sábado, 30 de outubro de 2010

Abraçados na beira do rio

Foto: Alexandre Lops

Além dos campeonatos estaduais, no primeiro semestre de cada ano, dois certames mobilizam os grandes clubes brasileiros: a Copa do Brasil e a Libertadores da América. Pois em 2010, os campeões foram Santos e Internacional, respectivamente. Desta maneira, apenas eles podem se gabar por estarem garantidos no principal torneio sul-americano. Poderiam enfiar o pé no freio - ninguém se colocaria contra. Apesar disso, ambos decidiram continuar brigando pelo título do Brasileirão. E, quis o destino que eles se encontrassem neste sábado. Quem vencesse, se lançaria de cabeça no topo da tabela, obrigando o adversário a pensar somente em 2011. Mas o resultado foi ruim para os dois. No placar, 1 a 1; e oito pontos atrás dos líderes do campeonato. Ou seja, Santos e Inter morreram abraçados na beira da praia - ou melhor, do Rio Guaíba.

Ao contrário dos dois, Fluminense e Cruzeiro venceram seus compromissos nesta semana. Por isso, acabaram tirando oito pontos de diferença na tabela. E convenhamos, diminuir esta vantagem em seis rodadas fica cada vez mais difícil. É como desarmar uma bomba em contagem regressiva! O torcedor santista ou colorado também é exigente demais. Não bastaram as taças conquistadas no início e meio do ano? Aos gaúchos, por exemplo, ainda há a perspectiva de um Mundial Interclubes. Mas a promessa da diretoria foi brigar até o último minuto pelo Campeonato Brasileiro. E assim se explica a cobrança por resultados melhores.

Aliás, ainda falando sobre o Mundial, o que mais preocupa o torcedor vermelho nem é a perda iminente do Brasileirão. O grande problema é o desempenho do time comandado por Celso Roth. Desde as saídas de Taison e Sandro, não foi encontrada uma mecânica de jogo. O sistema 4-2-3-1 parece não ser o mais adequado como antes. O goleiro Renan e o centroavante Alecsandro irritam o torcedor. Uma irritação que se transforma em medo, quando vem à mente a lembrança de uma tal Internazionale de Milão. Pois bem, não resta outra alternativa senão encarar o Brasileiro como treino de luxo a partir de agora. E até para isso os colorados têm a torcida do arquirrival. Também sem chances de título, o Grêmio mira o G-4 e conta com a contribuição dos colorados para chegar lá. Será que vai ter uma mãozinha?

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Erro de pontaria

Fotos: Wallace Teixeira e Jefferson Bernardes


O Grêmio vinha focado em arrancar uma classificação para a Libertadores a qualquer custo. Para quem se debatia na zona do rebaixamento há cerca de dois meses, seria um feito extraordinário. Porém, bastou se falar na possibilidade de título para que Renato e seus comandados perdessem a concentração. Os jogadores olharam para o lado errado ao atravessar a rua e foram atropelados por um caminhão. Um caminhão intitulado Fluminense e com um motorista chamado Darío Conca (foto à esquerda). Agora as coisas ficaram difíceis.

Um empate seria ouro para o Tricolor Gaúcho, mas Renato foi esganado. Sem poder contar com os volantes Rochemback e Adílson, o treinador preferiu escalar o meia Souza. Pois foi justamente a partir disso que nasceram os gols cariocas. Dos pés do argentino Conca, solto de marcação, foi construída a vantagem. É bem verdade que a não marcação de uma penalidade (do zagueiro Leandro Euzébio em cima de Jonas) contribuiu para a montagem do placar. Mas não era uma quinta-feira muito boa de mira. Nem para os atacantes gremistas, nem para o árbitro Heber Roberto Lopes - que devia estar distraído, porque mandou o jogo prosseguir apesar da falta escandalosa. Mas é bom o clube gaúcho retomar o foco no verdadeiro objetivo: o G-3. Para o final de semana, resta apenas rezar para que os demais adversários não disparem na tabela.

Para os colorados, ainda é cedo para reza. O Inter entra em campo neste sábado para enfrentar o Santos, e uma vitória recoloca o time na briga pelo título. Porém, nem o clube, muito menos os jogadores, parecem estar muito dedicados a isso. Ontem, ocorreu o lançamento do uniforme que será utilizado no Mundial Interclubes, no final do ano. Como manequins, desfilaram alguns jogadores muito sorridentes e ansiosos pelas areias dos Emirados Árabes (foto à direita). Portanto, mesmo que a arma esteja apontada para o Santos, sabemos, a pontaria está em Abu Dhabi.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Barriga de aluguel

Não precisa nem explicar por que Renato Portaluppi é ídolo no Grêmio. É uma história que reconta ainda o surgimento dele nas categorias de base e todo o caminho rumo ao título mundial na década de 80. No entanto, no museu do Fluminense (rival gremista nesta noite de quinta-feira), ele não fica tão atrás. Foi com a camisa do clube carioca que ele recebeu o título de "Rei do Rio". Quando garantiu a vitória de 3 a 2 em cima do Flamengo com um gol de barriga (foto), e a taça de campeão estadual de 1995 ao clube das Laranjeiras, foi coroado pela imprensa. Venceu uma disputa pessoal com Túlio e Romário. Depois disso, em 2007, ainda voltaria como técnico para dar a primeira Copa do Brasil da história. Por isso, como canta o hino fluminense, Renato pode se dizer "tricolor de coração" realmente.

