quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dependência química

Foto: Diego Vara e Jefferson Bottega

Uma equipe de futebol não se faz de apenas um jogador. Quando um clube conquista um campeonato, não se pode atribuir a vitória apenas a um atleta. No entanto, não se pode omitir a importância dele para tal feito. Não foi Romário quem conquistou sozinho a Copa do Mundo em 1994. Dunga foi importante ao trancafiar o atacante na concentração, assim como o goleiro Taffarel teve sua parcela ao defender penalidades na decisão contra a Itália. Agora, a figura do camisa 11 restou no imaginário do torcedor brasileiro. O mesmo ocorre com a torcida Gre-Nal. Nas últimas conquistas, os gaúchos vão lembrar de dois personagens. No Grêmio, Victor foi o capitão que ergueu a taça do Campeonato Estadual com a segurança de suas defesas. No Inter, o Beira-Rio inteiro reconhece o poder de decisão do argentino D'Alessandro na reta final da Libertadores da América. Pois nesta quarta-feira, eles não estarão em campo. Ambos servem às suas Seleções: brasileira e argentina, respectivamente. E agora, há vida sem eles?

Com relação ao meio-campista, a dependência é representada explícitamente em números. Com D'Alessandro em campo, o Inter disputou 13 jogos e venceu 9. Os substitutos não se sairam tão bem assim. Edu, Marquinhos e Andrezinho já tiveram a missão e não executaram com o mesmo êxito do castelhano. Foram empates contra Goiás e Atlético-GO dentro de casa, derrotas diante do Palmeiras e Cruzeiro longe de Porto Alegre (só para lembrar os últimos resultados). O torcedor colorado sabe disso e, então, não vê o confronto contra o Ceará com bons olhos - mesmo que o adversário não seja dos mais perigosos.

No Grêmio, a chegada de Renato e as vitórias fora do Olímpico animam a torcida. No entanto, um fator assusta o analista atento. O goleiro Victor atuou em todas as partidas deste ano - exceto em duas. Em apenas dois jogos oficias de 2010, Marcelo Grohe foi o dono da camisa 1. E podemos dizer, sem sombra de dúvidas, que foram as derrotas mais decepcionantes, ambas dentro de casa. Contra o Fluminense, quando Silas foi demitido; e contra o Goiás, na eliminação pela Copa Sul-Americana. Mais uma vez os números comprovam: sem Victor, o Grêmio tem dificuldades para derrubar os inimigos. Quem sabe, contra o Prudente, a história seja revertida. É nisso que apostam os tricolores que ainda sonham com a vaga na Libertadores da América.

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