Domingo, Grêmio e Internacional entrarão em campo pela 383ª vez. São mais de cem anos de história deste clássico iniciado com uma vitória elástica dos azuis, e construído por uma superioridade numérica vermelha. São inúmeros capítulos que contam esta epopeia gaúcha. Diversos heróis e vilões já passaram pela passarela chamada Gre-Nal. E agora, pelo segundo turno do Brasileirão, teremos, quem sabe, um novo item para contar. E a partida não decide absolutamente nada. É só mais um jogo! Mesmo que vençam, Inter e Grêmio seguem apenas no plano dos sonhos. Apesar disso, é quase uma heresia classificar a rivalidade como "apenas mais um jogo". É o Gre-Nal 383!
Não há lugar no mundo onde adversários se vejam assim. Nenhum dos derbys brasileiros ou europeus são comparáveis ao jogo de nervos que se pratica no Rio Grande do Sul. Este é o nosso espírito bipolarizado de levar as coisas. É o modo como o gaúcho se cria. Desde pequeno, ou é colorado ou gremista. Há quem torça por Juventude, Brasil de Pelotas ou outros clubes do interior. Mas, até mesmo estes, duvido que nunca tenham vestido a camisa tricolor ou colorada. Ou, de maneira mais amena, simpatizam quando um deles marca um gol. Aquela torcida anti-grenal que vemos no Gauchão (até mesmo ela) é pura balela!
Bom, mas sobre esta partida de domingo, mesmo que termine empatada em 0 a 0, já tem motivos para entrar para história. Pela primeira vez, Renato Portaluppi - herói da conquista mundial gremista - estará comandando o time do coração num clássico. Para os vermelhos, existe a questão de honra, de embarcar para Abu Dhabi com uma vitória sobre o inimigo. E, por fim, será o Gre-Nal de despedida do árbitro Carlos Eugênio Simon. Além disso, são mais de vinte atletas dispostos a escrever seus nomes no álbum dos homens decisivos. Imagine a cabeça de Júnior Viçosa, podendo marcar o gol na estreia dele em clássicos gaúchos! Ou a sede de Renan, em provar que não é motivo de chacota para a torcida gremista. Não adianta, Gre-Nal é sempre Gre-Nal!
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