação, nesta segunda, os treinadores de Milan e Bayern de Munique, outros dois participantes, se referiram ao clube gaúcho como "Porto Alegre". Ou seja, diminuíram o time de D'Alessandro da internacionalidade que o nome propõe para simplesmente a capital do Rio Grande do Sul. Resta aos colorados comprovar o contrário a partir de agora.

Treinadores alemães, italianos e até mesmo africanos podem diminuir e chamar o Inter como quiserem. No entanto, um cidadão em especial não poderá fazê-lo: Victor Valdés, camisa 1 do Barcelona. Pois justamente o goleiro do clube catalão, que sofreu o gol de Adriano Gabirú (foto), na final do Mundial de 2006, terá a missão de barrar a estreia colorada. Outros remanescentes ainda estarão lá, como Puyol, Xavi e Iniesta. Estes, sem dúvidas, não diminuirão o Inter, e é com eles que o time gaúcho mais terá de se cuidar, pois quem apanha jamais esquece.

Do lado brasileiro, nenhum campeão mundial entrará em campo. O zagueiro Índio, único capaz de se vangloriar do feito, permaneceu em Porto Alegre, recuperando uma lesão muscular. Assim, todo o time tem a missão de mostrar ao resto da Europa que o título de cinco anos atrás não foi um acaso.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Um belo recomeço

Foto: Alexandre Lops (Inter)

Até parece que a quinta-feira havia sido desenhada para o Inter dar a volta por cima. Depois de todo o turbilhão que atingiu o Estádio Beira-Rio, o time colorado foi à Santa Catarina e bateu o Avaí por 3 a 1. Agora, o melhor nem é este. A maior importância fica no recomeço simbólico que o dia proporcionou.

Fernandão, ídolo da história recente do clube, voltou a acompanhar as delegações em viagem. Não mais como jogador, mas como diretor de futebol. E foi pé quente! Viu de perto Andrezinho (foto, com camisa 17) sair do banco de reservas, mostrando estar totalmente recuperado da fissura na fíbula. Aliás, não fosse o velho talismã colorado, o time voltaria a Porto Alegre com um mau resultado. Foi Andrezinho quem anotou o gol do empate, ajudando a construir posteriormente os outros dois, que viriam a ser marcados por Leandro Damião e D'Alessandro. Que grande atuação, que grande recomeço!

Mas os avaianos já são passado. Na próxima semana, o duelo vermelho será a alguns patamares acima. Nada menos do que o Barcelona será o oponente, na estreia do Inter na Copa Audi. O mesmo Barcelona encarado naquela decisão mundial de 2006. É ou não é uma bela maneira de recomeçar o caminho das vitórias?

Quem não tem cão, caça como gato

Foto: Gremio.net

O Grêmio colocou em prática aquele velho ditado: "Quem não tem cão, caça com gato". A intenção era voltar de Florianópolis com três pontos na bagagem. Enfim, a atuação não foi das melhores. O time penou e, se não fosse o goleiro Marcelo Grohe (foto), que pegou pênalti nos últimos minutos da partida, até mesmo uma derrota poderia ter vindo. Então, dentro deste quadro, dá para se dizer que o resultado não foi dos piores.

Claro, o melhor seria a vitória, mas o empate foi quase um alívio para quem esteve à beira de perder para o Figueirense. Entretanto, no jogo desta quarta, ficou uma observação: Grohe merece continuar como titular. Aliás, neste ano, ele não comprometeu em nenhum momento, nem nos Grenais do Gauchão. Toda vez que Victor foi convocado para a Seleção Brasileira, Grohe se agigantou. Então, por merecimento, que se mantenha quem vive o melhor momento. Esta é a prova viva de que nem sempre é melhor caçar com cachorro mesmo.

O mesmo provérbio servirá para os colorados. Quem diz que Osmar Loss, o interino, não poderá assumir o comando técnico da equipe vermelha? Para isso, basta o Internacional superar o Avaí, nesta quinta-feira. Afinal de contas, muito mais do que um treinador, Falcão era o ídolo da torcida. Para este papel, Fernandão foi contratado. Agora é resolver se Loss é o felino com quem o Inter vai à caça.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Boas lembranças na Ilha da Magia

Foto: Petra Mafalda (Terra)

Jogar fora de casa nem sempre é uma boa para um time de futebol. Para o Grêmio, por exemplo, os últimos anos foram traumáticos neste sentido. No entanto, nesta quarta-feira, atuando longe do Estádio Olímpico, ao invés de ter más lembranças, o torcedor gremista guarda ótimas recordações da Ilha da Magia.

