O lateral Pará, do Santos, realizou exames médicos em Porto Alegre. Depois de estar nos planos do Internacional, é com o Grêmio que ele deve assinar contrato. Não é a única curiosidade na vida deste jogador. Marcos Rogério Ricci Lopes, tem 26 anos e, obviamente, recebeu este apelido por ter nascido naquele Estado, mais precisamente na cidade de São João do Araguaia. Porém, se o plebiscito de dezembro de 2011 tivesse sido positivo, o Pará seria dividido em Carajás e Tapajós. E, assim, o futuro lateral do Tricolor não seria paraense, mas “carajaense”. Seria um nítido caso de dupla personalidade.
Bipolaridade maior, talvez, só de Mário Fernandes. E é justamente por aí que se explica a contratação de Pará pelo Grêmio. Sim, porque não há motivo maior para se trazer um novo lateral-direito ao Olímpico tendo lá Gabriel e Edílson, além do próprio Mário. Será que o guri, depois de se recuperar da cirurgia no ombro, será utilizado como zagueiro por Vanderlei Luxemburgo? Pode ser. Assim, Pará chega para suprir a “perda” de um camisa 2.
Entretanto, a passagem de Mário para a defesa, mais uma vez, evidencia um novo fato: o Grêmio não deve contratar um zagueiro. Esqueça, portanto, de Guillermo Burdisso, Lugano, Alex Silva e tantos outros nomes especulados. As dificuldades do mercado, ao que parece, impuseram o aproveitamento de Fernandes na zaga – assim como aconteceu com Gilberto Silva na última semana. Uma pena. Enquanto Pará, por sorte, pode respirar aliviado por ter a certeza de ser paraense, Mário está perdido entre Carajás e Tapajós – ou melhor, entre a lateral e a zaga.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Já já te respondo
Com a folga de treinos no Estádio Olímpico, tirei a tarde para visitar o Estádio Beira-Rio. Não que lá estivesse muito diferente, pois com a dupla Gre-Nal de fora da final do primeiro turno, o clima é de calmaria em Porto Alegre. Mas enfim, tentei fugir ao máximo de assuntos como "Andrade Gutierrez", "sol e praia" e "volta às aulas".
Pois, assistindo ao treino do Inter, bastaram alguns segundos para que o primeiro repórter me perguntasse:
- Visse o Jajá jogar antes?
Não sabia se recebia como ironia ou levava a sério. Mas não costumo brincar em serviço:
- Vi só um treino, mas não olhei muito para ele -, respondi.
- Presta a atenção. Um baita jogador! Todo treino ele faz um golaço -, disse-me uma outra voz. Respondi com um sorriso. Logo em seguida, o técnico Dorival Júnior atirou a bola para cima, Jajá dominou a bola, bateu do meio-campo e acertou as redes. Eram os segundos iniciais do rachão no campo suplementar.
E aí, levo a sério? Não tem como esquecer do velho Adão, aquele centroavante que desembarcou no Grêmio com pompas de artilheiro, no primeiro treino fez cinco gols, virou o craque da imprensa e depois...Bom, o resto todo mundo sabe. E Jajá, será um Adão? Assim como respondi ao repórter no Beira-Rio, te responderei: com um largo sorriso. Só o tempo dirá se ele é Taison ou Messi.
Pois, assistindo ao treino do Inter, bastaram alguns segundos para que o primeiro repórter me perguntasse:
- Visse o Jajá jogar antes?
Não sabia se recebia como ironia ou levava a sério. Mas não costumo brincar em serviço:
- Vi só um treino, mas não olhei muito para ele -, respondi.
- Presta a atenção. Um baita jogador! Todo treino ele faz um golaço -, disse-me uma outra voz. Respondi com um sorriso. Logo em seguida, o técnico Dorival Júnior atirou a bola para cima, Jajá dominou a bola, bateu do meio-campo e acertou as redes. Eram os segundos iniciais do rachão no campo suplementar.
E aí, levo a sério? Não tem como esquecer do velho Adão, aquele centroavante que desembarcou no Grêmio com pompas de artilheiro, no primeiro treino fez cinco gols, virou o craque da imprensa e depois...Bom, o resto todo mundo sabe. E Jajá, será um Adão? Assim como respondi ao repórter no Beira-Rio, te responderei: com um largo sorriso. Só o tempo dirá se ele é Taison ou Messi.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Gauchão do Interior, como nos velhos tempos
Há tempos a dupla Gre-Nal dita as regras no Campeonato Gaúcho. Vão se revezando nos títulos, fazendo dos clubes do Interior meros coadjuvantes. Este fato fez com que alguns chegassem a cogitar o fim do Estadual. Sempre fui contra, relutei. Sou bairrista mesmo, confesso. Pois agora, vendo dois times de fora de Porto Alegre classificados para a final da Taça Piratini, de algum modo, comemoro. Isso é um tapa na cara da Capital!
Gremistas e colorados, não me levem a mal, mas meu desejo é para o bem de vocês mesmo. O Gauchão ganhará um ânimo novo a partir de agora. Aliás, é questão de justiça ver Caxias e Novo Hamburgo na decisão – as duas equipes de melhor campanha até então. Para se ter uma ideia, teremos alguém, além de Inter e Grêmio, na finalíssima, em abril. Isso não acontecia desde 2005, com o competente 15 de Novembro de Campo Bom. E vencer, alguém lembra a última vez que um interiorano venceu o certame? Este mesmo Caxias, em 2000. É muito tempo!
