Na última terça-feira, Índio completou 37 anos. E, já no dia seguinte, estava em campo com o Internacional sendo um dos melhores da vitória sobre o Cruzeirinho. Dá para se contar nos dedos os atletas que chegaram nesta idade com tanta vitalidade. O companheiro de títulos, Clemer, por exemplo, encerrou a carreira aos 41 anos. Quem conseguiu ir além foi o atacante Romário. Este sim, aos 43, capitaneava o América no título da 2ª divisão do Campeonato Carioca. Aliás, a história de Índio se cruza com o baixinho.
Romário já era o velho camisa 11 que todo o Brasil conhecia, enquanto Índio estava buscando seu lugar ao sol. Digamos(*) que se encontraram, um no Vasco da Gama, o outro no Botafogo de Ribeirão Preto. O zagueiro, assustado com a fama do atacante, não deu chances e passou o primeiro tempo inteiro da partida descendo a lenha. No intervalo, Romário, surpreso com a virilidade do marcador, procurou-o e fez um convite: “passa no vestiário depois do jogo que vou te arranjar um lugar no meu time!”. Índio, encabulado, aliviou para o ‘peixe’, que deitou e rolou no segundo tempo. Ao final, os seguranças barraram a conversa dos dois e o zagueirão sentiu que havia sido enganado. Passaram-se os anos e os dois se encontraram mais uma vez. Agora, um no Fluminense, o outro no Juventude. Desta vez, Romário não teve moleza, nem com a mesma conversinha na saída de campo. Enfim, Índio aprendeu que não se facilita para a malemolência dos avantes.
Que o diga Jô! O baixinho do Cruzeiro, cada vez que pegava na bola no Beira-Rio, tomava sarrafo por cima e por baixo. Parecia até os treinos no campo suplementar, quando o menino tentava aparecer entre a garotada do sub-23. Mas Índio tem trauma de baixinhos - foi assim com Leandro no Gre-Nal do Gauchão, no ano passado, também. Talvez por isso tenha sucesso na carreira, pois, assim como trata Jô, do Cruzeirinho, trata Romário, tetracampeão mundial.
*Esta história é fictícia. Qualquer semelhança é mera coincidência
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