quinta-feira, 23 de julho de 2009

Efeito iô-iô


Meio de ano, fim do primeiro semestre e janela de transferências. Estes três argumentos já são quase sinônimos. Sabe-se que neste período, os campeonatos europeus estão em recesso. Por isso os vitroriosos lá se chamam campeões da temporada 2008/2009, por exemplo. Eu não sei que graças alguém pode achar disso tudo. Prefiro o nosso estilo, em que o clube é campeão do ano X e pronto! Em alguns anos atrás tivemos uma esculhambação dessas. O Gre-Nal do Século mesmo, disputado em 1989, na verdade, era a semi-final da Copa União de 1988. Ou seja, a coisa mais sem cabimento. Pois bem, mesmo assim, ainda existem aqueles que imploram para que o nosso Brasileirão se molde aos campeonatos da Europa. Tudo isso para evitar que os atletas sejam cobiçados pelos euros.

E é esse clima que envolve o atacante Nilmar, do Internacional. Já se falou de Palermo, Wolfsburg e agora é Villareal. Todos clubes de segundo escalão que vem tentando roubar o menino do Beira-Rio. Pois exatamente desta mesma maneira se fez em 2004. O jovem Nilmar, então com apenas 20 anos, seria comprado pelo Lyon, da França. Muito aconteceu, tanto para o jogador quanto para o clube, passaram-se três anos e o atacante retornou à casa que o revelou. Pois agora, em meados de 2009, escutamos novamente que a Europa cobiça a galinha dos gols de ouro do Internacional. Há quem diga que para o seu lugar o Inter já esteja acertando o retorno de Rafael Sóbis. Sim, aquele mesmo que três atrás conquistou a América e se foi pra Espanha. Ou seja, teremos a troca de um garoto do Beira-Rio por outro. E depois que Sóbis ser vendido de novo, quem voltará? Alexandre Pato?

Pois isso não acontece apenas com o Inter. Do outro lado do Rio Grande, aonde o sangue escorre azul, se vê um filme semelhante. Porém, não com relação às revelações das categorias de base. O meio-campista Tcheco, que desembarcou em 2007 para solucionar os problemas do time de Mano Menezes, se identificou tanto com a torcida que decidiu voltar em 2008. E agora há aqueles que pedem a cabeça do atleta. Foi só o Grêmio perder mais uma fora de casa para que o torcedor xingasse até a última geração do capitão. Na verdade, não é a primeira vez que isso acontece com o camisa 10. Ainda na Libertadores da América, houve quem clamasse pelo jovem Douglas Costa no lugar do lento Tcheco. E assim, aos tapas e beijos, a torcida tricolor e o capitão vão se relacionando (pelo menos até a próxima oferta árabe pelo jogador).


A grande diferença do Grêmio para o Inter é a manutenção do elenco. O Inter, mal ou bem, consegue manter os jogadores por mais de dois anos. Já o Imortal, judia do seu torcedor. Ou vai dizer que você não adoraria estar com Diego Souza no elenco, ou ainda contando com a presença de Carlos Eduardo no ataque? Prova disso é a escalação do Grêmio nos últimos anos. Ou vai dizer que você sabe escalar de ponta a ponta o time de 2006? Gallato, Hugo, Jeovânio, Rômulo... Bom, deixa pra lá...

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