Pois neste ano, atrevo-me a dizer que teremos um Gauchão como nos velhos tempos. Até 1960, o campeonato era disputado pelas regiões do Estado (Fronteira, Serra, Metropolitana, etc.). Então, quando se decretava o campeão do Interior, este se capacitava para encarar o melhor da Capital – título decidido à parte -, em um sistema de melhor de dois jogos. Assim, vimos o Guarany de Bagé, por exemplo, ser bicampeão. Além disso, Brasil de Pelotas, Pelotas, Bagé, Rio Grande, Grêmio Santanense, e tantos outros, quando não ganhavam, pelo menos faziam a final. Será bem gratificante fazer de conta que estou vendo o Gauchão de outros tempos, como meu vô pode assistir, certa vez.
Gremistas e colorados, não me levem a mal, mas meu desejo é para o bem de vocês mesmo. O Gauchão ganhará um ânimo novo a partir de agora. Aliás, é questão de justiça ver Caxias e Novo Hamburgo na decisão – as duas equipes de melhor campanha até então. Para se ter uma ideia, teremos alguém, além de Inter e Grêmio, na finalíssima, em abril. Isso não acontecia desde 2005, com o competente 15 de Novembro de Campo Bom. E vencer, alguém lembra a última vez que um interiorano venceu o certame? Este mesmo Caxias, em 2000. É muito tempo!
Pois neste ano, atrevo-me a dizer que teremos um Gauchão como nos velhos tempos. Até 1960, o campeonato era disputado pelas regiões do Estado (Fronteira, Serra, Metropolitana, etc.). Então, quando se decretava o campeão do Interior, este se capacitava para encarar o melhor da Capital – título decidido à parte -, em um sistema de melhor de dois jogos. Assim, vimos o Guarany de Bagé, por exemplo, ser bicampeão. Além disso, Brasil de Pelotas, Pelotas, Bagé, Rio Grande, Grêmio Santanense, e tantos outros, quando não ganhavam, pelo menos faziam a final. Será bem gratificante fazer de conta que estou vendo o Gauchão de outros tempos, como meu vô pode assistir, certa vez.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Prove o vinho antes de torcer pelo Grêmio
Com o Inter fora do caminho, o Grêmio não terá dificuldades para ser campeão da Taça Piratini, certo? Hum, calma! Neste domingo, o Caxias não promete facilidades. Nem somente porque o time grená vem mostrando um bom futebol no campeonato, mas porque, nos últimos anos, se transformou em uma pedra no sapato tricolor.
Como esquecer do ano de 2000, quando Tite foi ao Olímpico e parou a equipe de Ronaldinho Gaúcho e Cia.? Tudo isso depois de ter vencido no Centenário, com grande atuação de Gil Baiano. Sete anos depois, após vencer por 3 a 0 dentro de casa, o Caxias fez o Grêmio de Mano Menezes suar sangue em Porto Alegre para passar à final do Gauchão. Por fim, em 2009, Celso Roth subiu a Serra com um time misto e acabou sucumbindo por 4 a 0. O resultado deixou o time em 4º no grupo, forçando um cruzamento com o Inter. Posteriormente, viria uma derrota no clássico, que custou o emprego do treinador e a eliminção precoce no certame. Vida difícil!
Por isso, torcedor, antes de cantar “vou torcer pro Grêmio bebendo vinho”, tome cuidado! Mas, como uma boa sucursal da Roma Antiga (com seu Marco Antônio, Julio Cesar, Gladiador e Arena), o Grêmio pode se vacinar do tropeço a tempo. Antes de ser seduzido pelo vinho da Serra, entregue para um empregado provar. Se ele tombar, é melhor abrir o olho, pode estar envenenado!
Como esquecer do ano de 2000, quando Tite foi ao Olímpico e parou a equipe de Ronaldinho Gaúcho e Cia.? Tudo isso depois de ter vencido no Centenário, com grande atuação de Gil Baiano. Sete anos depois, após vencer por 3 a 0 dentro de casa, o Caxias fez o Grêmio de Mano Menezes suar sangue em Porto Alegre para passar à final do Gauchão. Por fim, em 2009, Celso Roth subiu a Serra com um time misto e acabou sucumbindo por 4 a 0. O resultado deixou o time em 4º no grupo, forçando um cruzamento com o Inter. Posteriormente, viria uma derrota no clássico, que custou o emprego do treinador e a eliminção precoce no certame. Vida difícil!
Por isso, torcedor, antes de cantar “vou torcer pro Grêmio bebendo vinho”, tome cuidado! Mas, como uma boa sucursal da Roma Antiga (com seu Marco Antônio, Julio Cesar, Gladiador e Arena), o Grêmio pode se vacinar do tropeço a tempo. Antes de ser seduzido pelo vinho da Serra, entregue para um empregado provar. Se ele tombar, é melhor abrir o olho, pode estar envenenado!
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Luxemburgo: caricatura ou projeto?