Mesmo assim, Renato nunca deixou para trás o passado no estádio Olímpico. E os cariocas sabem disso, tanto que ocultaram o sobrenome Portaluppi para agregar o apelido. No Rio de Janeiro, ele é Renato Gaúcho! Por isso, não será nenhuma traição se o comandante ordenar que seus soldados vençam nesta noite em pleno Engenhão. Afinal de contas, Renato nem sempre vestiu as cores do Tricolor Carioca. Lá mesmo, em território fluminense, já trajou o rubro-negro do Flamengo e o alvinegro do Botafogo. Também já ostentou a cruz de malta do Vasco da Gama - mas isso como treinador. Aliás, foi neste período que Renato encontrou a principal pérola do atual elenco do Fluminense. Darío Conca chegou ao estádio de São Januário pelas mãos do gaúcho e, posteriormente, foi levado para o clube tricolor, assim que o técnico acertou sua transferência.

A partir de então, está traçado o plano gremista para esta rodada: parar Conca. Se Portaluppi foi o responsável por fazer o gringo jogar tanta bola, terá a tarefa de fazê-lo parar pelo menos por 90 minutos. Dos pés do argentino nascem os gols do Fluminense. Será a briga do criador contra a criatura.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Revanche à mexicana

Foto: Site Internacional

É incrível, mas (pelo que parece), para se tornar bicampeão do mundo, o Inter terá que provar que as conquistas anteriores não foram mera casualidade. No sorteio realizado na sede da Fifa, na Suíça, ficou definido que os colorados estrearão no Mundial Interclubes no dia 14 de dezembro, contra a equipe vencedora do confronto entre o campeão africano (Mazembe, do Congo, ou Esperance, da Tunísia) e Pachuca, do México. Não precisa nem dizer, mas o favorito, neste caso, é o time mexicano. Assim, curiosamente, o Internacional cruzaria o caminho de mais uma vítima de suas conquistas. Para quem não lembra, o Pachuca foi o adversário colorado na final da Recopa Sul-Americana, em 2007. Depois de vencer no México por 2 a 1, foi goleado por 4 a 0 no Beira-Rio, com show de Alexandre Pato (foto). Mas uma revanche não será novidade na vida dos colorados.

Em 2010, o Inter teve que superar inúmeros rivais do passado para conquistar a Libertadores da América. Emelec (inimigo da Libertadores de 2007), Estudiantes (vice-campeão da Sul-Americana de 2008), São Paulo (derrotado na decisão da Libertadores de 2006) e Chivas (eliminado na Sul-Americana de 2008) foram, todos, surrados novamente. Agora, quem sabe, chegou a hora do Pachuca pedir uma reedição do confronto de três anos atrás. Os times já não são mais os mesmos. Dos titulares, por exemplo, os mexicanos mantêm o goleiro Calero, zagueiro López e o meia Caballero; enquanto o Inter tem apenas o zagueiro Índio. Mesmo assim, não diminui em nada a sede de vingança dos "tezos", como são conhecidos.

Aliás, esta será a terceira participação deles no Mundial. Em 2007, caíram para um clube tunisiano nas quartas-de-final. Em 2008, foram eliminados na semifinal pela LDU, que tinha como referência o meia argentino Damián Manso - hoje principal articulador do próprio Pachuca. Pois, quem sabe, possamos ver o Inter vergar outro revanchista e alcançar a finalíssima em Abu Dhabi. Aí, será a vez de outro clube pedir vingança: a Internazionale de Milão - derrotada em 2008, na Copa Dubai. Definitivamente, este é o ano da reafirmação dos colorados.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Renato e seus Leandros

Foto: flamuseu.blogspot.com

O Grêmio passará nove dias longe de Porto Alegre - enfrentará Fluminense e Goiás fora de casa. Para a viagem, 21 atletas foram relacionados. E, mais uma vez, o meia-atacante Leandro não integra a delegação. Agora, a causa é uma gripe. Sabemos, a questão médica é muito importante; mas para quem participou de apenas 40% dos jogos deste ano, bem que o jogador podia se empenhar mais. O próprio técnico Renato Portaluppi sabe disso e tratou de alertar na coletiva desta terça-feira: "a última impressão é a que fica". Ou seja, ele começa a pensar na formação do elenco para 2011 e, pelo que apresentou, o meia parece estar fora dos planos. O pior de tudo é que não é a primeira vez que um "Leandro" atravessa o caminho de Renato.

