Jesus voltou! É isso o que entoa a torcida colorada após Jesús Dátolo marcar seu segundo gol com a camisa vermelha, logo na segunda partida. Os mais religiosos podem classificar o ato como heresia: “Comparar um homem comum a um semideus”. Enfim, preocupação fútil perto de quem já ostentou bandeiras de “Jesus Christian” e “Fernandeus”. Mas será que o meia castelhano merece tudo isso?
Na realidade,
os torcedores da dupla Gre-Nal tem a sina de adorar jogadores argentinos. No
Grêmio, por exemplo, o maestro do Corinthians, Douglas, ganhou status de
preguiçoso. Para seu lugar está sendo contratado o desconhecido Bertoglio. Mas
este último é argentino e isso basta para encher as arquibancadas de esperança.
É o incrível milagre de se transformar em ídolo somente por “hablar español” no
aeroporto. Calma lá, rapaziada! Tenho ínguas com esta paixonite.
Por que vejo
alguns chamarem Jô de ruim e, ao mesmo tempo, dizer que o Inter não soube
aproveitar Cavenaghi? E o Miralles, o mesmo. Não tenho absolutamente nada
contra a Argentina, simplesmente acho que produzem jogadores como nós,
brasileiros e gaúchos, produzimos. Dátolo bem que pode multiplicar os gols no
Beira-Rio, pode superar D’Alessandro em idolatria. Mas também pode acabar como
um Astrada. Dentre os apóstolos, sou mais São Tomé, prefiro ver para crer.
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