Como combinado, Vanderlei Luxemburgo foi apresentado na manhã desta quinta-feira como o novo treinador do Grêmio. Quase 50 repórteres acompanharam a cerimônia, em que o técnico foi presenteado com a camisa de número 23. Pois, bastaram alguns minutos para que o comandante pronunciasse a palavra que rotula todos os seus trabalhos: “projeto”. Algo surreal de se imaginar uns 15 anos atrás.
Com a linguagem de um digno carioca, Luxa virou motivo de sarro na mídia do centro do país de tanto que repete “pofexô” e “pojeto” em suas entrevistas. A escassez de títulos de expressão nos últimos anos, inclusive, acentuou a caricatura que se faz do profissional. Afinal, ele é quem agora? Será que segue sendo o competente treinador que levantou cinco títulos brasileiros e uma Copa do Brasil?
Vanderlei é da mesma linhagem de outros técnicos de futebol vindos do Rio de Janeiro. Como antigo jogador, sabe ter a ginga de boleiro que Renato Portaluppi possui. No entanto, beira o personagem irônico, tal qual Joel Santana (principalmente quando se arrisca a falar outra língua). Isso tudo sem deixar de aprofundar-se nas teorias táticas e filosofias como Paulo Autuori. E então, qual destes ele é? O certo é que tem dois jogos para levantar o primeiro troféu no estádio Olímpico, a Taça Piratini. Homem de sorte este Luxa, seja ele quem for!
Com a linguagem de um digno carioca, Luxa virou motivo de sarro na mídia do centro do país de tanto que repete “pofexô” e “pojeto” em suas entrevistas. A escassez de títulos de expressão nos últimos anos, inclusive, acentuou a caricatura que se faz do profissional. Afinal, ele é quem agora? Será que segue sendo o competente treinador que levantou cinco títulos brasileiros e uma Copa do Brasil?
Vanderlei é da mesma linhagem de outros técnicos de futebol vindos do Rio de Janeiro. Como antigo jogador, sabe ter a ginga de boleiro que Renato Portaluppi possui. No entanto, beira o personagem irônico, tal qual Joel Santana (principalmente quando se arrisca a falar outra língua). Isso tudo sem deixar de aprofundar-se nas teorias táticas e filosofias como Paulo Autuori. E então, qual destes ele é? O certo é que tem dois jogos para levantar o primeiro troféu no estádio Olímpico, a Taça Piratini. Homem de sorte este Luxa, seja ele quem for!
Quando a obviedade é nula
Quem não disse que o Internacional era o favorito para o Gre-Nal desta quarta-feira? Não há mal nenhum em ter dito. Eu falei! Mas isso também não quer dizer que todos já davam o Grêmio como eliminado. O jogo precisa ser jogado. Mas, é inegável que, com um Tricolor em crise, com o treinador demitido, desfalcado de alguns jogadores, na casa do rival, que ainda por cima vive um melhor momento técnico, era um desenho perfeito para decretar o time colorado na semifinal da Taça Piratini. Enfim, a obviedade é nula no futebol, e não ululante como decretava o mestre Nelson Rodrigues. E é por isso este é o melhor esporte de todos, sem dúvidas.
Agora, se os colorados entraram em campo com um certo salto alto,
não sei. Talvez tenha sido o inverso. A vontade dos gremistas em dar a volta
por cima foi o grande motivador. Não havia melhor momento para isso. Pior para
Vanderlei Luxemburgo, que já terá de estrear na pressão do Estádio Centenário,
contra um Caxias surpreendente, sem conhecer bem o seu elenco. Já a aula de “gremismo”
dada por Roger, técnico interino neste Gre-Nal, deixou suas lições. Será que
Paulo Odone fez certo em trazer um medalhão para comandar o time? Qualquer
resposta dada agora será baseada na obviedade, e eu me nego a pecar duas vezes
num mesmo dia pelo mesmo motivo.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
De volta para o futuro juntos
O Grêmio encontrou seu treinador para encerrar o jejum de títulos. Vanderlei Luxemburgo era o nome preferido da direção desde o início, antes mesmo de Caio Júnior. Agora, ambos estão juntos – depois de longos anos como inimigos. A rivalidade, iniciada ainda na época do Palmeiras/Parmalat, fez com que o técnico chegasse a dizer que abominava o futebol “grosso” praticado e ‘endeusado’ pelos gaúchos de Felipão. Também teve seu episódio no Santos, pela Libertadores de 2007, e, por fim, foi coadjuvante na guerra contra Ronaldinho, no ano passado, contra o Flamengo. Agora tudo é passado!
Aliás, o grande problema é esse: o passado. Luxa está parado lá. Assim como o Grêmio, parou de conquistar grandes títulos nesta década. A última conquista foi o campeonato nacional de 2004, com o Santos. Pouco para quem se transformou no Mister Brasileirão, depois de vencer os certames de 1993, 94, 98 e 2003, chegar à Seleção Brasileira e Real Madrid.
Agora uma situação é verdade: Vanderlei nunca deixou de colocar taças nos armários dos clubes. Desde que fez do Bragantino o campeão paulista de 1990, também conquistou Estaduais por Palmeiras, Corinthians, Santos, Flamengo e Atlético-MG. Sim, até mesmo na Cidade do Galo, Luxemburgo conseguiu erguer o troféu regional. Mas, convenhamos, Gauchão é muito pouco para as pretensões gremistas. Então, nada melhor do que “pofexô” e clube darem as mãos para voltarem aos grandes títulos.