Portaluppi poderia ter ido ao México, em 1986, disputar a Copa do Mundo. Porém, enquanto a Seleção Brasileira se preparava para o torneio em Belo Horizonte, algo estranho aconteceu. Conta uma fábula futebolística que, em uma determinada noite, Renato e mais outros jogadores resolveram escapar da concentração para fazer festa. Na volta, Leandro (ex-lateral e zagueiro do Flamengo) não conseguiu escalar o muro da Toca da Raposa. Em consideração ao colega e amigo, o atacante ficou do lado de fora também. No dia seguinte, o gaúcho seria cortado da equipe pelo então técnico Telê Santana. Apenas ele! Como forma de recompensa, Leandro abandonou a Seleção também.

Na década de 80, a parceria custou uma presença no principal torneio de futebol. Pode ser que desta vez não custe uma vaga na Libertadores da América, ou um título nacional. Está na hora de ele rever suas companhias. O músico, Renato, escolheu os "blue caps" para lhe acompanhar. O ex-jogador e treinador escolheu os Leandros. Enfim, os Leandros parecem ser o karma na vida de Renato.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Empatou a vida

Foto: Lucas Uebel (Vipcomm)

Um Gre-Nal emocionante como há muito não se via marcou este domingo que passou. O placar foi 2 a 2, mas poderia ter sido 5 a 1 pró Grêmio, ou 4 a 2 pró Inter. O empate serviu apenas para coroar o tamanho da luta de ambos os lados. Nesta segunda-feira, nem gremistas ou colorados vão poder "tocar flauta". Aliás, como se constatou antes da partida, somente o Tricolor teria algo a perder. E realmente perdeu - basta notar o desespero do goleiro Victor (foto) após os gols vermelhos. O Inter, literalmente, empatou a vida do Grêmio.

Na maior parte do jogo, os donos da casa foram esmagadoramente melhores. Não sei se pela escolha por três volantes, de Celso Roth, mantendo o esquema com apenas um atacante. Mas o time de Renato empilhou chances de gol e não conseguia converter em bola na rede. Até parecia ter sido contagiado do mal que aflige os  colorados nos últimos tempos. Mesmo assim, a teimosia do ataque beneficiou André Lima, que abriu o placar nos instantes finais do primeiro tempo. Mas era justamente a etapa final que guardaria as maiores emoções. Em uma única chance, o Internacional desconstruiu toda a vantagem do rival. Bastou uma cabeçada de Índio. Ele, o homem Gre-Nal, não deixou sua marca desta vez. Mas, com um testaço, forçou Rochemback a enfiar a mão na bola. Pênalti, expulsão e gol de Alecsandro que mudariam o destino da partida. Apesar dos pesares, Fábio Santos ainda encontrou forças para recolocar o Tricolor na frente do marcador. Porém, o argentino D'Alessandro demonstrou ter mesmo estrela em Grenais, e tratou de igualar o clássico.

Por isso, pode se dizer que o Internacional venceu, mesmo que tenha empatado. Para os gremistas, resta a lamentação de que, se não fosse a expulsão, o placar poderia ser diferente. Mas não foi. Os colorados seguem na frente da tabela, impedem temporariamente o avanço dos rivais e cumprem o papel de coadjuvante no Brasileirão. Agora, a vida prossegue com duas pedreiras pela frente. Na quinta, o Grêmio enfrenta o líder Fluminense, enquanto o Inter recebe o Santos de Neymar no sábado.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Clássico dos clássicos

Domingo, Grêmio e Internacional entrarão em campo pela 383ª vez. São mais de cem anos de história deste clássico iniciado com uma vitória elástica dos azuis, e construído por uma superioridade numérica vermelha. São inúmeros capítulos que contam esta epopeia gaúcha. Diversos heróis e vilões já passaram pela passarela chamada Gre-Nal. E agora, pelo segundo turno do Brasileirão, teremos, quem sabe, um novo item para contar. E a partida não decide absolutamente nada. É só mais um jogo! Mesmo que vençam, Inter e Grêmio seguem apenas no plano dos sonhos. Apesar disso, é quase uma heresia classificar a rivalidade como "apenas mais um jogo". É o Gre-Nal 383!

Não há lugar no mundo onde adversários se vejam assim. Nenhum dos derbys brasileiros ou europeus são comparáveis ao jogo de nervos que se pratica no Rio Grande do Sul. Este é o nosso espírito bipolarizado de levar as coisas. É o modo como o gaúcho se cria. Desde pequeno, ou é colorado ou gremista. Há quem torça por Juventude, Brasil de Pelotas ou outros clubes do interior. Mas, até mesmo estes, duvido que nunca tenham vestido a camisa tricolor ou colorada. Ou, de maneira mais amena, simpatizam quando um deles marca um gol. Aquela torcida anti-grenal que vemos no Gauchão (até mesmo ela) é pura balela!

