terça-feira, 31 de agosto de 2010

A ausência da camisa 10

Foto: Arquivo S.C.Inter

Houve tempo em que a camisa 10 era quase sagrada no futebol brasileiro. Era o número que classificava o craque do time! Dizem, tudo isso começou com o Rei Pelé, embaixador do Santos na década de 60. Aliás, a prova de que Pelé foi o maior de todos está na Copa de 70, no México, quando o técnico Zagallo convocou quatro "camisas 10": Gérson, do São Paulo; Rivelino, do Corinthins; Jairzinho, do Botafogo; e, finalmente, Pelé, do Santos. Os outros tiveram de contentar-se em vestir os números restantes, pois o maestro era o último deles. Porém, a utilização dela pelo melhor parece ter entrado em desuso. Em tempos onde se prioriza pelo futebol mais defensivo, os astros passaram a vestir números menores. Na dupla Gre-Nal, a sentença quase sempre foi deixada de lado. O maior ídolo da história do Grêmio, por exemplo, Renato Portaluppi, conquistou o Mundo com a camisa 7. Já Fernandão ergueu a taça mais importante do Inter com a 9. E no presente, como estão os camisas 10 da dupla?

Nesta quarta-feira, Celso Roth não vai poder contar com seu camisa 10: D'Alessandro. Ele que vem jogando um futebol realmente maestral, foi convocado para a Seleção Argetina e desfalca o Internacional por três partidas. Contra o Vitória, a função do gringo será exercida por Giuliano. Muito provavelmente o guri vestirá o número mágico do futebol. Pode ser que ele retome as boas apresentações que o tornaram o artilheiro do time na Libertadores e não desqualifique a camisa de D'Alessandro.

Enquanto isso, a torcida do Grêmio bem que gostaria de colocar no banco de reservas o seu camisa 10. Douglas, trazido com muita festa no início do ano, não caiu nas graças do torcedor. Foram duas ou três partidas dignas de um craque, porém, há muito tempo o estádio Olímpico sente a falta de um "dono do time". Antes de Douglas, Tcheco representava a raça gremista sob a sombra da camisa 10. Agora, o mais festejado veste a número 1. Bem que Souza poderia assumir a responsabilidade. Mas nem a braçadeira de capitão não está sendo correspondida. Pode ser que contra o Guarani a camisa 10 volte a brilhar, devolvendo o Grêmio ao caminho das vitórias. Os mestres da camisa 10 agradecem.

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