Aliás, o grande problema é esse: o passado. Luxa está parado lá. Assim como o Grêmio, parou de conquistar grandes títulos nesta década. A última conquista foi o campeonato nacional de 2004, com o Santos. Pouco para quem se transformou no Mister Brasileirão, depois de vencer os certames de 1993, 94, 98 e 2003, chegar à Seleção Brasileira e Real Madrid.
Agora uma situação é verdade: Vanderlei nunca deixou de colocar taças nos armários dos clubes. Desde que fez do Bragantino o campeão paulista de 1990, também conquistou Estaduais por Palmeiras, Corinthians, Santos, Flamengo e Atlético-MG. Sim, até mesmo na Cidade do Galo, Luxemburgo conseguiu erguer o troféu regional. Mas, convenhamos, Gauchão é muito pouco para as pretensões gremistas. Então, nada melhor do que “pofexô” e clube darem as mãos para voltarem aos grandes títulos.
O batismo do árbitro gaúcho
Quando uma criança nasce no Rio Grande do Sul, antes mesmo de receber o batismo do padre ou ser registrada em cartório, já tem um time de futebol escolhido pelos pais. Na porta do quarto, ainda no hospital, o nome do bebê aparece seguido pela flâmula do clube. Na mala, roupinhas da cor vermelha ou azul. Enfim, aqui é assim. A “doença” chamada Gre-Nal atinge a todos. Somos obrigados a nos posicionar sempre, sejamos cidadãos comuns, entendedores ou não. Sobra até para a imprensa, por que não para os árbitros? Sim, até eles são rotulados de colorados ou gremistas.
Nesta quarta-feira será a vez de Fabrício Neves Corrêa receber o carimbo. Pela primeira vez o juiz estará comandando o maior clássico do Estado e, dependendo das marcações e/ou anulações, será coroado como simpatizante de um ou outro. Foi assim com todos. Leandro Vuaden, por exemplo, que ficou de fora do sorteio por estar escalado para apitar a Libertadores, é acusado pelos gremistas por ter coordenado seis jogos, com nenhuma vitória tricolor. E o que dizer de Márcio Chagas, após o episódio em que Roberto Siegmann revelou ser ele “filho do Buda”, ex-dirigente do Grêmio? Nunca mais os colorados o olharão como isento.
E não adianta nem propor para que se chame um juiz de fora do Estado. Quando isso acontece, pelo Campeonato Brasileiro, alguém sempre se levanta e diz que os árbitros “brasileiros” não sabem apitar Gre-Nal, que marcam faltas demais, não deixam o jogo correr. É necessário ter um homem da aldeia! Não sei se as acusações cessarão com a profissionalização do árbitro de futebol, tão pedida atualmente. Duvido muito, aliás. A insanidade gaúcha não permite que profissionais ajam como profissionais. Aos olhos do torcedor, eles sempre serão gremistas ou colorados.
Nesta quarta-feira será a vez de Fabrício Neves Corrêa receber o carimbo. Pela primeira vez o juiz estará comandando o maior clássico do Estado e, dependendo das marcações e/ou anulações, será coroado como simpatizante de um ou outro. Foi assim com todos. Leandro Vuaden, por exemplo, que ficou de fora do sorteio por estar escalado para apitar a Libertadores, é acusado pelos gremistas por ter coordenado seis jogos, com nenhuma vitória tricolor. E o que dizer de Márcio Chagas, após o episódio em que Roberto Siegmann revelou ser ele “filho do Buda”, ex-dirigente do Grêmio? Nunca mais os colorados o olharão como isento.
E não adianta nem propor para que se chame um juiz de fora do Estado. Quando isso acontece, pelo Campeonato Brasileiro, alguém sempre se levanta e diz que os árbitros “brasileiros” não sabem apitar Gre-Nal, que marcam faltas demais, não deixam o jogo correr. É necessário ter um homem da aldeia! Não sei se as acusações cessarão com a profissionalização do árbitro de futebol, tão pedida atualmente. Duvido muito, aliás. A insanidade gaúcha não permite que profissionais ajam como profissionais. Aos olhos do torcedor, eles sempre serão gremistas ou colorados.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Nem Vágner Mancini, muito menos Pep Guardiola
Quando Caio Júnior foi apresentado pelo Grêmio como novo treinador, ainda em 2011, pressenti que o namoro não duraria muito. Enquanto Pelaipe e Odone falavam em time forte, com garra e arrastando a bunda no chão, o técnico citava o Barcelona como exemplo. Agora, beirando o terceiro mês de trabalho, sem os resultados esperados, apareceu a inevitável comparação com Vágner Mancini – demitido ainda invicto, em seis jogos. A desculpa dada pela direção foi a análise do desempenho, de um futebol muito alegre para o Tricolor.