Bom, mas sobre esta partida de domingo, mesmo que termine empatada em 0 a 0, já tem motivos para entrar para história. Pela primeira vez, Renato Portaluppi - herói da conquista mundial gremista - estará comandando o time do coração num clássico. Para os vermelhos, existe a questão de honra, de embarcar para Abu Dhabi com uma vitória sobre o inimigo. E, por fim, será o Gre-Nal de despedida do árbitro Carlos Eugênio Simon. Além disso, são mais de vinte atletas dispostos a escrever seus nomes no álbum dos homens decisivos. Imagine a cabeça de Júnior Viçosa, podendo marcar o gol na estreia dele em clássicos gaúchos! Ou a sede de Renan, em provar que não é motivo de chacota para a torcida gremista. Não adianta, Gre-Nal é sempre Gre-Nal!

Juízo final

Foto: Eduardo Cecconi

Carlos Eugênio Simon tem 45 anos de idade. Portanto, ainda é jovem para se despedir da vida. Mesmo assim, terá seu juízo final neste domingo. Sorteado pela CBF para apitar o Gre-Nal, o árbitro fará a despedida do maior clássico gaúcho. Depois disso, em 2011, será mais um funcionário aposentado do Brasil. Porém, há quem não queira vê-lo entrar no gramado do estádio Olímpico no fim de semana. Dirigentes do Inter e Grêmio mostraram-se insatisfeitos com a indicação, dando preferência a profissional de outro Estado. Até mesmo o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, se disse traído por Luiz Cunha Martins (ex-juíz de futebol e hoje secretário da Comissão Nacional de Arbitragem), a quem teria pedido o afastamento de Simon para o domingo. Mas, enfim, por que tanto bate boca? Árbitro Fifa, participante de três Copas do Mundo, Carlos Simon não conta com a admiração da dupla Gre-Nal?

Por parte gremista, as reclamações recorrem a duas falhas em clássicos. Em 2006, no primeiro jogo da final do Gauchão, Bolívar, do Internacional, recuou a bola para o goleiro Clemer, que segurou com as mãos. No entanto, não foi assinalado nada. O erro mais recente, remete ao jogo de Erechim, de 2009, vencido pelo Inter por 2 a 1. Quando o placar ainda estava empatado, Jonas balançou as redes para o Tricolor. Porém, Simon anulou o gol, alegando impedimento do atacante. Foi crucificado. Depois disso, o auxiliar Marcelo Barizon assumiu a falha. Do lado vermelho, a bronca está nos números. Dos 18 Grenais apitados por Simon, o Grêmio venceu 8, restando 5 empates e 5 viórias coloradas. Sendo assim, a situação nem envolve tantos erros crassos do árbitro, e sim um possível pé frio dele para os torcedores do Inter.

Agora, sejamos sinceros: tudo isso é balela! Tanto faz quem vai arbitrar o jogo. Claro, a CBF não poderia colocar o "Joãozinho Qualquer" para apitar o Gre-Nal. Mas Simon não é pouca coisa. Quem vai escrever o capítulo do clássico 383 são os jogadores que entrarão em campo. Ou você recorda de um jogo marcado pela atuação do juíz? Não! Você lembra do Gre-Nal de Fabiano, do Gre-Nal de Ronaldinho, do gol de Nilmar, da defesa de Danrlei. O resto é só conversa para boi dormir.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ditadura ou democracia?

Não iremos discutir a abertura política de Cuba. Vamos tratar da situação da dupla Gre-Nal nesta semana que antecede o clássico. Enquanto no Beira-Rio tremula a bandeira da Coreia do Norte, no Olímpico a imprensa é recebida com sorrisos de boas vindas.
Celso Roth antecipou que os treinos do Internacional estarão trancafiados a sete chaves até sexta-feira. Aliás, o período de concentração inicia dois dias antes da partida. Portanto, não se sabe se Rafael Sóbis retorna como titular, se o esquema tático será mantido, se Renan vai ser mesmo o dono da camisa 1. Estes mistérios, inclusive, são bem característicos de Roth. Em 1997, por exemplo, ele mandou engessar a perna do atacante Fabiano, antes do clássico que decidiria o Gauchão. O resultado foi 1 a 0, gol do enfermo.

Já Renato, que vai fazer sua estreia em Grenais atuando como treinador, parece estar encarando o jogo como "apenas mais um". Nada de treino fechado no Grêmio! Ou ele está convencido de que ganhará o clássico, ou sabe que este esconde-esconde não dá três pontos. Mano Menezes - rei dos Grenais - fechava portões, armava surpresas e faturava o rival. Dunga manteve os atletas em cativeiro durante a Copa do Mundo e voltou sem nada pra casa. E agora, qual estado político vai vencer o clássico de domingo: a ditadura de Roth ou a democracia de Renato?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Todos contra Felipão

Foto: Arquivo Uol.com.br


Luiz Felipe Scolari, Grêmio e torneios continentais trazem boas recordações ao lado azul do Rio Grande do Sul. Pois agora vão começar a causar calafrios ao torcedor tricolor. Um dos maiores treinadores da história do clube (senão o maior) é o maior rival por uma vaga na Libertadores da América de 2011. Sim, pois a Conmebol decidiu que o G-4 está de volta ao Brasileirão. Isso anima o torcedor! Porém, basta um brasileiro vencer a Copa Sul-Americana, que o G-3 será a regra novamente na tabela de classificação. Atualmente, quatro equipes brazucas ainda estão na disputa: Avaí, Goiás, Atlético-MG e Palmeiras. Sim, o Palmeiras de Felipão está na briga!