A última vez que o Tricolor pisou no Orlando Scarpelli foi para causar um verdadeiro estrago. Sob o comando de Celso Roth, no Brasileirão de 2008, o Grêmio aplicou uma goleada histórica de 7 a 1 sobre o Figueirense. Naquela partida, os criticados Reinaldo e Perea (foto) chegaram a balançar as redes três veze cada um. Marcel ainda completou o marcador. Foi ali que o time gaúcho assumiu a liderança da competição nacional, que viria a ser tomada posteriormente pelo São Paulo na reta final.

Enfim, os tempos não são os mesmos. Nem os jogadores são os mesmos. Do lado catarinense, apenas o goleiro Wilson estava naquela noite. Do lado gremista, somente Victor e Willian Magrão continuam no clube - e sequer estarão em campo no jogo deste ano. Fatos como este dificultam a repetição de uma goleada como aquela. Seria mais fácil um raio atingir em cheio e partir ao meio a ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. Mesmo assim, nada impede que os três pontos sejam depositados na conta, como há três anos aconteceu.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Ídolo por ídolo

O clima era de tensão no Beira-Rio. Giovanni Luigi passava pelo mesmo problema de Paulo Odone, que resolveu demitir o ídolo do comando técnico. No Grêmio, o presidente engoliu a bronca e colocou no cargo Julinho Camargo, totalmente o oposto do antigo comandante. No lado vermelho, a escolha foi na medida certa: ídolo por ídolo. Até mesmo os nomes são parecidos, Falcão por Fernandão (foto).

O cargo não é o mesmo. Capitão das maiores conquistas do Internacional, o ex-camisa 9 chega para ser diretor técnico de futebol, e não treinador. Mesmo assim, a escolha por Fernandão se explica pelo fator anestésico. O torcedor colorado não perde o ídolo, não sofrerá de abstinência como sofreu o gremista. Um novo mito está logo ali adiante.

No entanto, a questão segue a mesma. Se ao contratar o ex-volante Falcão, perguntava-se pela competência como comandante técnico, agora a pergunta é: Fernandão pode exercer o papel de Chumbinho? Só o tempo dirá - e não um tempo qualquer. Demanda paciência da torcida. Até porque, uma das principais peças ainda não chegou e, esta sim, substituirá Paulo Roberto Falcão. Quem será o novo técnico do Inter?

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O troco de Dunga

Foto: Alexandre Lops (Inter)

Falcão foi demitido do comando técnico do Internacional. O treinador não aguentou as rusgas políticas internas, as três derrotas consecutivas no Brasileirão e muito menos os 3 a 0 sofridos para o São Paulo no último domingo. Caiu abraçado junto ao vice de futebol Roberto Siegmann. E agora, quem assumirá? Já se fala em Dunga (foto). Será a hora dele no Beira-Rio?

Quem pensa que Barbosa, goleiro do Maracanazzo, é o homem mais injustiçado do Brasil, se engana. Este é Dunga! Com a eliminação brasileira na Copa de 1990, ninguém carregou o fardo de ter seu nome vinculado à derrota a não ser ele. Foi a chamada "Era Dunga". Aliás, viu este mesmo Falcão, demitido do Inter nesta segunda, assumir o Brasil prometendo um futebol vistoso e jovial. Pois ele também não deu certo e Dunga reapareceu na conquista de 1994 como capitão do tetra.

Doze anos depois, seria visto como a salvação para a identidade do escrete canarinho, sendo chamado para ser o técnico na Copa de 2010. Depois de faturar Copa América, Copa das Confederações e chegar até as quartas da Copa do Mundo abaixo de críticas, foi excomungado e atirado no exílio do futebol. Assumiu Mano Menezes, prometendo a mesma renovação de Falcão em 1991. E o que vimos, neste domingo, foi uma eliminação precoce para o Paraguai na Copa América. E aí, Dunga é ou não é um injustiçado? Por isso é o momento perfeito para que assuma o Internacional e dê o troco sobre a "Era Falcão".