A semelhança é grande, principalmente porque, na época, os “chefes” de Mancini eram os mesmos de Caio. Mas eles não são a mesma pessoa! Chega a ser uma injustiça com ambos. Ao mesmo tempo, Júnior desaba do Olímpico pela infeliz citação do Barça. Ele jamais conseguiria fazer de Douglas um Messi, por exemplo. E, antes que me digam algo, Marco Antônio definitivamente não é Xavi - só na “Barcelusa” talvez. Ou seja, Caio também não seria Pep Guardiola. Tudo não passou de um conto de fadas, mas a carruagem virou abóbora muito antes da meia-noite.
Então, concretizando-se a demissão de Caio Júnior, quem comanda o time no Gre-Nal será Roger Machado, o mesmo multicampeão da Era Felipão. E, aí sim, podemos comparar a Guardiola. Calma, não quero dizer com isso que o ex-lateral transformará Porto Alegre na Catalunha. Simplesmente me apego à história dos dois profissionais: ambos iniciaram nos clubes, conhecem desde o pórtico de entrada ao portão dos fundos e Roger pode devolver a ‘cara’ que o torcedor acredita ter, assim como o espanhol fez por aquelas bandas. O interino pode ser efetivado, sim! Vai dar certo? Não sei, mas vale a pena tentar. Melhor do que gastar zilhões no ultrapassado Vanderlei Luxemburgo.
A semelhança é grande, principalmente porque, na época, os “chefes” de Mancini eram os mesmos de Caio. Mas eles não são a mesma pessoa! Chega a ser uma injustiça com ambos. Ao mesmo tempo, Júnior desaba do Olímpico pela infeliz citação do Barça. Ele jamais conseguiria fazer de Douglas um Messi, por exemplo. E, antes que me digam algo, Marco Antônio definitivamente não é Xavi - só na “Barcelusa” talvez. Ou seja, Caio também não seria Pep Guardiola. Tudo não passou de um conto de fadas, mas a carruagem virou abóbora muito antes da meia-noite.
Então, concretizando-se a demissão de Caio Júnior, quem comanda o time no Gre-Nal será Roger Machado, o mesmo multicampeão da Era Felipão. E, aí sim, podemos comparar a Guardiola. Calma, não quero dizer com isso que o ex-lateral transformará Porto Alegre na Catalunha. Simplesmente me apego à história dos dois profissionais: ambos iniciaram nos clubes, conhecem desde o pórtico de entrada ao portão dos fundos e Roger pode devolver a ‘cara’ que o torcedor acredita ter, assim como o espanhol fez por aquelas bandas. O interino pode ser efetivado, sim! Vai dar certo? Não sei, mas vale a pena tentar. Melhor do que gastar zilhões no ultrapassado Vanderlei Luxemburgo.
Os opostos sempre vão se atrair
A frase “os opostos se atraem” foi criada para iludir os apaixonados de que, por mais que tentem mudar seu amado, jamais o conseguirão. Enfim, é a lei do comodismo. Agora, quando o assunto é futebol, acredite, ela é lei universal. Os opostos sempre vão se atrair! Ainda mais aqui no Rio Grande do Sul, neste mundo tão bipolarizado. Podíamos ter oito cruzamentos diferentes nas quartas de final da Taça Piratini, mas não, o ímã Gre-Nal resolveu juntar os dois maiores rivais justo na primeira fase – para desespero geral da Nação!
Digamos que
nem colorados ou tricolores queriam um enfrentamento agora. São José ou Pelotas
sequer têm culpa por ocasionar o duelo neste momento, foram meros coadjuvantes
nesta correnteza. Por mais que se tenha lutado, era quase certeiro que ambos
iriam se encontrar. Até hoje não entendo como não tivemos um Gre-Nal pela
Libertadores – é a única competição em que o jogo relutou em não acontecer. No
Gauchão, porém, era questão de tempo para saber a data da partida. Aconteceu,
agora é aguentar as consequências que virão para o perdedor.
Só não me venha
com esta de negar o favoritismo. Até os tijolos do Beira-Rio e da Arena sabem
que o Inter chega mais forte ao clássico. O time mostrou melhor futebol, vai
jogar em casa e, da última vez que disputou um “derby”, colocou os reservas no
Olímpico e mesmo assim arrancou um empate. Por tudo isso, o vermelho tende a se
sobrepor sobre o azul na Quarta-Feira de Cinzas. Entretanto, trata-se de
Gre-Nal e, não, o favorito não vence na maioria das vezes. Então, não abaixa a cabeça,
Grêmio! Mas, Caio Júnior, aqui vai um recado: até José Mourinho, do Real
Madrid, fica a perigo quando perde para o rival Barcelona. A diferença é que a
pressão, em Porto Alegre, é 30 vezes maior. Assim como os opostos se atraem, logo se repelem. E um explode!
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Próximo passo: futebol no saibro
Cada esporte tem sua particularidade. O tenista brasileiro Gustavo Kuerten, por exemplo, só se dava bem nas quadras de saibro. Quando o assunto era grama, como Wimbledon, a tarefa ficava difícil. Agora, Roland Garros ele era mestre! Já na Fórmula 1, o mundo inteiro teme as pistas escorregadias pela chuva, mas Rubens Barrichello vibrava a cada gota d’água e ganhava posições dos adversários. E então eu pergunto: no futebol, alguém gosta da tal grama sintética?