E se o gremista acha que o treinador sentirá saudades do Sul e vai facilitar a vida do Tricolor, vale uma lembrança: com o Palmeiras, Felipão também já foi campeão da América. Ou seja, conhece muito bem o caminho da conquista também no clube paulista. Além do mais, se considerarmos a qualificação dos adversários que ele terá pela frente, não é tarefa impossível. Até porque, aos poucos, Scolari começa a criar a identidade que tanto qualificou os trabalhos no Grêmio, Palmeiras, Seleção Brasileira, Portugal, enfim. Valdívia, Kléber e Marcos Assunção abraçaram a causa do comandante. É ou não de assustar?

Claro, para não depender da má sorte de Felipão na Sul-Americana, os gremistas precisam fazer o trabalho por si. Chegando entre os três primeiros do Brasileirão, o Imortal estará novamente na Libertadores da América. Hoje, são quatro pontos que colocam o Corinthians na frente. Dando sequência a fase vitoriosa instalada por Renato Portaluppi, nem o título nacional está descartado. Porém, antes disso tudo, temos o Gre-Nal no domingo. E, mesmo que a situação do rival colorado não seja das melhores, clássico é clássico e vice-versa (já dizia o velho Jardel).

domingo, 17 de outubro de 2010

Penalidade máxima

 Fotos: Jefferson Bottega e Alexandre Lops

Foram duas bolas postas no cal (uma no Rio de Janeiro, no sábado, e outra em Porto Alegre, no domingo). Ambas foram precedidas de marcações de falta bastante discutíveis. Na primeira delas, Índio, do Inter, chegou junto do atacante Deivid, do Flamengo. O árbitro assinalou um empurrão do colorado pelas costas. Na conversão, bola para um lado e goleiro para o outro. O segundo pênalti aconteceu de maneira muito semelhante. O lateral Gilson caiu dentro da área cruzeirense e o apito decretou o gol da vitória gremista. As penalidades não tornaram os resultados das partidas em injustiças. Porém, bastaram para encaminhar os placares.

Quem saiu vencendo foi o Grêmio, que através deste pênalti - convertido no 20º gol de Jonas no Brasileirão - chegou à virada de 2 a 1. A importância do adversário (o líder Cruzeiro) contribui para que o Tricolor embale mais ainda rumo ao G-3. Agora, são quatro pontos que o separam do Corinthians, terceiro colocado. Ainda, instalou-se na torcida o sonho por um título nacional. E quem negará tal feito aos comandados de Renato Portaluppi, que vêm comprovando ao Brasil o motivo do apelido de Imortal do clube gaúcho?

Ruim para o Inter. Aliás, péssimo. O gol de pênalti do flamenguista Deivid apenas abriu a goleada de 3 a 0 que viria a ser desenhada. E ela representa a recaída do time de Celso Roth no campeonato. O pôster de campeão da Libertadores parece estar descolando da parede do torcedor colorado. Nada daquela equipe vencedora parece estar presente no atual elenco. Os atacantes não balançam mais as redes, o meio é pouco efetivo e o goleiro Renan, mais do que nunca, está sendo posto em dúvida. E estes dois opostos se encontrarão no final de semana que vem: dia de Gre-Nal.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Velhos conhecidos

Fotos: maismemoria.net e globoesporte.com


Luxemburgo no Internacional, Cuca no Grêmio. Não, isso não é nenhuma notícia bombástica sobre mudança de técnicos! Muito pelo contrário, a dupla Gre-Nal segue apostando em Celso Roth e Renato Portaluppi. No entanto, os adversários deste final de semana (Flamengo e Cruzeiro), têm como comandantes ex-atletas que já vestiram a camisa dos clubes gaúchos. São, portanto, de uma forma ou de outra, velhos conhecidos do Rio Grande do Sul.

O novo técnico rubro-negro, por exemplo - Vanderlei Luxemburgo -, teve uma carreira mais marcante embaixo da casamata do que dentro dos gramados. Justamente por isso, poucos sabem que ele já vestiu a camisa colorada no ano de 1978. Depois de servir por oito anos ao próprio Flamengo, o lateral-esquerdo Vanderlei, ofuscado pela presença do grandioso Júnior, decidiu respirar novos ares na beira do rio Guaíba. Não fez grandes diferenças em sua carreira. Sua maior ligação com o Inter foi mesmo o quase acerto no final do ano passado, quando o Colorado acabou trazendo o uruguaio Jorge Fossati. De resto, não se tem mais nada. Vanderlei até mesmo é flamenguista de coração!

