quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Separados no berçário

Foto: Getty Images

Sobraram motivos para que o gaúcho sentasse em frente à TV na noite de ontem para assistir à nova Seleção Brasileira contra os Estados Unidos. Queremos saber como será a condução feita por Mano Menezes. Um gaúcho, que por sua vez, substitui a outro gaudério na casamata - Dunga. Queremos rever Lucas, Carlos Eduardo, Alexandre Pato e relembrar as atuações deles pela dupla Gre-Nal há três anos. Queremos vislumbrar Victor atuando pela primeira vez com a camisa 1. No entanto, toda a euforia cai por terra logo após o apito final. Cariocas, paulistas e baianos vibraram com a volta da malemolência ao futebol nacional. Nós, sul-riograndenses, levantamos do sofá e cantamos o hino estadual.

Como pensar em Seleção Brasileira quando o Inter está prestes a disputar uma final de Libertadores da América? Não há colorado que pense em Ganso e Neymar, quando a grama sintética e o substituto de Tinga lhe saem da cabeça. Não é à toa que todos os vermelhos comemoraram a permanência de Sandro no Inter, dispensado do amistoso por Mano para enfrentar o Chivas Guadalajara. O segundo título sul-americano é presença constante na cabeça do torcedor do Beira-Rio, que alcança o pensamento até o México, jamais chegando a Nova Jersey (palco do amistoso desta terça-feira).

Enquanto isso, os gremistas, além de roerem as unhas de apreensão por ver o rival tão próximo do caneco, ganharam outra preocupação nesta terça: saber que horas Renato Portaluppi desembarcará em Porto Alegre na quinta-feira. Ninguém está ligando pra continuidade de Mano Menezes no comando do Brasil. Ele já é passado! Agora, o presente, ordena que toda a massa tricolor volte a gritar o nome de Renato das arquibancadas. O "homem-gol" será o encarregado de tirar o Grêmio da zona do rebaixamento para levar ao título da Copa Sul-Americana.

Por essas e outras, obrigo-me a pensar que só torcemos para o Brasil porque em época de Copa do Mundo o calendário do futebol nacional para. Do contrário, ainda estaríamos vestindo o azul ou o vermelho dos nossos clubes. E, com convicção, afirmo que se fizessemos uma Seleção Gaúcha, aí sim, pouco nos importaria saber de Gansos e Patos. Somos sul-riograndenses antes de brasileiros.

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