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Juízo afinal

Foto: Idário Café (Vipcomm)

Toda vez que o Inter vai enfrentar o Corinthians, sobram reclamações para o árbitro da partida. Antes, durante e depois do jogo, os colorados parecem mais atentos aos erros do juiz do que aos seus próprios. Nesta quinta-feira, foi mais uma vez assim. Ricardo Marques Ribeiro (foto) sofreu na boca dos dirigentes, jogadores e treinador colorados. E o placar foi 1 a 0 para o time paulista, praticamente aniquilando as chances de título para o Inter, dez pontos atrás do líder.

O que poucos se lembram é que, antes mesmo de olhar para o umbigo do árbitro, é necessário rever os lances da partida. O próprio Falcão argumentou que seu time teve mais chances de gol do que os donos da casa. Não se pode criar tanto e não balançar as redes. Oscar mesmo pecou em duas finalizações que não se pode passar em branco. Em um lance, Damião chegou a driblar o goleiro adversário, mas ninguém apareceu para anotar o gol. Algo está errado, e não é com o juiz.

Neste domingo, após o jogo da Seleção pela Copa América, o Inter vai ter mais uma chance de ouro para voltar à briga. O duelo é contra um adversário direto pelo título e vaga no G-4. Contra o São Paulo, no Beira-Rio, não se pode dar mole. Chega de falar da arbitragem, isso ficou no passado, em 2005. Ao invés de citar o juiz, o Colorado precisa é de juizo. Ou então viverá o próprio juízo final no Brasileirão.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Do lado de lá

O Inter reencontrará o clube que foi a pedra no sapato nestes vitoriosos anos 2000. Nos torneios sul-americanos, foram São Paulo e Estudiantes os inimigos clássicos do Colorado. Agora, toda vez que o Beira-Rio pensou em conquistar um título nacional, se deparou com o Corinthians. Foi assim no Brasileirão de 2005, Copa do Brasil de 2009 e até mesmo no Brasileiro de 2009 - este de maneira indireta. Assim, Inter e Corinthians se transformaram em rivais. Porém, nesta quinta, nem todos são inimigos do lado de lá.
Na equipe paulista que vai a campo, duas figuras tiveram passagens gloriosas por Porto Alegre: Alex e Tite (foto). O primeiro é um dos jogadores mais vencedores da história do Inter, com faixas de campeão Gaúcho, Libertadores, Mundial, Recopa e Sul-Americana. Aliás, nesta última, pode se colocar também o carimbo do treinador. Era Tite quem comandava Alex e os outros na conquista sobre o Estudiantes, em 2008. Porém, acabou saindo do cargo após, dizem, uma briga com D'Alessandro, no vestiário do Estádio Engenhão.

A partida desta quinta fará este reencontro. D'Ale e Tite se verão pela primeira vez após o desentendimento. Também pela primeira vez, Alex encontrará os colorados desde que retornou da Rússia. Inclusive, o meia disse que se balançar as redes não irá comemorar. E os colorados, será que vão tripudiar nos corinthianos se fizerem gols? Ah, com todo o perdão, mas esses vão...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Grêmio é a Seleção Brasileira

Foto: Ricardo Stuckert (CBF)

No Rio Grande do Sul, nem todos são simpatizantes da Seleção Brasileira. Até mesmo pela história separatista que tanto honra os gaúchos, alguns preferem torcer por Argentina ou Uruguai em competições futebolísticas. Nesta Copa América, claro, não seria diferente. Mas nesta noite não! Pelo menos para a parte azul do Estado, é interessante que o Brasil vença o Equador nesta quarta-feira.

Alguém pode lembrar que Victor (foto) está na seleção, e por isso os gremistas têm o dever de apoiá-lo. Isso é papo furado! Nem mesmo Marcelo Grohe deve estar fazendo isso, só para continuar como titular. Esqueça também Lucas Leiva ou Mano Menezes. O Grêmio torcerá pela Seleção Brasileira por outros motivos, bem mais explícitos do que se imagina.