Mas isso é papo para o sábado, pois no domingo Cuca e Grêmio voltarão a se enxergar. Para que os mais jovens saibam, Cuca (atual treinador do líder Cruzeiro) defendeu o Tricolor de 1986 a 1989, retornando posteriormente em 1990. Aliás, atacante de presença marcante, Cuca carimbou seu nome na história gremista ao anotar o gol do primeiro título da Copa do Brasil. Mas, se o assunto é passado, gremista algum trocaria Renato por Cuca. Assim como os colorados preferiram ver Roth na Libertadores, ao invés de Luxemburgo. Veremos se o presente faz justiça as preferências da dupla. Boa sorte!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Para lá de Marrakesh

Foto: Alexandre Lops


O Internacional não estava embriagado, mas bem que parecia estar. A derrota contra o Santos evidenciou que o Colorado, apesar do discurso de campeão, não está tão a fim de levar o título nacional. Uma vitória na Vila Belmiro podia atirar o clube gaúcho de cabeça na briga pela liderança. Mas, sem Giuliano, D'Alessandro, Alecsandro e criatividade, os meninos liderados por Neymar somaram mais três pontos e assumiram a quarta posição na tabela.

Aliás, não se sabe se a ressaca do Inter ainda é por conta da conquista da Libertadores, ou se é apenas precaução para a maré alta que o time irá viver em dezembro. Até mesmo o lateral Kléber, de atuações destacadas nos últimos meses, parece ter desaprendido o caminho do futebol. A cabeça do grupo vermelho está para lá de Marrakesh - mais precisamente em Abu Dhabi. O atacante Edu (foto), mais uma vez, decepcionou o torcedor comuma apresentação bem abaixo das expectativas. Ele, que deveria provar que tem condições de estar no elenco que vai ao Mundial Interclubes, não consegue se destacar de maneira alguma - a não ser, claro, de forma negativa. Há quem diga que ele será o novo Adriano Gabirú. Só assim se explicaria a presença dele na lista de relacionados de Celso Roth.

E o temor dos colorados nem é mais perder o Brasileirão pelo 31º ano consecutivo, mas ver o rival crescer de maneira estupenda. Enquanto o Inter perde forças na disputa, o Grêmio desponta entre os postulantes ao G-3 (e, quem sabe, até mesmo ao título brasileiro). Pergunte a um colorado! Nenhum quer ver o ano do bi da América "manchado" por um campeonato brasileiro gremista. Porém, só ele pode se ajudar. E semana que vem tem Gre-Nal! Será que o Inter vai estar com a cabeça nos Emirados Árabes?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mais um menino na Vila

Foto: Alexandre Lops
Reservado para esta quarta-feira, o jogo entre Santos e Inter traz dores de cabeça ao técnico Celso Roth. Antes mesmo da bola rolar, o comandante colorado pode se preocupar tanto com as qualidades do adversário, quanto com as próprias deficiências. A lista dos desfalques, que já contava com Tinga, Rafael Sóbis, Giuliano e D'Alessandro, ganhou novos nomes na última rodada. Os centroavantes Alecsandro e Leandro Damião estão fora da partida por ocorrência dos cartões (vermelho e amarelo, respectivamente). A situação abre brecha para que Ilan apareça com a camisa 9. Porém, marca também o retorno de Guto - jogador de 22 anos, revelado nas próprias categorias de base do Beira-Rio (foto).

Lançado inicialmente por Abel Braga em 2007, o atacante era visto como mais um produto do Internacional. No entanto, dentro de campo, acabou não confirmando a fama de artilheiro, trazida dos campeonatos de base. Assim, acabou sendo emprestado por um ano ao Sport Recife, onde foi rebaixado para a Série B do Brasileirão. Aliás, pelo rubro-negro pernambucano, Guto balançou a rede apenas quatro vezes, e teve poucas oportunidades como titular. Neste ano, retornou à Porto Alegre e vem disputando competições de menor expressão com o Inter B. No Brasileiro Sub-23 e na Copa Enio Costamilan é o goleador da equipe, com quatro e sete gols. Por isso, a comissão técnica decidiu apostar novamente no garoto.

Guto é o exemplo clássico de jogador que arrebenta nas categorias de base e, quando chamado aos profissionais, desaponta. Pode ser que no segundo tempo contra o Santos, ele receba nova chance. A partida é uma pedreira só, se considerarmos que uma derrota pode sepultar as chances de título nacional. Contudo, contra os "meninos da Vila", o centroavante pode reescrever sua história no Inter. Nada mau para o centroavante que só marca gols quando joga contra garotos. O problema vai ser quando ele bater de frente com zagueiros experientes, como Edu Dracena. Só Guto pode apontar o seu destino.

domingo, 10 de outubro de 2010

Atacantes Vs. Arbitragem


Fotos: Fernando Gomes e Agência Lance
Inegavelmente, os árbitros de futebol não estão tendo um grande ano em 2010. Não se compara aos escândalos de arbitragem ocorridos em 2005 no Brasil. Mas também não dá para esconder que a qualidade dos apitadores decaiu muito nesta temporada. Depois dos fiascos na Copa do Mundo (principalmente no jogo entre Alemanha e Inglaterra), qualquer errinho parece bobagem. Pois neste final de semana, a dupla Gre-Nal teve que superar os equívocos dos juízes para somar pontos na tabela de classificação. Melhor para os atacantes, que tiveram melhor sorte.

