terça-feira, 28 de julho de 2009

1983: Um ano a ser seguido


28 de julho de 2009. Não, este não é o comentário de ontem. Há 26 anos o Grêmio erguia pela primeira vez a Taça Libertadores da América. Pela primeira vez na história do clube tricolor e também na história do povo gaúcho. Não quero cutucar os colorados, mas já cutucando, depois desta conquista de 1983 o Rio Grande do Sul percebeu que poderia ir além do território brasileiro. Assim como as três conquistas brasileiras do Internacional, na década de 70, permitiram aos sul-riograndenses sonhar com títulos além de seus próprios domínios. Bom, mas não é a isso que quero me ater. Quero rememorar o título gremista de quase trinta anos atrás para que sirva de exemplo aos atletas e dirigentes do presente.


Naquela oportunidade, um inexperiente Valdir Espinoza tomava a frente de um grupo de jogadores jovens. O atacante Renato Portaluppi e o lateral formado nas categorias de base Paulo Roberto, por exemplo, misturavam-se à experiência do meio-campista Tita e do goleiro Mazaropi. E a conquista da América antecedeu o campeonato mundial, o que muito orgulha a massa azul. Pois sei que o dia é de festas. Porém, além de embebedar-se de nostalgia, o torcedor deve refletir um pouco sobre esta data. Ora, depois dos gloriosos anos 80, o Grêmio viria a conquistar o bi campeonato sul-americano em 1995. Algo em comum entre as duas conquistas? Mas é claro que sim! Fábio Koff no comando diretivo do clube. E isso não é pouco. Aliás, é neste nome que os atuais diretores deveriam se espelhar. Claro, os tempos são outros. Os clubes de futebol agora são empresas e blá blá blá. Mas a vontade de vencer uma Libertadores vai muito além de apenas demitir Celso Roth no meio do ano, meu amigo. Tudo se chama planejamento. E para que o Grêmio possa sonhar com o tri da Libertadores novamente, precisa estar entre os quatro melhores do Brasileirão. Para isso, deve vencer fora de casa - o que não vem fazendo este ano.


Pois se a conquista é em azul, preto e branco, serve de estímulo também para os vermelhaços. Afinal de contas, quem não gostou de ver Fernandão erguer a taça em 2006? E daquela feita,
o Internacional também tinha um diferencial por trás das cortinas: Fernando Carvalho. Este foi o nome que levou o Colorado de mero coadjuvante da Copa Sul-Americana a campeão da Libertadores e do Mundo. Carvalho é tão ídolo da massa vermelha que, ano passado, quando a direção parecia perder as rédeas, chamaram o super-herói colorado de volta ao comando do futebol. Pois neste ano, o homem colocou as mangas de fora novamente. Depois de perder todos os campeonatos possíveis, aliado à queda de rendimento no Brasileirão, Fernando Carvalho se sobrepôs até mesmo ao técnico Tite e gritou mais forte que todos no vestiário. Retirou o argentino D'Alessandro do grupo de jogadores e multou o zagueiro Índio por faltar a um treino. Tudo isso porque ele sabe o que é ser campeão sul-americano. E apesar de ser um fanático pelo seu clube, sabe distinguir o passado do presente. Cansou-se de assistir a rememorações e quer ver ao vivo de novo o seu time no topo do mundo. No entanto, para que tal fato aconteça, o Inter precisa redescobrir o caminho das vitórias. E nesta quarta-feira, a tarefa de casa é o primeiro passo para a retomada da normalidade no Beira-Rio. Frente ao Barueri, os colorados esperam voltar ao topo do Campeonato Brasileiro para, quem sabe, estar no topo da América no ano que vem.


Mas isso tudo, por enquanto, é apenas sonho. O que não pode acontecer é que, tanto Inter quanto o Grêmio, durmam no ponto e voltem a ser coadjuvantes de luxo nos torneios que
participam. Quem sabe, daqui a 25 anos não comemoremos mais um título gremista, ou um colorado?!

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