quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O dia em que a imprensa parou

O mais lamentável nesta quarta-feira, na vitória suada do Grêmio sobre o Ypiranga por 2 a 1, não foi o fraco futebol apresentado pela equipe tricolor. Triste mesmo foi ver e ouvir Paulo Pelaipe, dirigente remunerado do clube, agir como um torcedor passional e disparar contra a imprensa. Entre as frases ríspidas, afirmou que o clube sofria porque acaba nas mãos dos jornalistas porto-alegrenses, formados “70% de colorados”. Infelizmente, não é a primeira vez que isso acontece, nem será a última. Os repórteres mais experientes contam que nos anos 90 dirigentes do Inter acusavam a mídia de ter em sua maioria gremistas nos microfones. Prática antiga, mas impensada.

Certamente, Pelaipe e estes outros não se dão conta de que acabam jogando contra a torcida estes profissionais que, dia a dia, visitam os estádios. Portanto, não me surpreende se um de nós acabe agredido por algum mais fanático. Pensando nisso, e nestes que acusam a mídia de posicionamento clubístico (como se isso fosse ocasionar o insucesso de um time), proponho que se passe uma semana, ou ao menos um dia, sem fazer a cobertura das equipes de futebol da Capital. Gostaria de saber aonde os torcedores buscariam as notícias – sendo elas boas ou ruins – de seus clubes do coração.

Bom, não precisamos ir tão longe. Os colorados (alguns profissionais e até mesmo torcedores rivais) passarão por uma situação parecida nesta quinta. Com o impasse da Fox Sports sobre a exibição das partidas da Libertadores, inúmeros apaixonados pelo esporte não poderão assistir ao jogo entre Inter e Juan Aurich, no Beira-Rio. As rádios estarão lá, os jornais publicarão detalhes amanhã, mas a televisão, este meio de comunicação insubstituível, não poderá transmitir ao vivo. Já é um pandemônio! Portanto, ao invés de xingar e maltratar a imprensa, faça ao contrário, e agradeça por ela estar lá, in loco, saciando a tua vontade de consumir futebol.

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