No Beira-Rio, por exemplo, Sálvio Spínola e Alecsandro travaram uma verdadeira batalha. O centroavante colorado foi o autor do gol da vitória sobre o Atlético-MG - o 50º dele com a camisa do Inter, aliás (foto acima). Porém, logo no início do segundo tempo, foi expulso diretamente (sem ao menos ter recebido cartão amarelo). Alecsandro havia acertado um carrinho no jogador atleticano, é verdade. Mas não era para cartão vermelho. A partir dali, o quadro que era extremamente favorável ao clube gaúcho, ganhou retoques de drama. Mesmo assim, com um jogador a menos, o Colorado garantiu o 1 a 0, perdendo algumas outras chances de gol e assistindo a outras pataquadas do juíz.

Agora, verdadeira epopeia viveu o Grêmio no sábado. Contra o Vasco da Gama, em São Januário, o Tricolor perdia por 3 a 1, com lances bastante discutíveis. O árbitro Alício Pena Júnior anulou um gol gremista, de André Lima; e marcou uma falta literalmente no grito, que culminaria no terceiro gol vascaíno. Mas, para a felicidade da massa azul, Jonas (foto à direita) estava em noite inspirada novamente e comandou a imortalidade gremista. Resultado final: 3 a 3. Desta vez, os goleadores levaram a melhor - Alecsandro e Jonas superaram a guerra contra a má arbitragem.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sem motivos para chorar

Fotos: Mauro Vieira e Alexandre Lops

Mais emocionante que a goleada gremista sobre o Prudente nesta quarta-feira, foi assistir a entrevista coletiva do atacante Jonasao final do jogo. Autor de três, dos quatro gols do time gaúcho, o atleta foi às lágrimas ao relembrar os maus momentos que passou na carreira. Literalmente, o jogador passou de pior "delantero" do mundo (como apontou um jornal espanhol no ano passado) a xodó da torcida. Hoje, com 17 gols, Jonas é o artilheiro disparado do Campeonato Brasileiro, além de figurar no quadro dos maiores goleadores da história do Grêmio. É pouco? É motivo de choro? Só se for de felicidade...

Muito por conta de Jonas, o Grêmio migrou da zona do rebaixamento para brigar pela zona do rebaixamento. E quem duvida que o time de Renato não poderá brigar pelo título nacional? A distância para o líder Fluminense é de 10 pontos atualmente. Mas, depois da reação que se viu até agora, nada é impossível para este novo Imortal Tricolor do segundo semestre.

E quem pensa que os colorados têm motivos para chorar, também se engana. Nem mesmo a derrota para o Ceará por 1 a 0 pode fazer com que o torcedor vermelho atire o chapéu no chão. Afinal de contas, o clube é o atual campeão da América e representará o continente em Abu Dhabi no final do ano. Se o título do Brasileirão está cada vez mais distante, não é por isso que o Internacional irá se sentir um patinho feio. O foco deve ser mesmo o Mundial de Clubes - e Roth, inclusive, deve achar uma nova formação a partir dos jogadores que sobraram. Por isso, nenhum dos gaúchos pode chorar mágoas nesta reta final de 2010 - ainda mais aqueles que, assim como eu, conseguiram garantir o ingresso para o show que Paul McCartney irá fazer no Beira-Rio no mês que vem.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dependência química

Foto: Diego Vara e Jefferson Bottega

Uma equipe de futebol não se faz de apenas um jogador. Quando um clube conquista um campeonato, não se pode atribuir a vitória apenas a um atleta. No entanto, não se pode omitir a importância dele para tal feito. Não foi Romário quem conquistou sozinho a Copa do Mundo em 1994. Dunga foi importante ao trancafiar o atacante na concentração, assim como o goleiro Taffarel teve sua parcela ao defender penalidades na decisão contra a Itália. Agora, a figura do camisa 11 restou no imaginário do torcedor brasileiro. O mesmo ocorre com a torcida Gre-Nal. Nas últimas conquistas, os gaúchos vão lembrar de dois personagens. No Grêmio, Victor foi o capitão que ergueu a taça do Campeonato Estadual com a segurança de suas defesas. No Inter, o Beira-Rio inteiro reconhece o poder de decisão do argentino D'Alessandro na reta final da Libertadores da América. Pois nesta quarta-feira, eles não estarão em campo. Ambos servem às suas Seleções: brasileira e argentina, respectivamente. E agora, há vida sem eles?