Neste
sábado, o Grêmio terá o desafio de encarar o gramado artificial do Passo D’Areia
mais uma vez. Antes mesmo de pisar em campo, os atletas reclamam das
dificuldades de jogar neste piso. Uma pena! Dizem que este é o futuro do
futebol, sinto muito, mas acho que estão matando este esporte. Na Rússia e
Ucrânia sei que estes campos são muito utilizados, mas vamos combinar que o
leste europeu nada entende de bola. O negócio deles são as loiras e as vodcas.
Não sou
extremista ao ponto de dizer que a grama sintética aposentou Sorondo. Seria um
crime esquecer que São Januário e o estádio do São Paulo, em Bento Gonçalves (ambos
com gramado natural) também viram o uruguaio tombar com dores no joelho. Mas
tenho noção que o capim feito em laboratório só atrapalha ao invés de ajudar.
Alguns ainda conseguem se dar bem por lá, como o Inter, diante do Chivas
Guadalajara, na Libertadores de 2010. Mas são poucos. Então, diante do grande
número de reclamações, tomo a liberdade de sugerir às autoridades do futebol
que, num futuro próximo, construam estádios com piso de saibro. Este, eu sei,
alguns brasileiros preferem, em relação à grama.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Os baixinhos na vida de Índio
Na última terça-feira, Índio completou 37 anos. E, já no dia seguinte, estava em campo com o Internacional sendo um dos melhores da vitória sobre o Cruzeirinho. Dá para se contar nos dedos os atletas que chegaram nesta idade com tanta vitalidade. O companheiro de títulos, Clemer, por exemplo, encerrou a carreira aos 41 anos. Quem conseguiu ir além foi o atacante Romário. Este sim, aos 43, capitaneava o América no título da 2ª divisão do Campeonato Carioca. Aliás, a história de Índio se cruza com o baixinho.
Romário já era o velho camisa 11 que todo o Brasil conhecia, enquanto Índio estava buscando seu lugar ao sol. Digamos(*) que se encontraram, um no Vasco da Gama, o outro no Botafogo de Ribeirão Preto. O zagueiro, assustado com a fama do atacante, não deu chances e passou o primeiro tempo inteiro da partida descendo a lenha. No intervalo, Romário, surpreso com a virilidade do marcador, procurou-o e fez um convite: “passa no vestiário depois do jogo que vou te arranjar um lugar no meu time!”. Índio, encabulado, aliviou para o ‘peixe’, que deitou e rolou no segundo tempo. Ao final, os seguranças barraram a conversa dos dois e o zagueirão sentiu que havia sido enganado. Passaram-se os anos e os dois se encontraram mais uma vez. Agora, um no Fluminense, o outro no Juventude. Desta vez, Romário não teve moleza, nem com a mesma conversinha na saída de campo. Enfim, Índio aprendeu que não se facilita para a malemolência dos avantes.
Que o diga Jô! O baixinho do Cruzeiro, cada vez que pegava na bola no Beira-Rio, tomava sarrafo por cima e por baixo. Parecia até os treinos no campo suplementar, quando o menino tentava aparecer entre a garotada do sub-23. Mas Índio tem trauma de baixinhos - foi assim com Leandro no Gre-Nal do Gauchão, no ano passado, também. Talvez por isso tenha sucesso na carreira, pois, assim como trata Jô, do Cruzeirinho, trata Romário, tetracampeão mundial.
*Esta história é fictícia. Qualquer semelhança é mera coincidência
Romário já era o velho camisa 11 que todo o Brasil conhecia, enquanto Índio estava buscando seu lugar ao sol. Digamos(*) que se encontraram, um no Vasco da Gama, o outro no Botafogo de Ribeirão Preto. O zagueiro, assustado com a fama do atacante, não deu chances e passou o primeiro tempo inteiro da partida descendo a lenha. No intervalo, Romário, surpreso com a virilidade do marcador, procurou-o e fez um convite: “passa no vestiário depois do jogo que vou te arranjar um lugar no meu time!”. Índio, encabulado, aliviou para o ‘peixe’, que deitou e rolou no segundo tempo. Ao final, os seguranças barraram a conversa dos dois e o zagueirão sentiu que havia sido enganado. Passaram-se os anos e os dois se encontraram mais uma vez. Agora, um no Fluminense, o outro no Juventude. Desta vez, Romário não teve moleza, nem com a mesma conversinha na saída de campo. Enfim, Índio aprendeu que não se facilita para a malemolência dos avantes.
Que o diga Jô! O baixinho do Cruzeiro, cada vez que pegava na bola no Beira-Rio, tomava sarrafo por cima e por baixo. Parecia até os treinos no campo suplementar, quando o menino tentava aparecer entre a garotada do sub-23. Mas Índio tem trauma de baixinhos - foi assim com Leandro no Gre-Nal do Gauchão, no ano passado, também. Talvez por isso tenha sucesso na carreira, pois, assim como trata Jô, do Cruzeirinho, trata Romário, tetracampeão mundial.
*Esta história é fictícia. Qualquer semelhança é mera coincidência
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Cuidado com os bonecos!