Se o Brasil vencer os equatorianos, com saldo de gols e tudo, terminará a primeira fase com a melhor campanha do Grupo B. Assim, voltará a jogar no domingo e, por consequência, empurra a partida gremista, contra o Figueirense, para a quarta-feira. Serão mais uns dias para Julinho Camargo treinar bem a equipe, definir sistema tático e tudo o mais para, enfim, entrar voando diante dos catarinenses. Na vida dos colorados, a seleção influenciará somente em algumas horas, passando o jogo diante do São Paulo para as 18h30min. Agora, para o Grêmio, torcer pela Seleção Brasileira é questão de bom senso. Portanto, aos tricolores, nada de secação nesta quarta!

terça-feira, 12 de julho de 2011

A base não é salarial

Foto: Diego Guichard (Clicesportes)

No início do Brasileirão, o mundo caiu na cabeça de Falcão após uma entrevista emblemática, onde o treinador do Inter pedia reforços ao seu elenco. Da mesma maneira, Renato Portaluppi encheu a paciência da diretoria gremista ao cobrar publicamente por atletas "cascudos". O que eles não se deram conta, ou talvez não tenham sido avisados, é que os cofres da dupla Gre-Nal estão vazios.

Até por aí se explica a contratação de Julinho Camargo pelo Grêmio. Um treinador reconhecido por ter trabalhado com as categorias de base do próprio Olímpico. A partir de agora, Bruno Collaço, Mithyuê, Pessali e tantos outros receberão mais oportunidades no time principal. Tudo isso para não fazer desembarcar na Azenha um novo Carlos Alberto, por exemplo, que arrombe a folha salarial sem dar resultados dentro de campo.

Este também é o pensamento do Internacional. Depois de apostar em Jô e Siloé, o clube parece ter se dado conta que a riqueza pode vir da base. No treino desta terça, Falcão trabalhou em separado com Lucas Roggia, Marquinhos, Zé Mário e João Paulo, todos juniores. E ainda têm Fred, Elton e Dalton, outros garotos que vêm sendo observados aos poucos. Pelo jeito, as torcidas do Rio Grande do Sul terão de se acostumar com estes nomes, pois serão eles que defenderão os escudos até o final do ano.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mexe-mexe

Fotos: Lucas Uebel (Grêmio) Alexandre Loureiro (Vipcomm)

O final de semana teve ares de dança pra dupla Gre-Nal. Podia até ser um dois para lá, dois para cá, de acordo com o placar dos jogos. Mas, podemos dizer que foi um mexe-mexe. Quem soube melhorar a equipe com a substituição certa, se saiu melhor.

Veja o Grêmio, por exemplo. Após um primeiro tempo de vaias contra o Coritiba, o time voltou reorganizado após o intervalo. Julinho Camargo sacou Neuton, que mais parecia estar com o pensamento na Itália, e mandou a campo Bruno Collaço. Além disso, o novo posicionamento dos atacantes empurrou o Coritiba para sua própria defesa. O gol de Gilberto Silva (foto acima), que abriu os 2 a 0, foi apenas questão de detalhe. Um grande lance do treinador.

Já Falcão não pode se gabar do mesmo. Até porque, não dispunha de tantas peças como em outras oportunidades. Sem Oscar, o time parecia capenga, dependendo apenas da criatividade de D'Alessandro (foto à direita). E, quando o Inter estava melhor que o Vasco, esboçando um empate, o treinador resolveu tirar o argentino de campo, para promover o garoto Alex. Desabou por terra a reação vermelha. Prova disso foi o segundo gol vascaíno, decretando a derrota de 2 a 0. Pois é, desta vez, na dança tática, o auxiliar levou a melhor.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O número 4

Fotos: Lucas Uebel (Vipcomm) e Site Grêmio

O número 4 estará presenta na vida dos gaúchos neste final de semana. O lado vermelho está recém se acostumando com o numeral e não quer abandoná-lo tão cedo. Já o lado azul quer mesmo é distância. Estou falando dos famosos G-4 e Z-4. Enfim, são lutas em lados opostos da tabela, mas que têm o mesmo sentido: permanecer aonde se está.

Primeiro os colorados, no sábado. No Rio de Janeiro, o Internacional enfrenta o Vasco da Gama com o compromisso de se manter na zona da Libertadores. A última rodada foi generosa demais e fez os adversários diretos tropeçarem. Claro que o time de Falcão só foi ajudado porque já havia feito a sua parte batendo o Atlético-PR. Agora, com os vascaínos, o buraco é mais embaixo. Se o garoto Oscar, xodó da torcida, não estará em campo, as fichas são apostadas em D'Alessandro (foto acima), que volta após cumprir suspensão.