Com relação ao meio-campista, a dependência é representada explícitamente em números. Com D'Alessandro em campo, o Inter disputou 13 jogos e venceu 9. Os substitutos não se sairam tão bem assim. Edu, Marquinhos e Andrezinho já tiveram a missão e não executaram com o mesmo êxito do castelhano. Foram empates contra Goiás e Atlético-GO dentro de casa, derrotas diante do Palmeiras e Cruzeiro longe de Porto Alegre (só para lembrar os últimos resultados). O torcedor colorado sabe disso e, então, não vê o confronto contra o Ceará com bons olhos - mesmo que o adversário não seja dos mais perigosos.

No Grêmio, a chegada de Renato e as vitórias fora do Olímpico animam a torcida. No entanto, um fator assusta o analista atento. O goleiro Victor atuou em todas as partidas deste ano - exceto em duas. Em apenas dois jogos oficias de 2010, Marcelo Grohe foi o dono da camisa 1. E podemos dizer, sem sombra de dúvidas, que foram as derrotas mais decepcionantes, ambas dentro de casa. Contra o Fluminense, quando Silas foi demitido; e contra o Goiás, na eliminação pela Copa Sul-Americana. Mais uma vez os números comprovam: sem Victor, o Grêmio tem dificuldades para derrubar os inimigos. Quem sabe, contra o Prudente, a história seja revertida. É nisso que apostam os tricolores que ainda sonham com a vaga na Libertadores da América.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O futebol se leva a sério

Foto: Divulgação

Neste domingo não tivemos rodada do Brasileirão. Ela foi antecipada para sábado, por conta das Eleições (aliás, com grandes vitórias da dupla Gre-Nal por 3 a 0). Mesmo assim, tenho como dever ainda falar sobre o esporte - mas sem esquecer do que vivemos neste 3 de outubro. Apesar da ausência de bola rolando, pude constatar que o futebol se leva mais a sério do que a política.

Digo isso porque a sociedade paulista acaba de eleger o humorista Tiririca como deputado mais votado do Brasil. Convenhamos, você colocaria um palhaço como dirigente do seu clube do coração? Entregaria o futuro do seu time, as contratações, a um ator de circo? E neste comentário não existe nenhum desmerecimento à profissão, mas tenho certeza que você não gostaria de ver um cargo importantíssimo de Inter ou Grêmio sendo ocupados por um aventureiro, por uma pessoa visivelmente incapacitada para aquela função.

E o que mais me espanta é que este é um procedimento muito comum em processos eleitorais por todo o mundo. Costumeiramente, prostitutas, atores e músicos chegam ao poder público. Há quem defenda que isso é a democracia, é a voz do povo. Pois eu volto a perguntar: você elegeria Cicciolina, Arnold Schwarzenegger ou Agnaldo Timóteo presidentes do seu clube do coração? É claro que não! Quem eles iriam contratar para jogar no seu time? O Jackie Chan? Sinceramente, por estas e outras, eu afirmo que o futebol se leva mais a sério. E dizer que já fui chamado de alienado por acompanhar diariamente uma prática esportiva. Faça-me o favor! Quem é alienado aqui?!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A camisa 9 é minha!

Foto: Vipcomm
Grêmio e Inter vão entrar em campo neste sábado rezando pra bomba não estourar lá atrás. Tanto Renato quanto Celso Roth têm problemas para escalar as linhas de defesa. No Tricolor, os cartões amarelos tiraram Vilson, Rafael Marques e Paulão da viagem para Salvador. Por isso, a zaga deve ser formada por Ozeia e Neuton. No Colorado, Índio, apesar de relacionado para enfrentar o Guarani, é dúvida depois que sentiu um desconforto muscular na coxa esquerda. E ainda tem o caso do goleiro Renan, que não vem passando confiança para a torcida. No entanto, as questões defensivas passarão despercebidas se os centroavantes chamarem a atenção para si.

No treino desta sexta-feira, o técnico do Internacional definiu que Alecsandro está de volta ao time titular. Os gols que Leandro Damião marcou durante o período em que não havia concorrência não foram o bastante. A camisa 9 é de Alecsandro. Ele, goleador da equipe na temporada, não pode ficar sentado no banco de reservas! Não agora, que está totalmente recuperado de lesão. Aliás, a reestreia do contra o Corinthians mostra o faro de gol do atleta, pois no primeiro toque na bola, o torcedor já gritava gol. E mesmo que não tenha a empatia de todo o Beira-Rio, tem a confiança do comandante.

No Grêmio, o goleador é o camisa 7, Jonas. Porém, ele não tem parceria. Borges, que o acompanhou durante o primeiro semestre, está fora dos gramados pelo resto do ano. André Lima, que marcou dois gols no meio de semana, recebeu o terceiro cartão amarelo e não enfrenta o Vitória. A esperança, portanto, recai sobre Diego Clementino. Ele pode não ter nome de goleador, mas a estreia já deixou a torcida esperançosa - foi Clementino o autor do quarto gol contra o São Paulo. Sendo assim, será dele, muito provavelmente, a camisa de número 9 neste sábado. Quem sabe ele repita o feito da última quarta-feira, minimizando as ausências na zaga. Boa sorte aos atacantes da dupla!