Souza já está treinando no Estádio Olímpico! Calma, pessoal. Este Souza não é o Willamis, que passou pelo Grêmio em 2009 e é reserva do Fluminense hoje. Se bem que, no modo de pensar futebol de Caio Júnior, com um meio-campo rápido, seria melhor ter trazido aquele Souza, e não este volante do Porto, ex-Vasco. Sei bem que a torcida gremista não guarda boas recordações do jogador, mas ele cairia como uma luva neste esquema. Aliás, ele nem foi de todo mal. Não dá para esquecer, por exemplo, que, na Libertadores, Tcheco chegou a ser recuado para volante, pois Souza era a principal peça de armação do Tricolor. Entretanto, depois, ele acabou sendo mandado embora para o Rio de Janeiro.
Acontece que Souza foi vítima da “síndrome de Chucky - o boneco assassino". Não se pode prestar muitas homenagens a um jogador enquanto ele está no elenco. Este meia era o melhor atleta do Grêmio na época. Pois bastou receber uma versão sua em miniatura para cair em desgraça. Do mesmo mal sofreu André Lima, o “Guerreiro Imortal”. Até Lúcio, que teve seu rosto estampado em bandeira com a alcunha de “Papa-Léguas” vem pagando seus pecados. Mas e aí, o erro é de quem: do marketing do clube ou da torcida que idolatra rápido demais? Eu diria que um pouco dos dois.
Veja o caso de Leandro Damião no Beira-Rio. Após aplicar uma lambreta num argentino, até camisa especial ganhou do Inter. Endeusaram o cara cedo demais! Espera ele sair para prestar tal homenagem, então. Se bem que, no caso do centroavante colorado, o problema é mais físico do que técnico. Prova disso é que nesta terça-feira ele foi o único da dupla Gre-Nal convocado para o amistoso da Selção Brasileira contra a Bósnia. Mas enfim, vale a pena se cuidar com o Chucky, né!
Acontece que Souza foi vítima da “síndrome de Chucky - o boneco assassino". Não se pode prestar muitas homenagens a um jogador enquanto ele está no elenco. Este meia era o melhor atleta do Grêmio na época. Pois bastou receber uma versão sua em miniatura para cair em desgraça. Do mesmo mal sofreu André Lima, o “Guerreiro Imortal”. Até Lúcio, que teve seu rosto estampado em bandeira com a alcunha de “Papa-Léguas” vem pagando seus pecados. Mas e aí, o erro é de quem: do marketing do clube ou da torcida que idolatra rápido demais? Eu diria que um pouco dos dois.
Veja o caso de Leandro Damião no Beira-Rio. Após aplicar uma lambreta num argentino, até camisa especial ganhou do Inter. Endeusaram o cara cedo demais! Espera ele sair para prestar tal homenagem, então. Se bem que, no caso do centroavante colorado, o problema é mais físico do que técnico. Prova disso é que nesta terça-feira ele foi o único da dupla Gre-Nal convocado para o amistoso da Selção Brasileira contra a Bósnia. Mas enfim, vale a pena se cuidar com o Chucky, né!
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Com o Oscar nas mãos
Por muitos, inclusive por mim, Charles Chaplin é considerado o grande gênio do cinema mundial. Entretanto, está entre as figuras mais injustiçadas da história. Em uma época de neurose comunista, os Estados Unidos resolveram expulsá-lo de seu território. Foi aí que o ator/diretor inglês, aos 63 anos, deixava Nova York para morar na Suíça. Viria a se reconciliar com os norte-americanos muito tempo depois, já com 83 anos, em 1972, ao receber um Oscar homenageando o brilhantismo de sua carreira. Enfim, um reconhecimento tardio.
E este é um dos problemas das equipes de futebol: o reconhecimento tardio. Veja o São Paulo, por exemplo. Tinha Oscar em sua categoria de base e relutava em lançá-lo ao mundo. Preferia apostar noutros meias, antes de colocá-lo em campo. Até que o Inter acenou com a possibilidade de tê-lo, o garoto correu para o Beira-Rio e, de uma vez por todas, mostrou sua técnica. Neste início de 2012, então, tem sido o grande nome da equipe montada por Dorival Júnior. E, justamente agora, o Tricolor do Morumbi deseja tê-lo de volta? Parece piada, mas, como nos filmes de Chaplin, o humor tem um fundo de drama, já que a situação parou na justiça trabalhista.
Oscar simplesmente brigou pelo seu direito de trabalho. Além disso, ao que parece, teria acionado o São Paulo por atraso do FGTS. Não queria mais ficar por lá! Ainda vejo alguns acusando o Colorado de “mão grande” ou “pirataria”. Nada disso, trata-se de agilidade na briga entre clubes-empresa. O futebol agora é assim, fazer o quê?! Veja o caso de Felipe Nunes, este rapazinho que o Grêmio trouxe do Independente de Limeira. Os paulistas ainda estão na bronca pela maneira como ele veio parar em Porto Alegre. Dormiram no ponto, amigos. Agora, se Nunes não receber suas chances no Olímpico, terá todo o direito do mundo em procurar outro local de trabalho. Será que Caio Júnior o deixará exercer sua profissão? Fica a dica.