Depois, no domingo, será a vez dos gremistas. Na estreia de Julinho Camargo dentro de casa (foto à direita), se espera uma sorte melhor do que a vivida em Sete Lagoas (MG), contra o Cruzeiro. Diante do Coritiba, o Tricolor tem o compromisso claro de vencer ou vencer. Um mísero ponto pode fazer com que a zona do rebaixamento seja a nova moradia. Se bobear, quem pode cair de quatro é o próprio Grêmio.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Gracias, seleción!

Fotos: Washington Alves (Vipcomm) e Alexandre Lops (Inter)

Falcão tem toda a razão do mundo em agradecer a Ney Franco. Não fosse a liberação da Seleção Sub-20, talvez a vitória contra o Atlético-PR não viesse. Agora os gremistas tem todo o direito de reclamar de Sergio Batista. O comandante da Seleção Argentina deixou o camisa 10 do Cruzeiro no Brasil e justamente por aí passou a derrota de 2 a 0 em Sete Lagoas nesta quarta-feira.

Claro, esta é uma maneira simplista de resumir mais uma infelicidade do Grêmio no Brasileirão. Só porque o hermano Montillo (foto acima) anotou os dois gols cruzeirenses e roubou os holofotes dos estreantes Julinho Camargo e Gilberto Silva. Enquanto isso, a Argentina tropeçaria de novo na Copa América, desta vez contra a Colômbia. Por que diabos Batista não convocou Montillo?! Enfim, resta aos gremistas mirar uma melhor sorte e organização para a próxima rodada.

Já os colorados terão de confiar ainda mais em um argentino a partir de agora. Isso porque Oscar (foto à direita), autor do único gol vermelho nesta quarta, não estará em campo diante do Vasco. Tudo estará nas mãos de D'Alessandro. Será que Oscar vai fazer tanta falta assim? É difícil imaginar como o garoto foi mantido por tanto tempo no banco de reservas. Pois finalmente quando provou que é titularíssimo do Inter, terá de ser dispensado. Até lá, restará a última chance de ver o camisa 16 brilhar, antes de embarcar para o Mundial Sub-20. Os colorados podem agradecer: Obrigado, Ney Franco!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

(Re) estreias

Fotos: Lucas Uebel

A rodada desta quarta-feira é de suma importância para a dupla Gre-Nal. Os colorados porque, se vencerem o Atlético-PR em casa, podem terminar no G-4 do Brasileirão. Para os gremistas, que encaram o Cruzeiro em Sete Lagoas (MG), é o ultimato para se distanciar da zona do rebaixamento, que está a um ponto atrás. Mas, além disso, é a chance de observas as estreias e reestreias.

Ou vai dizer que você não está curioso para saber como Julinho Camargo armará o Grêmio? Sim, é a estreia do novo comandante do Olímpico. Mas não é só ele que entra em campo pela primeira vez. O pentacampeão mundial Gilberto Silva (foto acima) fará seu primeiro jogo, justamente em Minas Gerais, contra o antigo rival, já que defendeu o Atlético-MG antes de ser vendido para a Europa.

Enquanto isso, o Beira-Rio assistirá a reestreias. A primeira é a de Índio (foto à direita), zagueiro que retoma a titularidade após a convocação de Juan para a Seleção Sub-20. Mas, falando em convocados, a outra reestreia é justamente de um selecionável. Oscar, que se despediu com uma atuação de gala contra o Atlético-MG, foi chamado às pressas para reforçar diante dos paranaenses. Por fim, o maior teste de todos é de André Döring. Será ele o novo auxiliar de Falcão? A quinta-feira pode trazer esta resposta.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Feitiço e feiticeiro

Foto: Lucas Uebel (Vipcomm)

Linha de quatro, treino de coringas, time compacto. Estes foram alguns termos que se consolidaram de uns tempos para cá no Estádio Beira-Rio. Com Paulo Roberto Falcão de treinador e Julinho Camargo como auxiliar (foto), o Internacional repetiu esta série de atividades como um mantra, até conseguir engrenar no Brasileirão com duas goleadas. Agora, a parceria foi quebrada. Julinho foi para o Olímpico e carregou consigo estas práticas. O que vai acontecer a partir de agora?