E este é um dos problemas das equipes de futebol: o reconhecimento tardio. Veja o São Paulo, por exemplo. Tinha Oscar em sua categoria de base e relutava em lançá-lo ao mundo. Preferia apostar noutros meias, antes de colocá-lo em campo. Até que o Inter acenou com a possibilidade de tê-lo, o garoto correu para o Beira-Rio e, de uma vez por todas, mostrou sua técnica. Neste início de 2012, então, tem sido o grande nome da equipe montada por Dorival Júnior. E, justamente agora, o Tricolor do Morumbi deseja tê-lo de volta? Parece piada, mas, como nos filmes de Chaplin, o humor tem um fundo de drama, já que a situação parou na justiça trabalhista.
Oscar simplesmente brigou pelo seu direito de trabalho. Além disso, ao que parece, teria acionado o São Paulo por atraso do FGTS. Não queria mais ficar por lá! Ainda vejo alguns acusando o Colorado de “mão grande” ou “pirataria”. Nada disso, trata-se de agilidade na briga entre clubes-empresa. O futebol agora é assim, fazer o quê?! Veja o caso de Felipe Nunes, este rapazinho que o Grêmio trouxe do Independente de Limeira. Os paulistas ainda estão na bronca pela maneira como ele veio parar em Porto Alegre. Dormiram no ponto, amigos. Agora, se Nunes não receber suas chances no Olímpico, terá todo o direito do mundo em procurar outro local de trabalho. Será que Caio Júnior o deixará exercer sua profissão? Fica a dica.
sábado, 11 de fevereiro de 2012
A Copa do Mundo já foi nossa!
Quem chega hoje a Porto Alegre, visita o Beira-Rio e lê placas de marketing anunciando: “A Copa do Mundo é nossa!”. Mal sabem os desavisados o atraso que andam as obras e o imbróglio que se tem só para assinar o contrato. Mas sou otimista e quero crer que a Copa será mais uma vez nossa, dos gaúchos. Sim, mais uma vez! Ou esquece-te que a Capital foi sede também em 1950? Lá, bem longe da Andrade Gutierrez existir, nos finados Eucaliptos.
Pois nesta sexta-feira este capítulo da história começou a ser virado. As arquibancadas do velho estádio começaram a virar pó e em breve darão lugar a um prédio luxuoso. O único testemunho de que a Copa pode ser bem desenvolvida em Porto Alegre se foi. O palco do mexicanos, suíços e iugoslavos. Foi o pano de fundo para o Rolo Compressor da década de 40.
E este sentimento que os mais antigos colorados matam no peito agora, os gremistas irão viver no final do ano. Qual tricolor não irá chorar a morte do Olímpico? Sei bem que se vai para uma Arena gigantesca e moderna, mas como abandonar o nascedouro de Renato, dos títulos nacionais, o símbolo da Era Felipão? Respeito o futuro e a tecnologia, estes imponentes, mas encho os olhos de lágrimas quando sou obrigado a me despedir do passado. Vão em paz, meus estádios!
Pois nesta sexta-feira este capítulo da história começou a ser virado. As arquibancadas do velho estádio começaram a virar pó e em breve darão lugar a um prédio luxuoso. O único testemunho de que a Copa pode ser bem desenvolvida em Porto Alegre se foi. O palco do mexicanos, suíços e iugoslavos. Foi o pano de fundo para o Rolo Compressor da década de 40.
E este sentimento que os mais antigos colorados matam no peito agora, os gremistas irão viver no final do ano. Qual tricolor não irá chorar a morte do Olímpico? Sei bem que se vai para uma Arena gigantesca e moderna, mas como abandonar o nascedouro de Renato, dos títulos nacionais, o símbolo da Era Felipão? Respeito o futuro e a tecnologia, estes imponentes, mas encho os olhos de lágrimas quando sou obrigado a me despedir do passado. Vão em paz, meus estádios!
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Transformando aguardente em vinho argentino
Jesus voltou! É isso o que entoa a torcida colorada após Jesús Dátolo marcar seu segundo gol com a camisa vermelha, logo na segunda partida. Os mais religiosos podem classificar o ato como heresia: “Comparar um homem comum a um semideus”. Enfim, preocupação fútil perto de quem já ostentou bandeiras de “Jesus Christian” e “Fernandeus”. Mas será que o meia castelhano merece tudo isso?
Na realidade,
os torcedores da dupla Gre-Nal tem a sina de adorar jogadores argentinos. No
Grêmio, por exemplo, o maestro do Corinthians, Douglas, ganhou status de
preguiçoso. Para seu lugar está sendo contratado o desconhecido Bertoglio. Mas
este último é argentino e isso basta para encher as arquibancadas de esperança.
É o incrível milagre de se transformar em ídolo somente por “hablar español” no
aeroporto. Calma lá, rapaziada! Tenho ínguas com esta paixonite.
Por que vejo
alguns chamarem Jô de ruim e, ao mesmo tempo, dizer que o Inter não soube
aproveitar Cavenaghi? E o Miralles, o mesmo. Não tenho absolutamente nada
contra a Argentina, simplesmente acho que produzem jogadores como nós,
brasileiros e gaúchos, produzimos. Dátolo bem que pode multiplicar os gols no
Beira-Rio, pode superar D’Alessandro em idolatria. Mas também pode acabar como
um Astrada. Dentre os apóstolos, sou mais São Tomé, prefiro ver para crer.
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