Desde que assumiu o Grêmio, o novo comandante repetiu tudo aquilo que vinha fazendo quando vestia vermelho. Chegou a colocar a pulga atrás da orelha da imprensa de que era ele o grande pensador do projeto colorado. Entretanto, nesta terça-feira revelou que é de Falcão a ideia do 4-4-2 que vem consagrando Oscar e D'Alessandro. Palmas para ambos. Um, pela humildade de reconhecer o trabalho do ex-companheiro, o outro pelo pioneirismo. Agora, pergunto quem vai se dar melhor nessa?

Em um quesito, Falcão perderá. Era Julinho quem orientava os treinamentos do Beira-Rio de maneira mais enérgica. Ou seja, os "coringas" faziam parte da prancheta dele. Portanto, estas atividades continuarão a acontecer no Olímpico. E o Beira-Rio como fica? E quando tiver um Gre-Nal, quem vai se sair melhor: o feitiço ou o feiticeiro? Tudo depende de quem será o novo ajudante do ídolo dos colorados.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Julinho, a nova aposta de Odone

Foto: Lucas Uebel (Gremio.net)

Paulo Odone tem em seu currículo apostas em nomes desconhecidos da grande massa para treinar o Grêmio. Neste final de semana, lançou o mais novo de todos: Julinho Camargo (foto). Ex-técnico das categorias de base do Olímpico, com passagens por Caxias e Novo Hamburgo e, ultimamente, auxiliar de Falcão no Internacional. Pronto! O último quesito bastou para que alguns gremistas torcessem o nariz.

Mas Odone, pelo menos neste ponto, merece um crédito. Foi ele o primeiro a dar uma grande chance a Luiz Felipe Scolari. Antes mesmo de Fábio Koff descobrir o vitorioso comandante da década de 90, Felipão erguia a taça do Gauchão em 1987. Foi Odone também quem chamou Mano Menenzes no aflito ano de 2005. E, para quem não sabe, Mano também trabalhou nas categorias de base do Beira-Rio. Ou seja, é colorado? Aliás, uma das apostas mais furadas de Odone jamais poderia ser acusada de coloradismo. Antes de Mano, quem comandou o time gremista foi Hugo de Léon, capitão das conquistas de 1983. Nem por isso deu certo.

Enfim, Odone é esperto. Se não entende tanto de futebol, sabe muito bem se cercer dos que entendem. Julinho Camargo é um caso deste tipo. Se vai dar certo ou não, já é outro patamar. Agora, em um ponto o Grêmio já sai na frente do arquirrival. Ao tirar Julinho do Internacional, o presidente tricolor deixou Falcão sem seu braço direito. Portanto, se não se fortalecer, pelo menos enfraquecerá o inimigo histórico. Jogada de xadrez!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Como viver sem?

Fotos: Alexandre Lops (Inter) e Wesley Santos (PressDigital)

As cabeças pensantes da dupla Gre-Nal terão uma semana para descobrir uma saída para o sofrimento que se avizinha. Não precisa ser gênio para diagnosticar que, tanto Inter como Grêmio, sentirão saudades muito em breve. Os colorados, após mais uma atuação de luxo, terão de encontrar um substituto para Oscar (foto à esquerda), que, convocado para a Seleção Sub-20, vira desfalque por um mês. Já os gremistas, ainda com lágrimas nos olhos, terão de sobreviver à perda de Renato Portaluppi (foto abaixo).

Sei bem que Falcão, por enquanto, se negará a responder sobre o quebra-cabeças que terá de montar para enfrentar o Atlético-PR na próxima quarta-feira. Ele tem toda a razão do mundo. Primeiro pode se deliciar com a goleada de 4x0 aplicada nos atleticanos de Minas Gerais. Entretanto, já deve ir pensando em quem vai suprir as ausências de D'Alessandro, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, além do garoto Oscar e Juan, que estarão no Mundial Sub-20. E ainda há a perda de Tinga, com entorse no tornozelo.

E o que dizer da situação tricolor? Os cartolas do Olímpico simplesmente terão de provar ao torcedor que existe vida pós Renato. Não foi apenas o técnico que deixou o clube, mas o ídolo e a principal peça de marketing gremista. Que outro profissional poderia cobrir esta brecha? Sinceramente, ninguém. Mas a direção terá o final de semana de folga, sem jogos, para pensar numa saída menos dolorosa. Mãos à obra!